SAGA
AÇÃO Encadeamento – ordenação cronológica das acções.
Descrição: modo de expressão preponderante durante o conto ( predomínio dos adjetivos e dos nomes) Ex. “Hans agora já não viajava. Estava velho como um barco que não navegava mais eprancha por prancha se vai desmantelando. Tinha as mãos um pouco trémulas, o azul dosolhos desbotado, fundas rugas lhe cavavam a testa, os cabelos e as compridas suíças estavam completamente brancas. Mas era um velho imponente e terrível, alto e direito em seu pesado andar, autoritário nas ordens que dava e sempre um pouco impaciente e taciturno.”
TEMPO A narrativa narrativa inicia-se na adolescência adolescência de Hans e termina com com a sua morte: adolescência adolescência → idade adulta → velhice
Estações do ano: destaque para o inverno (v. simbologia das camélias) Analepese: narração sobre sobre a morte dos irmãos de Sören Prolepse: “Mais tarde os navios de Hans nunca naufragaram” Elipse: “Os anos passaram e Hans aprendeu a arte de navegar e a arte de comerciar.”
ESPAÇO •
Vig: praia/promont praia /promontório; ório; casa de Sören
Vig era uma ilha do Norte da Europa, com promontórios e falésias de rochedos escuros. Tinha uma pequena vila costeira, que por sua vez tinha um cais onde estavam os botes e veleiros dos habitantes da ilha. Hans morava no interior da ilha, que era uma floresta de pinheiros. A sua casa tinha uma porta de entrada baixa, como todas as casas de Vig, e janelas de madeira.
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Cidade desconhecida desco nhecida : cais; ruas/jardin ruas /jardins; s; casa de Hoyle
Na Cidade Desconhecida, Hans estava perdido na diferença dos sons, da luz, dos rostos e dos cheiros que ela continha. Haviam jardins onde sob arvoredos se abriam trémulos junquilhos, um rio, onde as mulheres na margem, descalças, carregavam cestos de areia enquanto outras discutiam aos magotes, cortando com grandes brados gestos o ar liso da manhã, existiam também as igrejas de azulejo e talha, doiradas e sombrias. Foi nos degraus de uma escada da praça, nos bancos do jardim público que Hans acabára por adormecer.
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Mundo
Hans viajou por várias zonas do Mundo, conhecendo um pouco de tudo. Passou pelas ilhas do Atlântico, as costas da África e do Brasil, os mares da China e o Índico, onde ouviu o som produzido pelos buzios
brancos, rosados e semi-translúcidos. Contemplou a luz das lanternas de cor, a beleza das loiças com seus desenhos azuis e o seu branco azulado, das sedas e das lacas e saboreou os maravilhosos temperos exóticos. Caminhou em grandes praias brancas onde baloiçavam coqueiros, rondou promontórios
e
costas
desertas.
Ao longo da sua viagem, passou por várias cidades desconhecidas, onde negociou nos portos e nas fronteiras. Durante as viagens marítimas, passava tanto por furiosos temporais como por calmarias imensas.
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Quinta : casa; torre
A Quinta situava-se no alto de uma pequena colina que descia até ao cais de saída da barra. Pelo lado dos campos encontrava-se um portão de ferro que batia pesadamente. Com o passar do tempo, as camélias, as cerejas brancas, os pomares e os jardins, cresciam. Em Novembro, os troncos das camélias largavam um pó escuro. Depois, Hans mandou contruir uma torre, que ficava no fundo da quinta, para os lados da barra.
NARRADOR Presença
Não participante (heterodiegético) – não é personagem; narração na 3ª pessoa Ex.: "No entanto Hans suspirava e nas longas noites de Inverno procurava ouvir, quando o vento soprava do sul, entre o sussurar dos abetos, o distante, adivinhado,
Posição
rumor da rebentação." Subjetivo – narra os acontecimentos declarando ou sugerindo a sua posição
Ciência
Omnisciente – o narrador sabe tudo o que diz respeito às ações Ex.: " Queria ser um daqueles homens que a bordo do seu barco viviam rente ao maravilhamento e ao pavor , um daqueles homens de andar baloiçado, com cara queimada por mil sóis(...)"
RECURSOS EXPRESSIVOS •
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Adjetivação: “As camélias brancas estavam (…) levemente rosadas, macias, transparentes” Enumeração: “O mar quebrou tábua por tábua, o casco, os mastros, os botes e os marinheiros foram rolados entre a pedra e a vaga.”
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Personificação :”...e as espumas varriam os rochedos escuros.”
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Comparação: “Estava velho como um barco que não navegava mais e prancha por prancha se vai desmantelando.”
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Metáfora: “a sua tripulação era formada por (…) velhos lobos do mar” Antítese: “...s o b u m a estranha luz, simultaneamente sombria e cintilante” Repetição: ”Imaginava as grandes solidões (…) Imaginava as ilhas de coral (…) Imaginava o tumulto (...)”
PERSONAGENS Principal Hans
a) Percurso da sua vida em busca de um sonho Hans sonhava em ser marinheiro e navegar para Sul, mas seu pai nao queria. Hans e Soren (pai de Hans) tiveram uma discussão sobre o futuro de Hans. Depois da discussão Hans fugiu de casa, e alistou-se como gurmet no cargueiro inglês de nome "Angus", mas Hans teve uma zanga com o capitão do cargueiro e foi-se embora. Hans chegou a uma cidade desconhecida e foi acolhido por Hoyle, um inglês. Depois disto o sonho de Hans passou a ser: regressar a Vig como capitão de um navio e ser perdoado pelo seu pai. Hans escreveu uma carta para Vig a pedir que sua família o perdoa-se pela sua fuga, e a resposta era sempre a dizer que o se pai não o perdoava. Os anos passaram e hans tinha aprendido a arte de navegar e de comerciar, hans já conhecia praticamente todo o mundo. Hoyle ficou cego e pediu a Hans que cuidasse de todos os seus negócios. Hans casou com Ana e entretanto Hoyle morreu. Os negócios de Hans corriam-lhe bem, Hans e Ana tiveram filhos. Hans comprou uma quinta, escreveu também uma carta ao pai, e nao obteve resposta, aí Hans percebeu que jamais voltaria a Vig. Hans evelheceu e com isso acompanhou-o tabém uma doença, Hans pediu a sua família para mandarem construír um navio em cima da sua sepultura. Hans morreu, e o seu desejo (ter um barco em cima da sua sua sepultura) foi concedido. b) Caracterização Jovem: - Caracterização directa: mãos sensíveis (herdadas do pai), alto para a sua idade - Caracterização indirecta: Sonhador (sonhava ser marinheiro e herói) , determinado, corajoso, aventureiro, esperançoso, religioso, apaixonado pelo mar, ambicioso, teimoso, rebelde, animado, divertido, desafiador, brincalhão, trabalhador, sensivel ao mar, curioso, espirito explorador, sede de saber, arrependido ,consciencioso e bom aluno.
Adulto:
- Caracterização directa: Bem constituído, respeitado, honesto, vida mais calma e sedentaria sem agitação do mar, homem de negocios, não era ambicioso financeiramente. - Caracterização indirecta: Esperto, renescimento interior (oportunidade de reviver a sua mocidade), realizado (aos 21 anos ja era capitão de um navio), viajado, sonhador, teimoso, insistente, esperançoso, deslunbrado com o mar, bem sucedido, tornou-se um homem duro, desapontado ,desiludido, dualidade de sentimentos, sentido de incomprimento, Velho: - Carazterização directa: Olhos azuis desbotados, fundas rugas, cabelos e suiças brancas e compridas - Caracterização indirecta:desejoso c) Sonho de Hans: ilusão ou desilusão O sonho de Hans foi uma desilusão, porque o sonho dele era voltar para Vig como sendo capitão de um navio e ele não conseguiu fazer isso. Secundárias
Sören (pai): - era um homem do mar até ao dia em que ocorre uma tragédia que o obriga a deixar o
(personagem
mar;
de menor
- pensava que a integridade humana, mesmo a mais perfeita, nada podia contra o
importância
destino;
para a ação)
- não queria que o seu filho fosse o que queria ser, provavelmente, tinha medo de perder o seu filho como já petrdera os seus dois irmãos mais novos, num naufrágio. Hoyle: - armador e negociava no transporte de vinho para os países do Norte; - não queria deixar de ter os costumes que tinha. Não tinha aproveitado, no passdo, as oportunidades que tivera e, por isso, queria dar a Hans o que nunca tivera. Isso, para ele, era como o renascer de uma vida , e ele via em Hans, como que uma nova mocidade; - queria que Hans tivesse o que nunca tivera e para si era como uma nova mocidade.
Maria (mãe) Capitão
Joana (neta) Figurantes
Gustav e Niels (tios) Cristina (irmã)
(personagens
Mulher, filhos e netos
que apenas
Criados, comerciantes, marinheiros...
são referidas)
etc.
SIMBOLOGIA •
Tempestade : simboliza a fraqueza humana, perante a natureza; sentimento de impotência; morte;
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Luz - ciclo luminoso da lâmpada : separa a diferença das ideias de Hans e Sören; representa também a partida de Hans da sua terra natal
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Torre : local de contemplação do passado e do regresso a casa
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Jazigo : simboliza a viagem inacabada, o não regresso a Vig; perda/morte dos sonhos
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Camélias: simbolicamente as camélias são as flores do inverno; a vida de Hans vai decorrendo consoante o ciclo de floração das camélias: Hans floresce no inverno, só tem sucesso fora do tempo e, sobretudo, fora do espaço – só tem sucesso em áreas que não contribuem para a sua felicidade.
MORAL Destino
Neste conto parece haver uma força do destino que impede a personagem central de realizar o seu sonho… ou foram simplesmente decisões erradas nos momentos errados? •
" Em rigor já não era quem era e tinha encalhado em sua própria vida."
Hans na sua juventude queria ser marinheiro, mas agora já não o pode fazer, porque se tornou num empresário de sucesso e apenas fazia viagens de negócios mais rápidas e mais espaçadas. Não era o homem que queria ser e o que ele conseguiu conquistar durante a sua vida, para ele, não eram vitórias, porque não era o que ele, na sua mocidade, sonhava fazer.
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" Nem a traição lhe dera o seu destino."
Hans fugiu de casa e deixou os seus pais em segredo, para realizar o seu sonho, mas no final de contas o que ele conseguiu não foi o que ele sonhou na sua juventude. Nem a sua traição para com os pais lhe deu o que ele mais desejava.
Hans acabou por ser tão prisioneiro das aspirações de Hoyle, como o fora dos medos do pai.