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CURSO BÁSICO DE TIRO POLICIAL
1. OBJETIVO O objetivo da instrução de tiro é manter a atual aprendizagem adquirida quando da instrução básica recebida nos cursos de formação. Uma máxima é tida como certa, mormente, em se tratando de tiro, e ela diz que a perícia é sem valor a menos que possa ser fornecida no momento da demanda; em conseqüência, conclui-se que o resultado obtido no passado, é de nenhum valor, pois o que conta é adquiri-lo e para que se possa fazer sempre. É preciso que você convença seu instruendo que a habilidade em tiro é efêmera, se não cultivada, através de um treinamento contínuo e periódico. Diferente é, pois, de outras habilidades como andar de bicicleta, nadar, que naturalmente, jamais se esquece. A prática do tiro policial exige reflexos que somente a perfeita instrução contínua e freqüente, pode trazer resultados convincentes, no momento que for exigida. 2. FINALIDADE DO TIRO POLICIAL Destacamos dois fins principais para o tiro policial 2.1.
Proteger a si e a sociedade ameaçada, positiva e rapidamente,
sem risco para terceiros. 2.2.
manter o policial apto no tiro policial, ciente do potencial do
armamento, e PRINCIPALMENTE autoconfiante quanto às suas possibilidades no emprego do tiro em serviço ou não. 3. EXAME DOS FATORES DE TIRO 3.1.
POSIÇÃO
Em princípio, é preciso esclarecer que, em
confronto, o atirador deverá tomar a posição que melhor convier ao momento para ele, objetivando sempre sua melhor conduta, e melhor favorecimento para o seu disparo, e por esse motivo são ensinadas diversas posições reais de confronto, com respectivo CIEAT
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emprego mais favorável, para que o homem aplique ao máximo sua VIVACIDADE, adaptando-se por reflexo ao melhor favorecimento da situação através do uso de proteções, relevos naturais, viaturas, ou mesmo, usando o disparo a longa distância, o qual pode ser muito válido, embora muitos não creiam. 3.2.
EMPUNHADURA Consiste de ALTURA, ENVOLVIMENTO
e PRESSÃO: é necessário entender que se empunharmos muito alto, estaremos prejudicando o trabalho do cão à retaguarda, e ainda dificultando a ação do dedo indicador, durante a ação dupla, favorecendo a chamada “pane de dedo” por má posição da mão; no entanto, se empunharmos muito baixo , aumentaremos o recuo da arma, aumentando o tempo de recuperação da visada, daí ser o ideal que o início da mão (região entre o polegar e o indicador) comece justamente com o início do cabo do revólver. Deve-se dar grande atenção para o problema da pressão da mão no cabo, evidenciando que uma vez feita à pegada, esta não deve, em hipótese alguma, ser desfeita, o que ocorrendo, mostrará que a pegada não foi firme suficiente afrouxando-se pois a arma na mão. Pressione somente com os dedos anular, médio, mínimo e polegar, até as mãos ficarem tremulas, relaxando até o tremor passar, e não modifique mais. O dedo indicador não participa da pegada, ele apenas de acionar a tecla do gatilho, independentemente da pegada. Dê atenção para isso. Evite, ao máximo, a ocorrência desse erro. Lembre-se que, a cada disparo, se o instruendo refizer a pegada, isso é sinal claro que sua pegada está frouxa; atente para esse detalhe e tente corrigi-lo. 3.3.
VISADA Não permita que a massa cresça ou desapareça do
entalhe de mira; não deixe que ela “corra” para a direita ou para a esquerda; iguale as entradas de luz dos dois lados da massa no entalhe. Não faça correções absurdas.Depois de feita a visada e concluído o tiro, procure manter os olhos abertos para não diminuir o seu campo visual.
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3.4.
RESPIRAÇÃO É importante, sempre que possível, mantermos
a respiração presa durante o disparo ou uma seqüência de disparos, para tanto devemos apenas manter mais ou menos 40% da capacidade pulmonar, para então concluirmos o acionamento da tecla do gatilho. É importante lembrar, que após aproximadamente 8 segundos com a respiração presa, começa faltar oxigênio no cérebro, prejudicando assim a visão. Após cada disparo ou seqüência de disparos, sempre que for possível respire várias vezes rapidamente para hiper-ventilar os pulmões aumentando assim a concentração de O2 no sangue. 3.5.
ACIONAMENTO DA TECLA DO GATILHO Constitui-se
no fator crucial de aprendizado. Em um primeiro momento, deve ser usada, nas posições pedidas, a ação dupla, uma vez que, esta é a verdadeira ação de confronto. Em segundo lugar, na ação dupla, a dobra do dedo entre as falanges deve coincidir com a quina direita da tecla (arma do destro), e que a ação do dedo indicador deve ser trazida para trás, no sentido do eixo do antebraço e não em diagonal, o que provocará tiros em linha, à esquerda, para os destros , e a direita, para os sinistros, caracterizando a típica PUXADA FORA DE EIXO. Com calma, procure combater outro fenômeno, que cedo ocorrerá: o homem afrouxa a pegada e, aciona a tecla, conjuga a pegada dos quatro dedos, com o movimento de acionamento do dedo indicador na tecla do gatilho, caracterizando o que os Americanos chamam de “tirar leite”, pois é uma ação com aquela referida; ele, ao invés de comandar a ação somente para o dedo indicador. O faz para todos os dedos, o que impede a ação correta do dedo indicador, não conseguindo este realizar o acionamento, originando a “pane de dedo” curiosamente chamada, ´pois, enquanto não corrigido este fato, o homem fica sem poder realizar disparo em ação dupla. É preciso lembrar que o problema é de “cuca”, ou seja, comando só para o dedo indicador. Muito comum também, será o acionamento brusco da tecla do gatilho, por prevenção contra o estampido do revólver; inicia-se o movimento do cão a retaguarda e o mesmo termina bruscamente, e muitas vezes, nem se inicia o movimento lentamente, e assim , num movimento único e repentino, típico dos filmes “Cow-boy”, o que CIEAT
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provocará tiros “enterrados”, isto é, abaixo da silhueta, e muitas vezes, no chão a uma distância de 10 metros. Em último caso, pode ser que tampando os ouvidos, evite-se esse erro, pois diminuirá o barulho. Em ação simples o acionamento deve ser feito com a extremidade da terceira falange do dedo indicador, uma vez que um tiro efetuado, nesta ação, acarretará um erro muito maior que em ação dupla. 4. QUADRO DE ANÁLISE DE TIRO DE ARMA CURTA 4.1.
INTRODUÇÃO
O primeiro passo para se obter melhor precisão no uso da arma curta, é entender antes de mais nada, alguns fatos básicos sobre o tiro. Atingir o “5X” no seu alvo é tão fácil quanto apontar , com o dedo, para um relógio de parede. Experimente: é muito fácil, por que razão, num estande de tiro, torna-se difícil apontar para o alvo? Se você entender a resposta para essa pergunta vai aperfeiçoar seu tiro até transformar-se num campeão. Quando você aponta o seu dedo para um relógio de parede, ele não “dá recuo”, nem produz estampido nem fumaça. Portanto, aí reside o problema. Qualquer ser humano sofre as influências do estampido e do choque de um tiro de arma curta. É essa influência que destrói a sua habilidade em obter a precisão. Antecipar o disparo com o dedo é o principal fator que causa em desempenho negativo no tiro ao alvo. Você já notou como os atiradores veteranos disparam suas armas? Eles atiram sem maiores esforços, totalmente desprovidos de medo ou antecipação subseqüentes, eles já descobriram o segredo. Você também, tem que compreender que o ruído e o recuo da arma são justamente os fatores que tornam o tiro ao alvo, um dos esportes mais antigos e de maior difusão no mundo inteiro. 4.2.
COMO FUNCIONA O QUADRO DE ANÁLISE
Tanto os instrutores de tiro como os próprios atiradores experientes já descobriram que uma série de tiros imprecisos, numa determinada parte do alvo, CIEAT
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indicam a existência de um erro definido e específico por parte do atirador. A causa do erro será indicada exatamente pela parte do alvo atingida por esses disparos “voadores”. Todos os tiros disparados sobre o seu alvo de ensaio atingirão algum dos oito segmentos no quadro de análise. A simples leitura desse quadro lhe informará o que foi que você fez para que seu tiro atingisse exatamente aquele segmento. É quase impossível tentar analisar seus tiros ao mesmo tempo em que dispara . o recuo da arma tende a bloquear sua visão, impedindo-o de verificar o que aconteceu imediatamente antes de disparar. Evidentemente, para utilizar corretamente o seu quadro de análise, temos de presumir que sua arma está com a mira devidamente regulada. 4.3.
A LEITURA DO SEU QUADRO DE ANÁLISE
O seu quadro está provido de abreviaturas, que lhe ajudará a interpretá-lo sem maiores problemas. Agora, vamos examinar a sua divisão em segmentos, para descobrir qual o erro do seu disparo, quando os seus tiros se agrupam repentinamente numa determinada parte do alvo. Caso você seja canhoto, devem-se inverter todas as posições. 4.3.1.
ESPALMAR A ARMA (ESP)
Os tiros que atingem a parte superior direita do seu alvo (01:00 e 02:00 hs do quadro) indicam que você está “espalmando” a sua arma. Esse tipo de antecipação é demonstrada pelo atirador que empunha a arma com demasiada força, logo antes ou durante o momento em que aperta o gatilho. Ele tende a apertar o cabo da arma para dentro da palma da mão. Isso causa a elevação da massa de mira para cima e para a direita. Esse erro comum pode ser corrigido simplesmente se você mantiver uma pressão constante ao empunhar a arma durante toda a seqüência do seu disparo. Você não pode modificar alternadamente a pressão de sua empunhadura enquanto a guarda ansiosamente o comando de disparo. Concentre-se no alinhamento das miras e mantenha uma pressão igual e firme na empunhadura até DEPOIS de ter efetuado o CIEAT
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disparo. Um bom acompanhamento é muito importante , se quiser evitar que os seus tiros continuem atingindo essa parte do alvo. 4.3.2.
INCLINAÇÃO DA ARMA (INC)
Muitos atiradores nunca reparam no fato de que estão inclinando a arma para o lado direito enquanto alinham a mira. Isso é geralmente causado pela pressão do polegar sobre o lado da arma. Quando ocorre o disparo, essa pressão fará com que o tiro caia para o lado direito do alvo, ou seja, na parte das 02:00 às 04:00 hs, do quadro de análise. O seu polegar oferece um grande auxílio na correção do alinhamento da mira. Deverá exercer a mesma pressão sobre o lado esquerdo da arma que a base do dedo indicador exerce sobre o lado direito. Todas as forças empregadas devem ser equivalentes. Uma empunhadura desigual causará disparos desiguais. Lembre-se de que a única parte da sua mão que deverá mover diante do disparo é o dedo do gatilho. Qualquer outro movimento provocará um tiro impreciso. 4.3.3.
ESTRANGULAMENTO (EST)
A maioria dos atiradores iniciantes comete o erro de empunhar a arma com excesso de força. Um atirador que empunha a arma com força de um torno de bancada encontrará seus tiros todos agrupados na parte do alvo às 04:00 e 05:00 hs. A medida que o disparo é efetuado com uma empunhadura, “estrangulada” o cano tenderá a desviar-se para baixo e para a direita. A solução para o problema da empunhadura “estrangulada” é muito fácil, se você compreender que empunhar uma arma com demasiada força é totalmente desnecessário para um bom tiro. A arma deve “repousar” confortavelmente em sua mão. Exerça apenas a pressão de empunhadura suficiente para lhe assegurar o controle da arma. Retesar os músculos excessivamente – transformando sua mão em um torno – causa o cansaço antecipado, além de outros fatores que destroem a precisão. Uma empunhadura firme, com a ajuda de todos os dedos, lhe ajudará a obter ótimos CIEAT
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resultados. Igualdade de empunhadura e consciência durante toda a seqüência do disparo eliminarão a ausência de precisão causada pela empunhadura errada. 4.3.4.
TORÇÃO DE PULSO (TOR)
Aqui temos outro exemplo de um problema causado pelo medo do recuo. O atirador que descobre que muitos dos seus tiros se concentram na parte das 05:00 às 07:00 hs de seu quadro está provavelmente inclinado à arma para baixo, ou torcendo o seu pulso no momento do disparo. Isso é causado pela antecipação do recuo. Em outras palavras, o atirador tenta conter o recuo, ou tenta diminuir ou compensar o recuo da arma inclinando-a para baixo. Nesse caso, a chave do problema é um acompanhamento correto. Acompanhar o tiro não se restringe a manter a empunhadura, puxada do gatilho e enquadramento do alvo durante o disparo, e sim que todos esses fatores têm de ser controlados até depois que o disparo foi efetuado, e que a arma já deu o recuo é a última experiência na emoção de um disparo; devemos apreciá-lo com prazer. 4.3.5.
GATILHADA (GAT)
O ato de puxar o gatilho para trás depressa demais (chamado de “gatilhada”) fará com que os tiros atinjam a parte inferior esquerda do seu alvo. Quando aparecerem muitos tiros nessa parte do seu quadro, você pode ter certeza de que puxou o gatilho para trás muito depressa, justamente para apressar o seu disparo. Quando se consegue um alinhamento de mira, isso não é um sinal de que seu dedo deve acionar o gatilho logo, antes que aconteça alguma coisa. Quando as miras estão alinhadas, seu cérebro deverá comandar para o dedo indicador uma pressão constante e uniforme, sobre o gatilho. A maior parte de sua concentração deverá estar na visão do aparelho de pontaria; além disso, a puxada do gatilho é o segundo aspecto mais importante no disparo de uma arma. Atirar “em seco” poderá lhe dar grande auxílio. Você pode eliminar esse erro, concentrando-se totalmente numa puxada de gatilho lenta e constante. CIEAT
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4.3.6.
DEDO DO GATILHO (DED)
Os atiradores demonstram uma tendência a subestimar a importância da correta colocação do dedo sobre o gatilho. A maioria dos atiradores introduz demasiadamente o dedo do gatilho no “guarda–mato” da arma. Isso faz com que os tiros atinjam a esquerda do alvo, ou seja, à parte das 08:00 e 10:00 h do quadro. 4.3.7.
ANTECIPAÇÃO DO RECUO (ANT)
Um atirador que ao mesmo tempo em que aperta o gatilho, “espera” pelo recuo, invariavelmente acabará por antecipar esse recuo. Isso acontece ao se erguer o cano da arma antes de ocorrer o disparo. O atirador que demonstra uma tendência à “ajudar” a arma no seu recuo, verificará que os seus tiros irão atingir a parte superior esquerda do alvo, ou seja, o segmento das 10:00 às 11:00 h do seu quadro. Para corrigir esse problema, carregue sua arma deixando algumas câmaras vazias. Dispare a arma sem saber quais as câmaras que estão carregadas. Você se surpreenderá ao ver-se antecipando o recuo, disparando sobre uma câmara vazia, e a alça de mira subindo para a esquerda. A chave está no correto acompanhamento. Efetue o disparo sem alterar nenhum dos fatores de precisão. Esqueça-se do recuo. Puxe o gatilho para trás, lentamente, e deixe que o disparo lhe surpreenda. Se você estiver ciente do exato momento em que a arma for disparar estará antecipando o recuo. 4.3.8.
SOBRESSALTO (SOB)
O sobressalto é o sintoma menos compreendido no mau atirador. Algumas pessoas, sobressaltadas, tremem com o corpo inteiro na ocasião do disparo. Outros atiradores tremem apenas com a cabeça, mão, ou piscam os olhos. Geralmente, um disparo acompanhado de um sobressalto jogará o tiro na parte superior do alvo, ou seja, no segmento das 11:00 às 01:00 h do quadro.
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O sobressalto é uma tendência nervosa da antecipação, que ocorre quando você puxa o gatilho, e seu corpo não está ainda preparado para isso. Mais uma vez, carregando alternadamente as câmaras de sua arma e colocando estojos deflagrados em seu cilindro do tambor, será mais fácil observar o que está ocorrendo. Quando você realmente puder ver o seu sobressalto, estará começando a conseguir controlálo.Verifique a posição do cano quando escutar o estalido de um disparo inesperado sobre uma câmara vazia. Vai ver e sentir todo o seu corpo reagir ao que você pensava que iria acontecer se tivesse realmente ocorrido o disparo. Antes de atirar, tome um gole d’água ou leia algo. Experimente chegar cedo ao estande de tiro, fique calmo. A ansiedade é seu maior concorrente. O tiro ao alvo é um esporte de precisão e de controle muscular. Os seus músculos não podem lhe permitir um tiro preciso se estiverem todos tensos ou cansados. Agora que você conhece o significado de cada segmento de seu quadro, está em condições de colocá-lo em prática. Leve o quadro de análise para o estande de tiro. Talvez prefira colá-lo no lado da maleta onde transporta a sua arma. Examine-o e estude-o antes de disparar. Basta o simples conhecimento do significado do quadro para que você possa aprimorar sua perícia no tiro ao alvo. Comece a efetuar séries mínimas de 03 (três) disparos sobre o alvo. Compare seus resultados com o quadro de análise. Vejam quais são os seus erros e efetue as correções necessárias. Se os seus tiros estão se espalhando sobre toda superfície do alvo, é sinal de que você precisa de maior treino, até que obtenha um grupamento mais fechado. Quando conseguir isso, desloque esse grupamento para dentro da parte preta do alvo, consultando o quadro de análise e concentrando-se naquilo que não deve fazer, com um passo de cada vez, e com um segmento do quadro de cada vez, até que possa disparar sua arma com a mesma facilidade com que aponta o seu dedo para um relógio de parede.
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QUADRO DE ANÁLISE DE TIRO
Sobressalto Antecipação ao tiro
Espalmadura do cabo
Entrada de dedo no gatilho
Inclinação da arma
Estrangulamento do cabo
Gatilhada Torção de punho
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5- POSIÇÕES BÁSICAS DO TIRO POLICIAL 6 METROS - INSTINTIVO - DUAS MÃOS EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta é a posição de confronto, máxima rapidez, curta distância e ambiente interiores. Não é de grande precisão mais pode produzir impactos agrupados com rapidez cegante. É realmente o tiro instintivo. Pois é feito por instinto ao invés de mira deliberada e a arma é vagamente percebida pela vista, fruto da visão periférica. Quando a situação é realmente conturbada como num tiroteio em pequeno recinto e as distâncias curtas, as coisas tendem a se tornar extremamente confusas; estampidos e projéteis traçando os ares; pedaços de móveis e fragmentos diversos, ricochetes e confusão geral. Tudo isso obriga o atirador a aplicar o mandamento de que contra pessoal somente se aplica dois tiros-homem, procurando atingir a região do abdomem. Para isso deve-se olhar o local que se quer atingir (região do abdomem) e tentar observar, por reflexo, o local de primeiro impacto (normalmente na perna, ela se move, no peito, o homem tende a cair para trás pela força do impacto; na barriga ele curva). NÃO PROCURE SANGUE (como mostra nos filmes no cinema). Caso o agressor fuja para a esquerda ou para a direita não torça o tronco para atirar, e sim faça pivô na perna que convier e não desfaça a posição, atire, pois, sempre de frente para o alvo. EXECUÇÃO – Pernas afastadas e flexionadas na abertura do ombro; tronco ligeiramente inclinado para frente; braços rígidos mais não totalmente estendidos; mão esquerda empolga a mão direita, arma na direção do externo; evite a quebra do punho para cima, evite encolher o braço; olhar no plexo do oponente. VARIANTE – Encostado – pé esquerdo a frente, perna esquerda flexionada e direita trancada; mão esquerda segura o punho direito; antebraço esquerdo colado ao tronco; mão direita junto a cintura. É a posição ideal para a revista de preso, pois a arma encostada impossibilita o revistado de atacá-lo, e a mão esquerda fica livre para revistar o agressor
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6 METROS - INSTINTIVO - MÃO DIREITA E ESQUERDA EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Idêntico ao instintivo duas mãos, sendo ainda mais rápido de se executar, no entanto deverá obedecer as mesmas prescrições citadas na posição anterior. EXECUÇÃO – A posição é idêntica a de duas mãos, com exceção agora para a mão esquerda, em se tratando de tiro com a mão direita, que ficará solta naturalmente ao longo do corpo; ao inverso se dará com respeito ao tiro com a mão esquerda, quando o braço direito é que ficará solto ao longo do corpo. 10 METROS - DUAS MÃOS EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Ação de inopino; a surpresa ao invadir-se uma favela, com suas vielas estreitas; permita grande precisão pela distância e ainda pelo apoio que dá a mão esquerda ao ajustar-se com a direita; permite locomoção e vivacidade e ainda a possibilidade de mesmo ferido continuar em confronto, por causa de seu desequilíbrio para frente. DEVE SER USADA SEMPRE APÓS UMA MOVIMENTAÇÃO; nunca seja um alvo imóvel. Pode-se atirar caminhando para frente ou para o lado, fazendo-se pivô numa das pernas, portanto jamais torça o tronco para atirar. EXECUÇÃO – Mão direita empunha a arma, mão esquerda envolve a direita servindo de base ou com os quatro dedos maiores sobre os da mão direita; polegar esquerdo sobre o polegar direito, braços totalmente estendidos, tronco ligeiramente inclinado para a frente, joelhos levemente flexionados. 10 METROS - MÃO DIREITA EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Idêntico ao de duas mãos. EXECUÇÃO – Braço direito totalmente estendido; tronco flexionado para a frente; joelhos levemente flexionados para favorecer à movimentação; braço esquerdo caído naturalmente.
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VARIANTE – Perfil – braço direito totalmente estendido, rígido; perna direita flexionada a 90º; perna esquerda trancada, braço esquerdo solto naturalmente. VARIANTE – Baby – braço direito estendido, braço esquerdo serve de suporte para o direito, dobrado abaixo do mesmo, mão esquerda segurando firmemente o braço direito na altura do tríceps, perna esquerda flexionada a 90º e a direita trancada. 10 METROS - MÃO ESQUERDA EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Impossibilidade de uso da mão direita, por ferimento ou mesmo por conveniência, nas mesmas situações comuns às duas mãos. EXECUÇÃO – Tronco de frente para o alto, levemente flexionado, braço esquerdo estendido; braço direito solto naturalmente (como se estivesse ferido); joelho esquerdo flexionado; perna direita trancada. 20 METROS – MÃO DIREITA - BARRICADO EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta é a posição favorita de tiro policial: é rápida, firme, permite boa visibilidade, protege e esconde o atirador. A única desvantagem é que precisa de proteção para todo o corpo e que nem sempre está onde precisa. Situações de confronto em que o homem tem a chance de procurar a cobertura para o seu lado esquerdo é o ideal emprego da posição. É um tiro de precisão absoluta, pois a arma está totalmente apoiada e ainda, o atirador tem a alto-confiança ditada pela cobertura. É UMA POSIÇÃO ALTAMENTE VÁLIDA EM CONFRONTO. Exija o máximo aproveitamento dela. EXECUÇÃO – Mão esquerda, através da bochecha, apoiada na barricada; braço esquerdo e direito estendidos; mão esquerda empolga o punho direito. CORPO TOTALMENTE ATRÁS DA BARRICADA. VARIANTE – Mão esquerda espalmada na barricada, polegar saltado; punho direito apoiado no polegar que se fecha para dentro.
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VARIANTE – No caso de não serem superfícies com quina viva – antebraço esquerdo apoiado na barricada; braço direito apoiado na palma da mão esquerda. VARIANTE – De joelhos, esquerdo alto e direito no chão, posição da mão esquerda, à vontade na barricada. 20 METROS - MÃO ESQUERDA - BARRICADO EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Nem sempre encontraremos, cobertura para o lado esquerdo do corpo, e assim se acharmos somente para o lado direito, não é certo atirar com a mão direita expondo todo o corpo, pois sérios reveses já tivemos notícias desse errado emprego, portanto cabe usar a posição citada. CONTINUA SENDO ALTAMENTE VÁLIDA A POSIÇÃO, e não se surpreenda, se muitos destros obtiverem melhor resultado nessa modalidade. EXECUÇÃO – Idem em tudo, inclusive nas variantes cabíveis, à mão direita barricada, respeitando-se as devidas inversões para a mão esquerda. 30 METROS - DEITADO EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta posição oferece grande precisão e pode ser tomada com grande rapidez por atiradores experimentados. É aplicável para a pontaria demorada em campo aberto onde o tiro colina abaixo é freqüente. Tem grande utilidade para o confronto, especialmente em telhados, terraços e passarelas. Contra ela esta extremamente limitada visibilidade (qualquer pequena moita de capim ou ondulação do terreno pode obscurecer o alvo) Pode-se usar proteção de um meio-fio ou um tronco de árvore, colocando-se o corpo em diagonal a este e atirando-se pelo lado. EXECUÇÃO – Deitado de frente para o alvo, braços estendidos, mão esquerda servindo de base para a direita, empolgando-a; pés juntos com calcanhares arriados. VARIANTE – Perpendicular ao alvo (proteção de um tronco ou meio-fio), perna esquerda flexionada (para o destro), direita arriada, visando por sobre o braço direito, apoiando-se o rosto no deltóide.
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50 METROS - AJOELHADOS EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – Esta posição, apesar de pouco conhecida e empregada, deveria ser aperfeiçoada e treinada por todos os atiradores policiais. É excelente para tiros de longa distância, sendo uma ótima combinação de rapidez, firmeza, visibilidade e proteção. Não tira o atirador de seus pés, como ocorre na posição sentado e ainda fornece precisão quase iguala das armas longas. É um tiro de alta confiança, que muitas vezes surpreende o inimigo; uma PATAMO que chegue a 50 metros, presumíveis, numa situação de um assalto, pode ter condição de atuação com excelentes resultados, SEM RISCOS PARA TERCEITOS. É um tiro de concentração, usado portanto, em ação simples. EXECUÇÃO – Senta no calcanhar direito, joelhos em 90º, cotovelo esquerdo se introduz, pela depressão formada pelos músculos do joelho esquerdo que está alto, enquanto o joelho direito está no chão, braço direito apoiado na palma da mão esquerda. A última coisa a fazer é armar o cão com o polegar da mão esquerda, deixando o dedo indicador fora do gatilho. Normalmente a visada deve ser feita no peito, alto à direita. 75 METROS - SENTADO EMPREGO MAIS FAVORÁVEL – É uma posição muito firme mais requer condições do terreno muito especiais. É muito lenta e expõe o atirador, É primeiramente uma posição de caça, dando uma igual precisão ao tiro deitado, porém com visibilidade muito melhor. é ideal buscar-se quando possível um apoio para as costas, pelo menos tão alto quanto a cabeça quando se senta no chão. O uso correto dos fundamentos dirá que este, também é um tiro de consecução bastante precisa. Há uma correção natural da visada, para pouco acima do ombro direito de quem vê, mas cada um achará a sua correção devida e ajustada. EXECUÇÃO – Ideal é ter um reparo às costas para relaxamento dos músculos da coluna; manter as pernas dobradas em abertura igual aos ombros, braços estendidos e apoiados sobre os joelhos, pés plantados no solo ou com as pontas para cima, CIEAT
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forçando os calcanhares no chão. Todavia o mais comum é não ter apoio para as costas; manter então, pernas cruzadas à frente do corpo, joelhos podem prender os cotovelos para dentro, ou simplesmente os cotovelos se apóiam nos joelhos; havendo uma variante de cócoras com pés plantados, na impossibilidade de sentar-se, ou para obterse maior rapidez na tomada da posição.
6- SEGURANÇA DURANTE O TIRO Toda a responsabilidade durante o tiro será sua. É preciso que você incuta nos instruendos o perigo que uma arma na mão pode causar quando o homem se distrai. Cite exemplos. Você tem de ser o líder durante a instrução e para tal sugerimos os seguintes comandos, os quais devem ser cumpridos à risca pelos instruendos: -
“Atiradores a seus postos”,
-
“Arma na mão esquerda”,
-
“Cartuchos na mão direita”,
-
“Carregar, entrar na posição, empunhar firmemente”,
-
“Fogo, à vontade”,
-
“Série terminada, (só responde quem não tiver terminado) armas no coldre”,
-
“Pista fria, aos alvos”.
Lembre sempre, a todo instante, os seguintes mandamentos: 6.1.
Nunca coloque o dedo no gatilho a menos que esteja pronto para atirar.
6.2.
Nunca aponte a arma, carregada ou não, a menos que pretenda atirar.
6.3.
Nunca pergunte se uma arma está carregada; verifique você mesmo, e com o dedo fora do gatilho, e ainda, apontando a arma para lugar seguro.
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6.4.
Nunca atire em seco exceto em lugar apropriado e somente após a inspeção rígida da arma. Mantenha para tiro em seco a arma com estojos vazios, para proteção do percussor.
6.5.
Durante a instrução no estande, mantenha sempre o revólver com o cilindro aberto sobre a bancada. Se for uma arma semi ou automática mantenha a culatra aberta e sem o carregador.
6.6.
Mantenha a arma limpa. Verifique se há corpo estranho dentro do cano, para tal, introduza abaixo do cano a unha do dedo polegar para melhor observação, sempre use a munição e carga recomendada ao tipo de arma.
6.7.
Nunca deixe uma arma abandonada, carregada ou não.
6.8.
Nunca atire em objetos que possam causar ricochete do projétil, atire somente em alvos regulamentares, em linha de tiro ou estandes aprovados onde não haja moradias e pessoas.
6.9.
Qualquer instrução ou prática de tiro deve ter sempre um observador e responsável presente.
6.10.
Quando receber ou apanhar uma arma, verifique imediatamente se está
carregada. Faça disso um ato reflexo, um cacoete, uma mania. Fora da instrução ou das operações, transporte sempre a arma no coldre e em segurança (apresilhada). 6.11.
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Quando devolver ou guardar a arma verifique se está descarregada.
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