Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas Letras e Artes Departamento de Psicologia
Relatório de estagio Supervisionado Psicologia Clínica/ Psicanálise de Crianças
Laysa Renata R. Soares de R. e Silva Matrícula: 10213769 Supervisora: Hélida Magalhães CRP 13/1073
João Pessoa
2008 UNIVERSIDADE FEDERAL DA
PARAÍBA
CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Relatório de
Estágio
Supervisionado em
Psicologia
Clínica,
realizado
na Clínica de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba, Campus I, elaborado
pela
aluna Laysa Renata R. Soares de R. e Silva, Matrícula 10213769, sob supervisão da professora Magalhães, CRP 13/1073
Hélida
João Pessoa 2008
Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas Letras e Artes Departamento de Psicologia Coordenação do Curso de Graduação em Psicologia
REQUERIMENTO
À coordenação de Estagio Supervisionado do Curso de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba. Laysa Renata R. Soares de R. e Silva, aluna regularme regularmente nte matriculada no curso de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba, sob matrícula 10213769, vem solicitar a V. Sa. a aprovação de seu estágio em Psicologia Clínica Infantil, Infantil, realizado na Clínica de Psicologia Psicologia desta instituição, sob a supervisão da professora Hélida Magalhães, CRP 13/1073, perfazendo um total de 554 horas.
Nestes termos pelo deferimento,
João Pessoa, 02 de Setembro de 2008
Laysa Renata R. Soares de R. e Silva Matrícula 10213769
Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas Letras e Artes Departamento de Psicologia Coordenação do Curso de Graduação em Psicologia
DECLARAÇÃO
Declaro para os devidos fins, junto a Universidade Federal da Paraíba, que Laysa Renata R. Soares de R. e Silva, matrícula 10213769, realizou 554 horas de Estágio Supervisionado na área de Psicologia Clínica Infantil, sob minha supervisão, entre os períodos 2007.2 e 2008.1, tendo como local de realização Clínica de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba, Campus I.
João Pessoa, 02 de setembro de 2008
Hélida Magalhães CRP 13/1073
Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Humanas Letras e Artes Departamento de Psicologia Coordenação do Curso de Graduação em Psicologia
PARECER
Laysa Renata R. Soares de R. e Silva, aluna regularmente matriculada no curso de Formação de Psicólogo da Universidade Federal da Para Paraíb íba, a, so sobb ma matr tríc ícul ulaa 10 1021 2137 3769 69,, real realiz izou ou 55 5544 ho hora rass de Está Estági gioo em Psicologia Clínica Infantil, na Clínica de Psicologia dessa instituição. Tendo cumprido os objetivos regimentais acadêmicos, somos do PARECER FAVORÁVEL à sua obtenção do título de PSICÓLOGA.
João Pessoa, 02 de setembro de 2008
Hélida Magalhães CRP 13/1073
I. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Universidade Federal da Paraíba Campus I- João Pessoa Reitor: Rômulo Polari
Centro de Ciências Humanas Letras e Artes Diretor:Lúcio Flávio Vasconcelos
Departamento de Psicologia Chefe de Departamento: Verônica Luna
Curso de Graduação em Psicologia Coordenadora: Silvana Carneiro Maciel
Clínica de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba Coordenadora: Zaeth Aguiar do Nascimento Vice-Coordenadora: Clênia Maria Tolêdo de Santana Gonçalves
Estagiária: Laysa Renata R. Soares de R. e Silva Área de Estágio: Psicologia Clínica Infantil Local: Clínica de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba
CARACTERIZAÇÃO A Clínica de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba está dividida em dois blocos, o bloco A e o bloco B.
•
Bloco A
Está localizado à esquerda, sendo composto pelas seguintes salas: Sala 01- Sala de Vídeo Sala 02- Secretaria Sala 03- Atendimento Infantil Sala 04- Sala dos Estagiários Sala 05- Arquivo da Clínica Sala 06- Coordenação de Psicologia Sala 07- Sala de Psicoterapia de Grupo, Supervisão de Estagio e outros Sala 08- Pesquisa
•
Bloco B
Está localizado à direita, sendo composto pelas seguintes salas: Sala 09- Atendimento Clínico Sala 10- Sala de Supervisão de Estágio Sala 11- Atendimento Clínico Sala 12- Psicodiagnótico Salas 12,14,15,16 e 17- Atendimento Clínico Sala 18- Sala de Psicoterapia de Grupo e Supervisão de Estágio Sala- Atendimento Infantil
Quadro Funcional Coordenadores, Funcionários, Técnicos e Professores (Supervisores) Horário de Funcionamento De Segunda à Sexta, das 08h às 12h e das 13h30min às 17h Serviços Prestados Psicot Psicotera erapia pia Familia Familiarr e de casal, casal, Psicot Psicotera erapia pia ind indivi ividua duall (adult (adulto/ o/ adol ad oles esce cent ntee e infa infant ntil) il),, Psic Psicot oter erap apia ia de Grup Grupoo (Adu (Adulto lto/I /Inf nfan antitil), l),
Psic Psicod odia iagn gnót ótic icoo e Orie Orient ntaç ação ão Voca Vocacciona ionall e Serv Serviç içoo de Escu Escuta ta Psicológica (SEP). Clientela Comunidade de universitária (estudantes, professores e servidores) e comunidade em geral, de faixa etária variada e principalmente de baixa renda.
Taxa Cobrada 2 a 10% do salário mínimo, conforme as condições de cad cliente. Equipe de Trabalho Supervisora: Hélida Magalhães Estagiários: Laysa Renata R. Soares de R. e Silva e Ilova Anaya Nasiasene Pombo.
II . CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DE ATIVIDADES
ATIVIDADES
Atendimento Clínico
ORÁRIA C ARGA H ORÁRIA
90hs
Supervisão dos Casos
100hs
Leitura Individual
200hs
Grupo de Estudo Supervisionado
84hs
Elaboração do Relatório OTAL T OTAL
80hs 554hs
Este trabalho não seria possível se não fosse pela
compreensão
superviso supervisora ra Hélida Hélida
e
atenção
da
minha
Magalhã Magalhães. es. Agrade Agradeço ço por por
toda paciência, por todo aprendizado e por toda dedicação .
Em especial, dedico este trabalho às pessoas importantes aos quais estiveram comigo nos bons e maus momentos. Em particular, agradeço aos meus avós, maternos & paternos; aos meus apis, Maria José & Ailson Rosa; aos meus irmãos, Ailson Segundo e Arthur Rosa, ao meu namorado Olavo; aos meus sogros e cunhados; a meus Tios Maria & Sigurd Vindenes Vindenes e as minhas amigas amigas e amigos amigos de todas as horas. A todos vocês vocês o meu muito muito obrigado, obrigado, por dá a minha vida vida um sentido a mais.
Sumário
Introdução
I.
Uma vida em observação, uma grande invenção: Freud e a Psicanálise
II. A Psicanálise e seus seguidores
1. Me Mela lani niee Klei Kleinn 1.1 Klein e a Técnica Técnica do Brincar Brincar 2. Do Dona nald ld Winn Winnic icot ottt 2.1 O Brincar para Winnicott 3. O Lugar Lugar dos dos Pais Pais na Psicaná Psicanálise lise de C Crianç riançaa 4. Fragmentos de um Caso Clínico
Considerações Finais
Apresentação
“(...) há outra coisa que sei. Houve na psicanálise, desde o começ começo, o, uma uma estrei estreita ta uniã união o entre entre tratam tratamen ento to e pesqu pesquisa isa,, o conhecimento levava ao sucesso, e era impossível trratar sem apre prender nder alg alguma uma cois coisa a nova nova,, não se adqu adquir iria ia nenh nenhum um esclareci esclareciment mento o sem experim experimentar entar sua ação benéfica benéfica.. Nosso Nosso pro proce cedi dime ment nto o anal analít ític ico o é o únic único o em que que essa essa prec precio iosa sa conjunção se conservou”. Sigmund Freud
O trabalho em questão abarca os conteúdos relativos a experiência de de estágio supervisionado supervisionado em Psicologia Clínica, bem bem como acervo literário das teorias que orientaram a prática clínica e a constituição do saber. Durante um ano foi se construindo um trabalho em cima de leituras, supervisões e atendimentos; assim como um ensaio clínico, os estagiários, puderam aprender e experenciar o universo peculiar da clínica. O pen enssam ameent ntoo qu quee norte orteou ou to todo do es essse trab trabaalho lho se ba basseia na abor ab orda dage gem m ps psic ican anal alít ític ica, a, em es espe peci cial al a Psic Psican anál ális isee de Crian Criança ças, s, co com m referencias de autores como Melanie Klein e Donald Winnicott. A psicanálise de crianças se pauta em um exercício extremamente delicado e encantador. O brincar dentro do setting terapêutico possibilita que as crianç crianças as pos possa sam m exp expres ressar sar sua suass ang angúst ústias ias e con confli flitos tos int intern ernos. os. Um trabalho em especial é feito com os pais, a fim de que estes possam contribuir para a saúde mental de seus filhos. Trat Trataa-se se de um umaa ex expe peri riên ênci ciaa rica rica e ún únic ica, a, pa para ra ca cada da ca caso so,, ca cada da sessão, há uma nova experiência. E assim se vai constituindo uma rede de saber pautados na experiência clínica atrelados ao saber teórico. Este trabalho se apresenta como um relatório de uma experiência de um an anoo em fo form rmaç ação ão clín clínic icaa em ps psic ican análi álise se.. Ne Nele le es estã tãoo inse inseri rida dass as abordagens teóricas que nortearam minha prática, bem como o relato de um caso clínico, fruto do meu trabalho.
I. Uma vida em observação, uma grande invenção: Freud e a Psicanálise Meados do século XIX, em 6 de maio de 1856, nasce Sigismund Schlomo Freud em Freiberg, na pequena vila de Morávia (atual República Checa). O filho de pequenos comerciantes judeus veio à luz na posição de primogênito do terceiro casamento do seu pai, que já tinha uma prole de dois filhos (20 e 24 anos), frutos da sua primeira união matrimonial. A dinâmica da família era um pouco incomum para uma criança: “ O grande desvendador de enigmas humanos nasceu entre charadas e confusões suficientes para despertar o interesse de um psicanalista (GAY, 2002, p.22).”
Seu pai, Jacob Freud, pequeno mercador de Freiberg, enfrentava uma crise econômica logo após o nascimento de Freud, forçando a família deixar sua cidade natal, para em 1860, instalaram-se em Viena, cidade na qual Freu Freudd rece recebe beuu to toda da ed educ ucaç ação ão e on onde de viv viveu po porr mu muititas as dé déca cada dass e lá perman permanec ecend endoo por cin cinqüe qüenta nta ano anoss até sua partid partidaa para para Ing Inglat laterra erra (GAY, (GAY, 2002). Em 1873 Freud ingressa na Universidade de Viena, como aluno do curso de medicina. Em sua autobiografia (FREUD, 1925), revela que não sentiu alguma predileção especial pela carreira de médico, assume que foi antes de tudo levado por uma espécie de curiosidade dirigida mais para preocupações humanas humanas do que para objetivos naturais. Começa a rebelar r ebelar aí o seu grande interesse, interesse, quase que inato, para a subjetividade humana humana e seus enigmas mais profundos. profundos. Vê-se desde já - a partir de sua curiosidade latenteuma teoria que iria revolucionar e mesmo chocar a cultura ocidental vingente, uma inovadora linha de pensamento que até hoje guia e cativa a atenção de muitos estudiosos que se interessam pela psiqué humana e suas vicissitudes. Os ensaios de Goethe sobre a natureza e as teorias evolucionistas de Darwin Darwin o enveredaram enveredaram para para área médica. médica. Entre os anos anos de 1876 a 1882, 1882, Freud trabalhou no laboratório de fisiologia de Ernst Brücke, e revela em sua autobiografia: Os vários ramos da medicina propriamente dita, afora a psiquiatria, não exerciam qualquer atração sobre mim (FREUD,1925,P.17).
No ano de 1882, Freud, já descontente com seus estudos em histologia do sistem sistemaa nervos nervoso, o, aba abando ndonou nou o lab labora oratór tório io de Brücke Brücke e ing ingres ressou sou no Hospit Hospital al Geral Geral com comoo assist assistent entee clínic clínicoo [Aspir [Aspirant ant], ], sen sendo do promo promovid vidoo log logoo depois dep ois a mé médic dicoo es estag tagiár iário io ou int intern ernoo [Sekun [Sekundar dararz arzt] t] sob orient orientaçã açãoo de Meynert (FREUD,1925). Para Sigmund, a anatomia cerebral não era melhor que a fisiologia, levando-o a se interessar pelo estudo das doenças nervosas, em função dos poucos especialistas existentes em Viena, Freud foi auto-didata nesta área. Naquela época nos estudos de neuropatologia brilhava o nome de Chacort, o que levou Freud à partir partir para a capital francesa desenvolver desenvolver estudos sob sua supe su perv rvis isão ão.. No Noss an anos os po post ster erio iore res, s, en enqu quan anto to traba trabalh lhav avaa co como mo mé médi dico co estag est agiár iário, io, pub public licou ou uma gam gamaa de ob obser servaç vações ões clinic clinicas as sob sobre re doe doença nçass orgâ orgâni nica cass do sist sistem emaa ne nerv rvos oso. o. Enqu Enquan anto to alun alunoo de Ch Char arco cott no Ho Hosp spita itall Salpêtriere é admitido no seu círculo ao se prontificar para traduzir em alemão o novo volume de suas conferências (FREUD,1925). A histeria começa a despertar seu interesse a partir da aproximação com Chacort - Sigmund definitivamente se encantara com o professor e seu trabalho - realmente lhes chamou a atenção as suas investigações pelo tema, o que viria a se constituir mais tarde a base da teoria psicanalítica. Antes de retornar a Viena e casar com Martha Bernays, em 1886, firmando-se lá como médico especialista em doenças nervosas, Freud passou algumas semanas em Berlim a fim de adquirir um pouco de conhecimentos sobr so bree dist distúr úrbi bios os ge gera rais is da infâ infânc ncia ia.. Anos Anos se segu guin inte tess pu publ blic icou ou vá vári rias as monografias sobre paralisias cerebrais unilaterais e bilaterais em crianças (FREUD, 1925). O int intere eresse sse pel pelaa hip hipnos nose, e, imp implico licou, u, nat natura uralm lment ente, e, o aba abando ndono no ao tratamento de doenças nervosas orgânicas. Freud achava altamente sedutor trabalhar com o hipnotismo. Em 1889, passou algumas semanas em Nancy, trabalhando com Bernheim a fim de aperfeiçoar sua técnica hipnótica. Entusiasmado com a nova técnica de hipnose e pelos grandes nomes que o inspirava (Chacort e Breuer) e influenciado pela visita que fez a Bernheim em 1889, Freud passou a utilizar o método de Breuer com os seus próprios pacientes. E após anos de achados sobre casos de histeria, propôs a Breuer o lançamento de uma publicação conjunta sobre o tema. Então, em
1893, foi lançado “Sobre Mecanismo Psíquico dos Fenômenos Histéricos” e em 1895, seguiu-se o livro: “Estudos sobre a histeria” (FREUD, 1925).
Enquanto ainda trabalhava no laboratório de Brücke, antes mesmo de se dirigir a Paris, Freud travara conhecimento com o Dr. Josef Breuer, que lhe falara sobre um caso bastante peculiar de uma paciente histérica , que tratou entre anos de 1880 e 1882. Tratava-se de Anna O., caso que Breuer assumiu posteriormente ser a célula germinativa do conjunto da psicanálise (GAY, 2OO2, p. 75). Após o retorno à Viena, Freud deu seguimento à sua clínica, ainda sob a forte influencia das idéias de Breuer. Este entrosamento seria o início da teoria psicanalítica, mas também o distanciamento e o rompimento dessa união: Nossas relações logo se tornaram mais estreitas e ele se tornou meu amigo, ajudando-me em minhas difíceis circunstâncias. Adquirimos o hábito de partilhar todos os nossos interesses científicos. Nessa relação só eu naturalmente tive a ganhar. O desenvolvimento da psicanálise, depois, veio a custar-me sua amizade. Não me foi fácil pagar tal preço, mas não pude fugir a isso (FREUD, 1925- edição
eletrônica das obras psicológicas completas de Sigmund Freud*). Para Freud, a teoria postulada no seu livro foi despretensiosa e quase não foi além da descrição direta das observações. Não se preocupou em determinar sobre a natureza da histeria, mas apenas em lançar luz sobre a etiologia de seus sintomas. Dessa maneira, seus achados publicados sobre histeria davam ênfase a significação da vida das emoções e o interesse em estab est abele elecer cer dis distin tinção ção ent entre re os ato atoss me menta ntais is con consci scient entes es e inc incons onscie ciente ntes. s. Neles foram introduzidos um fator dinâmico, supondo que o sintoma surge através do represamento de um afeto; e um fator econômico, considerando aquele mesmo sintoma como resultado da transformação de uma quantidade de energia que de outra maneira teria sido empregada de algum outro modo. Mais Ma is ta tard rde, e, co como mo resu resulta ltado do do es estu tudo do da hist hister eria ia,, pô pôde de-s -see av aver erig igua uarr a importância que tem a sexualidade na etiologia das neuroses (FREUD, 1925), Após décadas de trabalho em conjunto, Freud e Breuer romperam devido às divergências teóricas. Tais diferenças ideológicas se debruçavam nas questões correspondentes à etiologia da própria histeria.
* As citações foram retiradas “Edição Eletrônica Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud”.
Enquanto Breuer respondia ao processo mental patogênico utilizando uma teoria teo ria fisiol fisiológi ógica, ca, Freud Freud inc inclin linava ava-se -se a acred acreditar itar em um umaa etio etiolog logia ia sexual sexual (FREUD, 1925). Depois do rompimento com Josef Breuer, Freud segue sozinho com os estudos sobre a histeria e as disfunções sexuais ligadas a esta neurose. A psicanálise propriamente dita começa a brotar com o surgimento de uma nova técnica adotada por ele, chamada associação livre. Freud percebera que a hipno hip nose se não dav davaa con conta ta no tratam tratament entoo da sin sintom tomato atolog logia ia dos pa pacie ciente ntess (FREUD, 1925). Com a psicanálise tomando forma, foram surgindo novos conceitos cruciais para o procedimento da análise e o andamento do tratamento. A psican psi canáli álise se pas passa sa a ado adotar tar o con concei ceito to de inc incon onsci scient entee de um umaa ma manei neira ra original: A psicanálise considerava tudo de ordem mental como sendo, em primeiro lugar, inconsciente; a qualidade ulterior de ‘consciência’ também pode estar presente (FREUD,, 1925 1925-- ed ou aind ainda a pode pode esta estarr ause ausent nte e (FREUD ediçã içãoo ele eletrô trônic nicaa das obras obras
psicol psi cológi ógicas cas com comple pletas tas de Sigmun Sigmundd Freud Freud). Agre Agrega gado doss ao co conc ncei eito to de inconsciente estavam o de recalcamento e de defesa , que constituíam tam também um umaa no nova va des esco cobberta erta de Freud reud no noss estud studos os da histe isteri riaa e posteriormente das psiconeuroses. Esses constituem aspectos fundamentais da psicanálise (FREUD 1925). Freud Freud defe defendia ndia a importância importância da sexualida sexualidade de nos casos de histeria, histeria, mas como a explicava? Nas suas investigações das causas precipitantes e subj su bjac acen ente tess da dass ne neur uros oses es,, ele ele fo foii leva levado do ca cada da ve vezz ma mais is ac acre redi dita tarr na exis ex istê tênc ncia ia do doss co conf nflit litos os en entr tree os im impu puls lsos os se sexu xuai aiss do indi indiví vídu duoo e su suas as resistências à tais impulsos. Na busca das situações patogênicas e das suas origens Freud terminou chegando aos primeiros anos da infância. Ou seja, as causas cau sas da neu neuros rosee est estari ariam am ligadas ligadas às exp experi eriênc ências ias e traum traumas as sofridos sofridos nesse nesse período, período, mais tarde, tarde, Freud se encontra encontra diante de uma teoria teoria que iria
chocar e indignar mais uma vez o meio científico da época: a teoria da sexualidade infantil (FREUD,1925). Antes mesmo de abordar a questão da sexualidade infantil, Freud, baseado nas suas experiências clínicas e na fala de seus pacientes, propôs um modelo que explicaria a etiologia da histeria: a teoria da sedução. Tal teoria teo ria def defen endia dia qu quee os pac pacien ientes tes his histér térico icoss pod poderi eriam am ter sid sidoo ab abusa usados dos sexualmente pelo pai, ou outra figura masculina durante a infância. Após alguns tratamentos, Freud percebe ter cometido um terrível erro, e concluiu que as experiências sexuais relatadas por seus pacientes histéricos eram antes de tudo, as fantasias destes. Quando me havia refeito, fui capaz de tirar as conclusões certas da minha descoberta: a saber, que os sintomas neuróticos não estavam diretamente relacionados com fatos reais, mas com fantasias impregnadas de dese desejo jos, s, e que, que, no toca tocant nte e à neur neuros ose, e, a real realid idad ade e psíq psíqui uica ca era era de maio maior r importância que a realidade material (FREUD,1925- edição eletrônica das obras
psicológicas completas de Sigmund Freud). Freud sem nem mesmo notar havia tropeçado no complexo de Édipo. E anos depois, em 1897, postula a sua teoria sobre este conceito, ao mesmo tempo em que empreende sua auto-análise (FREUD, 1925). No seu relato autobio autobiográ gráfic ficoo Freud Freud retoma retoma e reforç reforçaa as que questõ stões es sobre as teorias da resistência, do recalque, do inconsciente, da significância da vida vida se sexu xual al,, as assi sim m co como mo a im impo portâ rtânc ncia ia da ex expe peri riên ênci ciaa infa infant ntilil sã sãoo postulados constituintes da estrutura teórica da psicanálise. Fala também de um aspecto essencial no tratamento qual seja a relação transferencial, que se configura justamente numa intensa relação emocional entre o paciente e o analista. A transferência desse modo constitui uma relação de caráter tanto positivo quanto negativo imprescindível no processo analítico FREUD, 1925). Formando o conjunto de conceitos e usando a técnica da associação livre, Freud conseguiu alcançar algo que parecia não ser de importância prática alguma, mas que de fato conduziu necessariamente a uma atitude totalmente nova e uma nova escala de pensamento científico. Freud tornou possível provar que os sonhos têm significado de origem inconsciente. Neste moment mom ento o achava achava pestes pestes a preste preste a publi publicar car a sua obra que ele mesmo mesmo considerou ser a mais significativa de todas: A Interpretação dos Sonhos (FREUD, 1925).
Em 4 de novem novembr broo de 1899, 1899, foi pu publi blica cada da
“A Interp Interpret retaç ação ão dos
Sonhos”, que Freud considerava como sua mais ilustre obra-prima. Por algum tempo tem po não tev tevee tan tanta ta reperc repercuss ussão ão se sendo ndo de pou pouco co inte interes resse se geral. geral. Na evolução do pensamento psicanalítico de Freud, a Interpretação dos Sonhos ocupa o centro centro estratégico, estratégico, e ele sabia sabia disso. disso. É extremamente extremamente significa significativo tivo que estivesse estivesse sido escolhido o sonho com o exemplo mais instrutivo do trabalho mental: sonhar é uma experiência normal e universal (GAY, 2002, p. 121). Sua preocupação em
abordar não somente sintomas restritos e especializados de cunho neurótico, como histéricos histéricos e obsessivos obsessivos,, foi conte contempla mplada da nessa obra, pois os sonhos sonhos são experenciados por todos (GAY, 2002). Freud, em sua obra se aprofunda sobre o conteúdo do inconsciente, fortemente significativo e representativo que os sonhos rebelam. Afirmará que ao mesmo tempo tempo que corriqueiros, os sonhos sonhos também são m misteriosos. isteriosos. Em A Psicopatologia da Vida Cotidiana , de 1901, 1901, Freud reúne as as notáveis anedotas
sobre todos os tipos de deslizes e lapsos que também constituem atos corriq corrique ueiros iros de um umaa psi psicop copato atolog logia ia presen presente te nas que Freud Freud gos gostav tavaa de denominar de pessoas saudáveis (GAY, 2002). Por muitas décadas, Freud foi de fato alvo de muitas críticas e sua teoria teo ria não ha havia via,, até ent então, ão, alc alcanç ançado ado um umaa reperc repercuss ussão ão pos positiv itivaa pel pelos os cientistas da época. Por se tratar de uma linha de pensamento ousada e chocante para o contexto temporal e histórico em que se inseria, a psicanálise foi durante muito tempo rejeitada. Em sua autobiografia, relata: Por mais de dez dez anos anos após após meu meu afas afasta tame ment nto o de Breu Breuer er,, não não tive tive segu seguid idor ores es.. Fiqu Fiquei ei completamente isolado. isolado. Em Viena, fui evitado; no exterior, ninguém me deu atenção. Minha Interpretação de Sonhos, vinda a lume em 1900, mal foi objeto de críticas nas publicações publicações técnicas (FREUD, 1925). Apesar de ter conquistado muitos adeptos,
até os dias de hoje a psicanálise ainda continua sendo alvo de contestações e indignações. Por abordar questões mais temerosas e indesejáveis contidas nos lugares mais obscuros de nossa mente, e por estar constantemente quebra que brando ndo tab tabus. us. É certo certo que a psi psica canál nálise ise,, ine inevit vitave avelme lmente nte,, co conti ntinua nuará rá causando muitos impactos. Em 1905 Freud publica ‘Três ensaios sobre a teoria da sexualidade’, te text xtoo no qu qual al de defe fend ndee a idéi idéiaa de um umaa se sexu xuali alida dade de infa infant ntilil pe perv rver ersa sa e polimorfa, causando, mais uma vez, um furor entre os médicos vienenses da
época. As idéias vigentes vigentes proclamavam a ausência de sexualidade sexualidade e pureza nas crianças, estavam sendo contestadas. No ano de 1909, Freud visitou visitou a Universidade Universidade norte-amer norte-americana icana Clark Clark University –em Worchester- para apresentar um ciclo de conferências sobre a Jahrbu buch ch für für psic ps ican anáálise lise.. Lá rec recebe títu título lo hono norá rárrio e ina inaugu gura ra o Jahr psychoanaytische und psychopathologische Forschungen, com a história do
Pequeno Hans como contribuição inicial para o primeiro número (GAY, 2002). Nesse mesmo ano (1909) Freud publicou o caso Hans “Análise de uma Fobia num Menino de Cinco Anos”, e sua repercussão possibilitou mais tarde a possibilidade de análise em crianças. A ‘neurose infantil’ do Pequeno Hans corroborava com as idéias encontradas nos pacientes neuróticos adultos de Freu Freud d “toda “todass as veze vezess rast rastre read ado o até até os mesm mesmos os comp comple lexo xoss infa infant ntis is que que se revelariam por trás da fobia de Hans” (GAY (GAY,, 2002, 2002, p. 242) 242)..
O relat relatór ório io do
Pequeno Hans servia como complemento ilustrando as conclusões que Freud já havia esboçado em seus ‘Três Ensaios’ sobre a sexualidade infantil (GAY, 2002). A análise do pequeno Hans ocorreu através através de correspondências correspondências que o pai de Hans escrevia para Freud. No caso pôde-se encontrar elementos claros de uma neurose precoce, esta aparecia no momento em que o garoto esta es tava va vive vivenc ncia iand ndoo se seuu Édip Édipo. o. O Ca Caso so traz trazia ia algu alguma mass pe pecu culia liari rida dade des: s: exacer exa cerbad badaa curios curiosida idade de so sobre bre a sexual sexualida idade de e seu órgão órgão gen genita ital.l. Han Hanss também apresentara fobias e sentimentos de ambivalência em relação ao seu pai. O garoto passou a ter medo de cavalos e tinha uma idéia fixa de que “um cavalo branco entraria no seu quarto e o morderia” . Essa fobia se desenvolve
durante a vivência edípica: Hans tinha medo que seu pai o punisse, pois queria a sua mãe só para ele, ao mesmo tempo em que tinha medo de perder o pai (sentimento de ambivalência). A pu publ blic icaç ação ão do Ca Caso so Ha Hans ns prov provoc ocou ou um ce cert rtoo frêne frênesi si no me meio io científico. Seus críticos previam um futuro dos mais negros ao pequeno Hans Hans “porque tinham lhe ‘roubado sua inocência’, numa idade tão tenra” (FREUD, 1909,
p. 133) por ter sido submetido submetido a criança criança à psicanálise psicanálise tão cedo. Ao Ao contrario das previsões feitas pela comunidade científica da época, Hans tornara-se um forte rapaz de 19 anos. Declarou que estava perfeitamente bem e que não sofria de
nenhum problema ou inibição (FREUD, 1909, p.133). Hans havia atravessado
sua puberdade sem nenhum dano (FREUD, 1909). O caso Hans foi a fundação fundação para que mais mais tarde pudesse pudesse pensa pensarr na possibilid possibilidade ade de analisar analisar crianças, crianças, levando levando conseqüen conseqüenteme temente nte a grandes grandes descobertas da psicanálise psicanálise com crianças. crianças. As idéias Freudianas geraram grandes embates e a descoberta da psicanálise foi , sem dúvida, uma das grandes contribuições das ciências humana hum anass para para a com compre preens ensão ão das psi psicop copato atolog logias ias e do com compor portam tament entoo humano.
II. A Psicanálise e seus seguidores 1. Melanie Klein
“Essa mulher, que reconheceu inteiramente a contribuição de Freud, inclusive a pulsão de morte, esteve na origem tanto do fundamento analítico da prática dos tratamentos com crianças quanto de uma grande corrente da psicanálise, em que a clinica do narcisismo chegou a seu auge” . M.-C. Thomas
Há mais de um século, em 30 de marco de 1882, nasceu em Viena Melanie Reizes, Reizes, originária originária de família família judia. Aos 17 anos fica noiva do engenheiro Arthur Klein, com quem casou e teve seus filhos: Melita –futura psicanalista- e Hans, que teve uma morte precoce em um acidente de carro aos 26 anos de idade. Entre os anos de 1907-1914, Melanie Klein passou por momentos contur con turbad bados, os, se sub subme meten tendo do a inú inúme meros ros tratam tratament entos os em dec decorr orrênc ência ia de depressão, relacionada com a morte do seu filho mais velho Hans. No ano de 1914 , Klein aos 32 anos de idade, teve seu terceiro filho Erich, que passaria à posterioridade conhecido por Fritz, em seus primeiros trabalhos psicanalíticos; pouco depois morre sua mãe, a senhora Reizes, a quem era encarregada de cuidar da casa dos Klein. Neste mesmo ano Melanie Melan ie Klein Klein conhece conhece a psicanáli psicanálise se ao ler ler O Sonho e sua Interpretação (Über den Traum, 1901), de Sigmund Freud.
Em 1916, ainda em Budapeste, começou sua análise com Sandor Ferenczi*, personagem responsável pelo engajamento de Melanie Klein na Psicanálise, posteriormente.
* Ferenczi foi o primeiro a me apresentar a psicanálise. Ele me fez também compreender a sua essência e significados reais. Seu sentimento forte e direto pelo que é inconsciente e pelo simbolismo, e o extraordinário rapport que tinha com a mente das crianças, exerceram uma influência duradoura sobre a minha compreensão da psicologia da criança pequena.
M. Klein
Ferenczi percebeu sua habilidade e grande capacidade na compreensão de crianças e a encorajou em seu projeto de se dedicar à psicanálise, mais particularmente com crianças. Klein tornou-se, então, membro da Sociedade Psicanalítica, onde publicou duas observações sobre o desenvolvimento de um menino -seu filho Erich- (THOMAS, ( THOMAS, 1995). Em decorrência dos conturbados contextos políticos da época Melanie Klein mudou-se para Alemanha, convidada por Karl Abraham. Em Berlim prosseguiu com seus estudos em psicanálise durante cinco anos. Em 1926, depois depo is da morte morte de Abraham recebe um convite por Ernest Ernest Jone Joness para viver em Londres – Inglaterra- onde permaneceu até o fim da sua vida (THOMAS, 1995). A psicanálise de Melanie Klein passou por três grandes momentos distintos: O primeiro momento se deu com a publicação de The Psycho Analisys Analisys of Children Children em 1932. Neste texto, estabeleceu os fundamentos da
análise de crianças e delineou o complexo de Édipo e o superego até as raíz raízes es prim primiti itiva vass de se seuu de dese senv nvol olvi vime ment nto; o; no se seuu se segu gund ndoo mo mome ment ntoo fu fund ndam amen ento touu qu ques estõ tões es so sobr bree o co conc nceit eitoo da po posi siçã çãoo de depr pres essi siva va e do doss mecanismos de defesa maníaca, publicado em seus artigos “A contribution to the Psychogenisis of the Maniac Depressive States”, em 1934, e “ Mourning Mourning and and its its Rela Relatition on to Mani Maniac ac Depr Depres essiv sive e Stat States es” ” (194 (1940) 0);; Em se seuu terc tercei eiro ro
momento Melanie Klein descreve sobre o estádio mais primitivo titulado por ela de ‘posição esquizo-paranóide’, descrito em seu artigo “Notes on some Schizoid Mechanisms” (1946) e em seu livro Envy and Gratitude, Gratitude, em 1957
(SEGAL, 1975). Klei Kleinn inic inicio iouu su suaa ca carre rreir iraa trab trabal alha hand ndoo em an anál ális isee co com m crian criança ças, s, introduziu uma prática original, ao introduzir a técnica do brincar, na qual seria possível ter acesso aos conflitos e fantasias das crianças. Insistiu em explorar o inconsciente infantil, tal qual numa análise de um adulto. Isto lhe permitiu observar que as crianças desenvolvem uma neurose de transferência tr ansferência análoga a dos adultos. A partir do material inconsciente da criança pôde desenvolver post po ster erio iorm rmen ente te su suas as te teor oria iass qu quee as no norte rteou ou ao long longoo de su suaa ca carre rreira ira:: comple com plexo xo de Édipo Édipo precoc precoce, e, sup supere erego go precoc precoce, e, mec mecani anism smos os de def defesa esa primitivos, organizados em torno de uma angústia principal e uma relação de objetos internos e externos. Para Klein as fantasias inconscientes são os
elementos básicos para a realidade psíquica (BLEICHMAR; BLEICHMAR, 1992). Embora Melanie Klein tenha tomado a teoria Freudiana como ponto de partida, sua experiência levou-a desenvolver desenvolver hipóteses hipóteses que possibilitaram a inventar uma teoria original. O conflito mental deixa de ser uma luta entre a pulsão sexual versus defesa e passa a ser entre sentimentos de amor e de ódio ód io qu quee se en enfr fren enta tam m co com m vínc víncul ulos os co com m os ob objet jetos os.. A me meta taps psic icol olog ogia ia Klei Kleini nian anaa elab elabor oraa to todo do o prin princi cipi pioo da co cons nstit titui uiçã çãoo do eu eu,, do na narc rcis isis ismo mo primár primário io e, dep depois ois,, secund secundári árioo so sobb os termos termos fas fasee esq esquiz uizo-p o-para aranói nóide de e posição depressiva (BLEICHMAR; BLEICHMAR, 1992). Ao postular suas primeiras hipóteses, Melanie Klein, a partir de suas observações, re-elabora os conceitos clássicos do Édipo e do superego de Freud: ao contrário do que se pensava anteriormente, que o complexo de Édipo tinha início em torno de três ou quatro anos de idade, Melanie Klein notou que mesmo em crianças de dois anos e meio havia manifestação de fantasias e ansiedades edipianas. Além disso, Melanie Klein observou que o superego apareceu muito mais cedo do que seria de esperar a partir da teoria clássica, e pareceu possuir características bastante selvagens –orais, uretrais e ana nais is.. Ela Ela des esta taccou ta tam mbé bém m o pap apeel im impporta ortant ntee qu quee a agres gresssão desempenha para o desenvolvimento psíquico precoce e para a vida do sujeito. As pulsões pulsões agressivas são são de fundamental fundamental importância nos primeiros anos da vida psicológica, principalmente no vínculo com a mãe (BLEICHMAR; BLEICHMAR, 1992). Melanie Melan ie Klein muda o conceito conceito de fases libidinais, libidinais, ao afirmar afirmar que, nas crianças pequenas, observa uma mescla de pulsões orais e genitais que se sobrepõem a partir das primeiras relações de objetos. A fase libidinal deixa de seguir um sistema de desenvolvimento cronológico e tempos depois passa a ser chamada de ‘posições’, seguindo um conceito mais dinâmico e menos cronológico. A partir de tal afirmação, que as pulsões orais estão misturadas precocemente com as genitais, implica adiantar a triangulação edipiana a está es tági gios os prépré-ge geni nita tais is do de dese senv nvol olvi vim men ento to.. E ne ness ssee se segu guim imen ento to de pensamento surge a idéia de Édipo precoce, quando a sexualidade contém agressão. Produzindo uma idéia de culpa, essas reações de angústia, dor e culpa se relaciona coma idéia de superego precoce. Foi possível constatar
isso em seus casos clínicos, como por exemplo em Rita, de dois anos e nove meses, em seu pavor nocturnus, se sentia ameaçada por uma mãe e um pai que morderiam seus órgãos genitais e destruiriam seus bebês. O medo dessas imagos imagos dos pais pais paral paralisa isava va seu brinca brincarr e suas suas ativid atividade ades. s. Do mesmo mesmo modo, modo, superegos severos foram exibidos por outros pacientes (SEGAL, 1975, p.14).
Em sua teoria das posições (1932-1946), Melanie Klein a descreve em duas: a esquizo-paranóide e posição depressiva. Essa teoria explica o vínculo da criança com a realidade externa e interna. A relação do bebê com o seio da mãe – primeiro vínculo oral- está no cerne deste desenvolvimento. O conceito de posição, que substitui a idéia do desenvolvimento libidinal de Freud e Abraham, é baseado nas pulsões que estão misturadas e se ordenam ao redor das relações de objetos, juntamente com suas fantasias e angústias. Essa é uma teoria interpessoal, onde a relação com a realidade se estabelece através da interação entre os objetos situados no mundo interno e externo a partir dos mecanismos de identificação projetiva e a projeção. “ Na posição esquizo-paranóide, os objetos serão distorcidos e fantásticos, como resultado da dissoc dissociaç iação ão e da proje projeção ção neles neles de pulsõ pulsões es libid libidina inais is e tanáti tanáticas cas.. Na posiçã posição o depressiva, os objetos, tanto internos como externos, estarão integrados e mais de acordo com o principio de realidade” (BLEICHMAR;BLEICHMAR, p. 94, 1992).
Em 1957, Klein desenvolveu a Teoria da Inveja, situada em seu livro Envy and Gratitude, nele descreve noções da inveja e gratidão. Conclui a
inveja primária como uma pulsão agressiva sentida pelo bebê em relação ao seio da mãe. A criança sente o desejo de danificar os aspectos bons e protetores que o seio materno oferece. A inveja e a gratidão são fatores dinâ dinâm micos icos no âm âmbi bito to da dass inte intera raçõ ções es ps psíq íqui uica cas, s, ex exis iste tent ntes es de dessde o nascimento. Esta relação de interação com meio externo (seio da mãe) , em part pa rte, e, de dete term rmin inaa as ca cara ract cter erís ístitica cass da dass rela relaçõ ções es de ob obje jeto to prec precoc oces es (BLEICHMAR;BLEICHMAR, 1992).
As teorias e hipóteses Kleiniana foram desenvolvidas por por ela ao longo longo de sua exp experi eriênc ência ia clínic clínicaa atravé atravéss das obs observ ervaçõ ações es de seu seuss peq pequen uenos os pacientes. A partir de seu método investigativo, trouxe para psicanálise teorias inovadoras de um seguimento, até então, então, inexplorado na área. área. A psicanálise infantil floresce a partir das suas contribuições e estudos. Melanie Klein traz para a psicanálise uma grande ferramenta - que talvez sem ela, seria inviável
a análise de criança- onde seus pequenos pacientes poderiam falar das suas angústias e fantasias: a Técnica do Brincar.
1.1 Klein e a Técnica Técnica do Brincar
Minha pratica com as crianças, assim como os adultos, e toda a minha contribuição para a teoria psicanalítica derivam da técnica do brincar. M. Klein
Na dé déca cada da de 19 1920 20,, qu quan ando do Me Mela lani niee Klei Kleinn co come meço çouu a an anal alis isar ar crianças, descobriu uma nova ferramenta para conduzir a análise de crianças: play technique). “Inspirada Inspirada nas observaçõ observações es de Freud A técnica do Brincar ( play (1920) quanto ao brincar da criança com carretel, Melanie Klein viu que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias” (SEGAL,
1975, p.13). Já que não se pode exigir que as crianças pequenas façam associações livres, utilizou o brincar como ferramenta de expressão simbólica dos pequenos. Através dessa técnica foi possível descobrir o rico mundo de fantasia inconsciente e das relações de objeto da criança. Em ‘A Psicanálise de Criança’ Melanie Klein relata: a natureza mais primitiva da mente da criança torna necessário encontrar uma técnica analítica especialmente adaptada a ela, e isso isso nos encon encontra tramos mos na análi análise se do brinca brincar. r. Por Por meio meio da análi análise se do brinca brincar, r, ganhamos acesso as fixações e experiências mais profundamente reprimidas da criança e tornamo-nos assim capazes de exercer uma influência radical sobre o seu desenvolvimento (KLEIN, 1997, p.35).
A técnica psicanalítica do jogo infantil foi o ponto de partida para as teorias postulada por Klein. A partir do jogo, as dramatizações, expressões verbais e sonhos entram como material significativo, podendo-se explorar sistem sistemati aticam cament entee as fan fantas tasias ias e an angús gústias tias con consci scient entes es e inc incons onscie ciente ntess existentes nas crianças. O jogo para Klein não tem uma função educadora – assim como o era para Hugh Helmunth, psicanalista que implementou o jogo na psicoterapia com um critério didático e re-educacional. re-educacional. A importância importância do brin brinca carr pa para ra Klei Kleinn co cons nsis iste te em pe perm rmititir ir qu quee as an angú gúst stia iass e fant fantas asia iass
inconscientes se expressem para que o analista a explorem, interpretem e compreendam para transmitir ao paciente o que ocorre com o seu psiqué. Para Klein, o brincar adquire um estatuto de compreensão metafórica, tem a dignidade do sonho , tem sua configuração, lugar de condensação por excelência: No brincar, as crianças representam simbolicamente fantasias, desejos e experiências. Para isso empregam a linguagem, o modo de expressão arcaico, filogeneticamente adquirido, com que os sonhos nos familiarizam (KLEIN apud
THOMAS, 1995). Tendo o mesmo estatuto simbólico dos sonhos, o brincar permitiria o acesso ao inconsciente infantil: o aparelho psíquico da criança pequena tem um alto alto nível nível de tensão tensão:: a angúst angústia ia muito muito presen presente, te, muito muito inten intensa, sa, não pode pode ser administrada pela aparelhagem do eu, o principio do prazer; as representações só avançam por essa opacidade deslocando-se passo a passo, palavra por palavra. A associação das representações, isto é, a condensação, é difícil por causa dessa angustia, é só se realiza num modo de expressão particular: O Brincar (THOMAS, p.
143, 1995). As idéias de Klein em relação à psicanálise de crianças não eram as únicas existentes em sua época, apesar de ter sido única em ousadia e em inov inovaç ação ão.. Qu Quan ando do Klei Kleinn situ situaa a im impo portâ rtânc ncia ia de dess ssee brin brinca carr foi foi po poss ssív ível el fundamentar seu trabalho psicanalítico no tratamento com crianças. Esse ato acarretou o enfrentamento de divergências de pensamento entre Melanie Klei Kleinn e Ana Ana Freu Freudd qu quee tin tinha ha co conc ncep epçõ ções es de cu cunh nhoo ed educ ucac acio iona nall em se tratando de psicanálise infantil em sua psicologia do ego. Ao fundamentar anal an alititic icam amen ente te o trab trabal alho ho co com m cria crianç nças as,, Me Mela lani niee Klei Kleinn rompe rompeuu co com m a educação. Em seu trabalho “Simposium of Child-analysis” publicado em 1927 Klein defende com entusiasmo suas opiniões sobre a natureza da psicanálise da criança, se opondo a visão idealizada por Ana Freud. Essa turbulência e divergência teórica provocou a formação de duas escolas de psicanálise a Escola de Viena e Escola Inglesa, a escola Kleiniana versus a psicologia do ego de Ana Freud. Klein acredita veemente que a análise de crianças é possivelmente análoga a do adulto. Afirma que a neurose de transferência se desenvolve do mesmo modo, o que varia é apenas a forma de comunicação, que se dá
através dos jogos, onde a criança expressa seus conflitos inconscientes. O papel do analista é de interpretar, em profundidade, todo material associativo que o paciente revela no brincar. Em contrapartida, Ana Freud afirmava uma concepção diferente da mente infantil e de sua abordagem no processo analít ana lítico ico,, con consid sidera erando ndo que na inf infânc ância ia as crianç crianças as não des desenv envolv olvem em a neurose de transferência com o terapeuta, pois suas transferências estão aind aindaa dire direta tame ment ntee liga ligada dass ao aoss pa pais is reais reais.. Para Para Ana Ana Freu Freudd a funç função ão do terapeuta consistia em apenas reforçar os aspectos positivos do vínculo, em um nível reeducativo e de orientação. Enquanto Klein acreditava na existência de um superego precoce, em torno dois ou três anos de idade, Ana Freud, concorda que o que existe é a necessidade- durante a análise- de reforçar o superego, que seria fraco nas crianças (BLEICHMAR;BLEICHMAR, 1995). Acreditando em suas observações e elaborando hipóteses a partir de suas experiências clínicas com crianças, fizeram Klein criar, ao longo de sua existê exi stênci nciaa enq enquan uanto to ana analis lista, ta, uma ino inovad vadora ora e revolu revolucio cionár nária ia teo teoria ria na de principio principio que colocou colocou brincar no cerne cerne da psicanálise de crianças. A posição de formação do inconsciente permitiu a Melanie Klein fazer descobertas (THOMAS,
p.147, 1995).
Donald Winnicott “Por aquele tempo, eu começava minha carreira de pediatra clinico , e poderão imaginar imaginar a emoção que eu sentia ao ver ver que nos nos inúme inúmeros ros casos casos que que tratav tratava a nos hospit hospitais ais,, os pais pais dos dos pacient pacienteses- pessoas pessoas geralmen geralmente te não instruídas instruídas-- confirma confirmavam vam todas as teorias psicanalíticas que começavam a significar algo para mim, através da minha própria análise”. Donald Winnicott
Em 7 de abril de 1896, Plymouth, Inglaterra, nasce Donald Woods Winnic Winnicott ott,,
futuro fut uro médico médico pediatr pediatraa e ps psica icanal nalist istaa inicio iniciouu sua carreira carreira no
Hospital Londrino Paddigton Paddigton Chidrens’s Chidrens’s Hospital Hospital , onde exerceu sua carreira durante quarenta anos. Em 1935 tornou-se membro da Sociedade Britânica de Psicanálise e no mesmo ano iniciou sua análise com Melanie Klein, com quem por muito tempo compartilhou seus estudos em psicanálise. Mais tarde, as divergências teóricas e técnicas em relação a Melanie Klein, resultou no empobrecimento de seus laços. laços. No contexto psicanalítico fervente da época época havia três grandes divisões no que diz respeito às influências teóricas: os seguidores segu idores de Klein, Klein, os seus cont contestad estadoresores- os anna anna -freudianos-freudianos- e os do Middle Group; Winnicott se situava neste último.
Ao longo de sua carreira, Winnicott enfatizou a influência do meio ambiente ambi ente no dese desenvolv nvolvimen imento to psíq psíquico uico huma humano, no, focalizand focalizando, o, sobretudo sobretudo a mãe, mã e, com comoo aut autora ora princip principal al des dessa sa int intera eração ção.. As fal falhas has am ambie bienta ntais is eram eram apon ap onta tada dass co como mo a ma mais is im impo port rtan ante te ca caus usaa da etio etiolo logi giaa do doss qu quad adro ross psicop psi copato atológ lógico icos. s. A da relaçã relaçãoo mã mãe-b e-bebê ebê,, servir serviria ia de bas basee para para fut futura urass relaçõ relações es do be bebê bê com outros outros ob objeto jetos. s. Ancora Ancorado do ne nessa ssass idé idéias ias Winnic Winnicott ott propôs um modelo terapêutico voltado a oferecer, na análise, uma situação emocional favorável, tornando possível ao paciente se desenvolveu sanando as falhas originais da relação.
Essa situação originária originária vivida na relação da mãe com com o seu bebê, bebê, foi um dos aspectos centrais para Winnicott, e paa tanto, propôs a noção de holding. O holding , ou sustentação, foi adotado por Winnicott para descrever uma conduta emocional da mãe em relação ao seu filho: a conduta de sustentação, situadas em torno dos êxitos e fracassos, são relacionadas aos diferentes diferentes graus graus de perturbaçã perturbaçãoo psíquica psíquica.. Para Winnicott, Winnicott, a criança nasce nasce comum certo potencial e provida de uma tendência para o desenvolvimento, desenvolvimento, e é o exercício materno que virá a oferecer um holding adequado para que as cond co ndiç içõe õess inat inatas as do be bebê bê alca alcanc ncem em um de dese senv nvolv olvim imen ento to otim otimam amen ente te dese de seja jado do.. Em su suaa te teor oria ia ta tant ntoo há um umaa funç função ão fisi fisioló ológi gica ca qu quan anto to físi física ca (BLEICHMAR;BLEICHMAR, 1995). A sustentação protege contra a afronta fisiológica; leva em conta a sensibilidade epidérmica da criança- tato, temperatura, sensibilidade audit auditiva iva,, sensib sensibili ilida dade de visual visual,, sensib sensibili ilida dade de às qued quedas as (ação (ação da grav gravid idad ade) e)-- assi assim m como como o fato fato de que que a cria crianç nça a desc descon onhe hece ce a existência de tudo o que não seja ela própria; inclui toda a rotina de cuidados ao longo do dia e da noite, que nunca é a mesma em duas crianças diversas, pois faz parte delas e não há duas crianças iguais; deste modo, acompanha as mudanças quase imperceptíveis que, dia a dia, vão tendo lugar no crescimento e desenvolvimento da criança, muda mudança nçass tanto tanto física físicass como como psicol psicológi ógicas cas (WINNI (WINNICOT COTT, T, apud apud,, BLEICHMAR;BLEICHMAR, BLEICHMAR;BLEICHMAR, 1960 , p.56).
Winn Winnic icot ottt af afirm irmaa qu quee pa para ra ex exis istir tir o holding , mã mãee vive vivenc ncia ia um umaa preoc preocup upaçã ação o matern materna a primár primária. ia.Concei Conceito to fun fundam dament ental al que co cons nsis iste te na
preparação emocional da mãe, e esta se dá nos últimos meses de gravidez, tornando-se suficientemente suficientemente sensibilizada para desempenhar o seu papel papel e dá o suporte que que o bebê precisa. precisa. Esse conceit conceitoo consiste consiste no estado ide ideal al psicológico da mãe para proporcionar ao seu bebê um holding adequado. Graças a esse estado de sensibilização, a mãe adquire uma capacidade particular para se identificar com as necessidades do bebê.
Gradu Gradualm alment ente, e, esse esse estad estado o passa passa a ser o de uma uma sensi sensibil bilid idade ade exacerbada durante e principalmente ao final da gravidez. Sua duração é de algumas semanas após o nascimento do bebe. Dificilmente as mães o recordam depois que o ultrapassaram. Eu daria um passo a mais e diria que a memória das mães a esse respeito tende a ser reprimida (WINNICOTT, p.401, 2000).
Winnicott afirma que tal estado de sensibilidade exacerbada que a mãe se encontra neste período, é quase um estado patológico esquizofrênico (seria no caso de não existir uma gravidez), mas no contexto da gestação e alguns meses após o parto, é de fundamental importância na instalação de uma identifica icação materna com o bebê, para torná-la uma mãe suficientemente-boa. Uma vez alcançado o Estado de preocupação materna primária, mãe e bebê
experiem iementam
uma
relação
única ica
e
harmo rmoniosa.
A
mãe
suficientemente-boa protege o bebê. Das intrusões do meio e lhe fornece o apoio necessário ao seu pleno desenvolvimento. Quando a mãe consegue proporcionar um apoio ótimo para o bebê, a mãe desempenhando seu papel sobre a função ambiente. E conseguindo uma identificação estreita com o seu filho, atendendo suas necessidades, é chamada de mãe suficientemente boa . Essa mãe representa o ambiente sufici suf icient entem ement entee bo bom, m, um fat fator or crucial crucial
para pa ra uma vida psíquica psíquica e fís física ica
fundamentadas em suas tendências inatas (ARCANGIOLI, 1995). Esse self frágil da criança recém-nascida, clama por um suporte adequado, a mãe tem o papel de ‘ego auxiliar’. Quando esse ego provido pela mãee é insu mã insufifici cien ente te,, a cria crianç nçaa reco recorr rree a co cons nstr truç ução ão de um fals falsoo eg ego, o, denominado por Winnicott de falso self. Essa mãe incapaz de se identificar com as necessidades primárias de seu filho é denominada por Winnicott de não a uma uma pess pessoa oa,, mas mas à ‘mãe insuficien insuficientemen temente te boa’, que correspond correspondee não ausência de alguém cujo apego à criança seja simplesmente comum (ARCANGIOLI, p.187, p.1 87, 199 1995) 5).. Por outro lado, se desempenhar o papel da ‘mãe
suficientemente boa’ permitirá que o bebê comece a ‘existir’, a construir um
ego próprio e a se organizar psiquicamente. ‘núcleo eo do self self verda verdade deiro iro’ ’ se co O ‘núcl cons nstititu tuii qu quan ando do o am ambi bien ente te
prop propor orci cion onad adoo pe pela la mã mãee é su sufifici cien ente teme ment ntee bo bom. m. Segu Segund ndoo Winn Winnic icot ott, t, o
verdadeiro self é a pessoa que é eu e apenas eu, ou seja, a pessoa que se constrói constrói,, fundamen fundamentalm talmente, ente, a partir partir de suas tendências tendências inatas inatas (ARCANGIOLI,
p.186, 1995). O verdadeiro self manifesta-se através de gestos espontâneos, a es espo pont ntan anei eida dade de co cons nstititu tuii o se selflf ve verd rdad adei eiro ro em aç ação ão.. Some Soment ntee o se self lf verdadeiro pode ser criador e ser sentido como real (ARCANGIOLI, 1995). A mãe ‘boa’ é a que responde a onipotência do lactante e, de certo certo modo, dá-lhe sentido. Isto de faz repetidamente. O self verdadeiro começa a adquirir vida, através da forca que a mãe, ao cumprir as expressões da onipotência infantil, dá ao ego débil da criança. A mãe que que não não é ‘boa ‘boa’’ é inca incapa pazz de cump cumpri rirr a onip onipot otên ência cia da cria crianç nça, a, pelo pelo que que repetidamente deixa de responder ao gesto da mesma; em seu lugar, coloca seu próprio gesto, cujo sentido depende da submissão ou acatamento do mesmo por parte da criança. Esta submissão constitui a primeira fase do self falso e é própria da incapacidade materna para
interpretar
as
necessidades
da
criança
(WIN (WINNI NICO COTT TT,,
apud apud
BLEICHMAR;BLEICHMAR, BLEICHMAR;BLEICHMAR, p. 224;225, 1995).
Winnicott propôs vários conceitos que vieram enriquecer a sua teoria, concei con ceitos tos origin originais ais e imp import ortant antes es bas basead eados os num numaa prátic práticaa ext extens ensa. a. Out Outro ro deles se refere aos fenômenos e objetos transcionais.
É MUITÍSS MUITÍSSIMO IMO CONHEC CONHECIDO IDO o fato de que os bebês, bebês, logo após após o nascimento, tendem a usar punhos, dedos e polegares para estimular a zona er ógena oral a fim de satisfazer os instintos ligados a esta, e também quando estão em momentos de relacionamento tranqüilo. Sabemos ainda que após alguns meses os bebês de ambos os sexos passam a gostar de brincar com bonecas, e que a maioria das mães permite que seus bebês adotem algum objeto especial, e espera que eles se tornem ‘viciados’ nesses objetos, por assim dizer. (WINNICOTT,p. 316, 2OOO)
A partir das suas observações clínicas, Winnicott percebeu que haveria uma relação entre os hábitos corriqueiros dos bebês para satisfazer seus instintos da zona oral (levar o polegar à boca, por exemplo); e mais tarde, de adotar um objeto como sendo um objeto especial -de grande estima por eles. Entr Entree es este tess os ‘háb ‘hábito itos’ s’
Winn Winnic icot ottt po post stul ula, a, o qu quee se seri riaa de uma orde ordem m
fenome fen omenal nal,, que haveria haveria uma ponte
de interme intermedia diação ção consti constituí tuída da pela
“primeira posse não-ego” denominados “fenômenos e objetos transicionais”. O co conc ncei eito to de ob obje jeto to ou fe fenô nôme meno no tran transi sici cion onal al rece recebe be três três us usos os diferentes, a saber: o primeiro de natureza evolutiva, outro, relacionados às angústias de separação e às defesas contra elas (com um caráter defensivo), e, por último, um espaço dentro da psiqué do sujeito. A idéia e função desses fe fenô nôme meno noss es estã tãoo at atre relad ladas as co com m a sa saúd údee me ment ntal al.. Toda Todavi via, a, em ce cert rtas as condições desfavoráveis o objeto transicional também pode ter uma evolução patológica (BLEICHMAR;BLEICHMAR, 1995). O ob obje jeto to tran transi sici cion onal al de dese semp mpen enha ha um pa pape pell fund fundam amen enta tall pa para ra o processo de maturação do bebê, na medida em que se apresenta como um objetoo que pode preencher objet preencher o espaço espaço em situações situações de angústia, angústia, como como por exemplo, separar-se da mãe na hora de dormir. Além disso, serve para que o bebê possa experimentar seus limites mentais em relação ao que é interno e externo a ele, assim como tem a função de delimitar os limites corporais: quan quando do a cria crianç nça a mani manipu pula la o ursi ursinh nho, o, adqu adquir ire e sens sensaç açõe õess que que serv servem em para para estabelecer seus limites corporais. O objeto transicional est á situado em uma zona intermediaria, na qual a criança se exercita na experimentação com objetos que, mesmo
que
estejam
fora,
sente
como
partes
de
si
mesma.
(BLEICHMAR;BLEICHMAR, p. 227, 1995). Ocupando um lugar de ilusão, o objeto transicional, transicional, diferentemente do seio materno, que não está disponível o tempo todo, é conservado pela criança e solicitado quando lhe convém. A criança incorpora a noção de que tem o seio materno, mas ele não o pertence, logo, faz uso do objeto de intermediação e o elege para acalmar e o defender de suas angústias. Sendo assim, também desempenha o papel na elaboração dos sentimentos de perda, quando quando está separado da da mãe. Há um sentimento de ambivalência no tocante à relação com o objeto transicional, no momento em que pode ser alvo de amor, mas como também alvo de agressão, quando sua relação é de ódio. Esse trato de agressividade para com o objeto também é fundamental, no momento em que serve como uma maneira da criança neutralizar sua agressão, o que pode ter um fim construtivo.
O ob obje jeto to tran transi sici cion onal al se ma mant ntém ém pe pela la vida vida afor aforaa co como mo luga lugarr da dass experiências intensas no campo da arte, da religião, e da imaginação: Esta zona intermediaria da experiência, inquestionada, no que tange à sua pertinência à realidade interior e exterior (compartilhada), constitui a maior parte da experiência experiência da criança, e é conservada ao longo de toda a vida, dentro das intensas experiências próprias próprias da arte, religião religião e viver viver imaginat imaginativo, ivo, assim como do trabalho trabalho cientifico cientifico
(WINNICOTT, apud BLEICHMAR;BLEICHMAR, p. 229, 1995). Winnicott também afirma que o objeto transicional é susceptível de ter uma evolução patológica, podendo se expressar na forma de fetichismo, da adiç ad ição ão e do roubo, roubo, o qu quee
cons co nstit titue uem m su subs bstititu tuto toss do primiti primitivo vo ob obje jeto to
transi transicio cional nal.. Winnic Winnicott ott acredita acredita que tai taiss qua quadro dross pat patoló ológic gicos os
e out outros ros
problemas, podem se dar em função das falhas maternas, pela inconstância no vínculo, e pela dificuldade emocional no contato contato entre outros. Segundo Winnicott, o processo de aceitação da realidade jamais se comple com pleta, ta, sen sendo do assim assim sem sempre pre hav haverá erá um umaa ten tensão são ond ondee o ser hum humano ano rela relaci cion onaa su suaa real realid idad adee ex exte tern rnaa co com m su suaa real realid idad adee inte intern rna, a,ee o qu quee propor proporcio ciona na o alí alívio vio des dessa sa ten tensão são corres correspon ponde de à área área int interm ermedi ediári áriaa de experiências, a qual não é submetida a questionamentos (arte, religião, etc.). Tal região intermediária se manifesta de modo direto na área do brincar da criança (WINNICOTT,2000).
2.1 O Brincar para Winnicott
O brin brinca carr apre aprese sent nta-s a-se e como como uma uma gran grande de aqui aquisi siçã ção o da teor teoria ia do desenvolvimento desenvolvimento emocional de Winnicott. Ao brincar, o bebê/criança/adulto bebê/criança/adulto estabelece uma ponte entre o mundo interno e o mundo externo com e através do espaço transicional. Para Winnicott, a qualidade do brincar na terc tercei eira ra área área-- os fenô fenôme meno noss tran transi sici cion onai aiss- é sinô sinôni nimo mo de vive viver r criativamente, e constitui a matriz da experiência self que se estende por toda vida. Transposto para a relação analítica, o brincar constitui-se na definitiva realização da psicoterapia, psicoterapia, pois é somente através do brincar que o self é descoberto e fortalecido (ABRAM, 2000).
Em suas observações de bebês e crianças, Winnicott percebeu a importância e a função do brincar, especialmente com relação à psicoterapia e a busca e a descoberta do self. O brincar sempre foi um aspecto de sua técnica na clínica: o jogo das espátulas e o jogo dos rabiscos, estão dentre suas técnicas utilizadas, tais jogos contribuíram para a compreensão da natureza do objeto transicional no desenvolvimento do bebê. Para Winnicott, a qualidade do brincar serviria como um indicador do desenvolvimento e do sentimento de ser do bebê: Ao classificar uma série de caso casoss pode podemo moss faze fazerr uso uso de uma uma esca escala la:: na pont ponta a norm normal al dess dessa a esca escala la encontramos o jogo, que é uma simples e prazerosa dramatização da vida do mundo interno: na ponta anormal da escala temos o jogo de que faz parte uma negação do mundo interno, sendo o jogo, nesse caso, sempre compulsivo, compulsivo, exaltado, conduzido pela ansiedade, ansiedade, e mais voltado para a exploração dos sentidos do que da alegria (WINNICOTT, apud ABRAM, p.56).
O brincar é uma atividade saudável, e o prazer do brincar é um fator de garantia da saúde da criança que cresce. O fator criativo e de imaginação dent de ntro ro da brin brinca cade deira ira po poss ssib ibililita ita qu quee a cria crianç nçaa crie crie um mo modo do de vida vida partic particula ular, r, o ser vivenci vivenciaa o seu self verdade verdadeiro iro.. Para Para Winnic Winnicott ott,, o brincar brincar seria seria o portão portão de entrada entrada para para o inc incons onscie ciente nte e teria a função função de aut autoorevelação, assim como os sonhos são para Freud. Freud. Quando publicou no ano de 1968 seu estudo “The Use of an Object and Relating through Identifications” , Winnicott menciona a importância do
fator agressão no brincar: é importante expor que a criança valoriza a constatação de que o ódio e os impulsos agressivos podem ser manifestados em um ambiente já conh conhec ecid ido, o, em que que haja haja uma uma resp respos osta ta de ódio ódio ou viol violên ênci cia a por por part parte e dess desse e ambiente. A criança perceberá que um bom ambiente será capaz de tolerar os sentimentos agressivos se estes forem expressos de uma forma razoavelmente aceitável (WINNICOTT, apud ABRAM, p.58).
Winnicott introduziu para a psicanálise uma literatura voltada para rela relaçã çãoo mã mãee-be bebê bê,, qu quee at atéé en entã tãoo nã nãoo se ha havvia ex expl plor orad adoo co com m tant tantaa veemê vee mênci ncia. a. A imp import ortânc ância ia dada ao meio ambient ambiente, e, tendo a
mãe com comoo
principal objeto de identificação do bebê, assim como sua descoberta sobre a existência de um objeto transicional foram de muita valia para o entendimento da relação simbiótica (mãe-bebê), introduzindo para o contexto psicanalítico da época um novo campo a ser explorado. Assim como Klein, fundamentou
em sua té técn cnic icaa
a im impo port rtân ânci ciaa do brinca brincar, r, e a util utiliz izou ou co com m ferr ferram amen enta ta
fundamental em suas ricas experiências analíticas. analíticas. Winnicott em suas suas obras e durante toda sua carreira, mostrou uma psicanálise simples e leve, fazia questão em ser simplório em seus escritos. Este grande e simples homem trouxe um trabalho de grande valia, seus estudos e técnicas psicanalítica hoje, juntamente com os de Klein, são os mais utilizados na prática da psicanálise da criança.
3. O Lugar dos Pais na Psicanálise de Criança
A implicação dos pais no tratamento da criança é um fator fundamental para o andamento da psicanálise. Tendo em vista que, de fato, os pais atuam na transferência dos dos mesmos, to tornando-se rnando-se uma peça peça indispensável. Para Rosenberg, não há como omitir o papel do adulto no andamento do processo de análise, uma vez que não se da apenas ao nível do mundo fantasmático, mas entra sim, ao nível da realidade, com todo o seu peso: deles depende aos honorários, a interrupção do tratamento, a mudança de analista, etc
(ROSENBERG, p.52, 2002). Assim, Rosenberg elucida algumas questões que impl im plic icam am ta tamb mbém ém o co comp mpro rome metitime ment ntoo do doss pa pais is de orde ordem m co cons nsci cien ente te e inconsciente no tratamento do seu filho. Muitas vezes, o sintoma da criança está atrelado aos sintomas de seus pais, ao iniciar o processo processo de análise com a criança, é natural que aconteça aconteça um mo movi vime ment ntoo de dent ntro ro de dess ssee nú núcl cleo eo fa fami mililiar ar.. Isto Isto,, po pode de traz trazer er um ce cert rtoo incômodo, o que provoca muitas vezes a desistência do tratamento por parte deles, e não da criança. Nesse momento, é preciso chamar os pais para dentro da terapia- o que não implica em uma análise com eles, mesmo que isso isso se seja ja ne nece cess ssár ário io-- de dess ssaa fo form rmaa po pode derr-se se-i -iaa co conf nfro ront ntar ar os co conf nflit litos os existentes, o que possibilitaria um grande avanço no processo terapêutico da criança. O trat tratam amen ento to é da cria crianç nça a e é com com ela ela que que fund fundam amen enta talm lmen ente te trab trabal alha hamo mos. s. No enta entant nto, o, os pais pais (ou (ou um dele deles) s) entr entram am no exat exato o momento em que, devido ao peso que o intersubjetivo tem na formação do sintoma ou na estruturação das neuroses, faz-se necessário que algo também se modifique no inconsciente de um ou de ambos progenitores, ou algo de sua relação. Ao incluí-los na sessão, pensa-se em produzir um efeito analítico que permita a continuação da análise da criança (ROCENBERG, p.55, 2002).
Então, Então, com comoo se daria daria essa essa ps psica icanál nálise ise com criança crianças? s? Rosenb Rosenberg erg propõem que é fundamental escutar a criança como o sujeito do seu próprio discurso, ao invés de acreditar que está sendo falada pelo Outro. Pois não é sempre semp re correto correto afirmar afirmar que a origem de um sintoma sintoma vem do discurso discurso dos
seus parentais. No entanto, pode haver momentos nos quais a criança faz menção a tais sintomas. Muita Mu itass ve veze zess é difí difíci cill pa para ra qu quee os pa pais is ac acei eite tem m a mu muda danç nçaa na nass crianças, nessa hora é preciso que o psicanalista esteja atendo a isso, para que possa fazer suas intervenções, a fim de converter a situação. Só assim torna possível que os pais se confrontarem com seus desejos e recalques (ROSENBERG, 2002). Quando trabalhamos numa análise de crianças, temos que ter em mente que não trabalhamos sozinhos. Junto com os sintomas da criança, estão os sintomas parentais não resolvidos. O processo da análise infantil, certamente provocará algum desconforto no pai ou na mãe, ou nos dois. O papel do psicanalista seria de abarcar todas essas questões intervindo e manejando quando for necessário. necessário. Dessa maneira, é conveniente dizer que a implicação dos pais no tratamento infantil é peça fundamental para a evolução da análise da criança. Cabe ao psicanali psicanalista sta ter ciência ciência da importância importância que é a participação participação dos parentais no processo da cura.
4. Fragmentos de um Caso Clínico Uma Breve Introdução
Dentre os atendimentos que realizei durante este último ano de estágio, o primeiro de um aprendizado em experiência clínica na psicanálise com crianças, faço menção a este caso em particular por ter sido o mais duradouro e com aspectos mais relevantes e intrigantes experenciado por mim. Como sendo o início de uma jornada psicanalítica, encontrei diversas dificuldades no manejo ao longo das sessões realizadas. Crei Creioo qu quee co comp mpar artitilh lhar ar ta tais is se sent ntim imen ento toss de inse insegu gura ranç nçaa e de inexperiência também fazem parte de todo aprendizado árduo e compensador que nós da área da psicologia e psicanálise encontramos. Como ato altruísta e ta tam mbé bém m po porr qu quer erer er co com mpa part rtililha harr tais tais inse insegu gura ranç nças as,, co como mo próp própri riaa necessidade de me sentir mais confortável, me disponho vagar um pouco sobre o que foi vivenciado por mim pessoalmente, pois acredito que ao compar com partilh tilhar ar tai taiss sen sentim timent entos os tam também bém est estare areii co contr ntribu ibuind indo, o, de um umaa certa certa maneira, para os futuros estagiários, que com certeza, pela inexperiência e pouca idade, irão sentir o mesmo. Em outras palavras, seria conveniente dizer que não estamos sozinhos neste barco. Gostaria também de compartilhar um pouco das minhas idéias em rela relaçã çãoo à ps psic ican anál ális ise, e, an ante tess mes esm mo de me de debr bruç uçar ar no ca caso so clíni línico co construído por mim e pelo meu paciente, digo isso, pois, um caso não é puramente o que o nosso paciente nos traz, ele é soma de todas impressões, fantasias, vivenciadas pelo psicoterapeuta e pelo paciente. Como tudo que passa pelo campo subjetivo, seja na linguagem, seja nos sonhos e até mesmo em nossos nossos atos corriqueiros, corriqueiros, são representa representados dos em nossa mente mente por uma metáfora. Não seria diferente na psicanálise, ou nada adiantaria se fosse. Diria até que seria impossível fazer um movimento diferente, pois tudo que passa por nossa impressão subjetiva, torna-se algo nosso, uma interpretação pessoal, no entanto, muito verídica. A psicanálise é uma área de conhecimento muito mais subjetiva do que qualquer outro campo da ciência humana, ela se estende até às entranhas do
nosso obscuro inconsciente a fim de entender e explicar o que acontece com a nossa mente, objetivamente falando. Ela afirma, e creio piamente nisso, que nossas atitudes, até mesmo as mais simples, não são respostas de um mero acaso, ou automatismo. Somos seres complexos, pensantes, capazes de refletir e nossos atos são sempre resposta de algo já experenciado desde de nossa tenra infância, mesmo que disso não tenhamos consciência disso. Melhor assim que não tenhamos consciência de tudo, afinal de contas, nossa mente não usaria de mecanismos de defesas se não fossem necessários. Mas temos que ter cuidado para que não difamemos tal pensamento, pois, como diz sabiamente Freud “às vezes um charuto é apenas um charuto”. Podemos inserir a psicanálise no cerne de qualquer campo onde se insira a subjetividade subjetividade humana (no campo das das artes, da ciência). Ou melhor, melhor, nós seres humanos tendemos a investir, por uma questão de necessidade, psiquicamente falando, em algumas áreas onde possamos canalizar todas as nossas questões, que por hora nos trazem um certo tipo de sofrimento, que é inerente a qualquer ser humano. Como diz Winnicott, essas áreas passam pelo campo campo do “inquestionáv “inquestionável”, el”, um movim movimento ento “absoluto “absoluto”” onde podemos podemos empregar e tentar explicar o que é inexplicável para nós. O ser humano está sempre em busca, precisamos de energia que nos mova, é como um movimento das pulsões, como diria Freud. Procuramos sempre ir em busca de um sentido para nossas vidas, mesmo que não saibamos conscientemente conscientemente disso, e é essa pulsão que nos nos faz viver. A obscuridade de nossas mentes nos faz mover para ir buscar algo do campo do impossível, esse “campo do impossível” é necessário para que possamos está sempre investindo. Nosso desejo inesgotável i nesgotável e nunca saciável é uma condição condição necessária para nos mantermos mantermos vivos. Não sei se estou sendo prudente ao divagar sobre tantos aspectos da nossa subjetividade neste trabalho, mas creio que para mim seja primordial falar um pouco das das minhas concepções concepções em relação relação à subjetividade humana, humana, afim de de que eu eu mesm mesmoo pos possa sa dá um rumo rumo original original a este este meu trabalho, trabalho, já que é um relato de uma experiência clínica do meu estágio. E como dito anteriormente, sinto que seja mais que necessário compartilhar algumas de minh inhas idé idéias, ias, ou melho elhor, r, conhecimento.
das minh nhas as con once cepç pçõe õess ac acer erca ca de tal tal
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A História de Teodoro Os pais de Teodoro*, Seu Breno e Dona Marta, vieram à clínica de
psicologia com a queixa de que o filho desde que se mudou para a nova escola, escola, não se adapta adapta à rotina rotina do colégio, colégio, além de ser alvo de bullying e de gozações das mais cruéis pelos colegas de sala. Trata-se de um garoto de 12 anos de idade, aparentemente saudável e bem apresentável. Como único filho da família, as atenções são voltadas para ele, de uma maneira exacerbada. Sua mãe teve uma gravidez atordoada e delicada, com o prognóstico do seu estado considerado grave e com ameaça da perda do bebê ou da mãe durant durantee o parto. parto. Dad Dadaa essas essas circun circunstâ stânci ncias as difí difícei ceis, s, a mã mãee de Teodor Teodoroo sempre o protegeu excessivamente. Desde o nascimento o bebê entre os pais, num colchão no chão, para que ele não caísse e que nada de mal acontecesse ao mesmo. Seus Seus pa pais is,, en entr tret etan anto to,, rela relata tara ram m qu quee ele ele se semp mpre re foi foi um umaa cria crianç nçaa saudável, saud ável, comunica comunicativa tiva e que na sua antiga escola escola não havia problema problema,, e pelo contrário, era uma criança bastante conhecida no colégio e que mantinha amizade com todo mundo. Na nossa primeira entrevista, os pais falaram algo “Teodor odoro o é um men menino ino muit muito o inte intere ress ssan ante te pa para ra en ente tend nder er a qu queix eixa: a: “Te comunicativo, ele vai fazer de tudo para agradá-la” , assim o fez Teodoro de
maneira quase constante, salvo algumas situações em que demonstrava ser um menino bastante antipático e artificial.
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Os nome são fictícios a fim de preservar a privacidade do cliente.
Seu Breno parece ser uma pessoa de difícil convivência, mostra-se que é muito invasivo invasivo e rígido rígido na educaçã educaçãoo de seu filho. Os enco encontros ntros que tive com os pais, eram marcados pela predominância da fala do pai e uma passividade
extrema da mãe. Breno praticamente não dava espaço para ela falar, e esta se co colo loca cava va se semp mpre re nu numa ma co cond ndiç ição ão pa pass ssiv iva. a. Além Além diss dissoo o po porte rte físi físico co avantajado de Breno fazia juz a sua conduta espaçosa e invasiva. A mãe sempre esteve “exageradamente” presente nas atividades de seu filho. Praticamente fazia suas tarefas da escola e estudava com ele para as provas até o momento. Além disso, a mãe sempre o acompanhou em todas as atividades, sem conseguir descolar do filho, ficando completamente à sua mercê. Uma mãe superprotetora e ao mesmo tempo inexpressiva, quase inexistente. Diante de um pai avassalador e narcísico, a mãe fica sempre à parte. Durante o processo, a mãe mãe precisou mudar seu seu horário do trabalho, o que implicou ter que se afastar um pouco de Teodoro, deixando-o em pânico. Diante disso, seus pais me procuraram para falar da dificuldade que o filho estava sentindo e da sua angústia em ter que se afastar durante mais mais tempo da mãe. O pai, numa das sessões relata ter, crescido em meio de muitas mulheres, e ter tido tem uma relação relação maternal com suas duas tias que criou junto com sua mãe. A figura fi gura materna não aparece na sua dinâmica familiar. Seu Breno é professor, trabalha os três turnos para poder manter o padrão de vida que que oferece ao seu filho. Visto o seu salário ser insuficiente. insuficiente. A mãe e as tias ti as de Breno ajudam nos custos da educação e afins. Mesmo não tendo condição financeira suficiente, seu Narciso adota um padrão de vida elevado para sua família e aceita ajuda de suas tias e sua mãe. Os pais se preocupam por Teodoro ser muito sozinho, não tem amigos na escola e onde mora não tem meninos com a mesma idade para que ele possa brincar. A mãe comenta que desde criança ele passa muito tempo sozinho em casa, casa, e, muitas vezes, ela chegou chegou a pedir ao porteiro porteiro do edifício para checar se tudo está bem, hábito mantido pelos pais até o presente. Outras queixa versa sobre o desempenho escolar de Teodoro e seu baixo rendimento segundo a mãe. Durante as provas ele fica muito desligado, não se concentra, e não consegue bons resultados. O pai comenta que fica muito furioso com esse fracasso escolar e, demonstra sua raiva e desgosto com esse isso.
Certa Certa vez os pai paiss com coment entara aram m que Teodor Teodoroo hav havia ia pressi pressiona onado do um umaa caneta contra seu braço até se ferir, esta auto-agressão ocorrera após ter se dado mal em um exame exame de matemática. Outro episódio ocorrido em sala de aula, foi ter tumultuado o exame de ciências, perturbando o ambiente. No final de uma sessão com Teodoro, seus seus pais foram me comunicaram comunicaram um fato que os deixou preocupados, e então, eles relataram que Teodoro estava com uma “namoradinha”, a mesma menina que um dia lhe ignorou, como diria sua mãe, “lhe humilhou”. Os pais do menino estavam preocupados não somente porque o filho era novo demais para esse tipo de relação, mas principalmente porque este tirado escondido escondido de sua mãe suas suas jóias – um anel anel e uma corrente- para presentear a namoradinha. A mãe contara que essa menina já havia desdenhado de seu filho, uma vez que marcaram para ir ao parque de diversão, e lá ficara com os seus colegas de sala ignorando-o completamente. Diz a mãe comenta que ele escreve alguns textos em seu caderno, relacionados sentimentos que tem pelos seus colegas. Em mais uma das entrevistas com os pais, seu pai trouxe um conteúdo bastan bas tante te int intere eressa ssante nte:: Teodor Teodoroo hav havia ia des desenh enhado ado num numaa fol folha ha uma fig figura ura humana muito grande, segundo o pai, um gigante; e aos pés deste gigante estavam um monte pessoas bem pequenas sendo afogadas pelas lágrimas que caiam dos olhos do gigante. Esse gigante estava também fumando- vale salientar que seu Breno é fumante. Ao ver este desenho, o pai disse que logo se identificou com o mesmo, dizendo ao filho que o gigante era ele, mas que não havia gostado, pois ele estava muito feio. Teodoro responde que a figura no desenho era era Deus. E seu pai pai retrucou, que não podia ser Deus, pois Deus não fuma, então logo Teodoro de imediato apaga o cigarro do desenho. E continuou dizendo: “é Deus chorando pela tristeza do mundo”. Esse desenho de fato mostra o caráter narcisista do pai de Teodoro, e como o garoto o representa. Essa figura tão invasiva que é vista como o grande grande gigante gigante chorão. chorão. Pode-se Pode-se notar que o modelo modelo fam familiar iliar é conf confuso uso e pouco estruturante para o garoto. A figura do pai tenta obscurecer a existência da mãe e do próprio filho. A passividade e a cumplicidade da mãe a torna quas qu asee inex inexis iste tent nte. e. E Teod Teodor oroo se pe perd rdee em me meio io de todo todo es esse se qu quad adro ro conturbado.
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As Sessões com Teodoro
No primeiro encontro, Teodoro demonstrou ser um garoto bem articulado, inteligente. No seu discurso notava-se uma forte influência paterna. As suas idéias não me pareciam ser dele, eram mais uma reprodução do modelo do pai visivelmente incorporada por ele. Sendo assim, dava a impressão de se mostrar mais como uma caricatura de adulto com uma eloqüência artificial para um garoto da sua idade. Ao relatar sobre a escola, quando pontuei tal questão, disse que se sentia humilhado em relação aos seus colegas. Quais as razões disso perguntei-lhe ao que respondeu: “acho que é porque eu falo muita besteira, que sou gordo e que eles tem uma cabeça ‘mais avançada’ do que que eu, eles já têm paqueras e falam em namoro”. E ainda acrescentou “se eu falar muita besteira aqui
Assegu gure rei-l i-lhe he qu quee aq aqui ui,, ele ele po pode deri riaa falar falar você você pode pode me dá um toqu toque” e” . Asse besteira, que podia também ser ele mesmo. Disse-me que estava sendo muito poder desabafar tudo. O garoto pareceu o tempo todo querer me agradar e mostrar ser uma pessoa simpática. Característica esta que persistiu ao longo de todos as sessões, salvo algumas exceções, nas quais exercitava seu humor sádico e desagradável, muitas vezes até desconcertante. Ao perguntar-lhe o que gostaria de fazer na sessão, respondeu que gostava de jogar vídeo game, mas de tanto o pai falar que jogar vídeo game não era era um umaa at ativ ivid idaade saud udáv áveel, que po podde fic ficar “vic “vicia iaddo”. E ain ainda acrescentou: “o vídeo game não leva a nada” . Teodoro diz que deixou de jogar, sem aparentemente contestar, pareceu conformado. Na sessão seguinte, ao conversarmos sobre o colégio, ele diz que está “mais ou menos” . Explorei o que queria dizer: “como assim mais ou menos? menos?”
este disse: “hoje os meus colegas me desrespeitaram, zoaram de mim só por porqu que e eu fale faleii gest gestic icul ulan ando do,, daí daí fui fui para para coor coorde dena naçã ção o recl reclam amar ar e a coor coorde dena nado dora ra me diss disse e que que iria iria aver averig igua uar. r. E quan quando do a coor coorde dena naçã ção o
averiguou, me disse que eu também revidava”. Seu comportamento oscilava
entre vítima e algoz de de sua própria própria angústia. Sobre a sua relação com a família, disse-me ser um garoto privilegiado, pois, mesmo seus pais não tendo condições de sustentá-lo , sua avó ajuda nas despesas pagando a escola: “se ela não ajudasse, estaria estudando em um colégi colégio o Estad Estadual ual” ” (...) “ass “assim im sobr sobra a mais mais dinh dinhei eiro ro para para meus meus pais pais compra comprarem rem
coisas coisas para para mim” mim” . Mais uma vez aparece um discurso não
elaborado por ele, mas mas por ele incorporado como como se a fala demonstrasse demonstrasse que ele tivesse plena consciência de tudo. Em uma sessão, quando mexia nos brinquedos, encontrou um que o chamou muita atenção, e logo, decidiu brincar. Eram pequenas peças de animais, cercas e homens em miniatura, como um Zoológico. Ao brincar disse: “eu gosto desse tipo de brincadeira, mas os meninos do colégio, acham criancice” (...) “eles só querem jogar playstation” e ainda acrescentou: “eu gosto de organizar o jogo todo e depois desmontar” . Na seguinte sessão
continuou com a mesma brincadeira. Em um certo momen momento to da sessão sessão,, Teodoro Teodoro come começa ça a falar de artes, de história, enfim de temas cultos, que não são comuns ou muito do interesse de um garoto de 12 anos. Teodoro repete assim a fala do pai, que é professor de história e mais uma vez expressa os seus “discursos prontos”, marca de todas as sessões. Na terceira sessão, ao perguntar-lhe como estava na escola, disse-me que estava muito bom, pois os colegas não tinham zoado dele. Procurei saber porque ele achava que os colegas mudaram em relação a ele. Prontamente respondeu que achava que era porque dessa vez ele tinha esperado a professora a falar, para que então falasse algo. Mais uma vez nas nossas conversas, faz uso de palavras difíceis, com frases bem articuladas, e um vocabulário vocabulário avançado. Então Então pontuei que ele, na sessão, não precisaria usar esses termos difíceis, que ele era apenas um garoto de 12 anos. Respondeu-me e repete em voz alta e com certo ar de gozação : “eu sou apenas um garoto de 12 anos”. Ao longo de todas as sessões, sempre se mostrou curioso ao meu respei respeito, to, pergun perguntan tando do min minha ha opi opiniã niãoo so sobre bre alg alguns uns assunt assuntos, os, sob sobre re me meus us gostos, etc. Não respondia diretamente as suas perguntas, e enfatizava que
ali era o lugar para falar dele, e não de mim. Mas ele parecia não entender (ou se recusava), e sempre refazia os questionamentos. Disse a mãe que eu dava “fora” nele, quando me perguntava algo. Teodoro parece negar as diferenças, mostra ignorar que na situação ele é cliente, deseja mais querer me tratar como igual e por vezes superior. Parecia difícil para ele “não dominar” o ambiente, ser ele mesmo e se colocar no lugar de quem não sabe de tudo, sem ficar emburrado. Em relação ao episódio da mudança de horário do trabalho da sua mãe, Teodoro nunca falou de sua angústia em relação a este fato. Quando eu pontuava sobre isto, vinha com um discurso pronto, e dizia “ah! Vai ser ruim, né? agora agora ela não vai poder poder me ajudar nas nas tarefas, mas mas eu tenho que me acostumar”. No entanto, mostrava-se muito agitado e inquieto, por mais que
quises qui sesse se dem demons onstra trarr tranqü tranqüilid ilidade ade.. A partir partir de desse sse mom moment ento, o, com começa eçava va a revelar sua insegurança e fragilidade. Como foi dito anteriormente, o garoto fazia questão de me agradar, costumava me presentear (me trouxe um ovo da páscoa), me elogiando e se comp co mpor orta tand ndoo co como mo um “bom “bom me meni nino no ed educ ucad ado” o”.. Entr Entret etan anto to,, em algu alguns ns mome mo ment ntos os ele ele te tent ntav avaa me prov provoc ocar ar,, e qu quer erer er me “desc “descon once certa rtar”. r”. Tal Tal comportamento parecia claramente a expressão de sentimentos ambivalentes que tal como em casa e na escola, ocorriam também na sessão. Teodoro revelava ser um menino desagradável, assim como os seus colegas de turma o achavam: Em uma das sessões ele começara a ter crises de risos, depois de ter pontuado que ele estava agitado. Seus risos mais pare pa reci ciam am riso risoss de de debo boch che. e. Perg Pergun unte teii-lh lhee o mo motitivo vo de tant tantoo riso riso,, e me respondeu: “às vezes, quando sinto vontade de chorar, ou estou triste, eu sorrio, não sei porque. Uma vez minha tia-avó estava cirurgiada, e quando olhei para ela me deu vontade de rir”. O seu “ataque histérico” faz-nos
reportar ao conceito de defesa maníaca desenvolvido por Melanie Klein para compreender as angústias depressivas. Teodoro não podia expressar sua afetividade de forma natural, modelos e as exigências dos pais só tinham lugar para um tipo de afeto, o da negação dos afetos. Outro dia, imitou, ao mesmo tempo em que sorria debochadamente, fazia os meus gestos quando anuncio o término da sessão, e repetiu a mesma frase que costumava falar: “Teodoro, o nosso tempo por hoje est á
chegando ao fim”. Nesse momento, realmente fiquei desconcertada e não
sabia como manejar. Esses deboches se repetiram mais vezes em outras sessões. A contra-transferência contra-transferência negativa foi foi identificada e pude compreender o que se passava entre nós. Quan Qu ando do oc ocor orre reuu o rece recess ssoo de du duas as se sema mana nas, s, pe perí ríod odoo en entr tree os seme se mest stre ress leti letivo vos, s, av avis isei ei a ele ele co com m an ante tece cedê dênc ncia ia,, e co com m todo todo cu cuid idad ado, o, entreguei-lhe um cartão com a data do seu retorno. retorno. No dia da sessão ele ele não comparece a sessão, e tampouco na sessão seguinte. Após as duas faltas consecutivas, falei com a mãe, que alegou ter pensado que ainda estava em recesso, e que não recebera nenhum cartão de retorno. Na sessão com Teod Teodor oro, o, ao ex expl plor orar ar su suaa resi resist stên ênci ciaa (na (na ve verd rdad adee raiv raivaa pe pela la pa paus usaa da dass sessões) me respondeu que tinha perdido o cartão e que pensava que eu ainda estava de recesso. Após este fato, ele não não parecia não vir com vontade vontade às sessões, sessões, e vez por outra cometia uma falta, durante certo tempo. Mostrava-se desinteressado noss jogo no jogos, s, ch cheg egan ando do dize dizerr qu quee es esta tava va en enjo joad adoo do doss me mesm smos os.. Ante Antess as sessões eram ricas e sempre que não queria jogar os jogos disponíveis, improvisava uma brincadeira. Ao pontuar-lhe a sua resistência, o seu silêncio nas sessões , ele parou, pensou e começou a fazer confissões:
Teodoro: eu ando falando muito palavrão, sei que é errado, mas não consigo me conter.
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Terapeuta: Porque você acha que não deve falar palavrão? Teodoro: ah, falar palavrão não é legal, mas não consigo me segurar. Se você fala no meio da rua rua um palavrão, é um pouco pouco constrangedor alguém vir e reclamar com você, né?! Tem lugar que você pode falar e outros que você não pode, mas é melhor não falar, né?! Terapeuta: E onde você pode falar falar palavrão? palavrão? Teodoro: ah, na escola todo mundo fala. Terapeuta: então parece que na escola pode falar palavrão, por que lá é aceito.
Em seguida silencia e depois continua a falar: “eu também sou muito fofoqueiro, assim, quando alguém fala algum segredo segredo para mim, eu seu que não devo contar, mas conto, é maior do que eu, sabe?” . Falei para ele que
agir assim parecia contraditório, pois ao mesmo tempo que alguém lhe dá confiança, algo que ele almeja, ele simplesmente quebra a confiança do outro. “ah, é porq porque ue é maio maiorr que que eu, eu, não não cons consig igo o segu segura rar”. r”. E Responde-me: “ah,
continuou a falar: “eu também às vezes minto muito” . Explorei o tema, ao que ele diz: “assim, eu aumento as coisas, sabe? Tipo assim, se está todo mundo falando sobre jogos – tem um tio meu que tem uma loja de jogos- daí, aumento, aumento, falo que meu meu tio tem um monte de jogos jogos legais e que eu sempre sempre vou lá jogar”. Faço uma observação dizendo-lhe que parece que ele quer
impressionar os outros, mostrar algo mais. Esse assunto poderíamos retomar na próxima sessão, pois a mesma já havia terminado. Na sessão seguinte, ele falta e a mãe justifica por telefone dizendo que ele não iria poder comparecer, pois havia cortado os próprios cílios. O processo psicoterápico de Teodoro continua regularmente, mas um novo no vo elem elemen ento to de deve verá rá influ influen enci ciar ar no trat tratam amen ento to.. O de desl slig igam amen ento to qu quee acontecerá com o fim do estágio supervisionado. Sessões com os pais estão ocorrendo para a passagem do caso a outra psicóloga que então assumirá sem que haja solução de continuidade.
Considerações sobre o Caso: As poucas sessões realizadas com Teodoro leva-nos a supor que ele apresenta grandes dificuldades na construção da sua identidade. Se encontra numa situação na qual torna-se difícil exprimir seu verdadeiro Self. Em seus diálogos observa-se com freqüência, um discurso apropriado do outro, quase um pa padr drão ão repe repetitititivo vo do disc discur urso so do pa pai,i, us usan ando do se semp mpre re lógi lógica ca,, bo boaa consciência e eloqüência. Diante disso, não consegue sair da sombra do seu pai, que o “invade” e que o inibe. Preso nesse complexo paterno, Teodoro, nas sessões, incorpora um “personagem” de um garoto agradável, inteligente e esperto. Entretanto, não consegue ter sucesso na sua vida social, é alvo freqüente de gozação e
excl ex clus usão ão,, so sobr bret etud udoo co com m os co cole lega gass da es esco cola la.. Na Nass se sess ssõe õess se semp mpre re considera considera ser o dominador, dominador, tentando tentando ma manter nter a relação relação com a terapeuta terapeuta de igual para igual. Na escola, ele é o bobão. Teodoro é um garoto muito só, não consegue fazer amizades, em especial com pessoas da sua mesma faixa etária. Dessa maneira, se vê preso na sua relaçã relaçãoo com o seu núcleo núcleo familia familiar, r, que extrapol extrapolaa o lim limite ite de sua indi indivi vidu dual alid idad ade. e.Ta Tall situ situaç ação ão im impe pele le de dele le se serr um ga garo roto to co com m aç açõe õess espont esp ontâne âneas as e criativ criativas. as. Alguns Alguns ind indíci ícios os de ela elabor boraçã açãoo se rebelo rebelouu nas sessões ao demonstrar criatividade e improviso nos jogos e brincadeiras. Ao jog jogar, ar, Teodor Teodoroo de demon monstr strava ava sem sempre pre preoc preocupa upado do em gan ganhar har,, mesmo que para isso tivesse que trapacear nos jogos ou mudar as regras para lhe favorecer. Muitas vezes, quando se via perdendo, se frustrava e most mo stra rava va o de desi sint nter eres esse se pe pelo lo jogo jogo,, mu muititas as ve veze zess até até “bag “bagun unça çava va”” a brincadeira. Manipulador, não conseguia suportar a frustração de perder e acabava o jogo. Ainda muito colado colado à sua mãe e ele também, torna sua sua relação muito muito infantilizada. Quanto ao pai narcisista e invasivo, ele não consegue sair da sua sombra. A
te tera rappia
prov rovav avel elm ment ntee
lhe lhe
pro propo porc rciion onar aráá
boa oass
mud udan ançças as,,
remanejamentos psíquicos que poderá se beneficiar para deslocar da sombra dos seus pais, e conseguir se articular por ele mesmo, tornando-se um garoto espontâneo e saudável.
Resumo de outros Casos atendidos
CASO I INICIAS: W.N.L.O IDADE:9 SEXO: M
O caso havia sido encaminhado para mim por uma estagiária, pois, em virt virtud udee do en enccerra errame ment ntoo do es está tági gio, o, nã nãoo po pode deri riaa da darr se segu guim imen ento to ao tratamento. A mãe procurou procurou atendimento na clínica, pois se queixava que que o filho andava com medo de tudo, principalmente, medo de ficar sozinho. O garot roto tinha um rendim imeento escolar lar muito ito bom, era bem comunicativo, espontâneo e inteligente. Não tinha uma relação constante com o pai, este abandonara a mãe quando soube da gravidez. A terapia transcorreu em bons moldes, W. parecia estar indo bem nas sessões. Embora achasse que não se tratasse de caso urgente de terapia, a psicoterap psicoterapia ia iria ajudá-lo a vencer vencer seus medos medos e ajud ajudar ar na sua questão em relação com seus parentais. Desde o começo, a mãe parecia não querer investir mais no tratamento do seu filho, e se queixava nas entrevistas de ter que repetir tudo o que já falara para a outra psicóloga, embora eu pontuasse que era importante que ela o repetisse, agora para mim. Acre Acredi dito to qu quee a de desi sist stên ênci ciaa e o nã nãoo en envo volv lvim imen ento to co com m a tera terapi piaa decorreu muito desse fator, mas também por uma questão financeira.
Caso II Inicias: W. P. M Idade:10 Sexo:M
A avó procurou atendimento na Clínica, trazendo como queixa de W. a dificuldade em estabelecer laços sociais, como também ter sido rejeitado pela própria mãe. Sua avó se preocupava com o estado psíquico do garoto, e já havia procurado alguns médicos para que lhe desse algum diagnóstico. W. sofreu um ataque epilético quando tinha 1 ano de idade, e, segundo os médicos, deixou seqüelas: o garoto tinha um problema grave de visão, só conseguia enxergar de muito perto. Além disso, o garoto também apresentava tiques nervosos. O garoto desenhava muito bem, e todos os finais das sessões eram dedica ded icadas das aos seu seuss des desenh enhos, os, os qua quais is faz fazia ia com extrema extrema fac facilid ilidade ade e qualidade admirável. Ao jogar durante as sessões, embora me convidasse para participar, W. parecia não se importar muito com minha presença, e praticamente não interagia comigo nos jogos, embora quisesse me ter por perto. Sempre foi difícil conseguir convencer a W. que o tempo da sessão havia acabado, e, por mais que eu repetisse, teimava em não me ouvir. Outro fator curioso era que ele sempre pedia para levar os brinquedos para casa e sempre insistia para que eu permitisse. Embora as sessões se mostarssem muito ricas, e W. estivesse empolgado com o tratamento, sua avó decidiu em tirá-lo, pois, não tinha condições financeiras de trazê-lo semanalmente. Além do mais, havia conseguido uma vaga para ele em outra instituição perto de sua casa, onde ele poderia realizar o tratamento. De fato tratava-se de um caso bastante delicado, que urgia por um tratamento psicólogo. W. tinha um desenvolvimento emocional primitivo, e não conseguia laços sociais. Infelizmente, Infelizmente, não foi possível prosseguir prosseguir com o caso.
Considerações Finais
Vivenciar a clínica em psicologia é uma experiência única. Encarar a prática não é um trabalho simples e nem fácil, a cada dia, a cada sessão, existe uma superação e uma construção de si mesmo, enquanto pessoa e enquan enq uanto to aprend aprendiz. iz. É um trabal trabalho ho que precis precisaa se serr lap lapida idado, do, ded dedica icado do e acreditado por aquele que o exercita. Acredito Acredito e admiro a psicanális psicanálisee e é nela que me apo apoio io quand quandoo tento buscar bus car respos respostas tas,, qua quando ndo ten tento to ent entend ender er os ma mais is com comple plexos xos e sim simple pless artifícios que nossa mente utiliza. E é nela que me apoio quando exerço meu papel dentro da psicoterapia. Esse trabalho resume a escolha que fiz durante esses cinco anos de formação acadêmica. Se resume a uma área que me encantou e que escolhi para minha vida. Escolhi a psicanálise, e seguirei com ela.
REFERÊNCIAS
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