De acordo com esse esquema, os primeiros três capítulos ("A excelência da boditchita", "Confissão" e "Apoderar-se da boditchita") foram idealizados para estimular o surgimento da boditchita na mente. Os três capítulos seguintes ("Cuidado", "Introspecção vigilante" e "Paciência") dão instruções de como impedir que a preciosa atitude se dissipe, enquanto o sétimo, o oitavo e o nono capítulos ("Diligência", "Concentração meditativa" e "Sabedoria") prescrevem maneiras por meio das quais a boditchita possa ser progressivamente intensificada. O décimo capítulo é uma prece de dedicação de encerramento.
O DESPERTAR DA BODITCHITA O que é boditchita? A palavra tem muitas nuances e, talvez, seja mais fácil entendê-la do que traduzi-la. Por essa razão, usamos o termo em sânscrito, na esperança de que, por meio de uma definição clara, ela possa ser incorporada e permitir o enriquecimento de nossa língua. Tchita significa "mente", "pensamento", "atitude". Bodi significa "iluminação", "despertar", e é cognata com o termo buda. Isso nos leva a "mente da iluminação", "mente desperta": a atitude da mente que se inclina para o estado búdico, o estado iluminado. É preciso apontar que boditchita não é um sinônimo de compaixão; é um termo mais amplo, onde a compaixãoe stá incluída. De acordo com a tradição, é dito que a boditchita tem dois aspectos, ou que existe em dois níveis. Primeiro, fala-se da boditchita última, referindo-se à cognição direta da verdadeira natureza dos fenômenos. Essa é a sabedoria da vacuidade: um insight imediato e não dual que transcende a conceitualização. Segundo, há a boditchita relativa, que se refere à aspiração de alcançar o bem mais elevado, ou estado búdico, pelo bem estar de todos os seres, junto com todos os passos práticos necessários para alcançar esse objetivo. A conexão entre essas duas boditchitas — a sabedoria da vacuidade de um lado, o desejo de livrar os seres do sofrimento do outro — talvez não seja imediatamente clara. Porém, na perspectiva budista, como Shāntideva gradualmente revela, a boditchita última e a relativa são dois aspectos interdependentes da mesma coisa. A verdadeira realização da vacuidade é impossível sem a prática da compaixão perfeita, ao passo que nenhuma compaixão pode ser perfeita sem a realização da sabedoria da vacuidade. À primeira vista, esse círculo aparentemente fechado sugere a impossibilidade de se alcançar a boditchita. Entretanto, é uma declaração impressionante do ensinamento budista de que a mente em si, mesmo a mente no saṃsāra, não é, nem nunca foi, de forma última, alienada do estado da iluminação. A boditchita é de fato sua verdadeira natureza e condição. A mente não é a mesma coisa que o obscurecimento e as distrações que a assediam e normalmente a subjugam e, portanto, pode se libertar delas; é capaz de se desenvolver e melhorar e pode ser treinada. Quando usa métodos e ferramentas baseados na dualidade de sujeito e objeto, a mente tem o poder de evoluir na direção da sabedoria e de um modo de ser (de fato, sua verdadeira natureza) que transcende completamente essa dualidade. No presente, é claro, para a maioria de nós, isso é algo que ainda precisa ser visto, algo em que temos que confiar. E é com meios hábeis extraordinários e didáticos, e com proximidade e relevância que o lapso de mais de mil anos não diminuiu, que Shāntideva chama nossa atenção para as realidades da existência egocêntrica, com toda a sua dor e idiotice, e coloca à nossa frente a visão de uma alternativa totalmente nova, junto com uma instrução prática sobre como essa visão pode se tornar uma experiência verdadeira.
Primee ira Orelh Prim Ore lhaa
Todos Todo s aqueles que, frente a frente, insultarem-me Ou fizerem qualquer qualquer out o utro ro mal, Mesmo os que me acusarem ou me caluniarem, Possam eles alcançar a ventura da iluminação. Possa eu ser um protet pr otetor or para os o s que vivem vivem desamparados, desamparados, Um guia para par a os viajantes que seguem pelas estradas; Para os que desejam desejam cruzar para a outra margem, marg em, Possa eu ser uma balsa, um barco, uma ponte. de O caminho do bodisatva
Primee ira Orelh Prim Ore lhaa
Todos Todo s aqueles que, frente a frente, insultarem-me Ou fizerem qualquer qualquer out o utro ro mal, Mesmo os que me acusarem ou me caluniarem, Possam eles alcançar a ventura da iluminação. Possa eu ser um protet pr otetor or para os o s que vivem vivem desamparados, desamparados, Um guia para par a os viajantes que seguem pelas estradas; Para os que desejam desejam cruzar para a outra margem, marg em, Possa eu ser uma balsa, um barco, uma ponte. de O caminho do bodisatva
Se gunda Orelha Orelha
Shāntideva foi um erudito do século VIII da Universidade Nālandā, um dos mais reverenciados centros de estudo na Índia antiga. De acordo com a lenda, Shāntideva foi grandemente inspirado pelo bodisatva Mañjushrī, de quem recebeu ensinamentos e grandiosos insights. Padmakara Padmakara Translation Group, na França, tem uma reputação reconhecida por suas traduções de textos tibetanos e ensinamentos. Suas obras têm sido publicadas em várias línguas e são renomadas por seu est estilo ilo acurado e claro. clar o.
A imagem da capa é uma representação do bodisatva Mañjushrī, que corporifica a sabedoria e o conhecimento de todos os budas.
Contracapa
"Se eu tiver qualquer compreensão sobre a compaixão e a prática do caminho do bodisatva, ela é inteiramente baseada neste neste livr o." Sua Santidade o Dalai Lama Apreciado como um tesouro por todas as tradições budistas, O caminho do bodisatva (Bodhicharyāvatāra) é um guia para se cultivar a mente da iluminação e gerar as qualidades do amor, compaixão, generosidade e paciência. Por séculos esse texto foi estudado, praticado e comentado em um linhagem ininterrupta. Apresentado sob a forma de uma meditação pessoal em versos, ele delineia o caminho dos bodisatvas, aqueles que renunciam à paz da iluminação individual e que tomam o voto de trabalhar pela liberação de todos os seres e de alcançar o estado búdico em benefício desses seres. Esta versão em português inclui um prefácio de Sua Santidade o Dalai Lama, uma introdução completa, notas explicativas e três apêndices com comentário do mestre nyingmaK unzang Pelden.
O caminho do bodisatva BODHICHARYĀVATĀRA
Shāntideva
TRADUZIDO DO TIBETANO POR Padmakara Translation Group TRADUZIDO DO INGLÊS POR Manoel Vidal Cândida Bastos P REFÁCIO Sua Santidade o Dalai Lama Makara, 2013
© Padmakara Translation Group © Makara, 2013 Título original em inglês The way of the Bodhisattva Tradução Manoel Vidal e Cândida Basto (Prefácios e Introdução) Revisão Comitê de Tradução Makara e Márcio Miranda Burnett Colaboração Renata Alvarenga, Fabiana Fidelis, na Cristina Lopes Projeto gráfico e capa Rita da Costa Aguiar Diagramação Leika Yatsunami Rita da Costa Aguiar Imagem da capa cervo do Chagdud Gonpa Yeshe Ling - Fotografia de Raul Krebs Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
S526c Shantideva O caminho do bodisatva / Shantideva; tradução Manoel Vidal e Cândida Bastos. - Três Coroas: Makara, 2013. 300 p. Título original em inglês: The way of the Bodhisattva ISBN 978-85-89543-25-5 1. Budismo