Segundo Myers (2010), a Liberação Miofascial tem sido muito utilizada na última década com objetivo de contribuir para a flexibilidade muscular. O papel da fáscia (tecido conjuntivo conjuntivo que recobre todos os músculos do corpo humano) é de sustentar e garantir a estrutura dos ventres musculares, contribuindo para a transmissão de forças entre os segmentos corporais e o deslocamento dos fluidos corporais.
As fáscias, além de proporcionar melhora na movimentação, auxiliam também na manutenção da integridade do corpo, funcionando como uma barreira de defesa para a musculatura esquelética (SOUZA e MEJIA, 2012).
Esta pode ser realizada de forma passiva, normalmente por Fisioterapeutas e Profissionais de Educação Física, ou ativa, a partir da técnica conhecida como Auto Liberação Miofascial. Nesta técnica, o próprio indivíduo busca a liberação do tecido miofascial pressionando, com o auxílio de algum equipamento, as diversas regiões corporais que normalmente estão rígidas e limitando o movimento. A pressão gerada pelo equipamento visa modificar a organização dos tecidos subjacentes (fáscias e aponeuroses) buscando maior mobilidade contra a rigidez gerada pelo treinamento físico e má postura. Segundo Marques (2016), pode existir modulação do tônus para aceleração do processo de recuperação do tecido muscular pós treino, auxiliando inclusive na redução da dor tardia.
Na revisão de literatura de Fraga (2015) sobre o tema, a autora concluiu que os exercícios de auto liberação miofascial geram resultados positivos para aumento da amplitude de movimento (ADM) no momento pós treino e diminuição na dor muscular tardia, comparando a eficácia da auto liberação miofascial a outros métodos para ganho de ADM.
Prática
•
A literatura esboça diversos protocolos de auto liberação miofascial com o auxílio de equipamentos, tanto no momento pré quanto pós treinamento, e ainda sessões individuais de liberação miofascial. O momento dependerá do objetivo final. Em resumo, utiliza-se: ✓De
uma a duas séries por região; ✓De 45” a 2’ de estímulo por área; ✓Movimentos lentos e contínuos; ✓Liberação de pontos dolorosos com permanência estática de ≈30”; ✓Escala de dor entre 9 e 10 (Escala EVA= 0 a 10).
✓
Busque por pontos dolorosos e sustente por ≈30 segundos, evitando as extremidades ósseas.
✓ Atinja
maior liberação alternando o posicionamento do tornozelo.
✓
Nos pontos dolorosos faça movimentos de baixa amplitude e de grande pressão.
✓
Opção de maior área de contato com o rolo ou para liberação de ponto gatilho utilizando a bola.
✓
Região normalmente tensa. Faça movimentos de baixa amplitude e de grande pressão nos pontos de dor. Utilize a bola como recurso pontual.
✓
Varie a posição da articulação do joelho para buscar diferentes tensões musculares. Rolos de liberação maiores são melhores para esta posição.
✓
Procure soltar o peso do corpo sobre uma das coxas com movimentos curtos e lentos.
✓
Posição excelente para atingir os músculos abdutores e rotadores externos do quadril. Incline o corpo para a lateral buscando diferentes áreas de contato.
✓
Evite a área das costelas flutuantes e o osso ilíaco do quadril. Incline para frente e para trás buscando outras áreas.
✓
Gire o corpo desde a lombar até a região lateral da escápula buscando todo o ventre do músculo grande dorsal. Persista nos pontos dolorosos.
✓
Com uso da bola encontre os pontos dolorosos e persista por ≈30 segundos em cada um.
✓
O movimento de adução horizontal expõe ainda mais a área dos romboides e dos trapézios médio e inferior.
✓
Opção de liberação de ponto gatilho utilizando a bola rígida. Sustente por ≈30 segundos cada ponto doloroso.
•
•
•
•
•
Mendes et al. Comparação da liberação miofascial seguida de alongamento muscular passivo e da mobilização neural na ADM do quadril. Manual Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal, 2014. Myers, T. Trilhos Anatômicos. 2 ed., Elsevir, 2010. Fraga, B. S. Auto-liberação myofascial no treinamento físico: Revisão de Literatura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2012. Souza, M. S; Mejia, D. P. M. Estudo comparativo entre as técnicas de alongamento ativo x liberação miofascial. Trabalho de conclusão de curso de Fisioterapia, 2012. Marques, A. E. Z. S. Efeitos da mobilização miofascial plantar no equilíbrio corporal, mobilidade funcional e ativação muscular em idosas. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2016.
[email protected]