APICULTURA BÁSICA
INTRODUÇÃO A criação racional de abelhas vem despertando nos últimos anos crescente
interesse dos agricultores, graças principalmente a produção do mel como um dos produtos naturais de maior nutritivo para o homem, sendo também utilizado como remédio e sua conseqüente valorização econômica. Esses fatores têm levado muitas pessoas a ingressarem no campo da exploração apícola. A exploração desses insetos passando da condição de hobby ou lazer para se transformar em uma das explorações pecuárias bastante rentável. Consorcia-se facilmente com outras culturas. Desde que sejam observadas as distâncias técnicas que garantam segurança para a polinização das culturas, proporcionando significativos aumentos na produção agrícola, uma melhor qualidade dos frutos e sementes, bem como assegurar menor ocorrência de pragas e doenças nas culturas. Ser apicultor pode tornar-se uma atividade fácil, desde que sejam observadas as técnicas essenciais de manejo com as abelhas, e os objetos da exploração.
HISTÓRICO Dados históricos revelam que as abelhas existem no mundo há mais de 50
milhões de anos e o mais curioso é que quase não sofreram mutações durante este tempo. O início da atividade apícola foi oficialmente reconhecido no Egito, há cerca de 2.400 anos a.C. Os egípcios são considerados os primeiros apicultores, uma vez que 2.500 anos a.C. já criavam abelhas em colméias de barro. Até hoje, os egípcios mantêm uma dança típica denominada “Passo da Abelha”. As abelhas sempre foram muito importantes para estes povos, tanto que a valorizavam no comércio e na literatura, as estampavam em moedas, medalhas e roupas. Todos os povos primitivos da Ásia, África e Europa conheceram as abelhas e utilizavam seus produtos e derivados. Durante séculos a apicultura foi mantida no estado rudimentar e primitivo. Aristóteles fez os primeiros estudos formais sobre as abelhas. abelhas. No século XVII com a ajuda do microscópio é que se fizeram importantes descobertas sobre os aspectos biológicos das abelhas e foram criados os equipamentos especiais para sua exploração racional e exploração econômica, técnicas de manejo só foram aperfeiçoadas no final do século por apicultores como
Lorenzo Langstroth, que desenvolveu as bases da apicultura moderna. No Brasil antes 1840 – só existiam abelhas nativas (Indígenas ou Meliponas) que produzem mel em menor quantidade. Abelhas apis mellifera mellifera foram trazidas por Padres Jesuítas que se adaptaram muito bem por serem dóceis e de fácil manejo. Em 1956, o Dr. Warwick Estevam Kerr trouxe da África, para fins científicos. Cerca de 50 abelhas rainhas das subespécies Apis mellifera adansonii e Apis mellifera capensis e as introduziu em Piracicaba, interior de São Paulo. Hoje a
população de abelhas africanas e africanizadas no Brasil é estimada em 90%. Atualmente a apicultura se desenvolve através de métodos altamente técnicos e científicos.
HISTÓRICO Dados históricos revelam que as abelhas existem no mundo há mais de 50
milhões de anos e o mais curioso é que quase não sofreram mutações durante este tempo. O início da atividade apícola foi oficialmente reconhecido no Egito, há cerca de 2.400 anos a.C. Os egípcios são considerados os primeiros apicultores, uma vez que 2.500 anos a.C. já criavam abelhas em colméias de barro. Até hoje, os egípcios mantêm uma dança típica denominada “Passo da Abelha”. As abelhas sempre foram muito importantes para estes povos, tanto que a valorizavam no comércio e na literatura, as estampavam em moedas, medalhas e roupas. Todos os povos primitivos da Ásia, África e Europa conheceram as abelhas e utilizavam seus produtos e derivados. Durante séculos a apicultura foi mantida no estado rudimentar e primitivo. Aristóteles fez os primeiros estudos formais sobre as abelhas. abelhas. No século XVII com a ajuda do microscópio é que se fizeram importantes descobertas sobre os aspectos biológicos das abelhas e foram criados os equipamentos especiais para sua exploração racional e exploração econômica, técnicas de manejo só foram aperfeiçoadas no final do século por apicultores como
Lorenzo Langstroth, que desenvolveu as bases da apicultura moderna. No Brasil antes 1840 – só existiam abelhas nativas (Indígenas ou Meliponas) que produzem mel em menor quantidade. Abelhas apis mellifera mellifera foram trazidas por Padres Jesuítas que se adaptaram muito bem por serem dóceis e de fácil manejo. Em 1956, o Dr. Warwick Estevam Kerr trouxe da África, para fins científicos. Cerca de 50 abelhas rainhas das subespécies Apis mellifera adansonii e Apis mellifera capensis e as introduziu em Piracicaba, interior de São Paulo. Hoje a
população de abelhas africanas e africanizadas no Brasil é estimada em 90%. Atualmente a apicultura se desenvolve através de métodos altamente técnicos e científicos.
HISTÓRICO - RESUMO As abelhas existem há milhões de anos e a técnica de criação racional data de 2400 a.C. . Existem dados que os Sumérios já usavam mel 5.000 a.C. Aristóteles foi quem primeiro fez estudos estudos científicos a respeito das abelhas. abelhas. No século XVII e XIX, pesquisadores e filósofos europeus marcaram o início do progresso apícola. Os maiores mestres na apicultura são:
JAN SWAMMERDAN - 1670, Holandês foi o primeiro a desvendar o sexo da rainha pela dissecação;
JANSCHA – Austríaco, 1771, descobriu o mistério da fecundação da rainha, ocorre ao ar livre;
FRANÇOIS HUBER – Suíço, 1778, descobre o vôo e retorno de rainhas virgens e/ou fecundadas;
JONH DZIERZON – Alemão, descobriu a partogênese partogênese em 1845;
LORENZO LORRAINE LANGSTROTH – EUA, descobriu o espaço abelha e o quadro móvel;
J. MEHRING – 1857, inventou a cera alveolada;
FRANZ HRUSCHSKA – 1865, inventou a máquina extratora de mel;
MOISES QUIMBY – 1810 – 1875, americano, foi um grande divulgador e professor de apicultura;
A.T.ROOT - 1923, foi o responsável pela primeira indústria de colméias e material apícola;
Padres e Jesuítas – Brasil, 1839, introduzida a apicultura.
CONCEITO Pode ser definida como a criação de abelha do gênero Ais mellifera
objetivando o aproveitamento sócio econômico da exploração.
OBJETIVOS:
A criação de Abelhas pode ser feita com três objetivos:
Como fator de produção: Pela exploração dos produtos apícolas: mel, geléia real, própolis, cera e pólen,
apitoxina. A criação racional de abelhas pode vir a ser uma segura fonte de renda para pequenas propriedades rurais. De todos os produtos apícolas o mais procurado ainda é o mel, por isso todo o planejamento econômico, é baseado nas condições da flora apícola da região, que se reflete diretamente na produtividade .
Como suporte à agricultura: Quando é utilizada na polinização das culturas agrícolas. Pesquisas mostram que
a ação polinizadora das abelhas é de quinze a vinte vezes mais importante na produção de frutos e grãos comparados à produção de mel. Exercida de maneira racional, pode tornar-se uma atividade de grande importância sócio –econômica.
Produção de frutas resultante da polinização. Cerca de 50% da qualidade e quantidade dessas frutas foram obtidas, basicamente, através da polinização por abelhas.
Como meio ecológico: Atuando na perpetuação das espécies nativas, que dependem da polinização
cruzada.
ORGANIZAÇÂO SOCIAL As abelhas são seres que vivem coletivamente em grandes sociedades,
apresentam como características:
Uma metamorfose completa durante o ciclo evolutivo.
As responsabilidades são divididas de acordo com o tipo de indivíduo ou casta.
A divisão de trabalho entre as operárias obedece ao desenvolvimento interno do organismo, de acordo com a idade. Sendo da classe dos insetos, possuem sangue frio (linfa), mesmo assim
conseguem manter a temperatura interna da colméia variando entre 30 e 36°C, necessários para a eclosão dos ovos, desenvolvimento das crias e maturação do mel, (WIESE (1990). Se a temperatura externa baixa as operárias se aglomeram em forma de bola, em cima das crias e passam a consumir mais mel, para assim liberar calor e aquecer o ambiente. Se a temperatura fica alta as abelhas utilizam um sistema de ventilação, formando uma corrente de ar, através do movimento das asas e se há pouca entrada de néctar elas passam a carregar água e evaporar garantindo as condições ambientais desejadas.
As três castas As abelhas vivem em alojamentos, onde organizam seus ninhos, esta, colônia ou enxame de abelhas significa uma família, é composta por três tipos de indivíduos chamados de casta. Os indivíduos que formam a família das abelhas são:
RAINHA – uma só, que é a mãe da família;
OPERÁRIAS – são a maior parte da população, em média 80.000;
ZANGÕES – são os machos da família, existem de zero a algumas centenas.
A quantidade de operárias e zangões em uma colméia depende:
Das condições de alimento (floradas);
Capacidade de postura da rainha;
Espaço disponível na colméia;
Época do ano (inverno ou seca).
CICLO EVOLUTIVO DAS TRÊS CASTAS É o período de desenvolvimento do inseto, que vai da fase de ovo até a
formação do inseto adulto, através de uma metamorfose completa, obedecendo uma sequência lógica:
INDIVÍDUOS
FASES OVOS
LARVA
PUPA
ADULTO
3 dias
5,5 dias
7,5 dias
16 dias
Operárias
3 dias
6,0 dias
12,0 dias
21 dias
Zangão
3 dias
6,5 dias
14 dias
24 dias
Rainha
A RAINHA Cada colméia possui uma rainha, que é a mãe de todas as abelhas e a responsável pelo equilíbrio populacional da colméia. Nasce de um ovo
fecundado, 16 dias após a postura do
ovo
mãe, período conhecido como
pela
rainha
ciclo
evolutivo. Sua formação decorre da alimentação integral com geléia real, durante todo o período larval. Se desenvolver num berço especial, chamado “realeira”. Mais ou menos, no quarto
dia, faz vôos de treinamento, e está sexualmente madura após o sexto dia de vida adulta (WIESE 1991). Após oitavo dia (aproximadamente), a rainha faz o vôo de acasalamento, chamado de “vôo nupcial”, quando copula com até dez zangões seleci onados pela resistência
física, provada durante a revoada nupcial. Os zangões são procedentes de várias colméias, existentes num raio distância de até dez quilômetros. O sêmen coletado no acasalamento, é armazenado em uma bolsa especial conhecida como “espermateca” que será utilizado durante toda ávida útil da rainha.
Funções Mantém as abelhas da colônia unidas, através da emissão constante de seu
cheiro chamado de “substância da rainha”, que tem também a propriedade de manter os ovários das operárias atrofiados, evitando que desencadeiem uma postura que só daria origem a zangões.
Reprodução Têm a propriedade de pôr ovos fecundados que dão origem às fêmeas,
(operárias e ou rainhas) dependendo da alimentação fornecida durante o período larval, e os não fecundados dão origem aos zangões. Quando a rainha envelhece, há diminuição da postura e da emissão de cheiro, fatores que fazem com que as operárias preparem a sua substituição. O apicultor pode forçar as abelhas operárias a criar uma nova rainha, mediante a “puxada natural”, ou criá-la artificialmente. A rainha pode viver até cinco anos, mas,
em média sua vida útil, com uma boa postura, não passa de um a dois anos. Por
isso uma rainha nova, mais prolífera, ajuda à colméia a produzir mais mel, mediante um maior número de operárias.
Outras Características da Rainha A rainha pode pôr, quando nova e bem alimentada pelas nutrizes, até três mil
ovos diários, o que corresponde a duas vezes o seu próprio peso. É alimentada pelas abelhas jovens (nutrizes) exclusivamente com geléia real, enquanto for útil a comunidade apícola. No entanto, consegue sobreviver até 25 horas sem alimentarse. Possui os órgãos de reprodução perfeitamente desenvolvidos, razão por que tem o abdômen mais comprido. Para facilitar as longas caminhadas sobre os favos, em busca de células vazias para postura, à rainha possui patas mais compridas.
OPERÁRIAS Cada colméia possui em média 80 mil operárias, que são responsáveis pela execução de todos os trabalhos
internos
e
externos,
realizados
instintivamente de acordo com sua idade. As abelhas operárias são dotadas de e órgãos de trabalho perfeitamente desenvolvidos, e os de reprodução atrofiados e transformados em órgão de defesa (ferrão) WIESE (1990).
Funções
Responsáveis por todo trabalho na colméia, distribuído de acordo com a idade.
Divisão de trabalho
IDADE (dias) 1º ao 3º
ATIVIDADES Faz a limpeza dos favos e da colméia, aquecendo os ovos e as larvas. È a faxineira da casa. Elabora o alimento que fornece às larvas, produz
4º ao 14º
geléia real e cuida da criação de novas rainhas, sendo por isso chamada de abelha-nutriz. Neste período produz cera, constrói os favos e também é responsável pela criação de uma nova rainha, través da construção da realeira.
15º ao 18º
A cera é produzida nos quatro pares de glândulas cerígenas existentes na parte inferior do abdômen, e devido a isto é denominada de abelha-cerígena ou engenheira.
19º ao 20º 21º em diante
* As
Nesta idade, fica de guarda no alvado para defender a colônia contra os inimigos. Serviços externos no campo para coleta de néctar, pólen, própolis e água, para atender às necessidades
operárias vivem em média 42, de extensivo trabalho, esse período porém
chegar até seis meses em regiões de invernos prolongados.
Outras Características das Operárias O mel, a operária transporta o néctar na vesícula melífera, papo ou falso
estômago, onde se inicia a transformação em mel, durante o vôo de retorno a colméia. Na colméia, a operária repassa o néctar para as outras abelhas, as quais se encarregam de determinar a elaboração do mel, que é finalmente depositado nos alvéolos, em forma de mel verde, passando a maduro depois de desidratado.
O pólen é transportado nas duas patas traseiras, no lugar chamado de corbícula ou cesto, é a fonte de proteínas para as abelhas.
A água é transportada na vesícula melífera da abelha operária campeira A própolis, resina vegetal coletada de certas plantas, é levada até a colméia nas patas traseiras das operárias. Serve para tapar frestas e também para imunizar a colméia contra enfermidades.
A cera produzida pela secreção de quatro pares de glândulas cerígenas, localizada na parte inferior do abdômen e que se encontra em atividades na idade de 15 a19 dias. As operárias gastam de 6 a 7 quilos de mel, para fazerem um de cera.
ZANGÃO
Nascem de ovos não fecundados ou óvulos, em células maiores que as das operárias por isso têm o corpo mais desenvolvido. Os apicultores experientes evitam o seu nascimento em grande número, pelo uso de lâminas completas de cera alveolada, porque estes não trabalham e consomem muito mel. Não possui órgãos de trabalho nem de defesa (ferrão), sua única função é cruzar com a rainha no vôo nupcial. Diariamente, com bom tempo, faz um vôo matinal de higiene e quando consegue fecundar uma rainha, morre depois do ato. As próprias abelhas os eliminam quando há falta de flores ou reservas de alimento.
Haploidia no Zangão
Como foi visto os zangões são indivíduos que nascem de óvulos, por um processo conhecido como partenogênese, que quer dizer parto de virgem por são seres haplóide, isto é tem metade dos cromossomos das fêmeas (rainhas e/ou operárias); Nas abelhas Apis melliferas, as fêmeas têm 2n (32) e os machos n (16) “A haploidia dos zangões pode trazer
tanto vantagens quanto desvantagens à
procriação e genética apícolas. Por exemplo; não se”. pode produzir uma geração
F2 nas abelhas, porque uma geração F2 é o resultado do acasalamento de dois indivíduos FI. Um indivíduo FI é um híbrido. Um zangão, haplóide nunca pode ser um híbrido. É precisamente por causa desta haploidia que os espermatozóides de um zangão são geneticamente idênticos. Um gameta de uma rainha (ovo não fertilizado) se torna até 10 milhões de gametas idênticos (espermatozóides) em um zangão”. ( FONTE: Revista Planeta n° 129-B)
ENXAMEAÇÃO Enxameação é o processo natural e espontâneo de divisão de família, baseada
no instinto de conservação da espécie e sua expansão pelo mundo.
Conseqüência Da Enxameação Para uma apicultura racional, enxameação acarreta sérios prejuízos; primeiro,
porque as abelhas ao se prepararem para enxamear, se abastecem levando boa parte do mel reservado na colméia; segundo, a família dividida fica fraca, porque a maioria das operárias campeira acompanha a rainha mãe, ficando em casa apenas a rainha nova, que vai levar no mínimo 10 dias para começar a postura e mais 21 dias para começar a nascer operárias, que ainda vão passar
mais 21 dias de
trabalho interno para então começar a postura.
O que leva as abelhas a enxamearem?
Falta de espaço na colméia, que pode ser ocasionada por excesso de zangões, ou por número muito grande de abelhas ou ainda por muito mel maduro no ninho.
A raça também tem muita influência, por exemplo, as abelhas africanas enxameiam muito mais que as italianas.
Rainha velha: quando isso acontece afeta a distribuição de substância da rainha, o que leva as operárias a formarem realeiras.
O que fazer para evitar ou controlar a enxameação?
Substituir as abelhas velhas ou com defeitos. Dar espaço suficiente, colocando mais uma melgueira. A melgueira nova deve ser colocada em cima do ninho para facilitar o trabalho das abelhas.
Controlar o nascimento de zangões, colocando quadros com folhas alveoladas, para evitar a formação de favos de zangões.
Retirar as realeiras existentes, evitando o nascimento de novas rainhas. Quanto à colméia está órfã, deve-se retirar as realeiras, deixando apenas uma.
HABITAÇÃO DAS ABELHAS Habitação é o local onde as abelhas formam suas moradas. Elas podem se
alojar por conta própria ou serem levadas pelo homem. Portanto, as abelhas podem se alojar em:
Alojamentos Naturais: Esses são considerados inadequados, porque nem sempre atendem as
necessidades biológicas das abelhas e muito menos as exigências da apicultura moderna. Entre estes podem ser destacados: Oco ou galhos de árvores, locas de pedras,
tetos de casas ou edifícios, ou
qualquer outro lugar que ofereça condições mínimas para formar seu ninho. Porem, não permitem ao apicultor prestar nenhum manejo às famílias e nem beneficiar o mel e a cera, e tão pouco explorar outros produtos.
Caixas Rústicas: São caixotes, sem dimensões nem formas
definidas,
que
são
aproveitados para criar abelhas. Estas como os alojamentos naturais, não permitem o manejo adequado do apiário, a vantagem é só em relação Alojamento Natural
aos
Caixa Rústica
alojamentos naturais, por que permitem a localização da criação.
Colméia Mobilista Muitas tentativas foram feitas até se chegar a um ambiente que oferecem condições adequadas para as abelhas, ao mesmo tempo em que permite o manejo das famílias facilitando o trabalho do apicultor. Em 1852, o americano Lorenzo Langstroth criou o modelo de caixa que ficou conhecida como colméia Langstroth ou Stand americano.
Na opinião de técnicos e apicultores em geral esse modelo é o que melhor atende as necessidades biológicas das abelhas, respeitando o chamado “espaço abelha” que é uma medida que permite o livre transito das três castas no interior da
colméia. Já para o apicultor oferece condições de manejo rápido e eficiente. È fundamental ressaltar a importância da padronização de todo o material apícola, principalmente das colmeias e quadros, que vai facilitar tanto o manejo do apiário como o intercâmbio de material entre os produtores.
Partes componentes de uma colméia Um fundo que pode ser reversível ou não , conhecido também como assoalho
que serve de base sobre o qual se assenta o ninho da colméia;
Um ninho ou compartimento de incubação dos ovos , é a parte reservada à
postura da rainha e o desenvolvimento da criação;
Uma ou duas melgueiras, conhecidas também pelo nome de alça ou sobre
caixas, servem de compartimento para armazenamento do mel;
Uma tampa que é o teto, que irá proteger a colméia, contra o frio e a entrada de
elementos prejudiciais;
Quadros ou caixilhos, servem de moldura para favos de mel ou cria, e recebem
como base a cera alveolada que dará uniformidade aos mesmos. LANGSTRTH descobriu que as abelhas constroem os favos obedecendo a uma medida que varia entre seis a nove milímetros, e que esse espaço , que ele chamou de espaço abelha é uma medida que permite o livre transito das três castas no interior da colméia.
VANTAGENS DA COLMEIA MOBILISTA
Permite:
Substituição da rainha; Fácil Manejo pelo apicultor; Alta produção de mel; Aproveitamentos dos favos usados; Exploração de qualquer produto; Evita doenças; Centrifugação dos favos; E outros.
MEDIDAS INTERNAS DA COLMEIA LANGSTROTH Ninho
Melgueira
Comprimento Largura Altura Comprimento
46,5 cm 37,0 cm 24,0 cm 46,5 cm
interna
Largura Altura Comprimento Largura Comprimento Largura Largura Altura
Fundo Tampa Rebaixe
37,0 cm 14,2 cm 60 cm 41 cm 51 cm 44 cm 1,0 cm 1,8 cm
Externa
QUADROS (MODELO HOFFMAN)
Comprimento Largura Espessura
Quadros do Ninho Vareta Superior 48 cm 2,5 cm 2,0 cm Extremidades
Quadro da Melgueira
Comprimento Largura Espessura comprimento Largura Espessura
1,5 cm 2,5 cm 1,0 cm Vareta Lateral 23,3 cm 2,5 cm 1,0 cm Vareta Inferior
Comprimento Largura Espessura
48,0 cm 2,5 cm 1,2 cm
13,5 cm 2,5 cm 1,0 cm 45,0 cm 1,5 cm 1,0cm
Dar espaço suficiente, colocando mais uma melgueira. A melgueira nova deve ser colocada em cima do ninho para facilitar o trabalho das abelhas;
Controlar o nascimento de zangões, colocando quadros com folhas alveoladas, para evitar a formação de favos de zangões;
Retirar as realeiras existentes, evitando o nascimento de novas rainhas. Quanto à colméia está órfã, deve-se retirar as realeiras, deixando apenas uma.
MATERIAL APÍCOLA Para que o apicultor possa trabalhar com as abelhas de maneira racional,
precisa de alguns instrumentos e ferramentas como os abaixo relacionados:
FUMIGADOR
É utilizado com a finalidade de controlar a agressividade das abelhas pelo uso da fumaça. É composto de duas partes; fole e fornalha.
FORMÃO DO APICULTOR
É uma espátula, utilizada para deslocar as peças coladas com própolis pelas abelhas e para limpar as colméias.
ESCOVA
Utilizada para varrer as abelhas aderentes, com a finalidade de não feri-las ou esmagá-las durante o manejo do apiário.
GARFO DESOPERCULADOR
Serve para retirar a película de cera usada pelas abelhas para guardar o mel maduro. Isto é, quando o produto se encontra com o teor de água, adequado para não fermentar .
MESA DESOPERCULADORA
Serve
para
apoiar
os
quadros
durante
a
desoperculação, contem uma peneira onde a cera dos opérculos é depositada para o escoamento resto do mel que fica retido nestes.
CENTRÍFUGA
Utilizada para extrair o mel sem destruir os favos e garantir sua pureza. Existem dois tipos de centrífuga, a facial e a
radial, que é atualmente a mais usada por ser de mais fácil manejo.
INDUMENTÁRIA DO APICULTOR Com a introdução das abelhas africanas ( Apis mellifera scutelata ), o manejo
sofreu alterações, a começar pelo vestuário. Para se trabalhar com as abelhas africanizadas é importante que o apicultor esteja bem protegido, para evitar além de um trabalho incômodo com possíveis ferroadas, a perda das abelhas que
morreriam
ao ferroarem quando sentirem
contato e cheiro da pele. O uniforme completo é formado por: macacão, máscara, chapéu, luvas e botas. Apicultor corretamente vestido, deve está usando:
1. MÁSCARA 2. CHAPEU 3
3. MACACÃO 4. BOTA 5. LUVAS
1 5
2
4
APIÁRIO É o local onde está distribuído, de maneira organizada, um certo número de
colméias povoadas com abelhas do gênero Apis. Os apiários podem ser caracterizados de acordo com objetivo que se propõe.
Podemos ter: Apiários destinados ao ensino, a pesquisa, empresa e outros. Todos estes podem ser fixos ou migratórios.
Apiários fixos
São formados por grupos de colméias povoadas e, distribuídas em suportes fixos, geralmente guardados por cercas vivas ou de arame e protegidas por quebraventos naturais ou artificiais.
Apiários migratórios Os apiários migratórios são formados por um determinado número de colméias
que são levadas de um lugar para outro e instalado provisoriamente, para o aproveitamento da flora ou para polinização de culturas agrícolas. Localização de apiários
LOCALIZAÇÃO DO APIÁRIO
O sucesso da criação depende da boa localização do apiário, para isso pelo menos cinco pontos devem ser observados:
1.
Pastagem apícola A presença de uma boa florada pode ser um dos principais fatores para o
sucesso da criação. As abelhas campeiras percorrem um raio de até 3 Km em busca de alimento, porém , já foi considerado um raio econômico de ação que é de 1,5 Km. No entanto, é bom saber que quanto mais próximo da fonte de alimento estiver o apiário, mais rápido as abelhas vão produzir. (foto)
Obs.: O raio de 1,5 Km corresponde a 707 há. A produção do apiário vai depender do equilíbrio entre o número de abelhas, a abundância e a qualidade de flores existentes no mesmo período, dentro dessa área.
2.
Presença de Água É necessário que a água esteja a uma distância máxima de 500 m. Pode ser
um rio, um açude, ou até mesmo um poço ou cacimba. Quando não existe uma fonte natural a esta distância, o produtor pode cria um bebedouro artificial, como um tanque, um tonel, etc.
3.
Facilidade de Acesso É importante que o apiário seja bem localizado, possibilitando a chegada do
meio de transporte o mais próximo possível, para ajudar o apicultor a levar o material necessário para o manejo das colméias, assim como o transporte da produção. Também é importante para as abelhas que o apiário não seja instalado em lugar muito alto. Para que as operárias não sejam obrigadas a ir buscar alimentos (néctar ou pólen) nas partes mais baixas e ter que subir carregando pesadas cargas, que neste caso acarretaria um desgaste maior do animal e menor produção.
4.
Correntes de Ventos Áreas muito descampadas que possibilitam correntes de ventos muito fortes,
podem trazer conseqüências para a produção porque : exigem muito esforço das abelhas; causam acidentes e mortandade; ressecam as flores paralisando a secreção de néctar; dispersam os enxames.
5.
Segurança As abelhas africanizadas são mais sensíveis e mais agressivas, por isso
algumas distâncias já foram determinadas como medidas de segurança para prevenir acidentes, a seguir:
Distância para segurança: residências, instalações de animais, estradas, áreas de agricultura e outros locais freqüentados, no mínimo 200 m;
Distância de escolas, no mínimo 500 metros;
Outras distâncias que devem ser observadas: -
Para qualidade dos produtos:
Plantações de cana-de-açúcar, mínimo de 2 Km;
Fábrica de doce, armazém e usina de açúcar, sorveteria e outras do ramo, pelo
menos 1 Km ; -
Para facilidade de manejo:
Mínimo de dois metros entre as colméias, melhor seria de 3 a 5 m, dependendo da área disponível.
-
Para evitar a saturação da flora:
Entre apiários de 30 ou mais colmeia, a distância deve ser de pelo menos 3km, que vai garantir melhor produção.
INSTALAÇÃO DO APIÁRIO Escolhido o local, é hora de começar a instalar a criação para isso devem ser
avaliados alguns fatores como:
Época apropriada: O melhor período é durante a florada, quando as rainhas estão em franca
postura, as famílias populosas, com as operárias em grande atividade.
Povoamento do apiário: Povoar o apiário quer dizer, colocar nele colméias habitadas com abelhas do
gênero Apis mellifera, que pode ser feito de duas maneiras: A partir da aquisição em criatórios racionais ou pela captura de enxames silvestres encontrados em alojamentos naturais. O povoamento pela a compra de famílias, oferece algumas vantagens para o apicultor iniciante porque: -
Pode ser escolhida a idade e a qualidade da rainha: avaliando-se capacidade da postura e a agressividade da família.
-
Pode se conhecer as condições da família, quanto: a população, sanidade, condições de postura da rainha, produção, e outras características inerentes a uma boa matriz. Estas observações são feitas pela avaliação da ficha de acompanhamento, onde devem estar anotados as produções dos anos anteriores. Com a família adquirida já na colméia padronizada, tem a vantagem de não precisar se adquire uma nova caixa e a inda pode oferecer produção no primeiro ano. Já o núcleo se torna mais barato, porém a produção pode só vir na próxima florada. A única desvantagem é que se torna mais caro.
Tipos de enxame Nidificados – são aqueles que já construíram favos e formaram seus ninhos.
Não nidificados – são aglomerados de abelhas, onde estão presentes as três castas e que estão à procura de alojamento.
Preparo das caixas para captura de enxames não nidificados
Colméia padronizada:
Colocar três quadros com folhas de cera alveoladas completas, sete quadros com tiras de cera de 2 a 5 cm, pegando o primeiro arame, os quadros com lâminas de cera completa ficarão um no centro e um em cada lado da caixa. Núcleo:
Colocar dois quadros com folhas de cera alveoladas completas, e três quadros com tiras de cera de 2 a 5 cm, pegando o primeiro arame, os quadros com lâminas de cera completas ficarão um em cada lado da caixa e os com tiras no centro para dar condições às abelhas de formarem favos naturais. Pois, as abelhas quando enxameiam, enchem o papo de mel se preparando para formar os quadros da nova casa.
Captura de enxame não nidificado Esta operação obedece a seguinte seqüência:
Ao chegar no local, dar algumas baforadas de fumaça no enxame e esperar 3 a 5 minutos;
Aproximar a caixa por baixo do enxame de abelhas. Com uma escova varrê lãs para dentro da caixa tendo cuidado de não machucar as abelhas, principalmente a rainha.
Colocar uma tela excluidora de rainhas no alvado, a fim de garantir, a permanência da família na caixa.
Transporta lá à noite para local definitivo.
É bastante comum a ocorrência de enxames em galhos de arvores. Isso acontece quando uma família esta enxameando, isto é multiplicando a colônia a colônia e procurando nova moradia. São enxames que estão sempre de passagem, por isso é bom captura los assim que forem localizados.
Devem ser levados também, tela ventilada, um pedaço de espuma (para tampar o alvado) e uma tira de borracha ou barbante para amarra a tela.
Ao chegar no local o apicultor e seu ajudante, já deve estar equipados com vestimentas completas e um fumigador acesso. Distribuição de caixa isca para captura de enxame móvel
Como atrativo para caixa isca, podem ser utilizadas ceras e própolis outro recurso é o capim santo que alguns pesquisadores descobriram como ótimo recurso devido à presença do geroniol, elemento também presente na substancia da rainha, podem ser usadas as folhas maceradas, porem a melhor maneira é o óleo de capim santo ou capim cidreira, porque segura o cheiro por mais tempo. As caixas iscas devem ser distribuídas nos locais onde são mais freqüentes as passagens de enxames. Depois de povoados as colméias são levadas ao anoitecer para local definitivo.
Captura de enxames nidificados Para passagem de um enxame nidificado para uma padronizada devem ser observadas as seguintes etapas: 1° ETAPA: preparo do material
Caixa: núcleo ou ninho, metade dos quadros (cinco) só com arame e os outros cinco com cera alveolada;
Fumigador mais material de combustão de preferência serragem.
Indumentária completa;
Faca, escova, gaiola de introdução de rainha, cordão de algodão e outras ferramentas de acordo com a localização do enxame, um balde com tampa para colocar os favos de mel.
2° ETAPA: controle do enxame
Deve ser aplicada bastante fumaça na entrada do local onde esta alojada a família, esperar de três a cinco minutos, dar outra fumaçada e so depois começar a operação.
3° ETAPA :
Afastar as abelhas com auxilio da fumaça e cortar os favos um a um;
Os favos com crias serão amarrados nos quadros sem cera. Deve se ter cuidado de coloca los sempre na posição de construção feita pelas abelhas no local de origem.
Os favos com mel não deverão ser aproveitados para a colméia, evitando que a caixa fique suja de mel, tornando se um focos para predadores.
Tentar localizar a rainha, se possível prende lá em uma gaiola durante três dias, para garantir a permanência da família.
Por a colméia no local onde se encontrava o enxame e colocar algumas operarias para dentro da caixa para aquecer as crias ao mesmo tempo em que protegem a rainha.
Se possível deixar a colméia no local durante 8 a 10 dias, se não for possível fechar a caixa no final da tarde e transporta las para o apiário.
Considerando que a origem destas abelhas é desconhecida, é bom manter vigilância sanitária durante as primeiras semanas e fazer uma avaliação de produção,agressividade e capacidade de postura da rainha.
MANEJO DO APIÁRIO
Revisão Periódica das Colméias Podemos dizer que a atividade apícola começa a partir do momento que as colméias povoadas chegam ao apiário. Do manejo correto, por parte do apicultor vai depender o sucesso da exploração. A revisão deve ser feita a cada quinze dias.
Por que a cada quinze dias? É que revisando as colméias periodicamente, o apicultor pode controlar a
enxameação, retirando as realeiras existentes e evitando assim o nascimento de novas rainhas
Para o trabalho de revisão, o apicultor deve estar devidamente vestido, com indumentária completa, fumigador aceso e ter em mãos o material necessário.
Cuidados a serem tomados durante a revisão:
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Escolher para fazer fumaça sempre produtos que não irritem as abelhas, como serragem ou raspa de madeira, sabugo, cavaco, casa de cupim e outros desde que sejam de origem orgânica Nunca utilizar para tal fim pneu, óleo queimado, querosene, etc;
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Não esquecer que todo primeiro contato com as abelhas deve ser com fumaça. Ao se aproximar do apiário, o apicultor deve fumaçar todas as colméias para inibir qualquer cheiro e, ao mesmo tempo desorganizar o ataque das abelhas;
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Voltar a colméia que vai trabalhar, levantar um pouco a tampa e dar uma boa fumaçada sobre os quadros, esperar 2 a 3 minutos, que é o tempo necessário para as abelhas encherem o papo de mel;
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Abrir devagar a colméia e antes de retirar a tampa, ver se a rainha não se encontra lá. Se ela estiver na tampa, deve ser forçada a voltar para o interior da caixa. Depois de retirar a tampa e colocar ao lado da caixa, sempre com a face interna voltada para cima;
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Como as abelhas costumam selar os quadros com própolis, estes antes devem ser descolados com o auxílio do formão, sempre com cuidado para não machucar as abelhas;
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Retirar primeiro o quadro mais vazio, este ficará fora da caixa, no alvado, dando espaço para receber as abelhas que voltam do campo;
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Retirar um por um, todos os quadros, observando bem os dois lados, com todo o cuidado para que não passe nenhuma realeira despercebida;
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As realeiras existentes devem ser retiradas para que a colméia não enxameie. Porém, muitas vezes durante a revisão são encontradas colméias órfãs, aconselhamos que sejam preservadas as primeiras realeiras encontradas. A colméia deve ser marcada e no final da revisão as realeiras que não forem utilizadas, devem ser destruídas;
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Funcionar sempre e lentamente o fumigador para evitar que as abelhas se organizem para o ataque;
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Providenciar para serem substituídos os quadros com cera muito escura ou defeituosa por outros com folhas de cera alveolada;
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Recolocar a tampa. Fazendo-a deslizar sobre o trilho horizontal para evitar o esmagamento das abelhas que entram e saem pelas bordas da caixa;
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Anotar as observações as providências mais urgentes a serem tomadas, como por exemplo, a falta de rainhas. A colméia órfã deve ser socorrida o mais breve possível, assim como, o que deve ser substituído na próxima revisão.
Outros cuidados Ter o cuidado de não ficar na frente da colméia, para não atrapalhar a linha de
vôo das abelhas campeiras. Procure ficar sempre por trás ou dos lados da caixa. Evitando ferroadas e poupando abelhas. Não coloque o bico do fumigador muito próximo, para evitar que a fumaça quente e faíscas que queimam irritem as abelhas penetrarem no interior da caixa. Não bater com instrumentos nas caixas, nem fazer barulho. Caso uma abelha entre na máscara, não se apavore, saia de perto da caixa e retire-a fora do apiário.
Que deve ser observado durante a revisão: -
Se existem realeiras
Lembra o que é realeira? É um casulo em forma de casca de amendoim, onde se desenvolve a larva que será a rainha. A presença desta na colméia é indicativo certo de enxameação. Estas realeiras devem ser retiradas, podendo ser também aproveitadas para socorrer famílias órfãs ou com rainhas velhas. -
Presença de Rainha e distribuição de postura
Como identificar a presença da rainha? Para o técnico ou apicultor saber se existe rainha na colméia, não é necessário procurando-la até encontrar, basta observar a presença de ovos bem distribuídos nos favos. Para distinguir a postura das rainhas e a das
operárias poedeiras, é só observar que a rainha põe apenas um ovo em cada alvéolo e as operárias, sem nenhuma organização, colocam vários óvulos em cada alvéolo; -
Diz-se que a postura está regular quando se encontram favos completos com crias abertas e/ou com crias operculadas, isto que dizer que a rainha preencheu cada quadro em um só dia;
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Sanidade: Verificar se existem larvas mortas e favos com crias com muitos alvéolos vazios.
Esses sintomas indicam problemas de saúde, que pode ser doença (vírus ou bactéria), intoxicação por veneno, principalmente agrotóxica ou mesmo plantas tóxicas; -
Presença de mel maduro: O apicultor deverá marcar na sua ficha quantos favos há com mel pronto para ser
colhido. Diz-se que o mel está maduro, quando pelo menos 80% dos favos estão operculados. Ou seja, os favos estão fechados com uma fina película de cera. Quando isso acontece, o mel está pronto para ser colhido.
DIVISÃO DE FAMÍLIA
Objetivo Ampliação do apiário a partir de colméias já existentes, ou formação de
núcleos para comercialização.
Método
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Preparar um ninho com dez quadros de cera alveolada
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Escolher a colméia que vai ser dividida
Colocar a caixa vazia ao lado da colméia matriz -
Dividir proporcionalmente as operárias;
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Dividir a reserva de alimentos;
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Dar condições para a colméia órfã produzir sua rainha
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Ter cuidados com ataque de inimigos.
Não é necessário se preocupar onde ficará a rainha, ela será localizada quando a colméia órfã começar a formar realeiras.
Condição para produção de uma nova rainha. Ao dividir a família devem ser deixados nas duas colméias, favos com ovos
e/ou larvas menores de três dias, que possibilita a formação de realeiras, assim
como favos com abelhas nascentes, que vão servir para produzirem geléia real e alimentar as larvas.
Época apropriada O melhor período para a divisão é durante a florada, quando as colméias se
encontram com as rainhas em franca postura formando famílias populosas e com as operárias em grande atividade e produção.
Como fazer:
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Preparar um ninho com dez quadros de cera alveolada
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Escolher a colméia que vai ser dividida
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Colocar a caixa vazia ao lado da colméia matriz
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Não é necessário se preocupar onde ficará a rainha, ela será localizada quando a colméia órfã começar a formar realeiras.
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Para saber onde ficou a rainha, deve ser feita uma revisão rápida após uma semana a família que ficou sem rainha já deverá ter formado realeiras.
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Concluído o trabalho, fecha-se a colméia que foi dividida com tela de transporte e leva-se para outro local, dentro do apiário ou para outro apiário. Se a colméia for deixada no mesmo apiário deve ficar fechada durante dois dias, retirando-se a tela na manhã do terceiro dia.
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No caso da colméia ser transferida para outro apiário que fique distante pelo menos a dois quilômetros, poderá ser aberta imediatamente.
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A colméia nova ocupará o local anterior e receberá as abelhas que restavam fora, assim as duas ficarão com população equilibrada.
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Para formar um núcleo pela divisão de família; preparam-se cinco quadros com cera alveolada completa para repor os quadros retirados da colméia matriz e dessa são retirados três favos com crias operculadas e dois com larvas novas, menores de três dias para dar condições de ser criada uma nova rainha, todos os favos devem ir com as abelhas aderentes para a formação da nova família.
Outra maneira de se fazer a divisão é retirar de cada família forte um ou dois quadros com as crias, sem as abelhas, colocar numa caixa vazia, retirar uma colmeia do local deixar nele o nova para ser povoada com as abelhas de retorno.
UNIÃO DE FAMÍLIAS
Objetivos: É importante para o apicultor manter todas as colméias fortes e assim o apiário padronizado. Sabe-se que as famílias fracas não fazem reservas de mel, mesmo quando a florada é abundante. É melhor para o produtor. Ter 20 colmeias populosas do que 50 fracas. Por isso aconselha-se a união das famílias que não apresentarem produção em pelo menos dois períodos de florada.
Época Apropriada: É durante a florada, quando se pode identificar uma colméia fraca por
problemas genéticos. A união de famílias vai refletir na produção de mel.
Técnica: Consiste na junção de uma família de população baixa com outra em
condições iguais. Porém, as colméias só podem ser avaliadas durante a florada, porque geralmente no período crítico as famílias reduzem a população.
Métodos: Existem vários métodos de união de famílias, porém, o mais utilizado é o
conhecido como “método do jornal” por ser simples e fácil de ser feito pelos
apicultores.
Etapas:
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Escolher as colméias a serem unidas, cada uma em seu lugar.
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Retire a rainha da colméia que parecer mais fraca, ou que já apresente sinais de esgotamento. Este trabalho deve ser feito pela manhã ou dia anterior, dando tempo para as abelhas se acalmarem.
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Enquanto espera, providenciar duas folhas de jornal e um pouco de mel, caso não disponha de mel de abelhas, este poderá ser feito com açúcar ou rapadura.
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No final do dia, retirar a tampa da colméia que está com rainha e colocar sobre esta uma folha de jornal. Espalhe sobre ela um pouco de mel, cobrindo-a com outra folha.
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Deslocar o fundo da colméia órfã com cuidado, para que as abelhas não se dispersem.
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Colocar a colméia órfã sobre a caixa que está coberta pelo jornal. Este trabalho deve ser feito sempre a tardinha, quando a maioria das campeiras estão em casa.
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Após uma semana completar a operação, reunindo as abelhas e crias num só ninho, deve ser providenciada a melgueira. Outro método de união de famílias fracas, que oferece bons resultados, é feito
com a unificação de cheiro, para isso podem ser utilizados produtos de cheiro forte como cânfora, naftalina e outros. Porém, o mais aconselhável são os de origem orgânica, como folhas de plantas que tenham odor característico, como o velame, marmeleiro, capim santo e outros, deste ultimo pode ser utilizado o óleo que tem cheiro forte e permanece por mais tempo.
COLETA E BENEFICIAMENTO DE MEL -
Antes de iniciar a coleta o apicultor deve, preparar a centrífuga, ao sair consultar as fichas de acompanhamento para saber quais as colméias que estão com mel. Levar para o apiário, melgueiras vazias, tampadas com bandejas ou com as próprias tampas das colméias.
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Retirar os favos com mel maduro (operculados) sem feri-los, deixando as abelhas na colméia, retirando-as com auxílio de uma escova. Colocar os quadros de mel na melgueira vazia, mantendo-a sempre fechada.
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Levar imediatamente as melgueiras para o quarto do mel, para evitar o saque.
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Caso existam quadros com crias na melgueira, podem ser utilizados para reforçar colméias fracas.
Quadros de melgueira com mel, recém depositado e não operculados. Mel ainda verde não devem ser colhidos. Em seguida as melgueiras são levadas para a sala de mel onde vai ser centrifugado. Um quadro de melgueira com mel maduro (operculados). Pesa mais ou menos 1,5 Kg de mel. Quadro de ninho com mel maduro (operculados). Pesa 3,0 a 3,5 Kg de mel.
DESOPERCULAÇÃO DO MEL
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Os favos são desoperculados (abertos) com auxílio de um garfo desoperculador, que retira a película de cera sem estragar o favo.
CENTRIFUGAÇÃO DO MEL Colocar os quadros na centrífuga até completar a carga. O movimento giratório deve começar aumentando gradativamente. Se a centrifuga for facial, virar os quadros para retirar o mel dos dois lados. Depois de retirado o mel, os favos vazios serão devolvidos à colméia. Através da centrifugação pode à retirada do mel, é feita sem estragar os favos. O local para o beneficiamento do mel, deve ser bem fechado com tela, para evitar o ataque das abelhas
CONSERVAÇÃO DO MEL
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Colocar para decantar, e após dois dias retirar as impurezas suspensas;
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Utilizar sempre vasilhas bem secas, para não fermentar o produto;
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Manter o produto sempre em vasilha bem fechada para evitar a entrada de insetos;
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Não guardar por muito tempo em recipientes de lata, cobre ou zinco;
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Se possível, mantê-lo ao abrigo da luz.
CERAS As ceras podem ser oriundas do reino vegetal, mineral e animal e como
exemplos pode-se citar a cera da carnaúba, a parafina e a cera de abelhas, respectivamente
Produção pelas operárias A cera é secretada por quatro pares de glândulas localizadas do quarto ao sétimo segmentos do lado ventral do abdome das abelhas operarias com idade de 15 a 19 dias. As operárias utilizam é a 7 kg de mel para produzir 1 kg de cera. O desenvolvimento das glândulas cerígenas depende da idade e da alimentação das operárias.
A cera é secretada na forma liquida e solidifica em contato com o ar centenas de abelhas participam da edificação de um só alvéolo, sendo que cada operária pode manter-se em atividade num tempo médio de um minuto. A cera é utilizada pelas abelhas para fabricação dos favos, operculação das crias e do mel. Os alvéolos são construídos num ângulo de 13 graus para cima da base ate a abertura, o que evita o escorrimento do mel. Pesquisas realizadas mostraram que o arranjo hexagonal favorece a presença de mai or número de células por área, melhor aproveitamento do material utilizado e
do espaço, assim como
maior capacidade do armazenamento por área.Um favo pode suportar de 20 a 30 vezes mais mel que o seu próprio peso em cera.(COUTO E COUTO 1996).
Extração e Purificação Para se extrair e purificar a cera, existem vários métodos, tais como: extrator a
vapor, solar, prensa manual e extração por fervura. A extração por fervura pode ser feita colocando os favos em um saco, que é colocado dentro de um recipiente com água para ferver. Esquenta-se a água até que a cera derreta, subindo à superfície livre de Impurezas, as quais ficarão retidas dentro do saco. Este método apresenta a desvantagem da perda de considerável quantidade de cera que permanece incorporada às impurezas. 0 extrator solar é um aparelho cômodo e econômico, além de fornecer uma cera limpa, promovendo também o seu branqueamento. Consiste de uma caixa de madeira com as laterais pintadas de preto fosco, e coberto com uma tampa com dois vidros planos e paralelos, separados entre si por cerca de 1 cm. Deve conter um recipiente onde são colocados os favos, uma tela para segurar as impurezas e outro recipiente que in reter a cera (Figura 38). 0 vidro deve distar cerca de 130 mm acima da cera. Neste tipo de extração observa-se perda de 1/3 a 2/3, sendo mais eficiente para favos novos ou opérculos. A temperatura interna pode chegar a 100 o C com a externa de 33 o C Após a extração, geralmente a cera apresenta ainda algumas impurezas. Uma das man eiras de se purificar , é coloca-la para ferver com um pouco de água, e depois de derretida e fria raspar as impurezas que se localizam sob o bloco.
Laminação A laminação é o processo que transforma a cera líquida em laminas lisas, que
podem, posteriormente, ser
alveoladas ou usadas diretamente nas colméias. Dos diversos métodos de se laminar a cera, o melhor deles,
principalmente,
para
pequenos
e
médios
apicultores, é o laminador simples, que pode ser horizontal ou vertical, constituído basicamente de dois recipientes retangulares de tamanhos diferentes. No maior é colocada água e no menor é colocada a cera que será liquefeita por meio de aquecimento em banho-maria. Esse aquecimento pode ser obtido colocando-se o laminador diretamente no fogo, no caso do laminador horizontal, ou com o auxílio de uma resistência elétrica no laminador vertical. Quando a cera estiver líquida, introduzir uma tábua com medidas medidas padronizadas, previamente umedecida em água fria por, no mínimo, duas horas. A cada imersão na cera líquida, a tábua deve ser mergulhada novamente na água fria para solidificar rapidamente e facilitar sua retirada. A espessura da lâmina depende da temperatura da cera (em torno de 70 a 75o C), número de imersões, e do tempo (1 a 3), podendo render de 12 a 20 lâminas por kg de cera. Um outro processo, em síntese, é o de fundir os blocos de cera e passá-los pelo laminador de dois cilindros, obtendo-se assim as lâminas lisas para serem alveoladas.
Alveolação
A alveolagem é obtida através da passagem de lâminas lisas, em cilindros ou prensas com as matrizes dos hexágonos como base para os alvéolos, cuja imagem se imprime em relevo nas folhas lisas de cera recém-fabricadas. A prensa de alveolar é constituída por duas placas, cujas faces possuem estampas de favos. O cilindro deve ser molhado com água e sabão de coco neutro ou mel diluído em água para que a lâmina de cera não fique aderida.
As vantagens do uso da cera alveolada são: limitação do nascimento de zangões, melhor aproveitamento do tempo das operárias e economia de mel na construção da base do favo.
Incrustação Os quadros devem ter 3 ou 4 arames n 0 24 firmemente esticados no sentido
horizontal (aramação). Após a alveolagem, processa-se a incrustação da placa de cera nos quadros. Para isso vários métodos podem ser utilizados: carretilha aquecida; Atualmente o método mais rápido e eficiente é o incrustador elétrico, ou acumulador comum de automóvel (bateria), já que aquece todos os arames simultaneamente. É importante lembrar que, para o uso do incrustador elétrico, as pontas do arame devem ficar separadas.
Conservação da Cera e Favos A cera de favos pode ser extraída e guardada em blocos, com as vantagens de serem menos atacadas pela traça da cera e não ressecarem tão rápida quanto a cera alveolada. Existem alguns fatores que podem danificar a cera durante a sua extração e estocagem. Dentre eles, deve-se evitar: -
Fermentação do mel no favo, que pode afetar o odor da cera;
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Calor, especialmente se tiver própolis. A cera, quando derretida com própolis, fica impregnada com odor desagradável que não pode ser eliminado facilmente;
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A presença de ácidos que podem deixar resíduo. Antigamente, utilizava-se muito o ácido sulfúrico.
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Desenvolvimento da mariposa da cera. As mais destrutivas são as Galleria melonella e Acbroia grisella, que conseguem digerir a cera.
Os favos devem ser bem guardados para que possam se conservar em perfeitas condições de uso até a próxima florada. Antes do armazenamento, deve-se deixar os favos em caixas empilhadas, a cerca de 100-200 metros das colônias, para que as abelhas possam retirar os resíduos, evitando a presença de grânulos que podem contaminar a próxima produção. A armazenagem deve ser feita em local coberto, evitando que sejam destruídos por roedores ou mariposas da cera. Local deve ter bastante claridade e boa ventilação,
bem espaçado e com ou, no caso da
inviabilidade desta, podem ser armazenados em caixas empilhadas e bem tampadas, sem frestas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA
-
MACHADO, J. O.; CAMARGO, J. M. F. de – Alimentação em Apis e composição de geléia real, mel, pólen. In: Manual de Apicultura – São Paulo: Agronômica Ceres. 1972. Cap.5, 252pp;
-
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A p i s m e l l i f er a
Lin.
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QUEIROZ, M. de L. – Curso de Tecnologia para a Agropecuária do Semi-
árido Nordestino . Brasília: ABEAS, 1989. P.114:118: Produtos das abelhas, geléia real. (módulo 9); -
WIESE, H. – Nova Apicultura. 6ª Ed. Porto Alegre, pp.490;
-
WIESE, H. – Apicultura – Brasília, EMBRATER. 1986.