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O U SO D A T ÉCNIC A D O E SP ARADRAPO ÉCNICA SPARADRAPO ( S PIRAL P IRAL T A P E ) SOBRE O S D ISTÚRBIOS O STEO MU MUSCU SCULARES LLARES A RE RESS SCU T H E U SE O F T H E A DHESIVE T A PE ( S PIRAL P IRAL T A PE ) T ECHNIQUE O N O SSEOUS - M USCULAR ILLNESSES Isabel Isabel Cristina Moraes Gomes * Neide Aparecida TitonelliA lvim lvim ** Fátima Beatriz Maia *** Elane Ma rla Brito Brito Sousa ****
RESU RES RESU M O : o estudo estudo refere-se refere-se a um a terapia energética para tratam tratam ento de distúrbio s osteom usculares em q ue se se utiliza a técnic técnic a do Spiral Tape tam Tape tam bém con hecid a com o técnica do esparadrapo . Trata-se da utiliz ação ex clu siva d o esparadrapo sobre a pele. O s objetivo s foram foram : descrever as po ssibilidad es e os resultado resultado s ob tido s com a aplicação d a técni técni ca do esparadrap esparadrap o em cl ientes co m alterações osteom osteom usculares em d iferentes segm entos do co rpo. Foi do tip o descritivo c om abord agem q uantitativa, m ediante avaliação d e 111 fichas cadastrais cadastrais dos clien tes atendid os num a Policlíni ca Co m un itária da Fundação de Saúd Saúd e de N iterói, em 19 98 /199 9. O s resultado resultado s alcanç ados registraram registraram qu e 56.16 % obtiv eram m elho ra igual ou acim a de 9 0% ; 24.66 % entre 50 e 90 % ; e 19.18 % não apresentaram apresentaram respo respo stas stas significativ as. as. P a l aavvvrraasss--cchhaavvee:: C u i d a d o ; t e r ap ap i a n a t u r a l ; d i s tú tú r b i o o s te te o m u s c u l a r. r. A B S T R A C TT:: Thi s study study is abou t an energetic therapy for the treatm treatm ent o f osseous-m osseous-m uscular illn esse essess using the Spiral Tape technique, Tape technique, also know n as a d h e si si v e t a p e t e c h n i q u e . It con sists sists of the exc lusive u se o f a d h e si si v e t a p e u p o n t h e s k i n . T h e o b j e c t i v e s o f t h i s st st u d y w e r e t o d e s c r i b e t h e p o ssi b i l i t i e s an an d t h e results of the u se of that tech niq ue in cu stom stom ers w ith o sseou sseou s-m uscu lar ill nesses. nesses. A descrip tive study w ith a qu antitative appro ach w as cond ucted by m eans of the evalu ation of 111 registers registers of custom ers’ ers’ charts from a Com m un itarian Polyc lini c lo cated in N iterói, Rio de Janeiro. Janeiro. Th e results results show show ed that 56.16 % of the patients obtained an im pro vem ent of 90 % or m ore; 24.6 6% sho w ed an im provem ent betw een 50 % a n d 9 0 % ; a n d 1 9 . 1 8 % d i d n o t s h o w si g n i f i c a n t r es esp o n se s. s. Keyw ords: ords: care; natural therapy; osseous-m uscular illnesses
IN T R O D U Ç Ã O
H á alguns anos fomos apresentadas ao
saúde. Paralelamente a isso, o Curso de origem japonesa, também Acupuntura do Centro de Acupuntura e TeraSpiral Tape , técn ica de origem realizamos amos em conhecida n o Brasil rasil como a técnica do esparaespara- pias Alternativas (CEATA) que realiz d r ap a p o , u t ili l i za d a p a ra r a t r at a t a r d e so so rd r d e n s São Paulo nos aproximou ainda mais dos modelos osteomusculares. Nessa época, sentimos a neces- não-convencionais de assistir o ser humano, vinsidade de ampliar nossos conhecimentos acerca do ao encontro de nossa opção desde o término da visão da Medicina Tradicional Chinesa e da da graduação, qual seja, a de buscar especializarepensassem o cuidado a partir partir de uma Biomecân Biomecân ica. Termos Termos como ten são muscular, muscular, an a- ções que repensass tomia, energia, meridianos, sistema proprioceptivo visão mais globalizada do homem, considerandoseu complexo biopsico-sociocomport biopsico-sociocomport amen tal. e outros foram se misturando e ganhando corpo o em seu em nossa prática, e, naturalmente, nosso olhar Por ocasião ocasião d o cu rso rso referido, referido, en tramos em terapêutico terapêutico e nossa nossa vis visão acerca acerca do cuidado cuidado à contato com a técnica do spiral tape , aplicada saúde e à doença passaram por modificações. e m c lili e n t es e s p or o r ta t a do d o re r e s d e d is i s t ú rb r b io io s A oportunidade oportunidade de trabalharmos trabalharmos numa Po- osteomusculares, como apresentaremos no deliclínica Comunitária facilitou o processo de correr deste artigo. Após o término do curso, aproximação aproximação das terapias não convencionais convencionais de pensamos em aplicar a mencionada técnica em p.182 •
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clientes atendidos no Serviço de Acupuntura da Policlínica, a fim de avaliarmos a eficácia terapêutica da mesma. Foi, então, que decidimos registrar os dados relativos ao tempo de tratamento e motivos da alta dos clientes portadores de distúrbios osteomusculares que aceitaram participar do estudo. D esse modo, os objetivos da pesquisa foram: descrever as possibilidades de aplicação da técnica do esparadrapo em clientes acometidos por distúrbios osteomusculares; e apresentar os resultados obtidos com a aplicação da técnica do esparadrapo em clientes com alterações osteomusculares em diferentes segmentos do corpo.
Sobre o spiral tape O spiral tap e ou spiral balan ce foi criad o, em 1980, pelo prof. N obutaka Tanaka, ort opedista e acupunturista que, realizando um trabalho de reabilitação de atletas, observou que, ao se enfaixar um membro lesionado nas direções esquerda para direita e distal-proximal, a recuperação da lesão se d ava d e forma eficaz e rápida, ainda que para mant er o equilíbrio do local lesionado h ouvesse um pont o do lado inverso de cada articulação ou m usculatura que d everia ser estimulado 1 . Inicialmente, Tanaka pesquisou a aplicação dessa técnica no tratamento de várias lesões relacionadas ao esporte, comprovand o resultados muito sat isfató rios. Baseand o- se em seus conhecimentos sobre cinesiologia aplicada, criou um método para avaliação energética que nos permite descobrir a causa e a origem dos desequilíbrios e/ou lesões e, para cada tipologia, uma aplicação própria que se utiliza unicamente de esparadrapo (em substituição à faixa) sem nenhum tipo de medicação. A fundamentação da técnica respalda-se em princípios de d iversas teorias conh ecidas pelos profissionais que atuam no campo da medicina energética e do trabalho corporal. Citamos como exemplos a Medicina Tradicional C hinesa ( M T C ) , o Ba la n c e a m en t o M u s cu la r e a Biomecânica 1,2,3 . O spiral tape contabiliza 20 anos de existên cia e hoje, no Japão, a técn ica é utilizada por mais de três mil clínicas, sendo reconhecida internacionalmente e indicada pela Associação Nacional de Treinadores de Atletas dos E.U.A. No Brasil, essa técnica ch egou na década de 90 do século próximo passado pelas mãos d o Dr.
Tadamassa Yamada, médico acupunturista e atualmen te president e da A ssociação Brasileira de Spiral Tape . O instrument o escolhido para o d iagnóstico e a avaliação energética da técn ica do spiral tape foi o O -ring test , mét odo american o muito ut ilizado em várias terapêuticas não convencionais de saúde n a verificação do fluxo en ergético de órgãos, estruturas musculares e meridianos. Um bom exemplo seria o balanceamen to mu scular conh ecido nos E.U.A como Touch for H ealth. O O-ring test permite que o avaliador ent re em contat o com o campo energético de seu paciente fazendo com a sua mão um anel formado pelas falanges distais dos dedos polegar e indicador, ou ainda, polegar e dedo médio, gerando desta forma u m circuito fechado. Isto é possibilitado pela presença dos canais en ergéticos conh ecidos como meridianos4. Tanaka 1 elegeu pont os estrat égicos para avaliar as regiões que se apresentam desequilibradas e a observação comparativa das mesmas det e r m i n a o t r a t a m e n t o a s er r e a li za d o . A s tipologias são do tipo mu scular e articular. A mbas podem ser ant erior, posterior, lateral esquerda e lateral direita. O teste do tornozelo, só realizado n o tipo articular, indica por qual mem bro inferior começaremos ou terminaremos a aplicação. O teste realizado para verificação da tensão cervical indica por onde devemos iniciar as aplicações, e a queixa do cliente det ermina ond e esta terminará. Nos casos de teste positivo cervical esquerda, a aplicação será sempre iniciada de baixo para cima e no teste positivo cervical direita, o caminho inverso. Para verificar a eficácia das aplicações, Tanaka 1 escolheu o ponto Yoti, o mesmo TA4 da acupuntura, local em que podemos observar a intensidade da energia Yang. O ponto Yoti localiza-se no centro da prega dorsal do punho, tornan do-se, por esse m otivo, mais acessível para a realização d os testes. Este pont o é fun damen tal, pois determina a resposta d o corpo em relação à aplicação realizada. Quanto mais forte ele se torna, melhor indica que o tratamento está adequado. Este procediment o está baseado n um dos mais importan tes princípios da M TC que é o yin – yang.
Para avaliação da viabilidade de aplicação da técnica, é importante eliminar possíveis interferências, devendo o examinador retirar todos os utensílios de metal, tanto dele quanto do R En f e rm U ER J 2 0 0 3 ; 1 1 :1 8 2 - 7 .
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cliente (bijuterias, moedas, chaves...), isolar com grade de esparadrapo as cicatrizes cirúrgicas e man ter descruzados os braços e as pern as do cliente 4 . Como em outras terapias, para a indicação da técnica do spiral tape é fundamen tal uma avaliação precisa para a escolha da abordagem utilizada, fato este que determinará o sucesso do tratamento. A indicação do tratamento local faz-se procedente quando a sintomatologia e a causa residem juntas, ocupando o mesmo território, fato observado com maior freqüência em lesões traumáticas recentes, tais como, entorse de tornozelo e contraturas musculares 2. O mapeamento (aplicações em diversas regiões do corpo, determinadas pela tipologia) é indicado quando o cliente apresenta queixas múltiplas, patologias de evolução crônica ou intermitentes, quand o provavelmente todo o corpo já apresen ta man ifestações d e compensação, afastand o, por vezes, a sintomatologia da causa da lesão. Como o objetivo principal do spiral tape é o tratamento da causa e não somente da queixa, é esperado que as aplicações sigam o curso da reorganização biomecânica e energética, tendo como resultado final a cessação do processo inflamatório, aumento do arco de movimento, normalização da tensão muscular e melhora da qualidade de mobilização da estrutura afetada 2,3 . São considerados elegíveis para tratamen to o s p ac ie n t es p or ta d or es d e d ist ú rb io s osteomusculares como: ten dinites, bursites, lombalgias, cervicalgias, artroses, esporão de calcâneo, entorses, contratura muscular, contusões e outros. Vale lembrar que os client es portadores de energia com fluxo para a direita ficam restritos ao tratamento local, pois, segundo mostram-nos o resultado de algumas pesquisas, esses clientes não se beneficiam do mapeamento. As vantagens da técnica são de diferentes ordens, tais como propõe u m tempo reduzido de tratamento (oito sessões), se comparadas a outras terapêuticas do tipo indolor, não promove restrição da área tratada, é isenta de medicação, o que a torna instrumento valioso para os clientes com restrição do uso de anti-inflamatório, pode ser associada a outras técn icas (conven cionais ou não), permite a higienização normal e rotineira do cliente, além de possuir reduzido custo. Já as contra-indicações observadas referemse aos clientes alérgicos ao u so do esparadrapo, p.184 •
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pois os disponíveis no mercado são hipoalérgicos e podem causar reações quando usados por tempo prolongado. Vale ressaltar que esta técn ica não é aconselhada no tratamento de patologias originad as por desordens m etabólicas e/ou fun cionais, como osteopenia, causada pela insuficiência renal crônica, metástases ósseas, deformidades ligadas a doenças n eurológicas, por ainda n ão apresentar estudos sistematizados que comprovem a sua eficácia. Não obstante, é mister destacar que determinadas patologias de caráter crônico provocam o consumo d e energia an cestral que, entre outras funções, tem por objetivo manter o pleno funcionamento dos órgãos vitais, e, por tratar-se de danos en ergéticos em cam pos mais profun dos, pode limitar a utilização do spiral tape necessitando, p o rt a n t o , d e u m a a v alia ç ão c rit e rio sa e aprofundada sobre o seu uso.
M ET O D O LO GIA
A
pesquisa foi realizada na
Policlínica C omunitária Santa Rosa, inaugurada em 1953 e municipalizada na década de 90 do século próximo passado. Sua área de abrangência compreende cinco bairros, em sua maioria, da zona sul da cidade de Niterói, estimando uma população de aproximadam ent e 116.000 habitant es. Trata-se de uma Un idade de Saú de cuja filosofia tem-se mostrado cada vez mais favorável a projetos de saúde que se adeqüem às necessidades e desejos de seus usuários, buscando sua co-participação n o processo de cura, bem como q ue se coadun em com a proposta interd isciplinar d e cu idar, adot ada pelos profissionais de saúde que lá atuam. O estudo foi do tipo descritivo, com abordagem quantitativa. Para a coleta de dados foram selecionados 111 clientes atendidos n o período compreendido entre dezembro de 1998 a dezembro de 1999 nos Serviços de Acupun tura e Terapia Corporal da mencionada Policlínica e que apresentavam queixas álgicas em razão de distúrbios osteomu sculares. O atend imento a esses clientes era realizado por u ma equipe de saúde con stituída por u ma enfermeira, uma terapeuta ocupacional e uma médica, todas qualificadas para a aplicação da técnica do spiral t ape. A c o n su l t a c o n sist ia n u m a a v a lia ç ã o diagnóstica de cada cliente, seguida de uma avaliação criteriosa acerca das possibilidades de in-
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dicação e tipos de aplicação da técnica, já descritos ant eriormen te. Somen te após concluída essa etapa, o cliente era submetido à primeira sessão da técnica do esparadrapo. A s consultas subseqüent es objetivavam reavaliar a situação do cliente, incluindo o levantamento sobre a resposta dele após o início da aplicação da técnica e a indicação dos rumos do t ratamento. Esclarecemos ainda que foram excluídos da pesquisa os dados de 16.22% dos clientes que realizaram tão somente a avaliação diagnóstica e/ou apenas uma sessão de tratamento. Vale ressaltar que, em conformidade com a Resolução 196/96, do Ministério da Saúde, os client es que participaram da pesquisa foram de vidamen te esclarecidos sobre os objetivos da mesma e, após este procedimento, aceitaram participar do estudo e autorizaram a divulgação de seus resultados.
R ESUL TA D O S ESULT
D O ESTUDO
P or tratar-se de um
sint oma subjetivo e muito comum nesta clientela, em cada consulta era relatado pelos client es um percentu al de melhora obt ido, oscilando de 0% a 100%. A lém destes relatos, outros sinais eram relevantes, como diminuição do edema e melhora da ADM (amplitude de movimento). Dos client es que efetivamente participaram do tratamento, observamos uma população eminentemente feminina, alcançando um total comparativo de 88.17%. Possivelmente, esse dado guarda relação com o horário de funcionamento da un idade (8 às 17h) ou ainda, com a freqüência exigida para a realização do tratamento. Quanto à faixa etária da população estudada, mostrou-se uma clientela predominantemente idosa, entre 61 e 80 anos (39.59%) que, em geral, apresentavam patologias de evolução crônica, muitas vezes com degenerações e/ou d eformidad es (artro se, osteófito, osteoporo se....) em mais de um segmento do corpo. Isto pode ser explicado pelas alterações hormonais e ainda pela sobrecarga de trabalho, alimentação inadequada e vida sedentária. Chamamos a atenção para o fato de que a população compreendida entre 41-60anos (36.56%) iniciara precocemen te seu processo de envelhecimento, sendo uma clientela que já apresentava um grau de cronicidade em suas queixas comprovadas, muitas vezes, em exames
complementares. O utra informação que compreendemos ser preocupante foi a precocidade ainda maior do adoecimento pelos distúrbios osteomusculares já relatados em população jovem e considerada no auge de sua produt ividade, um a vez que 20.43% eram client es tratados entre 21 a 40 anos. Associamos este número considerável a diversos fatores, tais como, vícios postu rais (ocasion ados por assentos inadequados, mochilas pesadas, calçad o s i m p r ó p r io s e t c ) , e s p o r t e s t r a u m á t i c o s , estresse... 5 Para facilitar a compreensão das pat ologias abordadas neste trabalho e tratadas com a técnica do esparadrapo n as consultas realizadas pelos profissionais de saúde com clientes que participaram d a pesquisa, optam os por agrupá-las conforme segmento corporal acometido. Contudo, ressaltamos que todas as patologias contidas neste estudo apresentavam diagnóstico referente a alterações osteomusculares. Outrossim, esclarecemos que, embora as queixas secundárias fossem de relevância no processo de an amnese e tratam ent o, consideramos nesta pesquisa somente dados relativos à queixa principal. Desta feita, conforme os dados apontaram, as algias da coluna vertebral ocuparam um grand e espaço do total avaliado (38.71%), sendo importante assinalar que esta problemática vem acometendo a população ainda em fase produtiva e tem sido um dos maiores motivos de afastamento ou benefício para t ratamento no INSS 6. Em relação ao número elevado de acomet imen tos em região do ombro (21.50%), faz-se ne cessário refletir sobre a relação corpo físico x corpo emocional que esta questão pode suscitar. Nos métodos de terapia corporal, o ombro é considerado região de relação, em que se articula o tronco ao braço (o ser e o fazer). Esta articulação tem como função básica filtrar e canalizar os impulsos do tronco, qu e, segund o a terapia energética, está relacionado às emoções, tran sformando em atitudes de conquista. Nessa linha de pensamento, o incômodo nesta articulação resultam da autocontenção, do não fazer aquilo que se sabe que deve ser feito 7. Destacamos ainda o percentual de 19.35% destinado, em sua maioria, a patologias de caráter crônico e degenerativo, instaladas na região de joelho. Vale dizer que, embora os dados apresentados refiram-se ao joelho e coxo-femural, este ú ltimo foi pouco expressivo. É interessant e R En f e rm U ER J 2 0 0 3 ; 1 1 :1 8 2 - 7 .
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pen sar que, segun do a terapia energét ica, o joelho guarda relação com as conq uistas pessoais e autovalorização e que, de forma geral, pode estar sugerind o a susten taçã o e liberdad e de ação 7. O utro dado importante e ao mesmo tempo intrigan te foram os resultado s obtidos no trata men to das pato logias relacion adas ao t orn ozelo, articulação tíbia e fíbula com o talus e o pé, que com preen de o ápice do ta lus até as falan ges, cujas pat ologias associadas são: tendinite do tendão de aquiles, fascite plantar e tendinite, envolvendo extensores e flexores dos dedos. Curiosamen te, estes locais que representaram 13.98% das queixas principais dos clientes foram os que apresent aram o men or índ ice de resposta à t écnica, exceto para os casos de ent orse que responderam com melhora de 100% do qua dro inicial apresent ado. Q uan to ao tempo de tratament o, a média foi de oito sessões. É fun dame nt al ressaltar qu e, como este total refere-se ao tratamen to de patologias tan to agudas quanto crôn icas, pode parecer um n úme ro baixo para o s casos de pa tologias de lon ga evolução e alto para as dema is. Na verd ade, se consideradas isoladamente, as crônicas receberiam um tot al de 12 sessões e as aguda s de quat ro. O s casos considerados aband ono, ou seja, que nã o receberam dispensa e orienta ção de alta, ficaram na ordem de 18.02%, contud o, vale destacar que, desta clientela, em especial, 65% obtiveram melhora de 50% a 80% referente às suas queixas até o momen to em que deixaram de receber o tratamento. Em relação ao percent ual de melhora da população tra tad a, 56.16% obtiveram respostas igual ou acima de 90%; 24.66% apresent aram melhora en tre 50% a 90%; e 19.18% não apresent aram respostas significat ivas.
C ONSIDERAÇÕES
FINAIS
O s resultados apresentados neste estudo
apontam para as possíveis indicações da aplicabilidade da t écnica do esparadrap o como uma abordagem terapêut ica relevante no tratamen to de patologias osteomusculares tanto agudas quanto crôn icas, que podem levar, muita s vezes, a limitações importan tes para a s atividad es diárias, em especial as laborativas dos clientes acometidos. Tal fato n os fez refletir sobre a com plexa realidade do
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adoecimento precoce por doenças osteomusculares capazes de causar deformidades físicas, como artrose, osteoporose, ent re out ras. É preciso inve stirmos nas possibilidad es de reversão d essa realidade qu e tem causas não soment e físicas, mas também socioeconô micas e que geram efeitos em ambos os cam pos. O s dados alcançados n a pesquisa constat aram o sucesso do tratamen to através da técn ica do esparadrapo na s patologias osteomusculares em várias regiões do corpo , cont udo, lembramos a nec essidade de estud os relacionados aos efeitos da t écnica na s regiões do cotovelo e do pé que , nesta pesquisa, apon tou resultado pou co expressivo. Registram os tam bém a import ân cia desta pesquisa na divulgação da técnica junto à comunidade científica e usuários da mesma. Estamos con ven cidas da necessidade imperiosa de novo s estudos que promovam a validação e aprofund amento teórico desta abordagem terapêut ica porque acreditamos ser uma importante via para sua comprovação cien tífica. Pensamo s ser um desafio, e também um d ever do profissional de saúde, estar apont an do para n o- va s proposta s de cuidad o que possam sugerir outras formas de valorização do h omem c omo sujeitos de possibilidades ilimitad as e c apazes de re spostas, por vezes, ainda descon hecidas por nós, profissionais da cura , ou, como preferimos deno mina r, facilitadores do processo da mesma.
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E L U SO DE LA T ÉCNIC A ÉCNICA M USCULARES
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E SP ARADRAPO (S PIRAL T A PE ) SPARADRAPO
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Resum en: en: El estudio se refiere a una terap ia energétic a para tratam ien to de d isturbi os óseos y m uscu lares utilizando la técnica del Spiral Tape conocida tam bién com o la técnica del esparadrapo. Se trata de la utiliz ación exclu siva del esparadrapo sobre la piel. Los objetivos fueron: describir las posibil idad es y los resultado s ob tenido s con la aplicac ión de la técnica del esparadrapo en diferentes segm entos del cuerpo de clien tes con disturbios óseos y m usculares. Se realizó u n estud io d escriptiv o co n abo rdaje cu antitativo m ediante la evalu ación de 111 fichas de registro de cli entes atendid os en una Polic línica Co m un itaria de N i t e ró i - E st a d o d e R i o d e Ja n e i r o - B r a si l , e n 1 9 9 8 / 1 9 9 9 . L o s r e s u l t ad o s o b t e n i d o s m o s tr a r o n q u e 5 6 . 1 6 % o b t u v i e r o n m e j o r a i g u a l o s u p e r i o r a 9 0 % ; 2 4 . 6 6 % e n t r e 5 0 y 9 0 % ; y 1 9 . 1 8 % n o m o s tr a r o n respuestas significativas. P a l ab r a s C l a v e : C u i d a d o ; t e r ap i a n a t u r a l ; d i s tu r b i o ó s eo y m u s c u l a r.
Recebido em : 13 .05.20 02 Aprov ado em : 25.07.2003
N o ta s: * Enfermeira acupunt urista. Especialista em saúde do trabalhador da Policlínica Comun itária Santa Rosa/Niterói. **Doutora em Enfermagem. Profª. Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da EEAN/UFRJ. Membro da Diretoria Colegiada do Núcleo de Pesquisa de Fundamentos do Cuidado de Enfermagem (Nuclearte). Coordenadora de Pesquisa da EEAN/UFRJ. *** Terapeuta O cupacional. Especialista em cadeias musculoarticulares da Policlínica Com unitária San ta Rosa/Niterói. ****Médica do Trabalho da Policlínica Comunitária Santa Rosa/Niterói. E-mail: titonelli@ terra.com.br
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