2014 Memorial - Seleção Mestrado em Educação - Turma 2015 (PPGE/PUC-Rio)
Patrícia Fernandes Ferreira
Rio de Janeiro 8/6/2014
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Memorial - Seleção Mestrado em Educação - Turma 2015 (PPGE/PUC-Rio) I- Observações Iniciais:
Falar sobre nós mesmos parece ser uma tarefa simples, mas esta primeira impressão é deveras errônea. Primeiro, porque poucas vezes em nossa vida paramos para nos auto examinar ou mesmo relembrar o que já vivemos. Portanto, muitas fases da nossa vida acabam passando despercebidas ou sendo desprezadas com o passar do tempo. Segundo, porque escrever requer muito mais do que lembranças e é, na maioria das vezes, um processo inquietante. Mas, não podemos negar que esta é uma oportunidade interessante e estimulante, pois é um momento em que paramos para refletir sobre o caminho que trilhamos em direção tanto da nossa realização pessoal e profissional quanto da nossa contribuição ao desenvolvimento das instituições e da sociedade das quais fazemos parte. Enfim, escrever histórias é revivê-las. Resgatar recordações é, por vezes, fazê-las reais. É romper com as fronteiras que nos impedem de alçar altos voos. É uma forma de escrever o livro da vida. Cada dia escrevemos uma página e são algumas destas que anseio compartilhar, relembrando aspectos da minha história que possam exemplificar os momentos mais relevantes desta trajetória acadêmica e profissional, assim como explicitar as razões que me levaram a buscar o Mestrado em Educação. II- Trajetórias Profissional e Acadêmica:
Ingressei em julho de 1995 no curso de Licenciatura Plena em Letras/Literatura da Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy – Unigranrio,
em Duque de
Caxias, município do Rio de Janeiro. Um dos grandes desafios na graduação foi estabelecer ligação entre as questões discutidas e apresentadas pelo corpo docente e a prática pedagógica diária. Na época, eu já era professora de uma escola de ensino fundamental de São João de Meriti, na qual trabalhei até o ano de 2011.Toda a contestação vivida na época contribuiu para o meu aperfeiçoamento profissional, pois diante de toda aquela incoerência pude refletir e repensar o meu fazer pedagógico. Em setembro de 2001, através de concurso público realizado no mesmo ano, entrei para o quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro com Professor II. Nos primeiros anos como regente, atuei em uma escola localizada na Pavuna que atendia alunos de várias comunidades da redondeza e, mais uma vez, minhas estruturas, saberes e convicções foram abaladas. Estava diante de alunos que Junho/2014
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Memorial - Seleção Mestrado em Educação - Turma 2015 (PPGE/PUC-Rio) tinham um baixo poder aquisitivo, que moravam em áreas violentas e que, em sua maioria, tinham famílias desestruturadas. E tudo o que eu tinha aprendido na Universidade não me capacitava, de forma completa, a enfrentar tantos desafios. Então, comecei a procurar cursos oferecidos pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro para capacitações em serviço. Realizei vários cursos voltados para a melhoria da aprendizagem e, tenho que admitir, que foram momentos de muitas trocas, descobertas e desenvolvimento pessoal e profissional. No primeiro semestre de 2011 fui convidada para trabalhar na 6ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio de Janeiro como Assistente na Gerência de Educação. Este setor é o coração da 6ª Cre, onde a educação é vivida intensamente. O fazer pedagógico é realizado através de projetos e ações comprometidas com uma educação de qualidade. Orientamos e acompanhamos o fazer pedagógico da cada escola, assessorando a Direção, a Coordenação Pedagógica e os Professores no desenvolvimento de suas atividades. Através de projetos e ações diversificadas, contemplamos todos os segmentos do ensino fundamental. Participo da equipe de formação dos professores regentes das escolas que englobam a 6ª Coordenadoria Regional de Educação, organizando e ministrando cursos, de curta e média duração, com o objetivo de promover uma educação pública de qualidade. Acredito que isso é mais que um desafio, é responsabilidade de todos! Ao ingressar nesta esfera de ação, senti a necessidade de obter mais conhecimento e, no segundo semestre de 2011, ingressei no curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Administração e Supervisão Escolar, na Universidade Cândido Mendes – AVM (A Voz do Mestre), no Rio de Janeiro. Ao final do curso apresentei a monografia Condições Essenciais para a Realização Efetiva da Ação Supervisora, estudo realizado sob orientação do professor Vilson Sérgio. Em linhas gerais, este estudo apresentou as atribuições e funções dos supervisores pedagógicos a partir de condições internas e externas bem desenvolvidas. A união destas situações possibilitam a este profissional desenvolver um verdadeiro espírito de equipe no ambiente escolar e, efetivar sua ação supervisora com credibilidade e confiança. Entre os anos de 2012 e 2013 trabalhei como produtora de conteúdo para o Rioeduca, um portal da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, que visa mostrar os Junho/2014
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Memorial - Seleção Mestrado em Educação - Turma 2015 (PPGE/PUC-Rio) detalhes de tudo o que acontece dentro de cada uma das escolas, creches e espaços de desenvolvimento infantil. Ele é um espaço de troca, de aprendizagem e, principalmente, de alegria. Foi uma experiência muito rica e gratificante, pois aprendi muito com as pesquisas de campo e, também, na divulgação do trabalho destas pessoas que batalham por uma educação pública de excelência na cidade do Rio de Janeiro. Conheci professores, diretores, coordenadores pedagógicos, alunos, responsáveis e funcionários que ultrapassaram barreiras, superaram obstáculos e provaram que nada é impossível. Pessoas que, com os pés no chão, mas com muita criatividade demonstraram que o futuro de crianças e jovens depende da resistência do seu trabalho. Continuo trabalhando na 6ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio de Janeiro e, agora, venho através deste memorial, pleitear uma vaga para o Mestrado em Educação. II- Temas de Interesse e Perspectivas de Estudo:
Devido ao trabalho que realizo na 6ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio de Janeiro, tenho interesse nos seguintes temas: formação inicial e continuada do professor par ao uso das novas tecnologias de informação, a tecnologia no processo de ensino e aprendizagem, as práticas pedagógicas dos docentes e o domínio das mesmas em sala de aula. Portanto, minha expectativa é estudar como podemos repensar a formação inicial e em serviço do professor, o currículo e suas práticas pedagógicas para prepará-lo tanto para se apropriarem das novas tecnologias de informação e comunicação quanto para o exercício de uma educação de qualidade. III- Possível Temática de Dissertação
Estamos vivendo em uma sociedade com um novo formato de receber e transmitir informação e de uma busca interminável por conhecimento. As pessoas hoje em dia tem acesso ao mundo com muito mais rapidez que antigamente. Formar e orientar os professores para o uso das novas tecnologias, tanto no seu desenvolvimento contínuo, quanto na sua prática em sala de aula, se faz imprescindível. Essa urgência se deve, não apenas, no sentido de preparar as pessoas para usufruí-las, mas especialmente, para habilitá-las como leitores críticos e escritores conscientes das mídias que servem de suporte a essas novas tecnologias da informação.
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Memorial - Seleção Mestrado em Educação - Turma 2015 (PPGE/PUC-Rio) Os cursos superiores precisam preparar esses novos docentes para não perderem o controle das tecnologias digitais que são exigidas ou se decide usar em suas salas de aulas. Os professores precisam aprender, seja na formação inicial ou na continuada, a manusear as novas tecnologias e ajudar os alunos a aprenderem como manipulá-las e não se permitirem serem manipulados por elas. Mas, para tanto, precisam usá-las para educar, saber de sua existência, aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apoderar-se de suas potencialidades, dominar sua eficiência e seu uso, criando novos saberes e novos usos. Os professores precisam estar sendo constantemente formados para terem competência de escolher se querem ou não usá-las, se querem ou não praticá-las na educação. O que não se pode aceitar é que se faça resistência a uma ou outra tecnologia por insegurança ou falta de proficiência. Portanto, os professores e docentes de ensino superior precisam estar profissionalmente qualificados e, hoje não se pode falar em preparação sem apropriação e conhecimento das novas tecnologias. Para tanto, o que se deve mudar na formação do professor no nível superior? Como devem ocorrer as formações continuadas em serviço? Como instrumentalizar o professor par ao exercício de sua prática docente? Como podemos repensar o currículo frente a esta nova realidade? Essa e outras questões farão parte da minha dissertação, que terá como temática Lecionar e Aprender na Era Tecnológica. A temática acima apresenta articulação com a linha de pesquisa Formação de Professores: Tendências e Dilemas,
pois estará contribuindo para refletir e investigar
sobre o saber e o fazer do professor, com vistas a dar possibilidades a este profissional de perceber a sua prática e de ponderar sobre a mesma como forma de revê-la e redimensioná-la. Rio de Janeiro, 17 de junho de 2014 Por Patrícia Fernandes Ferreira
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