O TESTE HTP (house-tree-person) : Professora Esp. Lisiane Thompson Flores
O HTP é uma técnica projetiva de desenho, que visa penetrar na personalidade do indivíduo.
Seu criador John N. Buck percebeu por meio de sua experiência clínica que o tema CasaÁrvore-Pessoa são conceitos familiares mesmo para criança bem pequenas; portanto, mais facilmente aceitos para serem desenhados por sujeitos de todas as idades.
Estimulam verbalizações mais francas e abertas do que outros temas. Descobriu-se que apesar de casas, arvores e pessoas poderem ser desenhadas em quase uma infinita variedade de modos, um sistema de avaliação quantitativa e qualitativa pode ser esquematizado para extrair informações úteis relativas ao nível da função intelectual e emocional do sujeito.
O HTP é uma técnica de desenhos basicamente não-verbal, que pode ser aplicada tanto em crianças, adolescentes e adultos como também em deficientes mentais, pessoas sem escolaridade, estrangeiros que não dominam plenamente o idioma, mudos, tímidos (retraídos) e nos que são bloqueados emocionalmente na área verbal.
O desenho é anterior a linguagem escrita e é considerado uma das mais antigas formas de comunicação do ser humano.
Isto é atestado pelos desenhos e pinturas dos homens das cavernas e dos povos primitivos, que fizeram com que chegassem até nós os seus interesses e expressões de aspectos de sua vida.
Muito antes de escrever, as crianças aprendem a desenhar e, quando desenham por lazer, geralmente retratam pessoas, casas, árvores, animais, sol, etc. Esses temas são vistos nos trabalhos de crianças de todas as terras e culturas, atestando a universalidade básica da mente humana e dos sentimentos. As crianças pequenas tendem a ignorar ou transformar a realidade em um mundo subjetivo, rico em fantasias. Os desenhos são representações, e não reproduções da realidade.
O HTP alcança também uma função especial, proporcionando uma introdução minimamente ameaçadora e maximamente prazerosa, principalmente às crianças.
Uma das vantagens da introdução dos desenhos destacadas por Di Leo, especialmente com crianças, é que estes permitem “estabelecer um rapport rápido, fácil e agradável com a criança”.
Atualmente, os desenhos das crianças são considerados um meio privilegiado para a descoberta do seu mundo interno e da sua psicodinâmica, além de constituírem um modo natural de expressão para as mesmas. Sendo um meio de expressão e de comunicação, revela muito do inconsciente daquele que desenha. O desenho projetivo, hoje em dia, é considerado uma fonte frutífera de informação e compreensão da personalidade, além de econômica e profunda.
“O HTP investiga o fluxo da personalidade
à medida que ela invade a área da criatividade artística”(Hammer, 1981).
A linguagem do inconsciente é fundamentalmente imaginativa e simbólica e, emerge com bastante facilidade por meio dos desenhos. Tanto a linguagem simbólica quanto o desenho alcançam níveis primitivos da personalidade, permitindo o acesso ao mundo interno.
No HTP, os desenhos representam um reflexo da personalidade de seu autor e mostram mais sobre o artista do que sobre o objeto retratado. As atividades psicomotoras do sujeito ficam gravadas no papel. O princípio básico da interpretação dos mesmos é que a folha de papel representa o ambiente e o desenho, o próprio sujeito, e é a partir dessa interação simbolizada que são realizadas as interpretações.
A página em branco sobre a qual o desenho é executado serve como um fundo no qual o paciente nos oferece um vislumbre de seu mundo interno, de seus traços e atitudes, de suas características comportamentais, das fraquezas e forças de sua personalidade, incluindo o grau em que pode mobilizar seus recursos internos para lidar com seus conflitos psicodinâmicos, tanto interpessoais quanto intrapsíquicos.
A linha feita pode ser firme ou tímida, incerta, hesitante ou audaciosa, ou, ainda, pode consistir em um ataque selvagem ao papel.
Além disso, a percepção consciente e inconsciente do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente determina o conteúdo de seu desenho.
Para interpretar o HTP, é necessário que o psicólogo tenha uma vasta experiência clínica, conhecimentos de psicopatologia, psicossomática e psicanálise, estudos sobre movimentos expressivos da personalidade e uma reflexão sobre os mitos e as lendas populares. Desta mesma forma saber se as características dos desenhos são comuns ao mesmo grupo etário, sexual, cultural, etc. (em uma criança de 4 anos não se espera o desenho da figura humana completa).
A metodologia do examinador precisa, por necessidade, ser tanto intuitiva como analítica, e confiar apenas em detalhes específicos pode ser enganador.
Para uma análise substanciosa é importante uma relação dos detalhes com o todo, pois um traço gráfico isolado não significa muita coisa: é apenas um sinal, que adquire uma importância máxima quando existem muitos elementos apontados na mesma direção.
Apesar disso, o examinador deve ter bom senso, pois alguns detalhes são mais incomuns e mais significativos que outros, como o retratamento explícito dos órgãos sexuais, a falta de telhado ou a porta em uma casa ou uma arvore de espinhos.
Não se trata somente de uma questão de números de detalhes, mas também da qualidade destes.
Após a primeira visão global dos desenhos, encaminha-se para a avaliação das partes individuais. As partes individuais são significativas em sua inter-relação com o todo, afetando reciprocamente o contexto global. Um paralelo pode ser feito com o que ocorre no corpo humano: quando uma parte está doente ou danificada, o corpo é afetado globalmente. Porém, o grau desse comprometimento é determinado pelo corpo, considerando-o um organismo que funciona como um todo. (Dileo, 1987)
O conhecimento do HTP permite ao psicólogo clínico realizar um processo de inferência clínica. Esta, no procedimento de exploração da personalidade, vai permitir ao profissional estabelecer uma série de hipóteses dinâmicas e estruturais sobre o indivíduo. Além disso, o HTP também tem-se mostrado extremamente útil, tanto no diagnostico como no prognóstico das avaliações individuais.
Sua aplicação durante o decorrer da terapia, em intervalos regulares, indica como o paciente está progredindo no tratamento e a validade das mudanças emocionais e comportamentais.
É um instrumento sensível aos fluxos e refluxos das mudanças terapêuticas e menos influenciado pela lembrança das aplicações anteriores.
NORMAS PARA APLICAÇÃO O HTP é aplicado geralmente em uma situação face a face, como parte de uma avaliação inicial ou de uma intervenção terapêutica em andamento de um determinado indivíduo. Na situação de avaliação, o HTP pode ser empregado como uma tarefa de aquecimento inicial ou como uma ponte entre uma avaliação com lápis e papel e uma entrevista clinica completa.
1. 2.
3.
Os desenhos devem ser executados na seguinte ordem: Casa Árvore Figura Humana
Segundo E. Hammer, a manutenção dessa ordem proporciona uma gradual introdução do examinando na tarefa de desenhar, levando-o gradativamente aos temas mais difíceis do desenho.
O examinando é levado do auto-retrato mais neutro (Casa) ao de maior implicação afetiva, que é o desenho da Figura Humana.
Para cada desenho se oferece, ao avaliando, uma folha branca, tamanho ofício/A4. Caso ele não execute o desenho completo (como por exemplo no desenho da Figura Humana, faça somente o rosto), deve recolher-se esse primeiro, oferecer-lhe outra folha e instruí-lo para fazer o desenho de uma pessoa completa. Por uma pessoa completa, às vezes, é necessário informá-lo que esta apresenta cabeça, tronco, braços e pernas.
MATERIAIS DO TESTE Sala Privativa, com mesa e cadeiras adequadas e confortáveis; Protocolo de Inquérito Posterior ao Desenho; Folhas de papel branco, ofício/A4; Lápis preto nº 2; Borracha macia; Caixa de lápis de cor ou crayon, com as seguintes cores: vermelho, verde, amarelo, azul, marrom, preto, violeta, laranja; Relógio ou cronômetro.
INSTRUÇÕES
O examinador deve falar ao sujeito:
“Por favor, desenhe uma casa, da melhor maneira que puder. Pode levar o tempo que quiser e apagar quando precisar, que não conta contra você. O importante é fazer o melhor que conseguir”.
Caso o examinando apresente-se tímido ou incapaz de uma boa execução, o examinador deve estimulá-lo e ao mesmo tempo deixar claro que o importante não são os dotes artísticos, e sim, as qualidades de seu traçado e a compreensão do que foi pedido.
Procede-se da mesma forma em todos os desenhos.
Para o desenho da CASA, o papel deve ser apresentado com o eixo maior horizontal, e, para os desenhos da ÁRVORE e da FIGURA HUMANA, o eixo maior deve ser na vertical.
Depois que a bateria acromática estiver pronta, inicia-se a bateria cromática.
“Agora, por favor, desenha uma casa colorida”. E assim deve proceder-se com os demais desenhos. Nesta parte do teste recolhe-se os Lápis Preto nº 2, para que o examinando não seja tentado a fazer o contorno com este lápis, para depois colori-lo.
É importante que o examinador tenha o cuidado de não pedir ao examinando para desenhar “outra” casa, ou “outra” árvore, porque a palavra “outra” pode significar que ele não deve repetir o mesmo tipo de desenho feito com o lápis preto. Para qualquer dúvida do examinando, como, por exemplo: “Que tipo de casa devo desenhar?” ou “Não sei desenhar muito bem”, etc., o examinador deve calmamente responder: “Como você quiser”, “Como você achar melhor” ou “Como você gostar”.
INQUÉRITO O examinador deve observar e anotar todos os movimentos do examinando, estimulandoo sempre da forma tranqüila e despretensiosa. Qualquer emoção manifestada pelo sujeito enquanto está desenhando ou sendo questionado a respeito de seus desenhos representa uma reação emocional à situação, que, de certa forma, está direta ou simbolicamente representada ou sugerida nos desenhos.
Quando está realizando os desenhos, o que as suas expressões revelam?
Insegurança Tensão Negativismo Relaxamento Serenidade Ansiedade Arrogância
Cautela Bom Humor Confiança Desconfiança Hostilidade Autocrítica Alegria
É importante observar a seqüência em que o examinando faz seus desenhos. O examinador deve ficar alerta quando a seqüência é alterada e anotar enquanto o desenho está sendo produzido; caso contrário, esses detalhes ficam perdidos em um global terminado. O global pode parecer muito bom, mas a dificuldade em produzi-lo de uma maneira convencional pode ser o primeiro sinal de problema psicológico.
Deve-se lembrar sempre que um sinal isolado não quer dizer muita coisa. É apenas um indicador de problemas e somente quando temos uma gama de sinais apontados em uma mesma direção é que podemos pensar em uma patologia. Após o término dos desenhos, o avaliador deve começar o inquérito relativo a cada um dos desenhos
ANÁLISE QUALITATIVA A avaliação do HTP, tanto cromático como acromático, precisa ser efetuada com bastante cuidado. A interpretação de um dado só pode ser considerada correta depois de ter relacionado esse detalhe à configuraçao total obtida. É essencial que não se coloque peso demasiado em dados isolados.
Na avaliação dos desenhos deve levar-se em conta o princípio de que o papel representa o ambiente, o desenho, o próprio sujeito e que somente a partir dessa interação simbolizada é que são realizadas as interpretações. Uma série de itens faz parte da coleta de dados referentes à maneira como o individuo desenhou. Na análise qualitativa, devemos considerar todos os desenhos.
1. RESISTÊNCIAS
São casos de rejeição à tarefa proposta em graus diferentes de intensidade, podendo ocorrer, em um extremo, a negação para desenhar e, no outro, a execução adequado dos desenhos.
Não apresenta: confiança no desenho
Negação: intenso sentimento de inferioridade, sensação de ser inadequado para o cumprimento da tarefa, dificuldade em arriscar-se e em receber julgamentos, bloqueios severos ou atitudes de negativismo e oposição em relação ao ambiente (comum em Fobia Social, Transtorno de Personalidade de Esquiva ou Transtorno de Personalidade Paranóide).
Omissão de algumas partes do desenho: indicios de problemas e conflitos em relação à parte em questao (comum em pacientes com Esquizofrenia, Transtorno Depressivo, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Hipocondríaca)
2. ANÁLISE SEQÜENCIAL DO CONJUNTO DOS DESENHOS: Oferece pistas a respeito da quantidade de energia e disposição do avaliando. O avaliador precisa ficar atento tanto ao aumento quanto à disposição psicomotora e observar se o sujeito deixa levar-se por associações emocionais despertadas pela tarefa.
Desenvolvimento normal: Boa energia, equilíbrio emocional e mental. Alguns pacientes começam ansiosos, mas logo acalmam-se e trabalham eficientemente, sugerindo apenas uma ansiedade situacional.
Aumento psicomotor: impulsividade, ansiedade excessiva, abertura a estímulos (sugere Transtorno de Personalidade Borderline).
Decréscimo psicomotor: elevada fatigabilidade e em alguns casos depressão. A depressão caracteriza-se por uma acentuada pobreza de detalhes ou incapacidade para completar os desenhos. Alguns pacientes inicialmente aceitam a tarefa de desenhar sem muito protesto, produzem um desenho razoavelmente bom na primeira tentativa, mas demonstram fadiga óbvia no desenho seguinte. Por exemplo: abandonam a tarefa logo após terem produzido apenas a “cabeça” do desenho da FIGURA HUMANA.
3. TEMPO CONSUMIDO: O uso que o avaliando faz do tempo durante a execução fornece pistas valiosas referentes ao significado que os desenhos têm para ele. O avaliador deve relacionar o tempo total consumido com a qualidade dos desenhos. Alguns pacientes desenham e apagam várias vezes, perdendo muito tempo; outros consomem a mesma quantidade de tempo, mas desenham livremente e colocam uma infinidade de detalhes.
Tempo de latência inicial: a maioria dos indivíduos bem ajustados começa a desenhar mais ou menos 30 segundos depois que as instruções foram dadas.
Pausas durante a realização do desenho: depois de iniciado o desenho, qualquer pausa superior a mais ou menos que cinco segundos sugere conflitos com o que acabou de desenhar ou ainda com o que vai ser desenhado. Quando ocorrem pausas durante os comentários espontâneos do sujeito ou enquanto ele está respondendo ao questionário, é indício de prováveis bloqueios.
4. PRESSÃO NO DESENHAR
Analisa o nível de energia do indivíduo.
O tipo de linha e a pressão do traçado indicam, em um extremo, energia, vitalidade, decisão e iniciativa e, no outro, insegurança, falta de confiança em sí ou ansiedade.
Pressão Média: Boa energia, equilíbrio e vitalidade. Pouca pressão, traço leve: Baixo nível de energia, insegurança, timidez, sentimento de incapacidade, falta de confiança em si mesmo e em alguns casos repressão dos impulsos (comum em Deprimidos, Esquizofrenia e sugere também Transtorno de Personalidade Dependente ou sentido artístico e/ou pessoas com personalidade mais sensível).
Muita pressão, traços fortes: excesso de energia, vitalidade, iniciativa, decisão, confiança em si mesmo ou medo, tensão, insegurança, agressividade e hostilidade para com o ambiente, aguda consciência da necessidade de autocontrole, falta de adaptaçao com esforço para manter o equilíbrio da personalidade ou ainda pode ser uma expressão do isolamento com necessidade de proteger-se de pressões externas (comum em Transtorno de Conduta, Transtorno de Personalidade Anti-Social, Transtorno de Somatização e sugere também Transtorno de Ansiedade Generalizada).
Variação na pressão: flexibilidade, capacidade de adaptação ou labilidade de humor, instabilidade e impulsividade (comum em pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline)
5. CARACTERIZAÇÃO DO TRAÇO
Pessoas que apresentam o desenvolvimento da técnica do desenho utilizam-se de avanços e recuos no seu traçado.
Crianças, de maneira geral, apresentam com mais freqüência um traço contínuo, com linhas firmes, grossas e pesadas.
Traços com predominância de linhas decisivas, controladas e livres: decisão, rapidez, esforço dirigido, bom tônus muscular e equilíbrio emocional e mental (comum em indivíduos rápidos, decididos, seguros e com perseverança para trabalhar e alcançar os objetivos). Traços longos ou extremamente contínuos: falta de sensibilidade, medo de iniciativas ou humor agressivo (comum em alguns indivíduos inibidos e sugere Fobia Social).
Traços com avanços e recuos: emotividade, ansiedade, falta de confiança em si, timidez, insegurança, hesitação ao encontrar novas situações ou sentido artístico, intuição e sensibilidade (comum em pacientes excitáveis e com comportamento mais impulsivo, sugerindo Transtorno de Ansiedade Generalizada). Traços interrompidos, mudando de direção: incerteza, temor, angústia, insegurança, falta de opinião própria e de pontos de vista bem firmados ou dissimulação de problemas, não-aceitação do meio ambiente, agressividade controlada e oposição (sugere Transtorno de Ansiedade Generalizada).
Traços apagados: dissimulação da agressividade,medo de revelar os problemas, de se expor ou debilidade física, inibição, timidez, sentimento de insignificância, sensação de ser desprovido de valor e sensação de ser incapaz de ser reconhecido como pessoa (sugere Transtorno Depressivo).
Traços trêmulos: insegurança, medo, esgotamento nervoso, fadiga extrema e sensibilidade excessiva (comum em Doenças Cerebrais, Alcoolismo, Intoxicação por Drogas, Remédios, etc. e sugere Transtorno Depressivo).
Traços pontilhados ou denteados: agressividade, hostilidade e dissimulação (sugere Transtorno da Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Traços peludos: personalidade primitiva, comum em pessoas que agem mais pelo instinto do que pela razão (sugere Transtorno da Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Quando em cada linha há indícios de estresse, falta de objetivos, confusão ou traços estranhos (olhos fora do rosto, mãos e dedos ou estão ligados a lugares errados ou não estão presentes) – sugere Esquizofrenia.
6. INDICADORES DE CONFLITOS
O tratamento diferencial dado a qualquer área do desenho indica, na maioria das vezes, conflitos nessa determinada área.
É importante salientar que um sombreado nem sempre é ansiedade, pois pessoas com aptidões para desenhos muitas vezes fazem uso desse recurso.
Reforços suaves ou raros: brandura, passividade de temperamento ou expressão auto-afirmativa. Sombreamento não-excessivo: tato, sensibilidade, pessoa sonhadora ou que mascara conflitos. Correções e retoques: insatisfação com a produção, incerteza, insegurança, ansiedade, algumas vezes podendo sugerir agressividade e dissimulação (sugere Fobia Social).
Rasuras ou borraduras resultantes de correções: insegurança, falta de autoconfiança e desejo de perfeccionismo (sugere Fobia Social e/ou Transtorno de Ansiedade Generalizada).
Recobrir uma linha já traçada com riscos mais intensos: ansiedade, insegurança, falta de confiança ao se defrontar com situações novas ou sentimento de perda afetiva e de acobertamento da angústia ou da agressividade (comum em pessoas imaturas sexualmente e em alguns casos homossexuais).
Sombreamento: ansiedade, conflitos, medo, insegurança ou descontentamento aberto e consciente. Quanto mais extensa a área sombreada, maior é a ansiedade. No caso de efeitos artísticos, pode refletir racionalização da ansiedade.
Omissões de braços, pernas, mãos ou traços fisionômicos: conflitos. Deve analisar-se de acordo com a área, pois assumem significados distintos.
7. LOCALIZAÇÃO NO PAPEL
A folha do papel simboliza o ambiente, e a localização do desenho revela a adaptação do sujeito ao meio e como ele o manipula, assim como a maneira de estar no mundo, suas atitudes ante a vida intelectual, instintiva, etc.
Fazendo uma analogia com a figura humana, podemos intuir que os pés simbolizam o contato direto com o chão, com a realidade e com a terra e a cabeça como sendo a fonte das idéias, das fantasias e do intelecto.
Meio da página ou centro: comportamento emocional e adaptativo em equilíbrio e segurança. As crianças cujo trabalho não é centralizado tendem a apresentar controle e maior dependência. Quando todos os desenhos são colocados rigidamente no meio da página, podemos pensar também em ansiedade, inflexibilidade ou insegurança.
Lado esquerdo da página
Lado direito página
Introversão Controle Satisfação controlada dos impulsos
Extroversão Impulsividade Necessidade satisfação imediata
da
de
Metade superior: quanto mais para cima o desenho,maior a tendência de buscar satisfação na fantasia e não na realidade. Alguns pacientes deprimidos fazem seus desenhos bem no alto, como que enfatizando o sentimento de que estão se empenhando bastante para não mostrar a depressão. Adultos inseguros em relação à própria capacidade, que vivem como “flutuando no ar”, sem muito contato com a realidade também costumam fazer seu desenho no alto da página. A metade superior pode simbolizar a vida espiritual, a tendência mística e o mundo do “grande pai”.
Metade inferior: quanto mais para baixo o desenho, maior a tendência ao materialismo, a fixação à terra e ao inconsciente.
Alguns pacientes deprimidos fazem seus desenhos na beira do papel, e geralmente estes são poucos minuciosos com uma deteriorização progressiva tanto da qualidade das linhas quanto da quantidade de detalhes.
A metade inferior também simboliza o mundo da mãe terra, a fixação à matéria e a dimensão concreta.
Metade Superior
Metade inferior
Tendência a buscar satisfação na fantasia Criatividade Objetivos muito altos e possivelmente inatingíveis Tendência a manter-se distante e inacessível
Orientação para o concreto, preso a realidade Insegurança Auto-envolvimento Humor mais deprimido
Canto esquerdo:
Passividade Reserva Inibição
superior
Canto direito:
Cantato ativo com a realidade Projeto para o futuro
superior
Canto inferior esquerdo:
Canto inferior direito:
Regressão Conflitos
Impulsividade, teimosia Predominância de desejos instintivos
(é pouco usado)
Fixação em estágios mais primitivos
Figuras presas à margem do papel: falta de confiança, medo de ações independentes e necessidade de apoio (a interpretação é a mesma de janelas presas à margem das paredes)
Em diagonal: insegurança
perda
de
equilíbrio
e
8. TAMANHO DAS FIGURAS Em geral o desenho ocupa de 1/3 a 2/3 da página. O tamanho das figuras fornece um paralelo entre a dinâmica, o ambiente e as figuras parentais. Oferece, também, pistas a respeito da autoestima, auto-expansividade, fantasia de auto-inflação, o grau de adequação e a forma como está reagindo às pressões ambientais.
Em um extremo, o paciente pode estar reagindo às pressões ambientais com sentimentos de inadequação e inferioridade e no outro, pode reagir com grande valorização de si mesmo.
Crianças inseguras tendem a desenhar figuras pequenas, em contraste com as figuras grandes e ousadas de crianças seguras.
Tamanho médio: inteligência, boa auto-estima, adequação ao meio, capacidade de abstração e equilíbrio emocional.
Figuras grandes: podem indicar tanto expansividade como inibição. Sugerem reação às pressões ambientais, com sentimentos de expansão e agressão, falta de controle ou inibição e idéias de grandeza, para encobrir sentimentos de inadequação. Podem também simbolizar sentimentos de rejeição social e inferioridade a respeito do corpo. (O desenho bem centrado pode indicar ambições e força de expansão do ego, porém preso pelo mundo da fantasia.
Figuras muito grandes que chegam a ultrapassar o limite da folha: sugerem sentimento de constrição por parte do ambiente, com fantasias compensatórias de auto-expansão e evidência de agressividade com possível descarga motora no meio ou controle interno ineficiente (comum em casos orgânicos), Transtorno de Personalidade Paranóide ou crianças com descontrole motor que não percebem o limite da folha ou com tendência ao roubo).
Figuras pequenas: sentimento de inferioridade com dificuldade em se colocar no meio, inibição, timidez, repressão da agressividade, comportamento emocionalmente dependente e ansioso. Sugere eventualmente inteligência elevada, mas com problemas emocionais por sentimentos de inadequação, baixa autoestima, insignificância, excesso de autocontrole e reação de maneiras não adequadas às pressões ambientais (comum em Depressivos e sugere também Transtorno de Personalidade Dependente).
Figuras muito pequenas, minúsculas: sentimento de inadequação e rejeição pelo ambiente, tendência ao isolamento; a criança que faz um desenho muito pequeno indica que as relações com o meio são sentidas como esmagadoras (sugere Fobia Social, Transtorno de Personalidade Esquiva, Transtorno de Personalidade Esquizóide e/ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Criança que desenha figuras pequenas e grandes: dificuldade em responder de forma plenamente saudável às experiências, ou percepção tendenciosa de si mesmo e dos outros.
Relação das partes do desenho em relação ao todo: quanto maior a disparidade, maior a possibilidade de desajuste.
9. DETALHES NO DESENHO
Existem detalhes que são essenciais nos desenhos, como, por exemplo, no desenho da CASA. Esta deve possuir pelo menos uma porta (a não ser que somente o lado da casa esteja desenhado), uma janela, parede e telhado. Atualmente com o uso do aquecimento elétrico, a chaminé não constitui mais um detalhe essencial no desenho da CASA.
A ÁRVORE deve ter pelo menos tronco e copa. A FIGURA HUMANA deve apresentar cabeça, tronco, dois braços e duas pernas, a não ser que seja desenhada de tal maneira que somente um dos membros seja aparente, o que também é significativo. Nas características faciais, deve ter dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas, a não ser que a posição não permita que todos os elementos apareçam.
A ausência de qualquer detalhe essencial é séria e quanto maior o número destas, mais significativas serão as implicações patológicas.
Detalhes adequados: inteligência, percepção adequada e ajustamento ao meio. Uso limitado de detalhes não essenciais: bom teste de realidade e relação equilibrada com o ambiente.
Detalhes inadequados ou uso mínimo de detalhes essenciais: fuga e/ou conflito na área representada ou simbolizada pelo detalhe, dificuldade de entendimento, insegurança, energia reduzida, sentimento de vazio e retraimento (comum em Depressivos, que geralmente fazem desenhos apagados, com linhas tênues e sem detalhes).
Detalhes excessivos: insegurança, sentimento de que o mundo é incerto e/ou perigoso, rigidez, tendência a defender-se contra o caos externo ou interno criando um mundo rigidamente organizado e altamente estruturado (desenhos exatos, com elementos rígidos e repetidos, não existindo nem uma linha fora de lugar, são encontrados com freqüência Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivos).
Detalhes não essenciais: geralmente tendem a enriquecer o desenho, como, por exemplo na CASA, a colocação de cortinas na janela ou material de parede, indicado por desenho minucioso ou sombreado, etc. Na ÁRVORE, uma folhagem desenhada detalhadamente ou sombreada; na FIGURA HUMANA, cabelo ou roupa extremamente elaborados.
Detalhes bizarros: como, por exemplo, órgãos internos vistos por meio da roupa ou pele parede transparente de forma que se observem os objetos dentro da casa sugerem desordem emocional, porém, em crianças pequenas, não apresentam significado patológico (em adultos sugere Esquizofrenia).
10. USO DA BORRACHA O uso da borracha só tem valor quando o sujeito mostra capacidade de melhorar o seu desempenho. Apagar o desenho sem aperfeiçoá-lo não é bom sinal e quando o torna pior é mais significativo ainda. A constante necessidade de apagar na maioria das vezes significa conflito.
Normal: autocrítica
Não usa: falta de crítica ou autoconfiança no desempenho
Uso exagerado: insegurança, excesso de autocrítica, indecisão, insatisfação consigo mesmo, falta de controle e fuga (sugere Fobia Social).
CASA
A CASA como local de moradia, simboliza a cena das relações intrafamiliares, desde as mais satisfatórias até as mais frustrantes. Provoca associações referentes à vida doméstica no passado, presente ou como gostaria que fosse no futuro ou, ainda, uma combinação desses estágios.
A CASA também pode simbolizar um autoretrato, fornecendo ao examinador ricas informações sobre as relações do sujeito com a realidade e a fantasia, sobre os contatos que faz com o meio e também sobre a maturidade e o ajustamento psicossexual. O desenho da CASA fornece dados sobre as relações familiares, pois simboliza o lugar onde são buscados os afetos, a segurança e as necessidades básicas que se encontram preenchimento na vida familiar.
A criança antes da idade escolar ao representar uma CASA desenha o que sabe que deve estar lá, ignorando como ou se realmente está visível. A realidade interna dará lugar, gradualmente a uma realidade exterior mais prosaica desprovida da fantasia, quando a criança amadurece. A passagem da subjetividade para a objetividade não é abrupta, ambas as formas de “ver”podem coexistir até bem depois dos 7 anos de idade.
Quando solicitadas a desenhar uma CASA, as crianças invariavelmente desenharão o exterior. Se a casa é percebida como um lar, com todas as suas conotações de calor, proteçao, segurança e amor, poderão vitalizá-la com as pessoas significativas em suas vidas, flores, árvores e sol. No adulto, quando casados, o desenho da CASA também reflete a situação doméstica em relação ao cônjuge.
Simbolicamente a CASA pode, também, representar a imagem corporal. Pessoas com problemas em áreas fálicas (preocupação a respeito das questões sexuais com necessidade de demonstrar virilidade) freqüentemente projetarão desenhando uma chaminé bem grande.
Os dados psicológicos levantados são obtidos pelo significado funcional dos elementos do desenho, pelo seu formato e por meio do aspecto simbólico ligado a cada detalhe. É importante observar a habilidade com que o sujeito organiza seus detalhes em um todo significativo. O telhado, a parede, a porta e a(s) janela(s) são detalhes considerados essenciais no desenho da CASA.
Habitualmente as pessoas desenham na seguinte seqüencia: Telhado, parede, porta e janela(s) ou Uma linha de base, parede, telhado, porta e janela(s).
Uma indecisão de detalhes oscilantes indica, na melhor das hipóteses, indecisão. A CASA geralmente é desenhada de pé, intacta. Qualquer movimento, como telhado voando, paredes caindo, pode expressar um colapso do ego sob os ataques do ambiente ou das relações interpessoais.
Perspectiva e posição da CASA
Fornece-nos dados da reação afetiva sobre a vida familiar.
Casa como um todo adequado e substancial, na altura do observador: harmonia nas relações familiares e adequação na imagem corporal.
Casa desenhada como se fosse vista de cima: rejeição e distanciamento da situação familiar e dos valores pertinentes, com sentimento compensatório de superioridade (o sentimento de superioridade em relação ao ambiente familiar pode tratar-se de uma atitude defensiva).
Casa desenhada como se fosse vista de baixo: sensação de rejeição, perda de valor, baixo auto-estima e inferioridade na situação doméstica; a felicidade na situação familiar é considerada como algo dificilmente atingível (comum em pacientes com desajustamento familiar e deprimidos).
Casa de longe como se estivesse distante do observador: isolamento afetivo, retraimento, inacessibilidade, sensação de que as boas relações com os familiares são inatingíveis ou incapacidade para enfrentar a situação doméstica (comum em pacientes com dificuldades para lidar com as situações referentes à família e deprimidos). Casa em perfil parcial: bom nível intelectual e tendência a um comportamento mais flexível
Casa do tipo “perfil absoluto” ou desenho em que a porta ou a entrada não são visíveis: retraimento, isolamento, inibição, dificuldade nos contatos sociais, tendência à fuga e oposição ou máscara social (comum em pacientes com Transtorno de Personalidade Paranóide e sugere também Fobia Social).
Casa desenhada como vista pelos fundos ou por trás: retraimento, isolamento e dificuldade nos contatos sociais, porém com sentido mais patológico (comum em Esquizofrênicos, Transtorno de Personalidade Paranóide e sugere também Fobia Social).
Desenhos de fachada: (isto é, só uma parede é mostrada e não oferece sugestão de profundidade) – tendência a usar uma máscara social (comum em pacientes com comportamento rígido que escondem sentimentos de inadequação e insegurança) Casa desenhada de modo que uma das margens laterais do papel sirva como parede: insegurança extrema (sugere Transtorno do Pânico) Uso da margem inferior da página como base da linha do solo: sentimento de inadequação e insegurança (comum em alguns casos de depressão)
Tipos de CASA:
Ao analisar a CASA como um todo, observa-se que, além de o sujeito mostrar como se relaciona com o meio, pode por meio do desenho expor todos os seus sonhos e fantasias de realização, assim como a precariedade de sua vida.
Choupana: desejo de isolamento, de descansar em paz, de romper com o mundo e/ou sentimento de perda amorosa, econômica ou social. Forma imatura de reagir aos estímulos ambientais ( sugere Transtorno Depressivo, Transtorno de Personalidade de Esquiva e/ou Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Igreja: culpa, sensação de não ser bom o bastante, pensamentos ruins ou sublimação dos impulsos sexuais.
Hospital: medo ou fixação de doença (comum em Hipocondríacos). Escola: dificuldades intelectuais, medo de não ser bom o bastante, problemas ou fixação na escola ou ambição e supervalorização intelectual (sugere Transtorno de Aprendizagem).
Prisão: culpa, necessidade de liberdade e conflitos (comum em pessoas que se vêem aprisionadas em uma situação doméstica).
Casa de aparência irreal, como em contos de fada: dificuldade para encarar a realidade com imersão na fantasia (sugere Transtorno de Personalidade Esquizotípica).
Castelos: imersão na fantasia sentimento de inferioridade.
Prédios: sensação de falta de espaço, prisão, necessidade de liberdade ou acolhimento ou sensação de fazer parte de um todo.
e/ou
Casa de dois andares com apartamentos: cerceamento, aprisionamento ou desejo de contato sexual (comum em Deprimidos).
Casa de dois andares ou mansão: aspirações, vontade de ser reconhecido, notado e necessidade de status social ou fortes sentimentos de inferioridade (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
Linha Representativa do solo ou chão:
O chão simboliza o contato com a realidade.
O solo pode ser firme, claro ou tênue, adquirindo um aspecto importante para o diagnóstico.
Pacientes mais comprometidos emocionalmente invariavelmente apresentam dificuldade em desenhar a CASA com um contato firme com a realidade, geralmente não traçam a linha representativa, fazendo com que o desenho flutue no ar, sem tocar qualquer ponto.
Linha firme e clara: realidade objetiva.
bom contato com a
Linha de base como o primeiro detalhe a ser desenhado, com ênfase po reforçamento ou negrito: insegurança e necessidade de amarrar o desenho em alguma coisa substancial na página (comum em Deprimidos).
Linha do solo distante do desenho ou desenho que flutua no ar sem tocar em qualquer ponto: suspeita de rompimento com a realidade objetiva e refúgio na fantasia (sugere Transtorno de Personalidade Esquizotípica).
Chão tipo arco, com a maior elevação no centro da página: suspeita de sentimentos de dependência (sugere Transtorno de Personalidade Dependente). Linha representada pela borda do papel: é comum em crianças, mas em adultos sugere insegurança, ansiedade e fixação na infância.
Paredes: As paredes simbolizam a capacidade de auto-sustentação, integração e controle dos impulsos. Representam por hipótese o ego do sujeito, indicando sua força, fraqueza ou deteriorização. O material das paredes é menos freqüentemente desenhado em relação a outras partes do desenho.
Paredes com traços firmes e adequados: personalidade estável, bom ajustamento e controle do ego.
Paredes menores que o teto ou corpo da casa pequeno e teto grande: tendência a buscar satisfação na fantasia e na atividade imaginativa.
Paredes maiores que o teto ou corpo da casa grande e teto pequeno: menor valorização da fantasia, tendência à objetividade, maior controle racional sobre a vida instintiva, como comportamento mais prático e voltado para a realidade concreta.
Paredes desconjuntadas ou que estão desabando: franca desintegração do ego (comum em pacientes que estão empregando um esforço consciente, hipervigilante, constante e intenso para manter o ego intacto).
Reforço nos contornos da parede: esforço e vigilância para manter a integridade do ego e aumento das defesas.
Calhas para escoamento de água: atitude defensiva e de suspeita, com um esforço concomitante de canalizar estímulos desagradáveis.
Paredes frágeis, com traço fraco, tênue e/ou inadequado: sentimento de colapso, de fraco controle do ego, de ruptura emocional iminente sem o emprego de defesas compensatórias a sentimentos de inadequação, insegurança e necessidade de apoio (comum em pacientes mais adaptados à própria patologia, que aceitaram a derrota como inevitável e pararam de lutar, ao contrário dos que reforçam as linhas da parede, estes apresentam uma atitude mais passiva de submissão às forças desintegradoras que os ameaçam e sugere Transtorno Depressivo).
Paredes com apoios ou tijolos aparentes: desgaste emocional, ameaça de destruição, com sofrimento do ego e sensação de desintegração (sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Paredes transparentes, permitindo a visão de objetos no interior da casa: no adulto sugere violação das regras da realidade, imaturidade e diminuição da percepção da realidade (comum em Transtorno de Aprendizagem e em Esquizofrênicos). Em crianças pequenas, apenas indicam a sua imaturidade em termos de capacidade conceitual, permitindo-se uma grande liberdade quanto à representação da realidade.
Portas
A porta indica o local de passagem entre dois estados, entre dois mundos, entre o conhecido e o desconhecido, entre o interior e o exterior e simboliza o contato, o relacionamento e a interação com o meio ambiente.
Porta aberta e um caminho à vista: pessoa equilibrada ou que procura novos caminhos.
Porta muito pequena em relação às janelas e à casa em geral: relutância em estabelecer contato com o ambiente, afastamento das trocas interpessoais, timidez e receio nas relações com os outros (sugere Transtorno de Personalidade Esquiva e/ou Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Porta excessivamente grande: excessiva dependência em relação ao meio ou às pessoas em geral e necessidade de integração; quanto maior a porta, maior a dependência do meio externo (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Porta fechada: autodefesa e/ou defesa para com o mundo.
Porta entreaberta: necessidade de contato.
equilíbrio
e/ou
Porta fechada com fechaduras, dobradiças ou olho mágico: medo hiperdefensivo do perigo externo, de contato, sensibilidade e defesa ou problema sexual e/ou desejo de contato sexual (comum em Transtorno de Personalidade Paranóide e sugere também Transtorno de Pânico).
Porta aberta: necessidade interna de receber calor emocional do exterior e de expressar acessibilidade (quando existem pessoas morando na casa). Quando a casa é vazia (não existe ninguém morando), a porta indica sentimento de extrema vulnerabilidade, carência afetiva, necessidade de reforço emocional de fora e falta de adequação das defesas do ego (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Porta bem acima da linha que representa o chão da casa, sem que apareçam degraus: isolamento do meio e tentativa de se conservar inacessível nas relações interpessoais; os contatos são unicamente segundo as próprias conveniências (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Porta acima do solo e com degraus: tentativa de se manter inacessível, comum em pessoas que só estabelecem contatos com os outros nos seus próprios termos.
Janela É o meio secundário de interação com o ambiente. Representa uma maneira de comunicação menos direta e menos imediata com o mesmo. Enquanto abertura para o ar e para a luz, a janela simboliza a receptividade.
Janela no lugar normal, simples, aberta e sem ênfase: equilíbrio e calma no contato social. Janela com florzinhas: otimismo, interesse pela aparência, preocupação com o exterior, vaidade (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista). Pessoa na janela: família bem equilibrada, harmonia e em alguns casos ansiedade. Janelas nuas, sem cortinas ou persianas: tendência a relacionamentos e contatos sociais diretos, falta de tato ou oposição.
Reforço no contorno das janelas ( quando não aparece em outras partes do desenho): fixações orais, gula ou tendência ao tabagismo.
Janela com grades, vidraças fechadas e/ou fechadas com trinco: medo defensivo do perigo externo, desejo de proteção e/ou defesa contra os impulsos, ou estímulos externos, isolamento, barreiras nos contatos sociais, insegurança ou sentimento de estar cercado(a), sensação de o lar ser uma prisão em vez de algo confortável (comum em Transtorno de Personalidade Paranóide).
Janelas decoradas com persianas ou cortinas: atitudes de interação controlada com o meio, certa ansiedade nas relações interpessoais e ou dissimulação. Pode também mostrar a visão da vida por meio das cortinas ou exibicionismo e narcisismo (comum em pessoas com Transtorno de Somatização). Janelas fechadas com persianas ou cortinas: retraimento, cautela nas trocas interpessoais e relutância em interagir com os outros (sugere Transtorno de Personalidade Esquiva).
Cortinas ou persianas nas janelas abertas ou parcialmente abertas: interação controlada com o ambiente ou a certa ansiedade nas relações interpessoais. Várias janelas sem persianas ou cortinas: tendências a se comportar de forma abrupta e às vezes direta, sem necessidade de mascarar sentimentos. Várias janelas com persianas ou cortinas: preocupação a respeito da interação com o ambiente
Distorção no tamanho das janelas: quando a janela da sala é maior que a do banheiro é normal; caso contrário, dá indícios de um possível treinamento severo nos hábitos de higiene ou sentimentos de culpa por masturbação excessiva (comum em Transtorno de Personalidade ObessivoCompulsivo). Janelas de frente em altura diferente das janelas do lado (sugerindo que a altura do chão não é a mesma): dificuldade de organização (comum em formas precoces de Esquizofrenia).
Janelas da frente em altura diferente das janelas do lado (sugerindo que a altura do chão não é a mesma): dificuldade de organização (comum em formas precoces de Esquizofrenia).
Janelas centrais maiores que as outras: desejo de contato
Janela junto ao teto ou telhado: tendência a viver mais no mundo da fantasia do que no da realidade ou necessidade de fuga (comum em pessoas com Transtorno de Somatização e em adultos com dificuldade inter-relação ou de contato sexual)
Janela no telhado (sótão): dificuldade de contato direto, contato vivido mais na base da fantasia e na imaginação, riqueza de vivência interior e tato por meio de um meio mais intelectualizado (sugere Transtorno de Personalidade de Personalidade Esquizóide).
Janela junto ao canto da parede: necessidade de apoio, medo de ações independentes e falta de autoconfiança (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Janela junto ao canto da parede: necessidade de apoio, medo de ações independentes e falta de autoconfiança (sugere Transtorno de Personalidade Dependente)
Janela fechada e porta aberta: dificuldade de se mostrar no contato interpessoal, conflitos e medo de rejeição (sugere Fobia Social)
Janela fechada e porta fechada: isolamento emocional e afastamento do contato interpessoal (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Janela aberta e porta fechada ou pequena: timidez ou receio no contato afetivo e interação mais controlada com os outros.
Janela aberta e porta aberta: extroversão, necessidade de contato afetivo (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Telha ou Telhado Simboliza a área ocupada pela fantasia e pensamentos, os impulsos e as tentativas de controle. Os extremos no tamanho do telhado tendem a refletir o grau em que o sujeito devota seu tempo à fantasia e em medida ele se volta para esta área a fim de obter satisfação. O material do telhado é indicado por traços que variam desde o desenho meticuloso de cada telha até riscos esparsos ou o vazio.
Telhado de tamanho adequado: equilíbrio entre a fantasia e a realidade, interação equilibrada com o ambiente. Telhado exageradamente grande e o resto da casa pequeno: grande inversão com ênfase exagerada na fantasia, afastamento dos contatos interpessoais (pouco contato manifesto) e ambição maior que a capacidade de realização. Lajes: bloqueios, repressão da vida de fantasia, da imaginação e orientação para o concreto (comum em pessoas estéreis afetivamente).
Casa representada só por teto ou telhado: ego dominado pela fantasia (comum em Esquizofrênicos – geralmente desenham um telhado e depois colocam a porta e as janelas, de forma que a casa seja toda telhado; são pessoas que vivem num mundo predominantemente de fantasia).
Ausência de telhado ou telhado representado por uma única linha: dificuldade em fantasiar ou devanear, tendência para o pensamento mais concreto (comum em personalidades, reprimidas ou de pouca inteligência e sugere também Transtorno de Aprendizagem).
Telhado reforçado por uma linha forte e grossa (quando isso não ocorre nas outras áreas do desenho da casa): tentativa de defesa da ameaça de perda do controle pela fantasia, temor que os impulsos atualmente expressos pela fantasia se expandam para o comportamento manifesto ou distorçam a percepção da realidade receio de perder o controle sobre a vida imaginativa (comum em Transtorno de Ansiedade Generalizada e sugere também Transtorno de Personalidade Esquizotípica).
Telhado ligeiramente afastado ou deslocado da parede, sombreado ou com buraco: ansiedade, dificuldade de aprendizagem e idéias de fuga do ambiente (comum em pessoas com Transtorno de Somatizaçao e sugere também Transtorno de Aprendizagem).
Telhado vazio sem telhas: senso prático, orientado para o essencial ou diminuição da fantasia.
Telhado muito elaborado (com telhas ou vários riscos): capacidade de enfrentar problemas e controle da fantasia ou minuciosidade, preocupação com detalhes (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo).
Telhado terminado em pontas: simbolismo sexual (comum na puberdade e adolescência).
Chaminé Em pessoas bem ajustadas, a chaminé via de regra representa apenas um detalhe à representação da casa. Detalhe este que atualmente não é essencial no nosso meio devido à propagação do aquecimento elétrico, ao clima tropical e de poucas casas possuírem lareiras.
As crianças na sua grande maioria desenham a chaminé num ângulo reto ao plano do telhado. Se for um telhado inclinado ficará oblíqua. É necessário uma certa maturação para que a chaminé seja desenhada verticalmente, ignorando a inclinação do teto. Esta correção expressa um avanço no nível do pensamento, depende de uma operação mental que não é ainda acessível à criança pequena.
Para alguns adultos a chaminé pode representar um símbolo fálico ou indicar o nível de maturidade sexual (emerge do corpo da casa) embora isso não seja obrigatório em todos os desenhos, pois também simboliza afeto, tensão interior ou do lar. Da observação de inúmeros desenhos, percebe-se que a grande maioria dos pacientes desenha suas casas com um telhado inclinado e chaminé, numa representação infantil (Dileo, 1987)
Chaminé proporcional à casa: calor no lar, bom ajustamento familiar e pessoal.
Ausência de chaminé: atualmente não é considerada importante, mas pode simbolizar falta de calor e afeto no lar ou, em alguns adultos, dificuldades de ajustamento sexual.
Dificuldade de desenhar a chaminé, em crianças: tensão interior e/ou família.
Dificuldade de desenhar a chaminé, em adultos: indícios de mal ajustamento sexual, temores quanto à dificuldade para lidar com protuberâncias que saem do próprio corpo e dúvidas sobre a capacidade fálica.
Chaminé exageradamente grande, em crianças: necessidade de chamar atenção e de ser visto, notado.
Chaminé exageradamente grande, em adultos: preocupação a respeito das questões sexuais com necessidade de demonstrar virilidade, tendências exibicionistas e sentimentos compensatórios para inadequação fálica (comum em Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Chaminé superenfatizada, completamente exposta, saindo da linha de base em adolescentes e adultos: tendências exibicionistas no sentido da sexualidade.
Chaminé quase completamente escondida, em crianças: sugere relutância em lidar com estímulos que provocam emoção.
Chaminé quase completamente escondida, em adultos: pode simbolizar angústia em relação às vivências fálicas ou à dificuldade de expressar a turbulência emocional e repressão.
Várias chaminés na mesma casa, chaminé tombando ou em formato fálico em desenhos de adolescentes e adultos: sentimento de inferioridade e compensação por sentimentos de inadequação fálica, sob uma capa de esforço viril (comum em Impulso Sexual Excessivo e Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Chaminé perpendicular à inclinação do telhado: comum em crianças e adultos sugere angústia em relação às vivências fálicas e/ou a dificuldade de expressar a turbulência emocional.
Chaminé transparente ou visível por meio de uma parede transparente: negação de aspectos sexuais, sensação de impotência, sentimento de fraqueza em relação ao pênis ou medo de castração ou tendências exibicionistas ou expressão de que o sujeito sente que a sua preocupação fálica deve ser óbvia para os outros (comum em Impulso Sexual Excessivo e Transtorno de Personalidade Anti-Social). Antenas ou outros símbolos fálicos: indícios de fantasias sexuais ou necessidade de comunicação com o mundo externo.
Fumaça
Simboliza a respiração e portanto expressão da vida dentro da casa.
a
Chaminé emitindo uma fumaça abundante: expressão de calor e afeto dentro da casa (comum em desenho de crianças). Fumaça em negrito, densa e/ou exagerada: grande tensão interna, conflitos e turbulência no lar ou ambos (denota sintoma mais graves).
Fumaça dirigida para um lado como sob efeito de forte vento (a força da pressão do vento é indicada pelo grau de desvio da fumaça, e o sentimento é revelado pela quantidade de fumaça): sentimento de forte pressão ambiental (comum em crianças com dificuldade escolar e/ou pressionadas pelos pais e em adolescentes constritos pela realização acadêmica).
Fumaça em novelo: conflitos internos e externos ou esforço para extravasar energia intelectual (comum em pessoas que vêem o lar como um lugar de conflitos, turbulência e inquietação).
Acessórios no desenho da CASA
Quando aparecem acessórios no desenho da CASA, estes devem ser analisados de acordo com o conjunto de desenhos.
Detalhes bem organizados na maioria das vezes indicam boa relação com o meio e maior possibilidade de a ansiedade ser bem canalizada e controlada.
Por outro lado, alguns pacientes revelam diretamente a sua falta de segurança ao circundar ou apoiar sua CASA com arbustos, árvores e outros detalhes que não estão relacionados com a instrução dada.
Indica que quanto maior a quantidade desses detalhes, mais intenso é o sentimento de insegurança ou a falta de proteção.
Caminho bem feito e proporcionado, conduzindo a porta: controle e tato no contato com os outros e equilíbrio ba procura de novos caminhos. Caminho longo e sinuoso: reserva nas relações interpessoais (comum em pessoas que inicialmente se mostram cautelosas em fazer amizades, mas, quando a relação se desenvolve, tende a ser profunda). Caminho bifurcado: indecisão e imaturidade afetiva.
Caminho excessivamente largo na extremidade voltada para o observador, mas que diminui, de modo a ficar mais estreito que a porta: tentativa de encobrir o desejo de manter-se distante, empregando uma afabilidade superficial (comum em pessoas seletivas em seus contatos e sugere também Fobia Social). Caminho pedregoso: vivências traumatizantes e dificuldade de contato com o mundo (sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Calçada reta na frente ou caminho que acaba em montanha: falta de energia para vencer os problemas ou dificuldade no contato com as pessoas (sugere Transtorno Depressivo).
Casa com árvores, vegetais, arbustos e/ou grande e vasto jardim: insegurança, necessidade de proteção e de erguer barreiras defensivas para fazer contato formal com os outros (em alguns adultos pode simbolizar desejo e/ou repressão da sexualidade).
Casa com escadas: dificuldade em mostrar-se, em ser autêntico (a) e em ter relacionamentos íntimos. Demonstra ser necessário galgar os degraus para chegar ao interior da pessoa.
Casa com varanda ou com sombra e água fresca: necessidade de relaxar, comodismo, mecanismo de compensação ou problema de relação social.
Montanhas aparecendo no desenho da casa: atitudes defensivas e/ou necessidade de independência, freqüentemente independência materna (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Árvores desenhadas ao redor da casa: freqüentemente representam pessoas, e o examinador pode induzir o sujeito a identificálo. O tipo e o tamanho da árvore, particularmente sua colocação em relação à CASA, podem revelar muito a respeito da percepção que o indivíduo tem de sua constelação familiar. Cercas desenhadas em torno da casa: necessidade de proteção, comportamento defensivo e insegurança (sugere Transtorno de Personalidade Dependente e Transtorno de Personalidade Paranóide).
Florzinha, patinho, etc: imaturidade afetiva ou ambição, desejo de conquistar algo. Nuvem: ansiedade, pressão ambiental ou expressão de pais repressores. Nuvem escura: ansiedade, pressão ambiental e ameaça a distância. Nuvens, neve e/ou chuva caindo: ambiente opressivo (comum em Deprimidos). Sombras: situações de conflitos e ansiedade em nível mais consciente.
Sol: na maioria das vezes simboliza afigura de maior autoridade ou de maior valência emocional (positiva ou negativa) no ambiente do sujeito.
Sol brilhando sobre o lado esquerdo: lado materno, bom relacionamento com a mãe.
Sol brilhando sobre o lado direito: lado paterno, bom relacionamento com o pai.
Torres: isolamento, introversão (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide). Torres cheias de janelas: excitação sexual (sugere Impulso Sexual Excessivo). Elevadores:: em desenhos de adolescentes ou adultos, sugere problema sexual ou fantasia de realização sexual. Detalhes degradantes (lata de lixo, coisas jogadas, etc.): sentimento de hostilidade e agressividade (sugere Transtorno da Conduta e/ou Personalidade Anti-Social).
ÁRVORE Simbolicamente a ÁRVORE atinge os aspectos mais profundos e básicos da personalidade. Acredita-se que isto aconteça pelo fato de trazer um mínimo de associações conscientes, levando a uma menor defesa do ego por parte do examinando.
FIGURA HUMANA
O uso da ÁRVORE como teste projetivo é baseado na suposição de ser um autoretrato inconsciente ou uma elaboração inconsciente da auto-imagem, que é relacionado com os três maiores campos da personalidade: instintivo, emocional e intelectual. O fato de a árvore ter vida e crescer continuamente é que torna possível a representação simbólica do psiquismo humano.
As raízes significam a vida instintiva e os sentimentos que se referem ao contato com a realidade. O tronco representa a vida emocional ou o domínio emocional sobre as pressões ambientais e as tensões internas. E a copa revela a vida intelectual e social, as trocas com o ambiente, a busca de realizações e a distribuição dos investimentos psicológicos na área da fantasia.
O desenho da ÁRVORE reflete os sentimentos mais profundos e inconscientes do examinando sobre si mesmo, enquanto que a FIGURA HUMANA converte-se em um veículo de expressão dos aspectos mais conscientes e de suas relações com o meio. Do ponto de vista de detalhes essenciais, para uma árvore existir é necessário que tenha pelo menos o tronco e a copa.
Habitualmente as pessoas desenham na seguinte seqüência:
Tronco, galhos e copa ou
Estrutura de ramos e depois o tronco ou
Raiz, tronco e copa.
Impressão da ÁRVORE como um todo Pelo fato de as raízes mergulharem no solo e os galhos se elevarem para o céu, a árvore é universalmente considerada um símbolo da vida. A árvore vista como um todo pode dar a impressão de harmonia, inquietude, vazio, aridez, abundância, hostilidade, vigilância, alegria, beleza, etc., fornecendo dados sobre os aspectos inconscientes da personalidade.
Árvore média vigorosa e bem enraizada: integração intacta da personalidade. Árvore grande: tendência à expansão Árvore muito grande, quando o topo ultrapassa a parte superior do papel: tendência a expandir-se exageradamente na área da fantasia em busca da satisfação. Árvore pequena: desencorajamento, pressão ambiental, controle e sentimentos de inadequação para lidar com o meio (sugere Transtorno Depressivo).
Árvore com base no papel: insegurança, sentimento de inadequação (comum em depressivos que na maioria das vezes usam linhas tênues, mostrando falta de energia e motivação, e também em pessoas muito inseguras, que geralmente se prendem à parte inferior da folha em busca de uma segurança compensatória). Árvore mutilada, com cicatrizes e/ou ramos cortados: traumas e assaltos à personalidade (sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático)
Árvore cindida, dividida verticalmente, dando a impressão de duas árvores: fragmentação e/ou divisão da personalidade, ruptura das defesas e perigo que os impulsos internos se extravasem no ambiente (comum em Esquizofrênicos). Árvore com tronco e em uma linha contínua, sem divisão: negativismo e/ou oposicionismo (comum em pessoas que estão apenas atendendo a um pedido do examinador, é uma forma de evitar uma recusa direta).
Folhas, frutos, galhos e/ou flores caídas ou caindo: falta de atenção, esquecimento, leve separação entre sentimentos e pensamentos, falta de firmeza ou sentimento de rejeição. Sombreados claros-escuros: ansiedade, humor vacilante, desorientação, inceretza, indecisão, falta de energia, passividade ou imaturidade (comum em Deprimidos). Desenho de chorões: sentimento de menos valia, cansaço e tristeza (comum em Deprimidos).
Árvore sobre a qual paira uma ave de rapina ou sob a qual urina um cão: sentimentos de culpa, sensação de destruição, degradação, profunda desvalorização e baixa auto-estima (sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Árvores frutíferas: desejo de realizar, ter sucesso, comum em mulheres grávidas e em crianças pequenas (geralmente desenham macieiras). As crianças e adolescentes na maioria das vezes até mais ou menos 14 anos de idade identificam-se com a fruta, e a árvore simboliza a figura materna. Quando a fruta está caindo ou já está caída, significa sentimento de rejeição, perda ou separação.
Árvore de Natal no adulto: pode indicar tanto dependência co desejo de retornar à infância quanto ao exibicionismo, quando a ênfase maior está nas luzes e decorações.
Árvore de Natal nas crianças: se está próximo do Natal, geralmente é a influência da própria festa, mas, quando fora da data, denota expressão de saudade e lembrança de momentos passados.
Estilizada: sofisticação, superficialidade, falta de autenticidade ou disciplina, ou aptidões técnicas e construtivas, gosto pela sistematização (sugere Transtorno de Personalidade ObsessivaCompulsiva).
Formas inautênticas (copa em coração, em trevo, etc.): falta de autenticidade, mascaramento e ou dissimulação (comum em desenhos de adolescentes).
Árvore inclinada para a esquerda: introversão, atitude defensiva, cautela, necessidade de segurança, medo de afetos, prisão ao passado e satisfação controlada dis impulsos (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Árvore inclinada para a direita: impulsividade, necessidade de satisfação imediata, capacidade de entrega pessoal e amor ao dever (sugere Transtorno de Personalidade Histriônico).
Árvore com apoio, estacas: necessidade de apoio, segurança e orientação, falta de independência e de confiança em si mesmo (sugere Transtorno de Personalidade Dependente). Esteriotipias: rigidez, dificuldade ou falta de capacidade de expressão, falta de independência no julgar, horizonte limitado (comum em crianças até mais ou menos 7 anos de idade e, em adultos sugere apego a esquemas infantis ou Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo)
Riqueza na representação da árvore: sonhador, valorização do exterior, desejo de produtividade artística e/ou necessidade estética.
Simplificação na representação da árvore: senso prático, objetivo, orientado para o essencial, desprezo pelo exterior, falta de fantasia ou pode ser apenas “preguiça”.
Idade atribuída à ÁRVORE
A idade que o examinado dá à sua ÁRVORE simboliza o nível de maturidade psicossexual, e o adequado é que seja próxima à idade dele.
Geralmente as pessoas prendem-se a uma faixa etária de maior satisfação ou fixam-se em vivências traumáticas.
Idade próxima à do paciente: bom nível de maturidade psicossexual.
Idade aquém a idade do sujeito: imaturidade ou vivências traumáticas (sugere Transtorno de Estresse PósTraumático).
Idade muito além da idade do sujeito: vivências depressivas e inadequadas para a idade e/ou com necessidade de crescer logo.
ÁRVORE apresentada como morta
As questões a respeito da “vida”e da “morte”da ÁRVORE dão ao examinando a oportunidade de projetar e expressar simbolicamente seus sentimentos de pressão, inadequação e sofrimentos e de declarar se sente que a pressão vem de dentro, de fora do self ou de ambas as formas.
Pessoas mais doentes psicologicamente muitas vezes vêem suas árvores mortas. Quando a morte é na raiz é mais patológico do que nos galhos (os galhos da mesma forma que os braços da pessoa simbolizam os recursos para a busca da satisfação); quando o tronco que está morto implica em uma perda de controle e perda para o alcance do bem-estar. Deve-se questionar se a morte da ÁRVORE (ou da parte dela) é decorrente de causa externa ou interna e há quanto tempo isso ocorreu, pois geralmente corresponde a época ou tempo do trauma.
Idade da morte: geralmente coincide com a época do trauma.
Morte por causa interna (apodrecimento ou doença da raiz, do tronco e/ou dos galhos): implica em algo interno e mais doentio (pior prognóstico) e fortes sentimentos de culpa (comum em Esquizofrênicos, Depressivos e sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Morte por causa externa (parasitas, raios, ventos, golpes de machados, etc.): sensação de que o meio é responsável por suas dificuldades e traumas (o prognóstico é melhor). A morte do tronco sugere problemas mais sérios que o da copa ( comum em retraídos, deprimidos e desesperançados em conseguir um ajustamento razoável e sugere também Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Perspectiva ou posição da ÁRVORE
A ÁRVORE pode ser desenhada desde uma forma natural, ereta, até totalmente inclinada, recurvada e destituída de qualquer força.
Vertical ou ereta: posição natural, maturidade, inteligência, espiritualidade, altivez ou superestimação de si mesmo.
Inclinada para a direita: dedicação, capacidade de entrega pessoal, disponibilidade para o sacrifício e para servir aos outros, fraqueza de domínio ou ainda impulsividade, facilidade de renovação, fixação no futuro e/ou desejo de esquecer um passado infeliz (sugere Transtorno de Personalidade Histriônico). Inclinada para a esquerda: introversão, necessidade de proteção e de segurança, atitude defensiva, aversão e/ou rejeição do ambiente, medo de afetos, constrangimento, fixação e/ou prisão ao passado com medo do futuro, satisfação controlada dos impulsos (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Árvore recurvada, voltada para a terra, sacudida pelo vento ou quebrada por tempestades: sensação de forte pressão ambiental, falta de apoio, inibição, bloqueios ou sentimento de prisão ao passado, de ser impedido pelas circunstâncias (comum em Transtorno de Personalidade ObsessivoCompulsivo e sugere também Hipocondria).
Em arco: cansaço, fadiga, resignação, introspecção ou culpa (comum em Deprimidos)
Simetria
A natureza é harmoniosa e relativamente simétrica.
Portanto, para ser considerado um bom desenho de árvore é necessário que se tenha uma mínima capacidade de organização/
Moderada: capacidade de organização, equilíbrio e habilidade para obter satisfação.
Exagerada: apego a esquemas fixos, necessidade de equilíbrio íntimo, falta de adaptação intelectual, rigidez ou ambivalência (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo).
Ausência: insegurança, instabilidade e falta de defesas (comum em Esquizofrênicos).
Raiz
São inúmeras as funções da raiz, dentre elas, as mais fundamentais é que retiram o alimento da terra, apóiam e seguram a árvore. São freqüentemente ocultas ou parcialmente visíveis, mas firmam a sua existência, mostrando ser a parte mais durável e essencial para o desenvolvimento da planta. A RAIZ simboliza o inconsciente, as forças instintivas, primitivas, impulsivas e não elaboradas, incluindo também o contato com a realidade, a necessidade de apoio e segurança e a busca de energia psíquica básica.
Raiz abaixo da linha da terra: equilíbrio, maturidade e domínio dos impulsos. Sem raiz: pessoa auto-suficiente ou se há espaço entre a base do tronco e a linha do solo pode significar que a pessoa se sente no ar, separada do elemento nutridor e falha na capacidade de perceber a realidade. Ênfase no desenho da raiz: imaturidade, primitivismo e predomínio maior da vida instintiva ou medo de perder a objetividade, preocupação em desligar-se da realidade, já que a raiz simboliza a ligação à terra. (sugere Transtorno de Personalidade Esquizotípica e/ou Transtorno de Despersonalização.
Raiz de tamanho desproporcional: necessidade de agarrar-se e manter-se fixo à realidade, insegurança e medo da perda de controle (comum em indivíduos com incapacidade intelectual e sugere Transtorno de Aprendizagem e Transtorno de Ansiedade Generalizada).
Raiz sombreada, negrito ou com muitos traços: dificuldade de enfrentar o meio, apego a terra e conflitos, predomínio da vida instintiva, medo de perder a objetividade, preocupação em desligar-se da realidade (comum em Transtorno de Personalidade Esquizotípica).
Raiz com um traço só: primitivismo, cujos impulsos não são fiscalizados pelo consciente, pouca independência e pressão familiar (comum em Transtorno de Aprendizagem). Raízes terminadas em pontas: predomínio da vida instintiva, falta de agilidade mental, primitivismo intelectual e em alguns casos agressividade. Raiz ramificada: riqueza e sensibilidade maior do inconsciente.
Raiz saindo da base do papel: é normal até 10 anos de idade. No adulto sugere dificuldade de aprendizagem ou caráter dependente, insegurança e sentimento de inadequação. Prende-se à base do papel como segurança compensatória (comum em Deprimidos e sugere também Transtorno de Personalidade Dependente). Raiz por meio de solo transparente (que aparecem sob a linha do solo): falha na capacidade de perceber a realidade, imaturidade cognitiva e dependencia. Comum em crianças até mais ou menos 7 anos de idade. Em adolescentes e/ou adultos, indica um prejuízo na capacidade de perceber a realidade (sugere Transtorno de Personalidade Esquizotípica).
Raiz em forma de garra, representada como que lutando para prender-se ao solo: ligação hipervigilante e de pobre contato com a realidade, temor pânico de perder o contato com a mesma; é como se tivesse que agarrar para não perder o contato com a objetividade (encontrado em pessoas agressivas com Transtorno de Personalidade Paranóide ou Transtorno do Pânico).
Linha da terra e do solo
A linha do solo simboliza o traço divisório entre o consciente e o inconsciente (os separa e os liga concomitantemente).
É a base da árvore e separa o meio nutridor (raízes, terra) da sua zona de expressão (copa).
Fornece dados sobre os sentimentos de segurança, estabilidade, equilíbrio, necessidade de apoio e auto-sustentação.
A maior parte das pessoas desenha a linha do solo.
As crianças o fazem com menor freqüência, mesmo porque preferem colocar a árvore na beira do papel, que para elas simboliza o chão.
Linha entre o tronco e a raiz: equilíbrio entre o consciente e inconsciente, harmonia interna e maturidade. Linha acima da base do tronco: indiferença em relação a realidade, alienamento e atitude passiva (comum em adolescentes e em doentes hospitalizados, pois um longo período de ociosidade forçada naturalmente faz com que estas pessoas considerem a realidade num plano afastado. A linha do chão, como expressão da realidade imediata, é empurrada para o horizonte.
Linha abaixo da base do tronco: sentimento de desenraizamento e separação. Ausência de linha entre a base e a terra: falta de firmeza, estado mais primitivo com reduzida capacidade de objetivação ou falta de diferenciação do eu (comum empessoas que não tem “os pés no chão, que vivem como que suspensas no ar”). Linha de terra bem escura, em negrito: ansiedade, desejo de ocultar ou disfarçar os conflitos íntimos.
Linha oblíqua ou inclinada: aversão, afastamento, reserva, inclinação a contradizer, incerteza, instabilidade, desamparo face a pressões ambientais e falta de estabilidade (perdendo o “pé”, escorregando, insegurança). Linha tipo ilha: isolamento, solidão ou sentimentos de rejeição e abandono (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide). Linha borrada: ansiedade em relação ao sentir a terra sob seus pés, o sabor onde pisa e como se situa no mundo (sugere Fobia Social).
Linha convexa (árvore colocada em uma colina ou montanha): isolamento aliado à necessidade de autonomia, solidão e reserva; pode ser também indício de vaidade, posse, necessidade de colocado em um pedestal, de ser admirado, sentimentos de grandeza, “o todo poderoso” ou sugere dependência maternal. Linha côncava (árvore colocada em uma depressão): sentimentos de inadequação e inferioridade (comum em pacientes Deprimidos).
Linha representada pela borda do papel: na criança é bastante comum e no adulto pode indicar dificuldade de base afetiva e representação infantil do mundo.
Linha grande por toda a largura do papel: necessidade de maior objetivação na vida e insegurança.
Linha cheia de vegetação: insegurança, dramatização, dificuldade na área afetiva ou vaidade.
Tronco
O tronco é o suporte da copa, a parte mais estável e durável da árvore.
Simboliza a força interior, o sentimento de poder e de sustentação do ego, o equilíbrio, e fornece também dados sobre o desenvolvimento emocional e sobre a integração da personalidade.
Tronco reto, bem proporcionado: evolução normal da personalidade. Tronco forte, firme e estável: capacidade de adaptação, auto-sustentação, sensação de força e poder. Tronco reto e rígido como um poste: rigidez do ego, controle emocional, necessidade de defesas para manter a integridade da personalidade, recursos mais manuais do que intelectuais ou afetivos. Em adultos também pode representar um símbolo fálico (sugere Transtorno de Personalidade ObsessivaCompulsiva).
Base do tronco reta ou apoiada na beira do papel: é a representação infantil do mundo; portanto, é normal em crianças pequenas. Em adultos sugere infantilidade, imaturidade, regressão, sentimentos de inadequação e insegurança (comum em Deprimidos e em alguns casos de Deficiência Intelectual). Tronco solto no espaço, sem raiz, sem base, longe da linha da terra: falta de apoio, desorientação, falta de firmeza e insegurança.
Tronco cortado, quebrado ou fechado na parte superior: discrepância entre desejo e realidade, entre querer e poder (sentir e agir), não verdadeiro para consigo (comum em crianças até 6,7 anos de idade, em Transtorno de Ansiedade Generalizada). Tronco aberto na parte superior: dificuldade de conclusão, de comprometerse, indefinição (deixar como está para ver como fica) ou abertura para novas idéias e soluções, espírito inventivo e necessidade de investigar.
Tronco aberto na parte superior e fechado na inferior: esforços superdeterminados e desgastantes de assertividade associada a fragilidade e insegurança, repressão da energia instintiva (base pequena). Tronco aberto na parte inferior e fechado na superior: predomínio da vida instintiva. Tronco aberto na parte superior e na inferior: indecisão, comportamento flutuante e dificuldade de compreensão na vida.
Dois troncos ou um tronco dentro do outro: necessidade de apresentar-se frente ao mundo com força e auto-afirmarão encobrindo sentimentos de fragilidade interior.
Tronco curvado ou cortado: pressão ambiental e inibição, sentimento de castração (sugere Transtorno do Pânico).
Tronco bifurcado: ambivalência afetiva.
Tamanho do tronco Equilíbrio entre o tamanho do tronco e a da copa: evolução normal da personalidade. Tronco longo: predomínio da vida instintiva e emocional, imaturidade, inquietude motora, vivacidade de fundo emocional ou sentimento de constrição ambiental com uma tendência a reagir agressivamente na realidade ou na fantasia (comum em crianças).
Tronco curto e/ou grosso com copa grande: pressão externa e dificuldade de expressão do eu, maior satisfação na fantasia e contato com a realidade menor que o desejável, ambição, autopreocupação, entusiasmo. Idealismo, arrogância, superficialidade, equilíbrio precário da personalidade por efeito da frustração em não conseguir satisfazer as necessidades básicas, desenvolvimento retardado e regressão a estados primitivos (comum em desenhos de crianças pequenas, pacientes com Transtorno de Somatização e em adultos regredidos).
Tronco longo que se estende além do tipo da página: necessidade de buscar satisfação na fantasia.
Tronco longo e sombreado: reação emocional à má condição do meio.
Tronco longo e fino com grande estrutura de galhos: precário equilíbrio da personalidade motivado por excesso de ênfase na satisfação das necessidades.
Tronco grande e pequena estrutura de galhos: precário equilíbrio da personalidade motivado pela frustração e pela incapacidade de satisfazer as necessidades básicas.
Tronco longo, copa pequena: predomínio da vida instintiva, imaturidade, falta de adequação para expressar-se, inquietação motora e vivacidade de fundo emocional. Considerado normal em crianças até a fase do jardim de infância, as com idade escolar geralmente desenham a copa do memso tamanho que o tronco, sendo que as meninas fazem o tronco um pouco mais longo que os meninos. Também encontrado em Transtorno de Aprendizagem.
Largura do tronco
Tronco frágil, fino e instável: sensibilidade, vulnerabilidade e insegurança.
Tronco muito fino ou pequeno, com uma grande estrutura de galhos equilíbrio precário da personalidade, necessidade de maior satisfação, mas com pouca sustentação.
Base do tronco alargada para a esquerda: introversão, inibição, bloqueios, conflitos, dependência ou fixação materna, prisão ao passado e dificuldade para libertar-se de algo (comum em alguns casos de Transtorno de Aprendizagem e sugere também Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Base do tronco alargada para a direita: desejo de expansão, oposição ou resistência aos outros e teimosia. Ocasionalmente pode indicar ressentimento, desconfiança e predominância dos desejos e instintos (sugere Transtorno de Personalidade Histriônica).
Base do tronco alargada para os dois lados: inibição do pensamento, dificuldade para aprender, dificuldades na compreensão da vida ou medo de possível perda de contato com a realidade com afirmação compensatória. Tronco da base alargada podendo ou não terminar em ponta: imaturidade, predomínio da vida instintiva, estagnação da vida afetiva, constrição do crescimento. A diminuição gradual do tronco é esperada, mas quando é rápida ou repentina transmite um sentimento de racionamento abrupto no decorrer do desenvolvimento e de uma vida anterior mais rica e satisfatória emocionalmente (comum em Transtorno de Aprendizagem).
Contorno do Tronco Contorno do tronco ondulado em ambos os lados do tronco: vitalidade, animação, capacidade de adaptação, habilidade nas dificuldades e no contato. Contorno do tronco irregular à esquerda: introversão, vulnerabilidade interna, conflitos, dificuldades, inibição, difícil adaptação e traumatismos psíquicos (comum em pacientes com doença orgânica e acidentados, Transtorno de Somatização, Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Contorno do tronco irregular à direita: contato ativo com a realidade ou traumas psíquicos e dificuldade de adaptação (sugere Transtorno e Estresse Pós-Traumático e de Personalidade Histriônica). Contorno do tronco em linhas difusas e interrompidas: sensibilidade, empatia ou caráter hesitante e sentimento obscuro dos limites de personalidade. Contorno do tronco com linhas de traços curtos: irritabilidade, impulsividade e impaciência (sugere Transtorno de Personalidade Borderline).
Contorno do tronco com saliências, linhas tremidas, tortas e nós: desenvolvimento físico ou psíquico com traumatismos, doenças graves, acidentes, grandes dificuldades, congestionamento de afetos, bloqueios, choque ou impulsividade, vulnerabilidade, excitabilidade, nervosismo e impaciência (sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Contorno do tronco com reforço das linhas: medo de desintegração do eu; necessidade de manter a integridade da personalidade empregando defesas compensatórias para encobrir ou combater o temor e o pânico. Tentativa de preservarse contra esta eventualidade por meio dos recursos disponíveis (comum em adultos imaturos, com humor lábil, passivos e sem energia e sugere Transtorno Depressivo).
Contorno do tronco com traços leves ou falhos: sentimento de colapso da personalidade ou perda da identidade pessoal. Trata-se de um estágio no qual as defesas compensatórias são consideradas inúteis para impedir uma desintegração iminente, estando invariavelmente presente uma ansiedade aguda (sugere Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Transtorno do Pânico).
Superfície ou tipos de desenhos no tronco
Superfície raiada, rugosa, áspera, com traços pontiagudos, angulosos ou serrilhados: suscetibilidade, vulnerabilidade, sensibilidade exacerbada, emotividade, irritabilidade, propensão à violência e cólera, aspereza e falta de tato ou capacidade de observação (comum em pessoas com espírito crítico e que reagem facilmente).
Superfície com traços curtos, arredondados ou delicados: flexibilidade, facilidade no contato e disposição para se adaptar.
Superfície do tronco borrada ou sombreada: ansiedade, traumatismos, sensibilidade ou adaptabilidade (comum em Depressivos e em alguns casos de Impulso Sexual Excessivo e sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
Superfície com sombreado à esquerda: sonhador, introvertido, suscetibilidade, vulnerabilidade, inibições, dificuldade para expressar-se, falta de mobilidade, rigidez, falta de agilidade, regressão e fixação em estágios mais primitivos (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide). Superfície com sombreado à direita: capacidade para fazer amizades, de contatuar com os outros e adaptabilidade (na puberdade, o sombreado à esquerda e à direita se alterna com bastante freqüência).
Superfície com protuberâncias, buracos, rachaduras ou fendas: traumas psíquicos, sentimento de inferioridade, de dúvida, ansiedade, carência, culpa e bloqueios (comum em acidentados ou doentes e sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Superfície manchada: traumas, ansiedade (comum em alguns casos de Impulso Sexual Excessivo e sugere também Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Tronco com buracos e com animais espiando para fora: eventos traumáticos, sensação de que um segmento da personalidade está patologicamente sem controle, tendendo à destruição (dissociação) ou ainda indica maior identificação com o animal do que com a própria árvore, expressando anseios regressivos pelo isolamento, pelo calor e proteção da existência intra-uterina (comum em crianças de idade escolar, ocasionalmente entre adultos imaturos, Transtorno de Ansiedade Generalizada e sugere Transtorno e Estresse Pós-Traumático).
Galhos ou ramos Os galhos representam os braços da árvore e simbolizam a capacidade para obter satisfação no meio. Representam os recursos subjetivos do indivíduo para aproximar-se dos outros, expandir-se e realizar-se. Formam a zona de contato com o ambiente, permitindo o intercâmbio entre o que é interior e o que é exterior.
Um paciente omitirá os galhos se não se relaciona com as pessoas que o cercam. Às vezes um examinando pode tentar mascarar com um otimismo superficial ou compensatório seus sentimentos mais profundos de incapacidade para obter satisfação desenhando uma pessoa com braços longos e abertos. Mas, na árvore, os ramos estão truncados ou quebrados, demonstrando que não sente nenhuma esperança de sucesso. O número, tamanho,forma e flexibilidade dos galhos indicam o grau de habilidade do indivíduo para relacionar-se com os outros.
Galhos ou ramos frondosos e vivos: bom humor e facilidade em buscar satisfação no meio.
Arranjo de galhos ou ramos em harmonia: serenidade, calma, autoconfiança, condições para buscar satisfações no ambiente ou ainda insensibilidade e ausência de tensões.
Galhos ou ramos ricamente ramificados: sensibilidade, delicadeza de sentimento, facilmente impressionável ou grande reatividade, agressividade, criticismo e agudeza (comum em pessoas supersensíveis).
Galhos ou ramos ondulados e/ou arredondados: tendência ao devaneio, sonho, mas com facilidade em expressar-se, comunicar-se e habilidade no contato social. Galhos ou ramos interrompidos em sua inserção (principalmente nas linhas curvas): consideração e delicadeza. Arranjo de galhos ou ramos em desarmonia: excitabilidade, inquietude, ansiedade e extroversão (sugere Transtorno de Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Galhos ou ramos em traços simples e não duplos: imaturidade, sentimento de impotência, desenvolvimento mais afetivo que intelectual (comum em crianças embora às vezes pode ser sinal de Transtorno de Aprendizagem ou regressão em adultos). Galhos ou ramos e tronco com traços simples e não duplos: sentimentos de impotência, falta de força do ego para busca de satisfação e sentimentos de inadequação (comum em casos orgânicos e sugere também Hipocondria).
Galhos ou ramos cortados ou quebrados,pendentes, mortos ou presos à árvore: experiências traumáticas, corte e/ou inibição das vias de expressão, bloqueios, conflitos, sentimento de não ser uma unidade completa dentro de si mesmo (desintegrado), desamparo, falta de autoconfiança, isolamento e reserva (sugere Transtorno de Estresse PósTraumático). Galhos ou ramos soldados na copa, quando há uma linha divisória entre o tronco e a copa: discrepância entre o desejo e a realidade, a vontade e ação, divisão interior entre as tentativas genuínas e as forçadas.
Tronco de árvore truncado e/ou cortado e dele saindo pequenos galhos ou ramos: personalidade lesada e crescimento emocional bloqueado, mas no entanto apresentando ensaios hesitantes para retomar o crescimento. Trauma com indício de reajustamento ou recuperação. Galhos ou ramos caídos ou caindo: sentimento de perda, sacrifício e renúncia (sugere Transtorno depressivo). Galhos ou ramos secos em lugar da copa: aridez, vida afetiva vazia ou agressividade.
Galhos ou ramos finos ou selos nas pontas e pontudos: agressividade, sensibilidade elevada ou espírito crítico e mordaz ou sadismo (sugere Transtorno de Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social). Galhos ou ramos semelhantes a lanças pontiagudas, farpas ou espinhos: impulsos intensos e carregados de hostilidade e agressão ou sadismo caso extremamente a pessoa mostra-se reservada ou gentil, provavelmente este ajustamento é feito à custa de esforços maciços de repressão. Deve-se buscar indícios de falta de controle e/ou agressividade em outros detalhes do desenho.
Galhos ou ramos que se assemelham mais a falos do que propriamente ramos: preocupações sexuais, medo de castração e/ou esforços para conquistar a virilidade. Galhos ou ramos secundários como se fossem espetos encravados no corpo dos ramos primários: tendência masoquista. Galhos ou ramos não fechados nas pontas: pouco controle na expressão dos impulsos (sugere Transtorno de Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Arranjo de galhos ou ramos de forma repetida, ligamentos sucessivos: esteriotipia por perturbação na evolução, falta de senso com a realidade, regressão e pouca capacidade de adaptação (comum em Transtorno de Personalidade Obsessiva-Compulsiva).
Galhos ou ramos em labirintos e/ou formas angulares: imaturidade, primitivismo,regressão a um estado infantil e inibição do desenvolvimento. Em desenhos de crianças de 6 anos de idade aparecem em traço único e mais tarde em traço duplo, e aos 9 anos de idade desaparecem (comum em adultos regredidos).
Galhos ou ramos com ângulos: pessoas severas, de adaptação difícil e resistentes (comum em Transtorno de Personalidade Esquizóide). Galhos ou ramos em parênteses uns contra os outros, dentro da copa: confusão, repressão, facilidade em ser influenciável e dominável (comum em Transtorno de Personalidade Esquizóide). Galhos ou ramos entrelaçados: ambivalência, indecisão ou capacidade crítica para julgamentos.
Galhos ou ramos em traços descontínuos: superficialidade, incerteza, instabilidade, impulsividade, distúrbios do pensamento e da atenção e, em alguns casos: pessoas intuitivas, de espírito inquieto e aberto (comum em pessoas com Distúrbio de Atenção e sugere também Transtorno de Personalidade Esquizotípica).
Galhos ou ramos que se estendem como que flutuando no espaço ou como fumaça: tendência ao sonho, à fantasia, à falta de concentração e, dificuldade para a ação, dispersão, preocupação com o menos importante e incapacidade para agir.
Galhos ou ramos frágeis e inadequados: dificuldade na busca de satisfação no ambiente.
Galhos ou ramos envolvidos por flores como chumaços de algodão ou tipo nuvem nas suas extremidades: atenuação das verdadeiras intenções, dificuldade de contato próximo com as coisas, medo e/ou dificuldade em expressar agressividade, reserva, timidez, diante da realidade e discrição (a dura expressão dos galhos é ocultada pela almofada de algodão, comum em pessoas impenetráveis que poupam a si mesmas).
Galhos ou ramos separados: impulsividade associada a falta de amplitude interpessoal, impulsos agressivos e hostis (sugere Transtorno de Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social). Preenchimento do espaço da copa com galhos, frutos ou flores ao acaso: imaturidade e regressão. Galhos ou ramos e copa inclinados sob um sol grande e baixo: afastamento tímido da dominação de uma figura de autoridade, parental ou não, sensação de inadequação, de ser controlado e subjugado.
Galhos ou ramos superdesenvolvidos e tronco raquítico: ênfase na busca do prazer, dúvida acerca de sua importância e tendência à fantasia.
Galhos ou ramos com estereotipias (todos iguais): dificuldade de expressão, automatismo e limitação intelectual (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva).
Ausência de galhos ou ramos: é bastante comum a copa ocultar os galhos, mas dependendo da impressão da árvore como um todo, sugere dificuldade em obter satisfação do meio em realizar-se e em interagir com as pessoas.
Tamanho dos galhos ou ramos Galhos ou ramos muito curtos: reserva, artificialismo, inibição dos afetos, angústia e inadaptação. Galhos ou ramos muito longos, arqueados e sinuosos: descuido, falta de controle, timidez nos afetos e medo. Galhos ou ramos muito longos, sem direção certa, para preencher um vazio: tendência a fugir ao que é estabelecido, a sonhar, indisciplina, medo e excitação.
Galhos ou ramos pequenos, copa raquítica sobre um tronco muito grande: frustração devido à inabilidade de satisfazer necessidades básicas.
Galhos ou ramos longos e finos (numero maior de galhos ou ramos para cima e pouquíssimos para os lados): medo de não conseguir satisfação no ambiente, com recompensa na fantasia.
Largura dos galhos ou ramos
Galhos ou ramos primeiro mais grossos e próximos e depois mais finos e afastados: sentimento de alta capacidade para obter satisfação do ambiente.
Galhos ou ramos que começam e continuam grossos até a extremidade: perseverança ou tendência a violência, primitivismo.
Galhos ou ramos que começam estreitos e depois engrossam: realização quantitativa, trabalhador fanático, indivíduo pronto para a ação, extrovertido, ambicioso, ativo e dirigido por impulsos.
Galhos ou ramos finos e pequenos: egoísmo e avareza.
Galhos ou ramos em duas dimensões avertos nas extremidades: sentimento de pouco controle sobre a expressão dos próprios impulsos.
Direção dos galhos ou ramos
Galhos ou ramos estendendo-se tanto lateralmente (para o ambiente exterior) como para cima (área da fantasia):equilíbrio nos esforços em busca de auto-satisfação, serenidade, calma, confiança, apoio em recursos internos e facilidade em buscar satisfação no ambiente.
Galhos ou ramos em direções opostas: contradições, oposição, inconseqüência, desadaptação, teimosia, desorientação, ambivalência, luta entre afetividade e controle.
Galhos ou ramos abertos em direções opostas: ambivalência afetiva, indefinição, desejos variáveis, sem um tema central e oposição (comum em pessoas que sob pressão explodem).
Galhos ou ramos cruzados com descontinuidade: prudência, cautela, falta de clareza e de aptidão para discernir. Galhos ou ramos para o alto a ponto de fazer o topo da árvore ultrapassar o limite superior da página: inversão na fantasia (comum em Esquizofrênicos). Galhos ou ramos para o alto e poucos para os lados: medo e/ou dificuldade em não conseguir obter satisfação do ambiente e tendência a fantasiar (subindo em direção ao topo da página) para conseguir gratificação substitutiva.
Galhos ou ramos que se voltam para dentro (como cascas de cebola) ao invés de saírem para o ambiente: egocentrismo, fortes tendências introvertidas e ruminantes ou não-inflamáveis, senso de independência e isolamento do exterior (comum em pacientes com Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva). Galhos ou ramos que se afastam do centro (saem para fora): agressividade, iniciativa, necessidade de contato com a realidade e extroversão.
Galhos ou ramos dirigindo-se para o sol como num apelo: grande necessidade de afeição. A árvore estende-se os braços ansiosos em busca de calor (sol representa a figura de autoridade, que pode ser positiva ou negativa).
Galhos ou ramos com movimentos para cima: energia, atividade, entusiasmo, fanatismo, tendência religiosa ou falta de senso da realidade.
Galhos ou ramos com movimentos para baixo: insegurança, depressão, melancolia, resignação, falta de coragem, cansaço e pouca resistência (sugere Transtorno depressivo). Ênfase exagerada nos galhos ou ramos à esquerda (quanto ao número e tamanho): introversão, reserva, inibição e desequilíbrio na personalidade (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide). Ênfase exagerada nos galhos ou ramos à direita (quanto ao número e tamanho): desequilíbrio produzido por evitar ou retardar satisfação emocional e procura de satisfação por meio de esforço intelectual (sugere Transtorno de Personalidade Histriônico).
Copa
A copa é o campo de expressão e beleza da árvore.
É a sua parte mais delicada e perecível, é a sede das folhas, flores e frutos, sendo a manifestação da plenitude de sua existência.
O desenho da copa traz no seu grafismo indicações da vida intelectual, das fantasias e da criatividade do paciente. Indica também a relação de troca entre o que é de dentro e o que é de fora, o tipo de comportamento em relação à realidade, sociabilidade e atividade imaginativa. A parte externa e as extremidades simbolizam a zona de contato com o ambiente.
Copa apresentando um conjunto equilibrado, sem pender para nenhum lado: calma interior, estado de equilíbrio, autoconfiança e maturidade. Copa só contornada, vazia: vazio de alma (o espaço da copa é o campo de expressão do indivíduo). Copa dividida em fragmentos ou pedaços: riqueza interior e/ou proteção a si mesmo (os ramos envolvem-se para evitar o choque).
Copa achatada ou apoiada na borda da folha: pressão ambiental ou dependência e imaturidade. Ausência de copa, copa incompleta ou dificuldade de completá-la: dificuldade nas relações pessoais, indefinição e dificuldade para achar soluções adequadas. Parte da copa omitida ou cortada: sentimento de inferioridade, desenvolvimento detido, inibição, resistências, timidez, necessidade de omitirse ou de esconder algo.
Copa com espaços internos vazios: cautela, impenetrabilidade, sentimento de insuficiência e necessidade de ocultação (evitar certas zonas indica o sentimento de inferioridade e de fracasso).
Copa fechada e sombreada: repressão da energia instintiva e isolamento social.
Copa descoberta: algo incompleto, indecisão, indeterminação ou tendência à investigação e à iniciativa.
Copa esférica, envolvida por uma membrana: dificuldade de comunicação, timidez, retraimento, medo, falta de contato interior, não verdadeiro para consigo mesmo e dissimulação.
Copa encaracolada ou ondulada: valorização do aspecto externo, superficialidade, entusiasmo, tendência à extravagância, atividade, animação, dramatização e comunicação.
Copa com emaranhado de linhas confusas: grande mobilidade psíquica, poder de improvisar, sem objetivo, confuso, inconseqüente, selvagem, falta de estabilidade, incapacidade de concentração, falta de disciplina, impulsivo, imprevisível, falta de clareza de pensamento e trabalho sem método. Copa arredondada e do tipo nuvem: tendência a fantasiar, sonhador, flexibilidade ou falta de energia para realização e nedo da realidade.
Copa em forma de raios ou varas ou linha de serra: nervosismo, irritabilidade, agressão, agitação, impulsividade, fraca estabilidade, impaciência, exigência, teimosia ou diversificação de interesses, dificuldade de concentração (comum na crise da puberdade e em Transtorno de Ansiedade Generalizada). Copa do tipo salgueiro: insegurança e indivíduo fortemente afetado pelo ambiente (comum em Deprimidos).
Copa com formato dado por jardineiro: dificuldade em se expor, falta de originalidade, artificialidade, pessoa não verdadeira para consigo, correção forçada, rigidez, mecanização ou sofisticação (comum em alunos-modelo com falta de originalidade e sugere também Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva). Copa em forma de trevo ou coração: mascaramento e falha de autenticidade. Copa em ponta: crítica e agressividade.
Copa com flocos dealgodão ou nuvens nas pontas dos galhos: obscurecimento ou mascaramento das próprias intenções, medo de contato com a realidade e dificuldade em estabelecer uma relação mais inteira com as pessoas ou situações. Copa como rolo de fumaça: indivíduo facilmente influenciável, tendência a devanear e a fantasiar e dificuldade para agir. Copa em ramificações delgadas: sensibilidade e suscetibilidade.
Copa como chama de vela: entusiasmo, energia, orientação para o autoaperfeiçoamento contínuo, fanatismo, fantasia e imaginação criadora. Copa achatada na parte superior: inibição, forte pressão ambiental, obediência não desejada, resignação, dificuldade para tomar decisões, sentimento de inferioridade, pessoa imobilizada que não pode escapar de um estado emocional e falta de agressividade (sugere Transtorno Depressivo).
Copa levemente sombreada: empatia, suavidade, passividade ou indeterminação, irresolução e confusão. Copa em linhas simples: falta de maturidade intelectual ou afetiva (normal na infância). Copa de linhas curvas: doçura, imaginação, compreensão afetiva e cortesia (comum em pessoas prestativas). Copa com linha trêmulas: nervosismo, irritabilidade e insegurança.
Copa feita por um conjunto mais ou menos discordante de linhas: grande mobilidade psíquica, atividade, agitação, labilidade de humor, ambivalência, falta de estabilidade, desorientação ou produtividade, espontaneidade, inconseqüência e improvisação (sugere Transtorno de Personalidade Borderline).
Linha separando a copa do tronco: discordância entre capacidade e ação, entre querer e fazer, visão curta e infantil, inadaptabilidade (normal entre crianças pequenas, porém, depois dos 7,8 anos de idade sugere Transtorno de Aprendizagem).
Tamanho da copa Copa grande e tronco pequeno: confiança em si mesmo, preocupação consigo e ambição maior que a capacidade de realização. Copa pequena e tronco grande: forte dinâmica emocional e imaturidade (comum em crianças) e, se forem adolescentes ou adultos, sugere sentimento de inadequação, dificuldade de realização e regressão aos níveis mais primitivos.
Copa pequena: infantilidade e imaturidade (até 9 ou 10 anos de idade é normal).
Copa grande: fantasia, vaidade, entusiasmo, exibição ou instabilidade, falta de concentração e agitação.
Copa muito grande e incompleta por não caber no papel: maior satisfação na fantasia que na realidade.
Direção da copa
Copa em equilíbrio ( não tendendo para nenhum dos lados): estado de equilíbrio, calma, maturidade, satisfação consigo mesmo ou psicologicamente estático e tensão de duas forças igualmente fortes.
Copa aumentada para o lado direito: extroversão, auto-suficiência, auto-confiança, arrogância, vaidade, necessidade de ser importante, orgulho, facilidade em expressar afetos, ambição intelectual e desembaraço em lidar com o mundo exterior.
Copa aumentada para o lado esquerdo: introversão, timidez, subjetividade, narcisismo ou fixação materna, prisão ao passado, medo do progresso, preocupação consigo mesmo, vivendo no mundo dos desejos e passividade.
Copa com ramos descendentes do lado esquerdo e ascendente do lado direito: exterioriza com entusiasmo maior do que sente, esforço de superação do abatimento e fadiga (comum em Deprimidos).
Copa pendendo aos lados do tronco: imobilização na emoção, não produz quanto poderia, falta de agressividade, cansaço, falta de energia, passividade, indecisão e apatia (comum em Deprimidos).
Copa orientada para o alto: entusiasmo, energia, tendência à realização, busca de realização na fantasia e ambição.
Copa com ramos para o centro (para dentro): tendência a reserva, proteção do ego, defesas, concentração, ou autosuficiência, independência, harmonia interior, firmeza, decisão ou egocentrismo, narcisismo e dificuldade de comunicação e sociabilização. Copa com ramos para fora: tendência a agressividade. Atividade, confusão mental, iniciativa, extroversão ou maior necessidade de contato com a realidade (quando os ramos não são do tipo espinho, a agressividade não é tão forte).
Folhas São as folhas que nos dão os primeiros sinais de germinação, fertilidade e crescimento da árvore. Apresentam uma função vital (respiração da planta), além de contribuírem para aparência e beleza da árvore. São o símbolo da vida, servem para enfeitar e decorar o esqueleto da árvore e simbolicamente para indicar como o sujeito realiza contato com o ambiente.
Sua formação no desenho tanto pode significar harmonia, desordem como comportamento obsessivo-compulsivo (estereotipia). Folhas médias:: bom ajustamento, capacidade de expressão e adaptação. Folhas grande: necessidade de crescer e receber elogios. Folhas de tamanho exagerado: imaturidade e desejo de mascarar sentimentos de inadequação básicos com uma capa de ajustamento superficial.
Folhas miúdas e numerosas: minuciosidade, preocupação com detalhes e trabalho mecânico. Quando exagera na minúcia pode significar falta de senso de realidade e ausência de julgamento (comum em pacientes com Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva). Folhas no tronco e/ou abaixo da copa: realização infantil, imaturidade, ingenuidade e primitivismo. Folhas em galho seco: sinal de renascimento.
Folhas incrustadas na copa: dom de observação dos aspectos exteriores, necessidade de reconhecimento, tendência a adornos, fantasia ou visão infantil do mundo e ingenuidade (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista). Folhas em disposição simétrica e regular: automatismo, primitivismo, realismo estreito, identidade a nível de fantasia e insegurança (sugere Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva).
Folhas caindo ou caídas: perda, separação, sacrifício, renúncia, desistência ou sensibilidade, delicadeza de sentimento, facilidade para esquecer, alívio fácil, distração. Pode também ser indício de sensação de não mais poder conformar-se às demandas da sociedade, sensação de algo perdido, de perda da habilidade de fazer ajustamentos mais refinados no ambiente ou instabilidade (encontrado em alguns casos de Depressão e de Transtorno de Despersonalização).
Folhas ao longo dos galhos e ramos numa disposição natural: capacidade de observação para os aspectos exteriores, preocupação com a aparência, dotes decorativos e visuais, vivacidade ou prazer em dramatização e/ou auto-expressão com necessidade de reconhecimento, interesse por aspectos exteriores e tendência à fantasia (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista). Folhas, ramos, frutos abaixo da copa: realização infantil, resíduo de primitivismo, ingenuidade e imaturidade.
Flores As flores são a produção mais delicada da árvore, nos falam da aparência, da estética, do enfeite, da graciosidade e da beleza. A nível simbólico pode sugerir uma necessidade de revestir-se de boa aparência (máscara), preocupação com a fantasia, com a beleza, auto-admiração, vaidade e necessidade de agradar (a verdadeira árvore é invernal).
Flores bem localizadas: equilíbrio
Árvore cheia de flores: autoadmiração, interesse pela aparência, vaidade, imaturidade, capacidade aparente, tendência à falsidade, falta de persistência e busca de satisfação no momento imediato (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
Frutos Só aparecem depois da flor fecundada e são o resultado de um lento e longo processo de maturação, o qual viabiliza a perpetuação da espécie. Simbolizam o rendimento da árvore, a sua utilidade, o desejo de realização, de compreender os problemas da vida e a própria criação.
Crianças de 7 a 10 anos de idade desenham árvores cheias de frutos e na maioria das vezes soltos; aos 12 anos de idade os frutos são geralmente ligados por uma haste, e depois dos 14 anos de idade a presença de frutos é vista como uma indicação de infantilidade. Árvore cheia de frutos: desejo de realizar, prosperar , de obter sucesso rápido, procura de boas recompensas, oportunismo, luta ou impaciência (comum em crianças e adolescentes, porém bastante raro nos adultos).
Árvore cheia de frutos em adultos: fixação na infância ou adolescência, oportunismo, desejo de ver resultados imediatos, impaciência e necessidade de auto-estima (comum em mulheres grávidas e sugere também Transtorno de Personalidade Dependente).
Frutos soltos: desprendimento, desapego e reação emocional aos familiares (comum em crianças depois dos 14 anos,imaturidade).
Frutos que caem ou caídos: perda, sentimentos de rejeição, de sacrifício, de renúncia, de frustração e de morte.
Macieiras: necessidade de independência (comum em crianças). Em adultos sugere Transtorno de Personalidade Dependente.
Acessórios no desenho da árvore
Quando aparecem devem ser analisados.
Enfeites, adornos: tendência ao bom humor e a enfrentar os problemas brincando. Chão com vegetação, grama, flores ou arbustos (em grau limitado): insegurança Chão com vegetação, grama, flores ou arbustos (em grau excessivo): ansiedade
Paisagem apenas esboçada ou incompleta: tendência a sonho, indolência, contemplação, meditação, observação, dom da imaginação e falta de senso da realidade.
Paisagem como tema dominante: sensação de ser ameaçado pelo mundo exterior, ausência de liberdade em relação à realidade, desejo de fuga, ansiedade, cansaço e falta de controle sobre as idéias negativas (comum em pacientes Deprimidos).
Árvore cercada com estacas, suportes, grades ou cercas: insegurança, falta de independência e necessidade de apoio (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Ninhos: desejo de proteção, imaturidade, dependência, imersão na fantasia e concepção infantil do mundo (normal em crianças até 12 anos de idade). Mais tarde sugere Transtorno de Personalidade Dependente.
Sombro no terreno: desejo de proteção. Sol: geralmente representa a figura de maior autoridade ou de maior valência emocional (positiva ou negativa) no ambiente do sujeito.
Sol minúsculo e distante: sentimento que o ambiente geral proporciona pouco calor ou sensação de um grande distanciamento em relação às figuras parentais ou de autoridade.
Outra árvore: carência afetiva, necessidade de companhia (comum em desenhos de Esquizofrênicos, de crianças com insuficiente imaturidade escolar e de órfãos). Formas impróprias, pessoas, dizeres, versos, rabiscos sem significado: incerteza, insegurança e falta de confiança em si (comum em pessoas brincalhonas, irônicas e em alguns casos de Esquizofrenia).
Árvore localizada em uma colina: tendência ao isolamento e espiritualidade.
Árvore dentro distúrbios sexuais.
Serpente envolvendo a árvore: proteção contra tendências sexuais.
de
potes,
vasos:
A FIGURA HUMANA A primeira representação do corpo humana feita pela criança pequena é um círculo. As crianças de 3 a 4 anos de idade identificam espontaneamente como a figura de uma pessoa. Nesse modelo circular compreende também o tórax e muitas vezes são adicionados os olhos, a boca e o nariz. No entanto, apesar da simplicidade do desenho, fica claro para a maioria dos observadores que o esquema representa uma pessoa.
Até os 4 anos de idade mais ou menos não é esperada a representação dos braços. A partir dos 6 anos de idade sua ausência é preocupante e aos 10 anos de idade é extremamente significativa. O mesmo se aplica quanto ao ponto de junção dos mesmos; não é normal que as crianças em idade escolar continuem a desenhar braços que saem de cabeças ou de pernas e, quando isso ocorre, refletem falhas do desenvolvimento ou patologia.
Aos 5 anos de idade, o umbigo é salientado, e os braços são desenhados como extensão da cabeça em lugar do corpo.
As crianças nesta fase já tem alguma consciência das diferenças entre os sexos, que é expressada pela ausência de uma saia ou pelo comprimento do cabelo.
Na idade pré-escolar (5 e 6 anos de idade), a maioria dos desenhos já apresenta as mãos e dos dedos. A mão é desenhada como um círculo e os dedos, como linhas retas. Os pés só aparecem um pouco mais tarde. Nesta fase as crianças param de desenhar o umbigo, porque o conceito de self independente já não é novo, e no lugar do umbigo geralmente surge uma fileira de botões, o que é comum até mais ou menos os 8 anos de idade (a criança ainda não se encontra totalmente independente da mãe). Depois dessa idade tende a desaparecer também a fileira de botões, o que ocorre quando a criança resolve de maneira satisfatória as questões de dependência e independência.
Nos desenhos das crianças pré-escolares a cabeça é desproporcionalmente maior, quase que dominando toda a figura.
À medida que a criança amadurece, os desenhos vão se tornando mais realistas, e, usualmente por volta dos 7 ou 8 anos de idade, a figura humana e suas partes assumem proporções mais objetivas e o tamanho da cabeça representa cerca de um oitavo da estatura total.
Por volta dos 8 anos de idade, surge a separação entre a cabeça e o corpo (o pescoço simboliza a ligação entre o mental e o físico).
Nessa época as crianças apresentam maior consciência da necessidade de controle intelectual.
O comprimento e a largura do pescoço, assim como a ênfase geral a ele dada, constituem uma medida de sua necessidade desse controle.
Pode-se afirmar que quanto mais o pescoço é evidenciado, mais ameaçadores são os impulsos corporais e maior é a necessidade de defesa contra tais impulsos por meio do controle intelectual.
Entre os 8 e 10 anos de idade surgem também os braços e as pernas em duas dimensões, ocorre um aperfeiçoamento do desenho da figura humana em termos de aspectos integrativos e surge a consciência do corpo como uma unidade no lugar de uma série de partes somadas umas às outras. Desta fase até a puberdade, os desenhos mostram esforços no sentido da obtenção de prestígio e segurança por meio da adição de símbolos de força e importância.
Nos dos meninos é comum observar armas, varas de pescar, chapéus de caubói, etc. Nos das meninas aparecem bolsas, livros, prendedores de cabelos, enfeites; o cabelo na maioria das vezes é visto como algo a ser cuidado e embelezado.
Na puberdade e adolescência, além do desaparecimento da concepção, fragmentada do corpo humano, os desenhos adquirem maior sofisticação. O corpo adquire uma nova e especial importância e, conseqüentemente, dependendo do sexo do examinando, os desenhos enfatizam atributos, como tamanho, força, graça, atração física, etc. Só aqui é que surge algum tipo de conhecimento das diferenças sexuais, como a forma do corpo, contornos, curvas, etc.
Às vezes, o jovem em lugar de indicar os seios reforça os contornos externos da área a fim de indicar o conflito.
Os esforços no sentido de controlar e integrar os impulsos corporais podem ser também registrados como conflitos na área do pescoço, uma vez que este estabelece a ligação entre a cabeça e o corpo.
Outro indicativo de que existe uma repressão forçada dos impulsos corporais é o traçado de uma fina linha na cintura, típico do desenho de adolescentes.
Outros instrumentos gráficos de controle podem ser observados na posição retesada, por dedos cerrados ou “enluvados” ou na asseada restrição imposta por um arco, um prendedor ou apenas uma linha que visa encerrar a ativa excitação do cabelo.
A postura da figura e o tratamento dado às e aos pés podem revelar a atitude do examinando quanto a mobilidade, estabilidade e sentimentos de segurança nas suas relações com o meio ou nos assuntos sexuais. O comprimento dos braços, sua robustez, direção e vigor com que eles partem do corpo em direção ao “ambiente” fornecem dados adicionais sobre a natureza do contato que o examinando tem com o meio.
Muitos adolescentes atribuem aos seus desenhos uma idade superior à sua própria, o que é evidência de seu interesse em, crescer, indicando os desejos acerca de si mesmo e colocando na figura que desenham uma promessa daquela realidade para o futuro.
Os desenhos na maioria das vezes revelam problemas infantis e representam um dos canais de expressão dos medos, esperanças e fantasias. Quando o homem desenha uma mulher, o desenho pode ser a representação de uma criança, de uma moça ideal com quem sonha um dia casar-se ou da figura materna, ou um problema de identidade sexual se desenha primeiro a figura do sexo oposto.
É importante observar quais as partes do corpo feminino que são enfatizadas.
Quando os seios são desenhados muito grandes ou com muito cuidado, pode indicar desde fortes necessidades de dependência oral até atração pelos mesmos.
Se os braços e mãos são compridos e proeminentes, pode estar indicando tanto a necessidade de figura materna protetora como dificuldade de interação com o ambiente.
Ombros e outros indicadores de masculinidade desenhados de forma exagerada na figura masculina denotam expressão de insegurança com respeito à masculinidade, sentimentos de inadequação e inferioridade.
Na análise, é essencial uma observação precisa do desenho como um todo, para depois, num segundo momento, atentar para os detalhes.
Os desenhos das crianças pequenas são muito semelhantes aos desenhos de pacientes psicóticos, que representam a figura humana empobrecida e destituída de qualquer elemento emocional. Porém, isso ocorre pela falta de habilidade e maturidade em função de seu estágio de desenvolvimento e não pode ser identificado como o afastamento da realidade que é típico de um indivíduo psicótico. Apesar da semelhança dos desenhos, psicologicamente as duas expressões são de mundos separados e totalmente diferentes.
A falha em combinar as partes num todo integrado só tem significado patológico depois da idade pré-escolar.
Nessa época também é comum as crianças desenharem figuras grandes como se quisessem indicar a sua importância.
Por ser mais significativa, a FIGURA HUMANA é geralmente desenhada maior que a CASA e a ÁRVORE.
O desenho da Pessoa manifesta três tipos de projeções auto-retrato, eu ideal ou ideal de ego e percepção das pessoas significativas (pais, irmãos, professores, etc.).
AUTO-RETRATO: é quando o examinando desenha o que ele acredita ser. Se é obeso ou magro, alto ou baixo, nariz grande, orelhas pontiagudas, olhos pequenos, barriga saliente, etc.
Os examinandos de inteligência média ou inferior geralmente reproduzem determinados detalhes em espelhos; por exemplo: se apresentam algum defeito na mão direita, fazem-no na mão esquerda de pessoa desenhada. Todavia, tem-se observado que os defeitos ou falhas físicas são projetados nos desenhos somente quando apresentam alguma influência sobre o conceito que o indivíduo faz de si mesmo ou quando este tenha criado uma área de sensibilidade psicológica.
Juntamente com sua projeção de sentimentos relativos a seus defeitos físicos, o examinando também pode projetar suas qualidades: ombros largos, desenvolvimento muscular, cintura fina, pernas longas, rosto atrativo, etc.
Além do eu físico (auto-retrato físico), o sujeito pode projetar no desenho um quadro do eu psicológico (auto-retrato psicológico).
Pode acontecer que examinandos de altura adequada ou superior desenhem figuras pequenas, com braços caídos em atitude de derrota ou desvalia, pés um para cada lado mostrando ambivalência, olhos vazados (cegos) ou boca com traço tenso. Neste caso o indivíduo projeta a idéia psicológica que tem de si mesmo, isto é, se vê como um ser pequeno, impotente, insignificante, desvalido, dependente e necessitando de apoio, apesar de não corresponder a seu real aspecto físico.
Cada paciente elabora o seu auto-retrato à sua própria maneira, acentuando e/ou modificando as diferentes partes em função dos mecanismos de sua personalidade e de toda sua vivência passada e presente.
O fato é que o auto-retrato pode ser distorcido da realidade, porque muitas vezes tal imagem associa-se a aspectos idealizados ou patológicos que geralmente refletem dificuldades profundas como próprio corpo.
EU IDEAL ou IDEAL DO EGO: é como pessoas frágeis, desenharem atletas ou levantadores de peso; pessoas obesas desenharem bailarinas esguias dançando livremente sem o fardo da massa corporal; crianças espancadas produzirem armas, espadas, projetando a sua necessidade de força. A fim de evitar danos para si mesmo.
Nas crianças observa-se grande influência dos personagens das histórias em, quadrinhos e dos desenho da televisão.
A imaturidade não permite a reprodução intencional de sentimentos e atitudes mais sutis; este fato só ocorre a partir da adolescência.
PESSOAS SIGNIFICATIVAS: a criança pequena de modo inconsciente e automático elege ideais e valores assim como exerce comportamentos que se assemelham com as figuras de sua constelação familiar, as quais ama, admira, respeita e algumas vezes tem medo.
Essas identificações assumem importância capital na infância, mas prosseguem significativamente durante a vida toda.
Nos desenhos infantis muitas vezes são projetadas as imagens dos pais, mostrando a grande importância que estes têm para a criança e a necessidade que estas sentem de um modelo com que seja capaz de incorporar em seu conceito de si mesmo.
É também comum desenhar pessoas significativas (professores, tios, etc.) do meio social contemporâneo ou passado, devido à forte valência positiva ou negativa que estas pessoas têm para a criança.
Esta inclusão da percepção que o examinando tem de figuras significativas do meio social, em contraste com a percepção que tem de si mesmo, se produz com maior freqüência em desenhos de crianças do que de adolescentes e adultos (às vezes o mesmo desenho pode dar imagem fusionada de si mesmo e dos outros).
As características das figuras materna ou paterna que a criança projeta em seu desenho constituem-se na maioria das vezes em um elemento de profecia. Vários anos mais tarde, o re-teste aponta determinado sinais que a criança incorporou dos pais. Isto fica mais evidente quando a criança não passa por uma psicoterapia ou quando a sua situação ambiental não sofre mudanças significativas.
Figuras Inacabadas
A distorção ou a omissão de qualquer parte da figura sugerem conflitos que podem estar relacionados com a parte em questão.
Por exemplo, é comum voyeuristas omitirem os olhos; pessoas muito inseguras não desenharem os braços; indivíduos com conflitos sexuais omitirem partes do corpo, etc.
Observações, rasuras, sombreamento ou reforçamento têm o mesmo significado de interpretação das distorções e omissões.
Não esquecer que quando o examinando faz uma figura incompleta, o examinador deve oferecer outra folha e solicitar ao mesmo que desenhe uma figura completa.
Desenho só da cabeça: censura ao próprio corpo ou sexual. Em alguns casos valorização exagerada da própria inteligência ou refúgio na fantasia. Desenho apenas da cabeça e tórax: censura da área genital, forte preocupação sexual ou desajustamentos em relação ao corpo. Dificuldade para desenhar braços e pernas visíveis: inabilidade para estabelecer contatos sociais espontâneos e dificuldades= para avaliar corretamente as próprias potencialidades. Partes omissas: censura da parte omitida (comum em imaturos que não querem tomar conhecimento dos problemas do mundo, pessoas com Transtorno de Somatização e Transtorno de Ansiedade Generalizada).
Sucessão das partes desenhadas
A seqüência habitual no desenho da figura humana é em primeiro lugar a cabeça e as características faciais (olhos, nariz, boca e orelhas), pescoço, tronco superior, braços, mãos, tronco inferior, pernas e pés.
As alterações nas seqüências alertam para as partes do corpo possivelmente mais problemáticas ou importantes para o paciente.
Com o mesmo significado, a demora na apresentação das características faciais implica num desejo de retardar a identificação da pessoa e a demora em desenhar dedos ou mãos denota uma relutância em fazer contato imediato e íntimo com o ambiente. Às vezes esta é a maneira que o paciente encontra para evitar a revelação de sentimentos de inadequação. Em crianças é normal as alterações seqüenciais, porém nos adultos apresentam outros significados.
Começo pela cabeça: aceitação do desenvolvimento (é o modo mais comum de iniciar o desenho, pois é na cabeça que estão os conceitos do self). Começo pelas mãos, braços, tronco e cabeça por último: dificuldade nas relações pessoas e predomínio de aspectos mecânicos da personalidade (em alguns casos, indica perturbações do pensamento). Começo pelas pernas e pés: desânimo, desencorajamento e dificuldade em caminhar na vida (comum em Deprimidos).
Começar uma parte e abandonar, ir para outra ou retornar para a inicial: distúrbio sério de despersonalização (comum em começo de Esquizofrenia). Desenvolvimento bilateral: dissimulação e ambivalência (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo- Compulsiva). Começo pelo cabelo: problema de virilidade (comum em pessoas com distúrbios na área da sexualidade e sugere também Impulso Sexual Excessivo).
Começo pelo rosto: necessidade de agradar e de inter-relacionar com as pessoas (no rosto é que estão todos os elementos da interrelação social). Começo pelo pescoço: necessidade de viver sob controle e policiamento dos desejos do corpo (o pescoço é o elemento de ligação entre as forças afetivas e os impulsos controladores do corpo). Começo pelo ombro: ambição, desejo de auto-afirmação e fantasia de força e poder, no caso de ombros largos (comum em pacientes com Transtorno de Somatização).
Começo pelos braços: ambição por meios econômicos, por compreensão, afeto, desejo de inter-relação ou sentimentos de culpa, quando são muitos retocados (é importante verificar se a ambição é positiva ou negativa).
Começo pelas mãos: pessoa ambiciosa ou sentimentos de culpa ou frustração.
Começo pelas pernas: desejo ou fantasias de mudanças, física ou profissional.
Começo pelo pé: desejo de mudanças ou desencorajamento (comum em pacientes Deprimidos e em alguns casos de Distúrbio Sexual).
Começo pelos pés com dedos: afetividade primitiva, sensualidade instintiva e sem controle ou agressividade (sugere Transtorno de Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social). Cabeça desenhada por último: distúrbio mental (explorar a possibilidade de perturbação do pensamento). Começo pelos quadris e/ou seios, realçados ou retocados, feito por homem: tendência homossexual.
Começo pelo vestuário: necessidade de chamar a atenção, preocupação com as roupas, com a sociedade ou sentimento de inferioridade, necessidade de proteção e couraça (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista). Traços em direção ao corpo: tendências introvertidas. Traços que se afastam do corpo: tendências extrovertidas.
Ordem das figuras
O esperado do ponto de vista de identificação sexual é que as pessoas desenhem o próprio sexo em primeiro lugar. Quando o desenho não representa o auto-retrato do autor, outras variáveis podem estar influenciando a escolha, como fantasias românticas, preocupações momentâneas, grande relação afetiva, conflitos com o progenitor do sexo oposto, identificação com o sexo oposto, conflitos frente a identidade sexual ou outras condições temporárias do sujeito.
Estudos tem confirmado a visão, geralmente aceita, de que a grande maioria das crianças desenha seu próprio sexo primeiro, quando solicitadas a desenhar a figura humana.
Observa-se também que a porcentagem de meninas desenhando seu próprio sexo declina com a aproximação da adolescência.
Essa mudança ocorre num significado número de meninas nem sempre representa uma troca no papel ou na identificação sexual.
Quando uma adolescente desenha a figura masculina em primeiro lugar, pode estar expressando um interesse pelo outro sexo, e não problemas na identificação sexual.
Na adolescência parece haver maior inclinação a desenhar um amigo da mesma idade ou um adulto solícito, do que os próprios pais.
Crianças: desenham com mais freqüência pessoas significativas de seu ambiente (pai, mãe, irmãos, professores, etc.), e não a percepção do próprio self, provavelmente porque os pais representam um modelo de identificação que a criança quer incorporar.
Crianças de 7 a 16 anos: desenham primeiro a figura do sexo oposto quando têm maior estima por este ou quando apresentam sentimentos negativos para consigo mesmo, quando são mais dependentes faltando-lhes segurança quanto a própria imagem ou quando não têm plena consciência do próprio sexo do ponto de vista das características sexuais já reconhecidas.
Adultos: que reproduzem as figuras parentais em seus desenhos, normalmente, mostram-se presos ao passado, sem jamais terem conseguido atingir totalmente a independência do controle parental.
Quando pergunta sobre o sexo que se deve desenhar primeiro: confusão a respeito do papel sexual.
Desenho do próprio sexo em primeiro lugar: identificação com o papel característico do próprio sexo (é o mais comum). Desenho do sexo oposto em primeiro lugar: pode simbolizar fantasias românticas, preocupações momentâneas, conflitos com o progenitor do sexo oposto, forte ligação e dependência com o genitor ou com a pessoa que tem mais afinidade do sexo oposto, confusão a respeito do papel seuxal, perturbação na identificação sexual e em alguns casos homossexualismo.
Visão geral das figuras
Simbolizam o grau de auto-exposição do paciente.
Figura de frente: quando é a figura do sexo do autor indica aceitação de si mesmo, boa evolução psicossexual e relacionamentos com o mundo exterior de forma aberta e franca.
Figura de perfil: atitude evasiva, necessidade de esconder dos outros os próprios sentimentos, recusa em apreender a realidade, dificuldades e indiferença para com o meio, problemas de relacionamento afetivo, tendência para evitar o confronto com os problemas e busca a satisfação na fantasia (desenho comum em crianças inteligentes, mas ocorre também em psicóticos).
Figura de costas: grande problema de ajustamento, fuga do meio, dissimulação dos impulsos “proibidos”, culpa e vergonha (comum em Transtorno de Personalidade Paranóide). Figura com o rosto de perfil e corpo de frente: em crianças, é comum devido a uma certa imaturidade perceptiva. Em adolescentes pode indicar conflitos entre exibicionismo e controle social; já nos adultos sugere dificuldade de ajustamento, de percepção do meio e de si mesmo ou falta de habilidade técnica.
Figura com a cabeça de perfil e olhos de frente: discernimento escasso e falta de perspectiva (comum em Esquizofrênicos, Transtorno de Somatização e/ou Transtorno de Aprendizagem).
Desenho pedagógico (ou figura de palitos): grande dificuldade nas relações interpessoais ou expressão de desprezo e/ou hostilidade em relação a si mesmo (comum em adolescentes que se sentem rejeitados, em Transtorno de Personalidade Anti-Social e/ou Hipocondria).
Estereótipos: insegurança, identidade a nível de fantasia e evasão dos problemas de relacionamento pessoal (freqüente em crianças inseguras e deprimidas ou oriundas de lares defeitos e em adultos infantilizados).
Estátuas, múmias, etc.: enrijecimento das defesas e fuga das situações emocionais e do convívio com as pessoas (sugere Transtorno do Pânico).
Palhaços, caricaturas, anões, monstros, figuras grotescas, etc.: esforço inconsciente para deformar a realidade, desprezo e hostilidade para com as pessoas e atitudes auto-depreciativas ou sentimento de inadequação e pobre conceito de si mesmo (comum em adolescentes que se sentem rejeitados).
Idade das figuras
A atribuição de idade à figura humana simboliza o indício dos desejos, atitudes culturais e perspectiva temporal do examinando.
Idade da figura próxima à do examinando: bom nível de maturidade sócio-cultural.
Idade da figura inferior à do examinando: imaturidade, fixação emocional em alguma fase ou reação a traumas, quando o indivíduo se fixa em uma época anterior mais feliz (sugere Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Idade da figura superior à do examinando: em geral sugere vivências depressivas e/ou inadequadas para a idade. Nas crianças indicam sentimentos de não ser aceita pelos pais, levandoas a inferiorizar essa experiência e sentir um forte desejo de crescer ou pais dominadores ou identificação com um dos pais.
Postura das figuras
A figura humana tanto pode ser desenhada ereta, indicando toda a sua força e vitalidade, como deitada, mostrando o seu baixo nível de energia.
Figura ereta: normal, boa energia e vitalidade. Figura vergada e/ou corcunda: vivências depressivas, peso nas costas ou culpa.
Figura inclinada, sentada, agachada ou deitada: baixo nível de energia para responder a estímulos, instabilidade, equilíbrio precário, debilidade física, falta de ânimo, exaustão mental, preocupação ansiosa a respeito do equilíbrio pessoal e sua posição precária, sensação de estar doente ou alerta para pessoas doentes na família (comum em alcoólicos crônicos e Deprimidos).
Figura solta no espaço (página) ou que parece estar caindo: sentimentos de iminente colapso da personalidade, instabilidade, insegurança, dificuldade para estabelecer contato ativo com a realidade e sensação de estar no ar.
Figura apoiada a um poste ou cerca: necessidade de ajuda, de segurança, de apoio, falta de confiança em si e dependência (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Figura na linha do solo: preocupação com a realidade e necessidade de saber onde pisa (não é essencial à estrutura do desenho).
Figura sob a pressão de um vento forte: sensação de muita pressão ambiental ou turbulência no lar.
Simetria dos desenhos
O ser humano é aparentemente em seu físico, mas não em seus portanto, considera-se um “saudável” quando há um certo entre as várias partes do corpo.
simétrico detalhes; desenho equilíbrio
Muita ordem e igualdade entre as partes do corpo: rigidez, defesas compulsivas e/ou muscular contra os impulsos ou ameaças do meio, preocupação com o certo ou errado, frieza e distanciamento emocional ou necessidade de controle (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo, perfeccionistas e exibicionistas).
Braços e/ou pernas de diferentes tamanhos ou largura: comum em crianças até aproximadamente sete anos de idade; mais tarde sugere agressividade, dificuldade escolar, imaturidade, coordenação pobre, excesso de espontaneidade, descuido, falta de controle, impulsividade, hiperatividade ou insegurança, instabilidade, falta de defesas, perda de equilíbrio da produção gráfica e desorganização mental. Quando as diferenças são muito acentuadas, demonstra desarmonia na personalidade e no comportamento (comum em Transtorno de Personalidade Histriônico).
Movimentos nos desenhos Uma das maneiras pelas quais percebemos que um ser tem vida (ou está vivo) é demonstrada pelo movimento que este exerce impelido pelas suas próprias forças. Alguns desenhos mostram pessoas andando ou correndo, cachorros pulando, pássaros voando, árvores balançando, etc.; nota-se que a representação dos desenhos pode variar desde a rigidez até a mobilidade extrema.
Espontânea ou imitativamente, as crianças usam uma variedade de expedientes no seu desejo de imprimir movimento às suas figuras, e alguns deles habilmente copiam os recursos utilizados pelos artistas de estórias em quadrinhos.
De forma gentil, os meninos costumam retratar mais ação, enquanto as meninas parecem mais interessadas nos detalhes e acabamento.
Crianças em idade escolar não se satisfazem por muito tempo com figuras frontais e estáticas, tentam desenhá-las com animação, esperançosas de criar a ilusão do movimento.
Percebendo a dificuldade de indicar movimento num desenho frontal, descobrem o perfil, como oferecendo orientação mais efetiva para retratar o caminhar, o correr e o fazer.
Dos três desenhos o qual é mais comum de se encontrar indicando da figura movimento é o da FIGURA HUMANA e depois desta, a ÁRVORE; a CASA é sempre estática.
Como regra geral, podemos afirmar o seguinte: quanto mais involuntário, mais evidente e desagradável for o movimento, maior o índice de patologia.
O movimento da figura pode avaliar o impulso para a atividade, a natureza do controle sobre os impulsos, a fantasia, a mobilidade psíquica, a capacidade mental, a ação, o contato social, a adaptação, etc.
Figura parada ou com movimento moderado ou andando relaxada:bom ajustamento, riqueza de vida interior e inteligência (considerado normal). Figura com movimento hesitante: insegurança, dissimulação e fraco controle sobre as reações e impulsos (considerado normal). Figura correndo: dependendo da situação geral do desenho pode indicar medo extremo ou pânico (sugere Transtorno do Pânico).
Figura rígida, estática (cabeça bem ereta, pernas presas uma a outra ou braços estendidos literalmente): controle rigoroso sobre a vida impulsiva, inadequação das defesas do ego, conflitos profundos, dificuldade para relaxar, medo de relações espontâneas, repressão dos estímulos interiores, necessidade de segurar em algo mais, face a uma ameaça de desorganização e medo que os impulsos proibitivos se rompam (comum em casos orgânicos e Transtorno de Personalidade ObsessivoCompulsiva, Transtorno Depressivo ou Esquizofrênicos).
Figura com movimento excessivo ou involuntário, violento e desagradável: inquietação, superatividade, excitação, impulsividade, impaciência, agressividade ou desejo de dominar (comum em crianças hiperativas e/ou inquietas e Transtorno de Personalidade Histriônico e Transtorno de Personalidade Borderline).
Transparência nas figuras
A transparência simboliza o juízo crítico.
Em crianças pequenas, de 5 a 7 anos de idade, não é considerado patológico, porque não têm grande capacidade de abstração.
No adulto, são importantes desde que impliquem numa falha da percepção e da crítica frente à realidade, indicando a presença de desorganização da personalidade ou ruptura com o meio (mais patológico).
Por exemplo, uma transparência na roupa, como deixar aparecer o braço sob a manga, não é tão sério quanto aparecer a mobília por meio das paredes de uma casa ou os órgãos internos na figura humana.
Figura nua: necessidade de exibir-se, de mostrar-se, de contato ou rebelião contra a sociedade e/ou figuras paternas em alguns casos indica consciência dos conflitos sexuais (comum em Voyeuristas e Exibicionistas). Figura nua em desenho do próprio sexo: narcisismo, supervalorização do corpo e necessidade de exibição ou contato (comum em indivíduos infantis e egocêntricos e também sugere Voyeuristas e Exibicionistas).
Figura nua com as partes sexuais acentuadas: ansiedade, imaturidade, impulsividade, revolta contra a sociedade e/ou figuras paternas, exibicionismo, conflitos sexuais ou Voyeurismo. Figura nua mostrando pouca diferença entre o homem e a mulher: dificuldade na identificação do papel sexual, confusão e repressão da libido. Figura parcialmente nua ou com roupa indicada por cintos ou botões: auto-estima pouco desenvolvida, falta de interesse pelas pessoas e negligência das defesas sociais.
Figura nua sob um robe ou uma roupa, mas sem mostrar a parte genital: conflitos sexuais, exibicionismo e dificuldade de adaptação.
Figura com roupa transparente ou com elementos sexuais por meio da roupa: curiosidade sexual ou exibicionismo, necessidade de seduzir, carência afetiva, julgamento deficiente ou muito pobre, conflitos e problema com área que mostra a transparência.
Figura com calça ou saia transparente: problemas sexuais, imaturidade, exibicionismo e impulsividade (comum em Homossexuais e Esquizofrênicos). Figura com sombreamento nos seios: necessidade materna, dependência, curiosidade ou auto-afirmação (comum em pré-adolescentes e em pessoas com Transtorno de Somatização). Figura com transparência e/ou com contorno dos seios, desenhada por homem: sentimentos de culpa, apego ou fixação à figura materna.
Figura mostrando a anatomia transparência do corpo: (concordância de vários autores).
interna ou Esquizofrenia
Figura com ênfase nas articulações: extrema preocupação com o corpo, sensação de algo imperfeito na integridade corporal, dependência materna, insegurança, incerteza e imaturidade afetiva e sexual. Em alguns poucos pode indicar a necessidade de ação, movimento, uma forma de realizar-se, passagem da inatividade à ação (a presença de joelhos e cotovelos é observada na maioria das vezes em desenhos feitos por indivíduos com Transtorno de Personalidade Paranóide, Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva e Hipocondríaco).
Cabeça Geralmente é desenhada em primeiro lugar. É a parte do corpo mais exposta e considerada o centro do poder intelectual, racional, social e do controle dos impulsos corporais. Representa também a autoridade de governar, ordenar, intuir, etc.
Simboliza o auto-conceito e, juntamente com os traços fisionômicos, expressa as necessidades sociais e de contato.
A forma como é desenhada projeta o controle do corpo e das fantasias.
Cabeça de tamanho normal: autoconceito positivo. Cabeça exageradamente grande em relação ao tamanho do corpo: valorização exagerada da própria inteligência, ambição, aspirações intelectuais ou agressividade, frustração nas aspirações intelectuais, sentimento de menos valia, introspecção e ênfase na fantasia como fonte de satisfação (comum em pré-escolares até 5 ou 6 anos de idade, em crianças disléxicas, pessoas com Transtorno de Somatização, Transtorno de Personalidade Paranóide e Esquizofrênicos).
Cabeça grande: confiança excessiva nas funções sociais e de controle, com uma correspondente subestima do corpo e dos impulsos vitais, valorização da inteligência, ênfase na fantasia como fonte de satisfação, aspirações intelectuais, compensação por sentimentos de inferioridade e introspecção (comum em pessoas preocupadas com doentes na família ou Hipocondríacas).
Cabeça circular e pequena: comum em Transtorno de Personalidade Paranóide.
Cabeça pequena em relação ao corpo: sentimento de menos valia, inferioridade, inadequação, preocupação com a crítica, desejo de negar o controle intelectual, expressão do desejo obsessivo em negar pensamentos dolorosos e sentimentos de culpa (comum em Deprimidos, pessoas com inteligência inferior ou socialmente não adaptadas, Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva e Fobia Social).
Cabeça achatada: pressão ambiental repressão da fantasia ou da dinâmica racional ou pode expressar sentimentos de que o ambiente reprime o potencial intelectual.
Cabeça desenhada com muita clareza em contraste com o corpo vagamente esboçado ou pouco claro: supervalorização do intelecto, apego à fantasia como mecanismo de compensação, sentimentos de inferioridade e/ou vergonha a respeito das partes do corpo e suas funções.
Cabeça com ênfase nas linhas periféricas: esforço para manter o controle de fantasias.
Cabeça e rosto pouco claros: necessidade de esconder-se, timidez e sentimentos de inferioridade (sugere Transtorno de Personalidade de Esquiva).
Cabeça geométrica, triangular ou quadrada: comum em esquizofrênicos.
Rosto
Simboliza a interação com o meio, onde se inscrevem os pensamentos e sentimentos.
É a parte mais expressiva do corpo, o centro da comunicação, do contato com a realidade e da sociabilidade.
Rosto de frente: preparo para o confronto com a vida e boa integração com o meio. Rosto com ausência de contorno facial, mas com presença de olhos, nariz ou boca: dificuldade de contato com exterior (comum em Transtorno de Personalidade Esquizóide). Rosto com contorno reforçado: dificuldade de inter-relação social, insegurança e ansiedade ou culpa nos contatos sociais (sugere Fobia Social).
Rosto com contorno e acentuação dos caracteres faciais: esforço para manter uma máscara social, ou timidez, sentimentos de inferioridade, menos valia ou importância e/ou valorização do próprio eu (comum em alguns estados de Transtorno de Despersonalização). Rosto com marca ou cicatriz: sentimento de ser diferente dos outros e que os outros percebem essa diferença. Rosto com sombreado: agressividade, tendência ao roubo.
Rosto com ausência de olhos, nariz ou boca: timidez, ausência de relação com o meio, fuga dos estímulos exteriores ou do meio, imaturidade na comunicação, tendência a evitar contatos, introversão, superficialidade, cautela ou hostilidade (comum em pessoas tímidas, que vivem em seu próprio mundo e não se comunicam, e sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Cabelo O cabelo é a expressão do que está vivo e crescendo. Simboliza vitalidade, virilidade, força, sensibilidade e sexualidade. Adolescentes narcisistas e homossexuais dão grande ênfase ao cabelo, indicando o interesse pela aparência e a necessidade de auto-afirmação.
Cabelo bem cuidado e/ou bem penteado: interesse pela aparência social, desinibição, facilidade em mover-se no ambiente e bom equilíbrio psicossexual. Cabelo com traço firme: energia e vitalidade. Cabelo com sombreado forte: conflitos referentes a força e virilidade, ansiedade com relação aos pensamentos e fantasias ou agressão (sugere Impulso Sexual Excessivo). Cabelo comprido e em abundância: sensualidade, virilidade e vitalidade sexual.
Cabelo escasso: insegurança, sentimento de inferioridade e inadequação, sentimento de perda da virilidade e/ou força. Cabelo extremamente bem pensado: preocupação em seduzir, narcisismo, exibicionismo ou moralismo, Quando desenhado por homem sinaliza insegurança da adequação masculina com esforço consciente para demonstrar virilidade (comum em adolescentes do sexo feminino e Transtorno Obsessivo-Compulsivo e sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
Cabelo desordenado: infantilidade, sensibilidade primitiva ou discordância entre as limitações e as convenções de ordem social; em alguns adultos sugere confusão relacionada com fantasias sexuais. Cabelo fora da cabeça: caráter regressivo (comum em Esquizofrênicos). Cabelo em escova: reação agressiva a algo não aceito. Cabelo trançado: sujeição ou policiamento dos impulsos sexuais.
Cabelo ondulado ou com cachos: desejo de chamar a atenção (comum em meninas sexualmente precoces).
Cabelo grudado em caracol: repressão sexual e de conceitos morais errados.
Cabelo repartido no meio: conflito entre identificação feminina e masculina, ambivalência afetiva ou social.
Cabelo tampando o rosto: dissimulação dos problemas; em adultos sugere busca compensatória de virilidade a sentimentos de inadequação ou conduta sexualmente desviada (sugere Impulso Sexual Excessivo).
Homem ou adolescente que desenha a mulher com cabelo bem delineado e homem com chapéu: caráter regressivo e sexualidade infantil com fantasias viris. O chapéu em alguns casos pode simbolizar a impotência.
Homem ou adolescente que desenha a mulher com cabelo desordenado e o homem com muita ordem: desordem ou imaturidade sexual e hostilidade à mulher. Sem cabelos (careca): falta de energia, desvitalização, sentimento de debilidade, impotência, passividade ou isolamento (sugere Transtorno Depressivo). Testa grande: desejo de afirmação da inteligência (comum em Transtorno de Somatização).
Franja em geral: dissimulação de fantasias sexuais e cobertura do problema sexual ou corporal. Franja na figura feminina: domínio dos impulsos sexuais sobre os intelectuais. Rabo-de-cavalo, presilhas, laços e fitas: controle de sexualidade. Fita no cabelo da figura feminina: esforços no sentido de contenção dos impulsos.
Chapéu
É mais freqüente na figura masculina e pode tanto simbolizar proteção ou status social, sensação de impotência e/ou aspectos fálicos.
Chapéu sobre o cabelo: status social (se muito enfeitado), necessidade de proteção, conduta sexual primitiva ou dissimulação sexual. Chapéu cobrindo quase toda a testa: desconfiança, suspeita e atitude de alerta ou em guarda. Apenas chapéu, sem outras roupas: regressão (geralmente também aparece em outros traços). Capacete: repressão e/ou tentativa de controle das fantasias.
Barba e/ou Bigode
Simboliza na esfera da sexualidade a luta pela virilidade, principalmente entre aqueles que têm fortes sentimentos de inadequação sexual ou dúvidas sobre a masculinidade.
Barba e bigode bem feitos: virilidade, vitalidade sexual ou busca compensatória de demonstrar virilidade ou sinal de status social ou dúvida acerca da masculinidade e atração pelo sexo oposto.
Barba e bigode desenhados na mulher: ambivalência sexual, conflito com a mãe e agressividade para com a mulher. Ênfase na barba: necessidade d dominância mais social que sexual e sentimento de impotência social. Barba reforçada em figura de perfil: compensação por debilidade e indecisão, necessidade de parecer socialmente enérgico e dominante ou desejo de chamar a atenção. Costeletas: fantasia de poder sexual.
Olhos A criança ao fazer o círculo representativo da figura humana desenha em primeiro lugar os olhos. Simbolizam o contato com o mundo exterior, a percepção da realidade, a discriminação perceptiva do ambiente e o controle. Grande parte da comunicação social concentra-se nos olhos; “os olhos são o espelho da alma” e podem tanto expressar amor e compaixão como hostilidade e desprezo.
O embelezamento dos olhos é mais freqüente nas figuras femininas de meninas adolescentes; os desenhados pelos meninos são mais simples, naturais e funcionais.
Olhos médios: bom ajustamento e contato equilibrado com a realidade. Olhos pequenos: exclusão ao mundo exterior e absorto em si mesmo. Olhos grandes: maior capacidade de absorver o mundo visualmente, observação, curiosidade, dependência do ambiente e das experiências visuais ou desconfiança (comum controladores e Transtorno de Personalidade Paranóide).
Quando desenhados por moças sugere desejo de chamar a atenção dos rapazes.
Quando desenhados por rapazes, pode ser indicativo de homossexualismo, se forem grandes e com cílios.
Nas crianças pequenas, olhos grandes são simplesmente uma expressão da importância dos mesmos.
Omissão: é um fenômeno raro, geralmente é o primeiro detalhe que a criança desenha após a cabeça e por isso não deve ser considerado descuido; sua omissão sugere culpa, vergonha, imaturidade afetiva e/ou psicossocial (comum em Voyeuristas, crianças socialmente isoladas que tendem a negar seus problemas e fugir para a fantasia).
Olhos representados por um traço ou fechados: introversão, não-aceitação do meio, desejo muito forte de evitar estimulação visual desagradável, passividade frente ao meio, ou estado de dependência, imaturidade afetiva e recusa da realidade. A pessoa que fecha os olhos para não ver (comum em Transtorno de Personalidade Narcisista). Olhos representados por um ponto: imaturidade para enfrentar a vida, limitado campo de visão, regressão, desejo de ver o mínimo possível e imaturidade no contato com o meio (comum em Transtorno de Personalidade Paranóide).
Olhos sem pupila ou cegos: percepção vaga e não diferenciada do mundo, acentuada relutância em aceitar estímulos do ambiente, recusa em aceitar estímulos do ambiente, recusa a enfrentar a realidade das coisas, inibição, dificuldade de discriminação, imaturidade, egocentrismo ou agressividade, hostilidade, culpa e vergonha (comum em Transtorno de Personalidade Histriônico e em Voyeuristas).
Olhos representados por um círculo (da mesma forma que a boca ou nariz): em adultos indica infantilidade (comum em Transtorno de Aprendizagem). Nas crianças sugere dependência, superficialidade ou falta de discriminação. Olhos muito bem trabalhados (embelezados): nas meninas sugere feminilidade, sedução, afirmação sexual e desejo de chamar a atenção. Nos rapazes, sexualidade inadaptada e ambivalência sexual e/ou afetiva (comum em desenhos de Homossexuais).
Olhos cruzados ou estrábicos: reflexo de ira e rebeldia (comum em crianças agressivas ou com dificuldades emocionais). Olhos para baixo: fraco controle diante do meio, culpa e vergonha (comum em Deprimidos). Olhos para cima: na mulher sugere desejo de chamar a atenção, afirmação no grupo ou desejo de contato sexual. No homem pode indicar ambivalência sexual ou Homossexualismo.
Olhos em negrito fixos e/ou reforçados: conflito na inter-relação social, controle sobre o ambiente, persecutoriedade, medo de perder o controle e medo de não enxergar (comum em Transtorno de Somatização de Personalidade Paranóide). Óculos: dissimulação da dificuldade em enfrentar o mundo, desejo de estabelecer contato interpessoal e afetivo, necessidade de enxergar a realidade objetiva ou status social (comum em pessoas com Transtorno de Somatização).
Sobrancelhas As sobrancelhas sugerem atitudes tanto de arrogância, dúvida como de autoritarismo. A simbologia deste detalhe deve ser analisada de acordo com o global.
Sobrancelhas bem cuidadas com traços finos e delicados: sensibilidade e refinamento pessoal.
Sobrancelhas levantadas: arrogância, desdém e dependendo da expressão pode indicar medo ou pânico (comum em Transtorno de Personalidade Paranóide). Sobrancelha peluda e grossa sensualidade primitiva, áspera e não inibida. Sobrancelhas em linha reta: personalidade forte, decidida, teimosia e autoritarismo. Sobrancelhas, olhos grandes e cílios, na figura masculina desenhada por homens: comum em Homossexuais.
Nariz
São inúmeros os simbolismos ligados ao nariz, principalmente porque é o órgão do “faro”, que denuncia os sentimentos de simpatia e de antipatia, orientando muitas vezes os desenhos e as palavras. As expressões populares conferem vários sentidos, como: bisbilhotar, bufar, agredir, ser metido, intromissão – “meter o nariz onde não é chamado”, arrogância – “gente de nariz empinado”, desconfiança – “lá tem coisa que não cheira bem”, além do simbolismo sexual (está na linha média do corpo e sobressalente como o pênis).
Nariz médio: bom ajustamento social e sexual. Nariz pequeno: infantilidade no plano sexual, temor de castração ou consciência de debilidade sexual. Nariz grande: em adolescentes e adultos sugere desejo de virilidade e compensação por sentimentos de impotência. Nariz grande feito por adolescentes: sensação ou medo da dificuldade para estabelecer o seu papel estipulado.
Nariz grande na figura masculina: mecanismo de compensação associado com sentimentos de impotência sexual (comum em pacientes masculinos que sofrem de depressão). Nariz com deformações: sentimento de menos valia e desvio sexual (sugere Impulso Sexual Excessivo). Nariz de perfil com o rosto de frente: infantilidade, indecisão, inadequação sexual, temores de castração, dúvida e conflitos (comum em crianças).
Nariz visto de frnete, sombreado, reforçado ou com retoque: conflito sexual, preocupação fálica e possível medo de castração, imaturidade, complexo de inferioridade e em alguns casos indicativo de Homossexualismo, também sugere Impulso Sexual Excessivo. Nariz arrebitado: realização sexual. Nariz afilado: práticas agressivas sexuais (se outros indícios puderem ser confirmados).
Nariz curto ou largo com narinas abertas:: rejeição ou desprezo ao ambiente.
Narinas no lugar do nariz: sensibilidade, auto-afirmação, desprezo ou fantasia sexual.
Narinas com asas bem acentuadas: forte sexualidade, agressividade e impulsividade (sugere Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Omissão: sentimento de imobilidade e falta de defesa, incapacidade para progredir e avançar, timidez, passividade, angústia, sensação de desamparo.
infantilidade, provocação,
Boca
A boca é o órgão receptor das mais primitivas sensações de prazer ou desprazer e é a zona de fixações precoces com efeito pela vida afora. Representa a assimilação de novas idéias e a nutrição, permite a comunicação, o intercâmbio social, dar e receber afetos, agredir, maltratar, ferir, etc. Simboliza por meio da linguagem a força capaz tanto de construir, de animar, de ordenar, de elevar como de destruir, de confundir e de rebaixar.
Boca média: bom ajustamento social e afetivo. Boca ausente com olhos e nariz desenhados: angústia, insegurança, retraimento, incapacidade para comunicar-se ou sentimento de culpa com relação à agressividade, tendências sádicas, rejeição ao meio, negação das necessidades afetivas, possibilidade de conflito com a figura materna ou dificuldade na área da alimentação (comum também em pessoas deprimidas ou com Transtorno de Somatização).
Boca grande: ambição, voracidade, erotismo oral,desejo de inter-relação social, ou oscilação de humor. Boca pequena: repressão da oralidade, dificuldade nas relações sociais ou expressão de distúrbios alimentares. Boca fechada ou com um traço só reto: negação, recusa nos relacionamentos, oposição, agressividade verbal, tensão, alta capacidade de crítica e em alguns casos sadismo (comum em pacientes laringectomizados).
Boca redonda ou oval com lábios grossos: sensualidade, sexualidade precoce, agressividade oral, conduta sexual desviante ou dependência (comum em Impulso Sexual Excessivo). Boca com as comissuras para cima, igual a de palhaço: imaturidade psíquica, máscara social, necessidade de simpatia, de agradar, mesmo que forçada, desejo de obter aprovação e de aceitação social (comum em crianças).
Boca com as comissuras para baixo: pessimismo, mau-humor, tristeza ou raiva (comum em Depressivos). Boca com lábios finos: repressão ou dificuldades nas atitudes sexuais. Boca sensual: feminilidade e sedução. Boca projetada, bicuda: personalidade primitiva, instintiva, desejo de auto-afirmação ou agressão sexual. Boca aberta: passividade oral ou desejo de receber. Palito, cigarro, cachimbo entre os lábios: acentuação da concentração erótica, dependência oral ou busca de virilidade.
Boca em negrito: ansiedade a respeito da necessidade de dependência ou angústia relacionada com a área. Língua: intensificação da concentração oral em um estágio primitivo e com a adição de sinal erótico, desvio da conduta sexual ou rebeldia e desafio (comum em Esquizofrênicos). Dentes: infantilidade, imaturidade afetiva, forte agressividade oral, hostilidade, defesa e em alguns casos sadismo (comum em Esquizofrênicos, Transtorno de Personalidade AntiSocial, Transtorno de Personalidade Histriônica e Transtorno de Somatização).
Orelhas
Raramente são desenhadas com detalhes, freqüentemente são ocultas pelo cabelo e simbolizam a sensibilidade às críticas.
As distorções nos desenhos representam desde um suave sensibilidade à crítica social até uma paranóia.
Omissão: é o mais comum, porém em alguns casos pode indicar passividade (comum em deficientes auditivos, préescolares e escolares). Omissão na figura feminina: bastante comum, principalmente quando é ocultada pelo cabelo. Omissão na figura masculina: sinal de indiferença em relação ao sexo masculino e sua aparência (principalmente se o desenho é feito por moças).
Orelhas pequenas: sentimento de inferioridade e desejo de não ouvir críticas (sugere Fobia Social).
Orelhas muito grandes e/ou enfatizadas: atitudes desconfiadas, preocupação com a crítica social, desejo de aprovação social ou resistência à autoridade (comum em pessoas com conflitos Homossexuais, danos orgânicos na área da audição ou Fobia Social).
Desenho das orelhas, em lugar não propício: é bastante raro mesmo em pacientes psiquiátricos. Não parece ser associado a atraso mental, mas constitui um prognóstico desfavorável. Orelhas pontiagudas: complexo de inferioridade e sexualidade primitiva. Brincos: preocupação sexual, desejo de atrair o sexo oposto, necessidade de embelezar-se e de chamar a atenção.
Queixo
Simboliza força, autoridade, autoafirmação e determinação – “pessoa de queixo duro”.
Queixo muito pequeno: sentimento de inferioridade e inadequação ou dificuldades sexuais. Queixo grande: tendências agressivas e, se for muito exagerado, pode significar sentimentos compensatórios de fraqueza e indecisão, medo de responsabilidade e impulsos fortes de auto-afirmação. Queixo quadrado: afirmação social ous exual, firmeza, decisão e símbolo masculino. Queixo redondo: delicadeza e feminilidade.
Pescoço O pescoço simboliza a comunicação da alma com o corpo, a área de controle das emoções, dos sentimentos e dos impulsos corporais. Constitui a conexão entre o corpo (impulsos e sentimentos) e a cabeça (pensamento e controle). Controla a organização corporal e serve como ligação entre os impulsos instintivos do corpo e o controle exercido pelo cérebro.
Pescoço bem proporcionado: bem-estar, equilíbrio entre emoções e controle. Pescoço desenhado com muita ênfase: perturbação por falta de coordenação dos impulsos e controle intelectual, certa consciência da bifurcação da personalidade e conflitos decorrentes da força do superego. Pescoço com distorção na forma, no contorno ou em negrito: conflito e dificuldade em controlar os impulsos corporais (comum em indivíduos com Transtorno de Somatização).
Pescoço feito em uma linha só: imaturidade e dificuldade na coordenação dos aspectos intelectuais e instintivos.
Pescoço curto e grosso: comportamento impulsivo, conduta guiada mais pelos instintos do que pelo intelecto, mau-humor, poder físico ou mecanismos de compensação (sugere Transtorno de Conduta e Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Pescoço fino e longo: dificuldade em controlar e dirigir impulsos instintivos (pessoas severas e moralistas), aguda consciência de impulsos corporais com grande esforço para contê-los, supercontrole repressivo, afastamento da vida emocional ou ansiedade (comum em pessoas com Transtorno de Somatização). Pomo de Adão: desejo de virilidade. Omissão: dificuldade de coordenação dos impulsos, perda de controle, sensação de desamparo perante os impulsos, comportamento impulsivo, com controle interno pobre, imaturidade e regressão (comum em crianças até aproximadamente 5 anos de idade ou com Roubo Patológico)
Colarinho e Gravata
Apresentam uma simbologia tanto sexual como social, dependendo da configuração geral do desenho.
Geralmente são enfatizados pelas pessoas que sentem intimidadas por pescoço longo (mecanismo de compensação).
Colar, colarinho, gola ou gravata separando o pescoço: separa o corpo (impulsos físicos, vitais) da cabeça (controle intelectual, racional), necessidade de controle da vida instintiva intelectual de controlar os impulsos vitais.
Decote muito longo ou muito estreito: compensação por sentimento de inferioridade ou dificuldade sexual (comum em pacientes com Transtorno de Somatização).
Decote, quando desenhado por homem: dificuldades sexuais ou desejos inconfessáveis. Decote, quando desenhado por mulher: mecanismo de compensação (pescoço maior), problema sexual e imaturidade (porém, na mulher é mais aceitável). Decote em V: fixação sexual sobre os seios e tendências voyeuristas. Decote alto: repressão.
Ausência de gravata em trajes completo com chapéu: timidez no reconhecimento deste símbolo sexual socializado ou dificuldades na aceitação dos impulsos sexuais.
Gravata desenhada com muita ênfase por homem: preocupação fálica com suspeita de sentimentos de impotência e em alguns casos Homossexualismo.
Gravata pequena ou borboleta: sentimento reprimido de inferioridade física.
Gravata muito cuidada na figura feminina: possibilidade de tendências homossexuais.
Gravata voando, como fora do corpo: intensa preocupação sexual.
Ombros
Simboliza a força, poder físico, autoridade, auto-afirmação, autonomia e domínio sobre o ambiente.
Ombros bem proporcionados: flexibilidade e harmonia com o poder interno. Ombros desproporcionados: desequilíbrio interno, conflitos sexuais ou dificuldade de se impor no mundo.
Desenha primeiro ombros pequenos, depois apaga e desenha ombros grandes: reação primária de sentimentos de inferioridade e ocultação com fachada de capacidade e adequação. Ombros grandes: desejo de afirmação, agressividade, autoridade, necessidade de mostrar-se forte e de dominar o ambiente (sugere Transtorno de Personalidade AntiSocial). Ombros pequenos: submissão, sentimentos de inferioridade e de menos valia.
Ombros exagerados ou representação apagada: preocupação com o poder e com a perfeição física, temor de debilidade sexual (quando com muita ênfase, indica uma concentração no corpo em grau patológico, sugere Transtorno de Personalidade Narcisista). Ombros geométricos, em linha reta ou quadrados: imaturidade psíquica, com atitudes hostis e super defensivas, necessidade de provocar-se capaz, e de impor-se no ambiente.
Ombros estreitos em relação ao corpo: sentimento de menos valia, de inferioridade e/ou inadequação (comum em Deprimidos e em Transtorno de Somatização).
Ombros arredondados símbolo feminilidade. Quando desenhado homens pode ser indicativo Homossexualismo ou confusão sexual.
de por de
Ombros másculos: símbolo de masculinidade, desejo de força. Quando desenhados por homem, de forma exagerada: insegurança com respeito a masculinidade, ambivalência sexual ou virilidade reprimida.
Ombros vergados: culpa, vergonha, sensação de vida árdua e excesso de responsabilidades (sugere Transtorno Depressivo).
Ombros másculos: símbolo de masculinidade, desejo de força. Quando desenhados por homem, de forma exagerada: insegurança com respeito a masculinidade, ambivalência sexual ou virilidade reprimida.
Ombros vergados: culpa, vergonha, sensação de vida árdua e excesso de responsabilidades (sugere Transtorno Depressivo).
Tórax É a sede dos órgãos vitais, da vida instintiva e emocional. Simboliza tanto a altivez como a timidez, a agressividade como a gentileza, a prepotência como a humildade; a sua postura da Figura Humana mostra como a pessoa apresenta-se no mundo e como relaciona-se com as pessoas.
Tórax bem proporcionado: harmonia interna e equilíbrio entre a vida instintiva e emocional. Tórax pequeno e/ou estreito: inibição, constrição emocional, negação dos impulsos instintivos e/ou sentimentos de inferioridade (comum em pessoas com Transtorno de Somatização). Desenhado Tórax arredondado ou com linhas suaves: símbolo feminino, menor agressividade, submissão e introversão (quando por homem, pode ser indício de Homossexualismo).
Tórax grande e/ou longo: presença de impulsos não satisfeitos, dificuldade em se expressar (sente nas vísceras, mas não expressa), compensação por baixa estatura ou preocupação com a beleza estética e em mostrar-se (comum em Transtorno de Personalidade Esquizóide e Transtorno de Personalidade Narcisista).
Tórax rígido: defesas contra emoções e dificuldade em se expor.
Tórax como uma caixa quadrada com ângulos: símbolo masculino, maior agressividade, propensão à crítica ou extroversão (comum em pessoas regredidas, primitivas ou desorganizadas e sugere Transtorno da Conduta e Transtorno da Personalidade Anti-Social).
Tórax com a parte inferior não fechada: preocupação sexual, conflito sexual não resolvido ou tendências homossexuais com culpa e ansiedade.
Tórax com ênfase, sombreamento, negrito ou contorno duplo: ansiedade em relação ao desenvolvimento corporal, preocupação com o poder físico ou expressão de masculinidade (comum em pessoas com Transtorno de Somatização). Tórax com pêlos: desejo de masculinidade, necessidade de conferir o aspecto masculino ou sensualidade e narcisismo. Omissão do tórax: imaturidade severa, perturbação emocional com aguda ansiedade pelo corpo, rejeição ao corpo e necessidade de recalcar ou negar os impulsos corporais (comum em crianças pequenas, Roubo Patológico e raro nos desenhos de adultos).
Seios Símbolo de proteção, tem relação com o princípio feminino, com a maternidade, suavidade e segurança. Freqüentemente é associado às imagens de intimidade, de oferenda, de dádiva e de refúgio. Estão também vinculados aos sentimentos afetivos de identidade e auto valorização.
Seios grandes ou desenhados com muito cuidado: fortes necessidades com dependência da figura materna ou conflitos com a maternidade, necessidade oral, gula e erotismo. Ênfase no seio desenhado por moças: identificação com a mãe, erotismo oral, necessidade de alimentação e de cuidado ou constrangimento em relação ao próprio busto (comum em adolescentes com grande desejo de crescer).
Seios pequenos ou apenas assinalados: preocupação reprimida com os seios e dificuldade em assumir o crescimento.
Seios com ênfase na figura masculina: ambivalência sexual (comum em Homossexuais).
Costelas: é raro aparecer, porém quando estão presentes sinaliza a presença de problemas graves, como Esquizofrenia.
Camisa, paletó, blusa ou camiseta Símbolo de proteção. Estar sem camisa é como mostrar-se sem a segunda pele.
Botões em desenho de crianças: forte dependência materna. As crianças pequenas costumam associar o botão com o umbigo indicando uma simbiose com a mãe e dificuldade em soltar-se.
Paletó, blusa ou camisa com botões: dependência oral e materna, gula, sentimentos de inadequação, repressão, preocupações com o corpo e com a saúde, conflitos ou ambivalência sexual (comum em crianças pequenas, Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo, adultos infantilizados, sugere também Hipocondria e/ou Transtorno de Personalidade Dependente).
Botões na linha central: é normal em crianças pequenas e nas mais velhas pode indicar forte dependência materna, em adultos sugere preocupações com o corpo e com a saúde (comum em Hipocondríacos). Paletó, blusa ou camiseta com bolso: privação afetiva e dependência materna ou identificação psicossocial com a mãe (comum em adultos infantis e dependentes). Bolso desenhado por adolescentes: luta pela virilidade em antagonismo com a dependência materna.
Bolso desenhado por crianças: afirmação social e pessoal e expansão do ego (principalmente quando estão cheios d estilingue, revólver, etc. – símbolo de expansão do ego e do amadurecimento). Lenço no bolso em linha reta e/ou em ponta: fantasia de virilidade ou facilidade sexual. Sombreamento do paletó, blusa ou camiseta: ansiedade em relação à feminilidade ou à masculinidade e dificuldade ou vergonha do corpo (comum em Hipocondríacos).
Cintura
Simboliza a área do controle do impulso sexual, da feminilidade, da sedução e da possibilidade de atração.
Cintura adequada: harmonia entre a zona superior e inferior, entre os impulsos e a razão.
Cintura enfatizada por sombreamento, traços reforçados ou interrompidos: ansiedade em relação à divisão da zona superior e inferior, repressão na esfera sexual, ambivalência entre expressão e controle corporal na área da sexualidade, preocupação ou policiamento dos impulsos do corpo. Cintura pequena e bem apertada na figura feminina: controle precário das emoções e saída com explosões ou necessidade de seduzir.
Cinto apertado no homem: necessidade de mostra estabilidade, força e controle, dependendo do global sugere também Homossexualidade.
Cinto com fivela: castidade, repressão da sexualidade, controle e racionalização da tensão representada pela divisão do corpo em zonas (quanto mais elaborado o cinto, maior tendência em converter a tensão em formas estéticas e próprias de expressão).
Quadril e Nádegas
Zona de expressão de conflitos.
Grandes ou com sombreamento na figura feminina, feita por moças: interesse pela maternidade e/ou maturidade ou necessidade de chamar a atenção. Grandes ou com sombreamento na figura feminina, feita por rapazes: tendências homossexuais ou problemas na área da sexualidade.
Zona Genital
O sombreamento ou o desenho dos órgãos sexuais não são comuns e quando aparecem indicam conflitos e expressam distúrbios.
Representação dos órgãos sexuais: agressividade, exibicionismo, voyeurismo ou preocupação com a própria identidade sexual (sinal patológico de deteriorização, comum em Esquizofrênicos. Não é válido para indicar Homossexualismo).
Representação dos órgãos sexuais em crianças de mais de 5 anos: agressividade, conflitos familiares, oposição aberta ao ambiente, atraso afetivo, falta de adaptação ao meio ou patologia mais séria envolvendo aguda ansiedade em relação ao corpo e pobre controle dos impulsos (sugere Transtorno da Conduta). Vista na calça acentuada: preocupação sexual, mas não necessariamente indício de Homossexualismo. Abdômen com sombreamento: ansiedade com relação à sexualidade e/ou ao corpo (sugere Hipocondria).
Braços O comprimento dos braços, sua robustez e a direção com que eles partem do corpo para o ambiente oferecem dados adicionais sobre a natureza da interação do indivíduo com o mundo (os braços equivalem aos galhos da árvore e a porta da casa). Simbolizam o contato com objetos e pessoas, o desenvolvimento do eu, a adaptação social, a inter-relação com o ambiente, a força, o poder de fazer, o socorro concedido e a proteção.
Braços proporcionais, flexíveis e relaxados: bom ajustamento pessoal e capacidade de inter-relação com o ambiente.
Braços longos e fortes e/ou grossos (que alcançam abaixo dos joelhos): ambição, com certo poder de realização, capacidade de luta, domínio, facilidade em estabelecer contato com pessoas ou com o ambiente, ou necessidade de uma figura materna protetora ou agressividade dirigidas ao ambiente e às pessoas.
Braços mais largos que o corpo: dificuldade nas relações com as pessoas e/ou com o ambiente, fantasia e ambição maior que a capacidade de realização. Braços longos e finos (que alcançam abaixo dos joelhos): debilidade física ou psíquica, sentimento de inadequação e insuficiência, amplos horizontes mas sem capacidade de manipulação ou realização, insegurança e impotência, são braços que não podem realizar nada e que não reagem aos estímulos interiores.
Braços em uma linha só: marcados sentimentos de inadequação no contato com as pessoas e sinal de deteriorização. Braços curtos ou insuficientemente compridos para alcançar a cintura: retraimento, contato limitado com o ambiente e com as pessoas, inibição, passividade e falta de luta. Braços voltados para a frente do corpo: disposição para o contato.
Braços afastados para os lados ou pendentes ao longo do corpo e caídos: passividade, dificuldade para iniciativa, inatividade ou incapacidade e dependência, ou sentimento de culpa (sugere Transtorno Depressivo).
Braços rígidos, apertados ao corpo: controle interno rígido, falta de flexibilidade, relações interpessoais pobres, dificuldade em aproximar e estabelecer relações com as pessoas, medo vinculado a impulsos hostis, falta de tensão muscular, passividade do ego, sentimentos de defesa (sugere Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo).
Braços com movimento com o outro, junto ao corpo: tentativa para vencer as dificuldades do meio.
Braços para trás: inibição, culpa, dificuldades, relutância, medo do contato com as pessoas e/ou ambiente, falta de confiança, insegurança em participar no ambiente e necessidade em controlar a expressão de impulsos agressivos ou hostis (sugere Transtorno de Personalidade Esquiva).
Um braço para frente e outro para trás: misto de evasão e contato ou ambivalência entre agredir e acariciar. Braços cruzados no peito: atitudes de suspeita, fuga, desafio, insegurança ou hostilidade. Braços cruzados sobre a zona genital: sentimentos mal resolvidos na área genital e defesa (comum em indivíduos sexualmente mal ajustados e sugere Impulso Sexual Excessivo).
Braços na horizontal de forma mecânica, em ângulo reto com a linha do corpo: contato superficial e não afetivo com o meio (comum em desenhos de pessoas regredidas). Um braço para cima e outro para baixo: conflito entre ambição e inatividade com solução na fantasia. Braços estendidos para o ambiente: necessidade de afeto ou de mais participação social e sentimento de inferioridade e inadaptação.
Braços para cima e rígidos: fantasias ambiciosas, culpa ou imploração de alguma graça para o alto. Braços em negrito ou sombreado: conflito, dificuldade de contato com o mundo exterior e sentimentos de menos valia, de culpa por impulsos agressivos (comum em Transtorno Depressivo). Braços amputados: sentimento de castração, dificuldade em conter o fluxo dos impulsos e inabilidade para contatar e realizar.
Braços com articulação: preocupação hipocondríaca, insegurança e necessidade de pistas perspectivas para se assegurar (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo, Transtorno de Personalidade Dependente e Hipocondria).
Omissão dos braços: passividade, sentimento de menos valia, desamparo, abandono, dificuldade de realização (não podem fazer nada), rompimento com o mundo exterior, oposição ao grupo ou grande sentimento de culpa e ansiedade por condutas socialmente não aceitáveis e com necessidade de automutilação (comum em crianças pequenas antes dos 4 anos de idade, Roubo Patológico, Esquizofrênicos, Transtorno Depressivo em pessoas que sofrem rejeição materna e em indivíduos com possíveis tendência suicidas.).
Mãos
Simbolizam o instrumento mais refinado para ação ofensiva ou defensiva do ego.
São os membros de contato e manipulação do corpo, são comprometidos com a atividade de agarrar, manipular, tocar objetos ou pessoas ou mesmo a si mesmo.
Revelam o nível de aspiração do examinando, sua confiança, agressividade, eficiência e muito freqüentemente sua culpa ou conflito a respeito das relações interpessoais, além das realizações pessoais, como pintar, realizar trabalhos manuais, etc.
Por meio das mãos podemos compreender comportamentos que traduzem medo, timidez, hostilidade ou agressão.
Mãos médias, proporcionais ao corpo: harmonia interna com facilidade para estabelecer contato com as pessoas e o meio.
Mãos ausentes ou com contorno impreciso: falta de confiança nos contatos sociais, na produtividade ou ambos, possibilidade de contato limitada, com retraimento, passividade, dificuldade de toque, manipulação, ataque e agressão (comum em crianças que roem unhas, em pessoas que não experenciaram mãos que ajudam num momento de necessidade ou em pessoas que se sentem culpadas).
Mãos no bolso possibilidade de contato limitada, passividade do ego, sentimento de menos valia e/ou punição. Defesa contra a atuação de impulsos proibidos com as mãos (comum em desenhos de pessoas com Transtorno de Personalidade AntiSocial, Roubo Patológico e com Impulso Social Excessivo).
Mãos escondidas ou atrás das costas: falta de confiança no relacionamento com as pessoas, dificuldade de contato e/ou sentimentos de culpa (comum em pessoas com Transtorno de Personalidade Anti-Social, Roubo Patológico e com Impulso Sexual Excessivo).
Mãos cruzadas na zona central: preocupaçã0 com erotismo e com a sexualidade (sugere Transtorno Sexual Excessivo). Mãos pendentes: abandono e tendência à inércia e dificuldade de atuação (são mãos que não interagem, sugere Transtorno Depressivo). Mãos em perfil: inteligência. Mãos abertas: necessidade de afeto e relação com as pessoas.
Mãos fechadas: dificuldade nas relações sociais, fantasia de agressividade ou agressividade dissimulada, comum em pessoas usuárias (sugere Transtorno de Conduta e Transtorno da Personalidade Anti-Social).
Mãos pequenas: sentimento de culpa e/ou inadequação, menos valia, timidez e agressividade reprimida (sugere Transtorno Depressivo).
Mãos grandes: expressão de poder, ambição, domínio, agressividade, impulsividade ou sentimentos compensatórios por debilidade, insuficiência de manipulação e inaptidão nos aspectos mais refinados das relações sociais (comum em Roubo Patológico). Mãos maiores em relação às outras partes do corpo: ambição, poder, domínio ou sentimento de menos valia, impotência e dificuldade no contato (comum em pessoas com Transtorno de Somatização).
Mãos sombreadas: ansiedade e/ou culpa relativas a atividades de manipulação ou contato (comum em pessoas agressivas, Transtorno de Personalidade Anti-Social e/ou impulso Sexual Excessivo).
Luvas: repressão da agressividade, sofisticação e pedantismo. As luvas simbolizam também a evitação do contato direto e imprudente com algo impuro ou sujo.
Dedos Dedos representam os pormenores da vida. O polegar simboliza o intelecto e a preocupação; O indicador – o ego e o medo; O médio – a raiva e a sexualidade; O anular – as uniões e o pesar; O mínimo representa a família e a honestidade.
Simbolicamente são elementos multifacetados, pois podem acariciar, explorar (orifícios do corpo), agredir (dedo do gatilho de um revólver, dedo em riste), ensinar (linguagem dos surdos).
São os pontos reais do tato e contato.
Dedos apresentados de forma natural: harmonia entre agressividade e toque. Dedos cuidadosamente articulados e/ou muito detalhados: desejo de perfeição ou obsessividade (comum em Transtorno de Personalidade ObsessivoCompulsivo e em Esquizofrênicos). Dedos sem a palma da mão: agressividade (é comum em crianças pequenas, mas, quando combina com outros traços, significa agressividade infantil).
Dedos como afinetes, palitos, garfo, garras, tesouras ou compridos e pontudos: agressividade e imaturidade. São dedos capazes de espetar, agarrar, cortar e agredir (comum em Transtorno de Personalidade Anti-Social e Transtorno de Personalidade Sádica). Dedos apagados: sentimentos de culpa de inadequação, impotência, de menos valia, conflitos ou agressividade reprimida ou impulsividade e ansiedade de autoafirmação.
Dedos muito curtos ou muito longos: sentimentos de culpa (comum em pessoas com Impulso Sexual Excessivo). Dedos longos e finos: equilíbrio ou sentimentos de menos valia, desejo de afirmação ou hostilidade (depende do global do desenho). Dedos grossos e curtos: agressividade reprimida, dificuldade de inter-relação e hostilidade.
Menos ou mais que cinco dedos: falta de atenção e observação, incapacidade ou dependência (comum em crianças, no adulto sugere imaturidade, ambição, agressividade ou disposições aquisitivas). Dedos com articulação: vida instintiva superior a intelectual (comum em Transtorno de Personalidade ObsessivoCompulsivo). Punhos cerrados: repressão ou recalcamento da agressividade.
Unhas
Representam as próprias armas (arranham e ferem) e ao mesmo tempo podem simbolizar autoproteção e sedução.
Ênfase nas unhas: controle obsessivo da agressividade ou dificuldade com relação ao conceito corporal (comum em Esquizofrênicos e Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo). Unhas longas desenhadas por homem: ambivalência ou confusão sexual.
Anéis nos dedos
Podem ter a simbologia de um meio de reconhecimento da força de um laço que ninguém pode romper (aliança, comunhão ou destino associado).
Representam também a necessidade de ostentação e auto-afirmação pelo poder econômico.
Desenhados por homem: conflito no casamento (aliança), ambivalência sexual ou afirmação econômica (anéis vistosos).
Desenhados por mulher: afirmação social, necessidade de status e vontade de chamar a atenção (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
Pernas
Membro facilitador da marcha, permite as aproximações, facilita os contatos, suprime as distâncias. Reveste-se, portanto, de importância social. As pernas também simbolizam a estabilidade do corpo, representam contato com o ambiente (compartilham com os braços), comportam e equilibram o corpo, tornam possível a locomoção, compartilham com a região inferior do tronco na esfera sexual, simbolizando atitudes do examinando frente à vida.
Pernas médias no comprimento e na grossura: estabilidade interna, contato adequado e destreza ao caminhar no ambiente. Pernas com sombreamento, reforço, rasuras ou mudanças de linha: conflitos, dificuldades de locomoção e/ou de equilíbrio na vida ou exagerada consciência sexual. Recusa em desenhar o corpo abaixo da linha da cintura ou indicação muito sumária da região das pernas: perturbação, conflitos e/ou dificuldades sexuais.
Pernas ocultas em traje de noite: racionalização do conflito e dificuldade no caminhar da vida.
Pernas ausentes ou incompletas por não caber no papel: necessidade de autonomia, sem possibilidade de efetivação. Pernas juntas, fechadas ou apertadas: rigidez, tensão, tentativa de controle dos impulsos corporais ou medo de ataque sexual, isolamento, sentimentos de culpa, dificuldade de socialização ou curiosidade sexual, repressão ou problemas na área sexual (principalmente se combinam com os braços junto ao corpo).
Pernas juntas e rígidas, sem sinal de movimento: self fechado para o mundo, estagnação entre a fantasia e a capacidade de realização e os impulsos internos mantidos sob um rígido controle. Pernas separadas: fala de equilíbrio (comum em pessoas com Transtorno de Somatização). Pernas longas: necessidade de autoafirmação social, fuga ou desajuste ao ambiente, busca de autonomia e necessidade de independência.
Pernas longas e grossas: desejo de contato, falta de possibilidade de realizar a ambição desejada ou fuga. Pernas longas e finas: inadequação e dificuldade para conseguir independência pessoal (sugere Transtorno de Personalidade Dependente). Pernas em uma linha apenas: sentimentos de inadequação e insegurança (comum em crianças).
Pernas pequenas e frágeis ou curtas e finas: dificuldade de locomoção no ambiente, sentimento de inadequação, deficiência e/ou constrição no caminho da vida (comum em Transtorno de Somatização).
Pernas gossas: desejo de contato ou fuga e sem muita possibilidade de realização, principalmente se as fazem curtas
Perna curta e grossa: sentimento profundo de imobilidade e falta de autonomia (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Pernas arqueadas: imaturidade psicossexual.
Quando não desenha a zona de bifurcação das pernas: imaturidade, desajuste, conflitos sexuais ou imaturidade psicossexual.
desajuste
e
Figura feminina com pernas torcidas desenhada por rapaz: imaturidade psicossexual e desprezo à figura.
Disparidade no tamanho das pernas (comprimento, largura ou ambos): ambivalência referente ao impulso para a autonomia ou independência. Angústia frente à realidade (comum em Deprimidos).
Ênfase nos joelhos: preocupação com o corpo, insegurança, imaturidade afetiva ou sexual (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo).
Omissão das pernas: é bastante raro, sugerindo patológicos sentimentos de constrição e de castração ambiental, deteriorização (comum em Esquizofrênicos e Transtorno de Ansiedade Generalizada).
Calças, saias e cintos Calça com vista: preocupação sexual com a masturbação, insegurança, medo, mas não necessariamente indício de homossexualismo. Calça com vinco: exibicionismo da masculinidade. Calça com o gancho elevado: ansiedade sexual.
Calça ou saia sombreada, em negrito, quadriculada ou com transparência: ansiedade, temor de castração, medo na área sexual ou violação. Saia comprida cortada com uma linha no meio para dar idéia de calça em adultos: imaturidade afetiva e sexual. Sombreamento ou reforço na barra da calça ou saia: controle ativo ou interesse infantil em olhar a área sexual ou as pernas.
Pés e Dedos
Simbolizam o contato com a realidade frente à vida, dão indicações da segurança do envolvimento no meio ambiente.
Os pés são o ponto de apoio na caminhada da vida.
Tocam o chão e por isso podem ser envolvidos em idéias de fobias por germes e/ou sujeira, freqüentemente são associados com sexualidade e sentimentos de culpa (são órgãos extensivos e proeminentes no corpo), dão passos, ato de afirmação que envolve os movimentos de todo o corpo (sentimento de mobilidade fisiológica e/ou patológica na esfera interpessoal), dão chutes (implicações agressivas), são extremidades e pontos de contato (equilíbrio), representam o se posicionar no mundo (autonomia e adaptabilidade).
Pés de tamanho adequado: segurança e equilíbrio para caminhar no ambiente.
Pés sombreados, borrados ou distorcidos: conflitos, insegurança no caminho e no estar no mundo, constrição, dependência (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Pés muito grandes: necessidade de segurança, de demonstrar virilidade ou sentimento de inadequação sexual.
Pés muito pequenos: constrição, dependência e fortes sentimentos de insegurança para manter-se ou atingir os objetivos (sugere Transtorno de Personalidade Dependente). Pés para dentro: tênue contato com a realidade, equilíbrio precário ou forte necessidade de fuga. Pés para dentro: ambivalência e falta de autonomia. Pés para cada lado: indecisão, ambivalência, dissimulação do conflito ou oposição.
Pés com calcanhares e dedos: agressividade sexual e símbolo de castração (sugere Impulso Sexual Excessivo). Pés com calcanhar muito acentuado: falta de base, dificuldade de evoluir ou problema sexual. Dedos nos pés em uma figura vestida: agressividade (sugere Transtorno da Conduta ou Transtorno da Personalidade Anti-Social).
Omissão dos pés: timidez, insegurança no caminhar na vida, falta de autonomia e contato, sentimento de menos valia, de castração ou dificuldade sexuais (comum em pacientes Esquizofrênicos e sugere Fobia Social).
Omissão por não caberem no papel: necessidade de autonomia e independência, medo ou dificuldade de satisfação.
Sapatos e meias
Representam o símbolo da afirmação sexual, num extremo está o contato com a realidade e no outro a sexualidade e o desejo de chamar a atenção.
Sapatos sombreados: dependência e dificuldade no caminhar (comum em pacientes com Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo e sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Sapatos de salto: na figura masculina sugere ambivalência ou tendências homossexuais. Na figura feminina, compensação por baixa estatura ou necessidade de chamar a atenção. Meias na figura masculina: preocupação com vestuário e narcisismo. Meias curtas na figura feminina: identificação com o modelo infantil (sugere Transtorno da Personalidade Dependente).
Roupas e acessórios
Simbolizam a necessidade de proteção, pudor e socialização.
O sentido de proteger o corpo foi estendido para a necessidade de aparência social (como a pessoa é na realidade e como gostaria de parecer aos outros).
O tratamento dado à roupa é, pelo menos parcialmente, um reflexo do ajustamento emocional, e os conflitos expressos pela mesma são menos profundos que os conflitos expressos pelo corpo. Pacientes com tendências depressivas, assim como os com menor adequação realidade, tendem a incluir menos vestimentas em suas figuras humanas, porém a maioria dos pacientes apresenta as suas figuras vestidas.
Traje comum completo: ajustamento interno e com a sociedade. Ausência de roupas: rebelião contra a sociedade e/ou figuras parentais, consciência de conflitos na área da sexualidade, necessidade de contato ou exibicionismo (comum em Voyeuristas). Roupa muito detalhada em figura de autoconceito:: narcisismo pela roupa, vestuário ou sociedade, necessidade de chamar atenção e egocentrismo (comum em adultos infantilizados e sugere Transtorno de Personalidade Narcisista)
Roupas em ambas as figuras bem detalhadas e elaboradas: sentimento de inferioridade e necessidade de proteção, couraça, importância atribuída ao prestígio social e as posses dentro do sistema de valores (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo e sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
Roupa íntima: narcisismo.
exibicionismo
e/ou
Ênfase no contorno de roupa (sombreamento, linha dupla, reforçada ou borrão): conflito entre modéstia e exibicionismo, entre o impulso de expor e o controle social ou problema com a área sombreada.
Traje de banho: narcisismo pelo corpo, mecanismo de compensação por estresse (vontade de estar na praia) ou debilidade física ou sexual.
Traje de noite: narcisismo, desejo de chamar a atenção, de agradar e de atrair sexualmente (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista). Uniforme ou fantasia:: insegurança, identidade em nível de fantasia, desprezo e hostilidade em relação a si e medo de não agradar. Figura vestida como policiais, bandidos, etc.: são encontrados nos desenhos de crianças com grandes problemas com os pais.
Figura vestida como feiticeira: hostilidade para com as mulheres expressa abertamente de forma punitiva.
Vaqueiros desenhados por homem: representação de uma forma mais masculina do que se sente na realidade e sentimentos de insuficiência a respeito a virilidade que se enraizam na estrutura de personalidade.
Complementos
Quando aparecem devem ser analisados.
Jóias e pinturas: desejo de afirmação social, econômica e/ou sexual (atrair pela aparência, sugere Transtorno de Personalidade Narcisista). Meias e luvas: símbolo sexual, sentimento de culpa, menos valia, fantasia de realização sexual ou necessidade de status social.
Cachimbo, cigarro, diploma, armas, bengala, guarda-chuva, etc.: necessidade de proteção ou simbolismo sexual, busca e/ou luta pela virilidade.
Objetos na mão (livros, jornais, pacotes, flores, bolsa, pasta, etc.): insegurança, necessidade de contato com algo e de apoio (no caso de livros, é comum em pessoas com problemas escolares, sugere Transtorno de Aprendizagem).
Acentuação dos acessórios em detrimento dos itens essenciais na roupa: pobreza no julgamento, dificuldade de entendimento ou sentimento de inferioridade social. Adornos (flores, lenços, broches, brincos, etc.): preocupação sexual, exibicionismo, desejo de atrair o sexo oposto, necessidade de chamar atenção, embelezar-se ou fortes sentimentos de inferioridade social (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
Abundância de pormenores: lenço no bolso, luvas, enfeites no chapéu, no vestido, bolsa ou objetos na mão, etc.: devem ser analisados em relação ao papel que desempenham (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo).
Paisagem como tema de fundo no desenho da figura humana: tendência a sonho, indolência, fantasia, afetividade e capacidade de observação.
Paisagem como tema dominante no desenho da figura humana: sensação de ser ameaçado pelo mundo, estando à mercê das forças exteriores, ausência de liberdade em relação a realidade, ansiedade, cansaço e falta de controle sobre idéias negativas (comum em Deprimidos). Acréscimo de outra figura: solidão, necessidade de companhia afetiva real ou sensação de incompetência ( comum nas crianças criadas em instituições ou em famílias grandes com privação cultural).
Dizeres, versos, rabiscos sem significado ou formas impróprias junto à figura: incerteza, insegurança e falta de confiança em si (comum em Esquizofrênicos).
Nuvens, chuvas ou neve: ansiedade, sensação de ameaça, no caso de crianças ameaçadas pelo adulto ou pelos pais (comum em Transtorno Depressivo).
Comparação entre as duas figuras Reflete as atitudes do paciente com os dois sexos. Um exemplo seria a criança que desenha a figura masculina menor e menos móvel que a feminina, podendo indicar que vê o homem como mais passivo, inativo e introvertido que a mulher, que é vista como mais ativa, extrovertida ou agressiva.
Figura maior e mais elaborada: maior importância e/ou valorização atribuída.
Figura menor e menos elaborada: depreciação, hostilidade ou medo.
Pequena diferenciação entre as figuras masculina e feminina: fracasso em reconhecer o sexo oposto como diferente do seu próprio, desinteresse ou medo na aceitação das características sexuais secundárias do corpo.
Figura masculina menor que a figura feminina desenhado por homem: sentimento de inferioridade ou medo em relação às mulheres, identificação psicossexual conflitiva.
Ambas as figuras cuidadosamente delineadas: alta inclinação para o detalhe e a ordem (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo)
Pessoa pequena que se representa em figura grande: disfarce do sentimento de inferioridade, necessidade de mostrar-se importante, tendência narcisista, exibicionista ou forte agressividade (sugere Transtorno de Personalidade Narcisista).
Figura feminina com trajes masculinos: ambivalência sexual ou conflito na identidade e no papel sexual (sugere Homossexualismo).
Simbolismo das cores Segundo E. Hammer (1981) deve-se sempre oferecer as oito cores ao examinando: amarelo, azul, laranja, marrom, preto, verde, vermelho e violeta. A simbologia das cores varia de cultura para cultura, ocorrendo uma diversidade de interpretações. NO entanto, quanto mais bizarro for o emprego da cor, maior a probabilidade de ter um significado representativo.
Amarelo: é a cor da luz, do ouro e do sol. É a cor preferida por pessoas alegres, desinibidas, flexíveis e espontâneas. Quando usada com muita ênfase sugere agressividade ou hostilidade; em crianças, um comportamento mais dependente e emocional.
Azul: é a cor do céu, do espírito. A contemplação do azul determina profundidade, sentimento de penetração no infinito, sensação de leveza e contentamento. É a cor preferida por pessoas calmas, seguras equilibradas e mais controladas.
Laranja: é a cor que está a meio caminho entre o amarelo e o vermelho, simboliza o ponto de equilíbrio entre o espírito e a libido. É a cor preferida por pessoas confiantes, perseverantes, independentes e extrovertidas. Quando usado com muita ênfase no adulto sugere superestima de si mesmo ou projeção de problemas e afetos no exterior; já nas crianças, desejo de conseguir algo e se valorizar.
Marrom: é a cor da terra, da força de estruturação do ego, da resistência psíquica, da perseveração emocional e do fanatismo. Escurecido, ele possui a vitalidade e a força impulsiva do vermelho, só que de forma atenuada. É a cor preferida de pessoas passivas, indiferentes, inseguras e observadoras das regras. Quando usado com muita ênfase por crianças sugere inibição ou repressão.
Preto: é a ausência de todas as cores, transmite a sensação de renúncia, entrega, abandono e introspecção. No Ocidente é a cor do luto por expressar melhor a eternidade em seu sentido mais profundo: a não existência. As pessoas que usam o preto nos desenhos demonstram tristeza, conflitos não solucionados, inibição, repressão ou vida interior sombria. Em crianças reflete repressão da vida emocional ou ansiedade.
Verde: é a cor da natureza, do crescimento, da criação, da reprodução, é chamada a cor do equilíbrio. É a cor preferida por pessoas sensíveis, sociáveis e com facilidade de inter-relação com os outros. Quando usado com muita ênfase nas crianças sugere dificuldade de expressão nas emoções.
Vermelho: universalmente considerado como o símbolo fundamental do princípio da vida, é a cor do sangue. É uma cor ativa e estimulante, que produz emoções rápidas e fortes. Quando usado com muita ênfase por adultos sugere alta excitabilidade, infantilidade ou falta de auto-crítica. O interesse pelo vermelho decresce à medida que a criança supera a fase impulsiva e ingressa na fase da razão.
Violeta ou roxo: é a cor resultante da mistura do vermelho com o azul, conservando as propriedades de ambos, embora seja uma cor distinta. Quando usado com muita ênfase por adultos sugere fortes impulsos para o poder; já nas crianças reflete um temperamento mais sombrio ou tristeza.
Disposição das cores
Cores separadas: expansão, porém com emoções controladas ou dirigidas, desejo de ordem e equilíbrio.
Cores entrelaçadas, mescladas: menor controle emocional.
Cores superpostas: regressão, conflito emocional e conflito na relação eu-mundo
Cores desrodenadas, justapostas de modo confuso, com negligência: confusão mental, descontrole, sem noção de limite e desorganização psíquica.
Cores cuidadosamente dispostas, ocupando toda a área disponível: desejo de perfeição e disciplina rígida (comum em Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo).