A LINGUAGEM VELADA DA ALQUIMIA Escrito por JOSÉ LAÉRCIO Sáb, 11 de Julho de 2009 10:26 A LINGUAGEM VELADA DA ALQUIMIA “É UMA VERDADE ABSOLUTA QUE A VERDADE É RELATIVA”. ANDRÉ MAUROIS.
Sem dúvida alguma a ciência mística mais envolta em mistério é a Alquimia especialmente relacionados com sua maneira velada de ser. O primeiro véu de ocultamento está relacionado com à sua verdadeira natureza, desde que a Alquimia se faz passar especialmente como sendo um método capaz de levar a pessoa a riquezas inconcebíveis pela transformação do metal vil em ouro puro. Se bem que isso seja verdade realmente não é o que caracteriza a verdadeira meta alquímica, desde que ao atingir tal objetivo a riqueza material não mais tem aquele suposto valor inicial. Acontece que ao atingir a meta visada o alquimista vivenciou uma transformação pessoal de tal magnitude que as riquezas do mundo perderam aquele valor que o incitou à busca, pois o interesse pelo ouro atenua-se de forma quase absoluta em função direta com o desenvolvimento e a clareza espiritual; a ganância pelo ouro e pelas riquezas mundanas tornam-se dispensáveis, pois o alquimista vê o mundo com outros olhos e sente que Arte Sagrada transcende a verdadeira natureza pecuniária das coisas, se bem que de início haja sido o ponto de atrativo para ele. O segundo véu de ocultamento diz respeito aos métodos que conduzem à consecução da Obra Alquímica. Se bem que o “modus faciendi” não seja de nenhuma forma complexo, pois nem ao menos chega a envolver qualquer tipo de tecnologia, mesmo assim não existe uma obra alquímica sequer que haja sido escrita em linguagem clara, tudo é explícito sob uma rígida forma de linguagem velada. Por certo a etapa mais difícil no caminho da Grande Obra é a decifração da linguagem alquímica. Trata-se de algo tão perfeito que jamais um profano chegou a decifrá-la. Dizem alguns alquimistas que somente pelo próprio desenvolvimento espiritual do buscador é que a linguagem vem se auto-revelando, vem se tornando clara passo a passo. Normalmente as formas de crepitação de linguagem são decifráveis por técnicos, mas isto nunca aconteceu com a linguagem alquímica; somente quando o alquimista atinge um patamar do processo é que pode entender a linguagem que explica como chegar ao seguinte.
A linguagem velada da Alquimia fala dos caminhos para se chegar à realização da Grande Obra. As vias são formas figuradas de que só os discípulos abnegados podem
por elas penetrar. Basicamente na pratica devem ser considerados três vias: a via curta, a via longa, e a via mãe. Normalmente os filósofos alquímicos, em seus escritos, falam de pelo menos duas destas vias indistintamente, sem distinguir as operações correspondentes à uma e à outra, com exceção, talvez, de Basile Valentin ( As Doze Chaves) e Simão H., que descreveram preferencialmente apenas uma dessas vias. Todos os escritos falam pelo menos de duas vias: A Via Seca e a Via Úmida. Na realidade existem outras mais conforme a mencionamos: É comum ser mencionado uma das seguintes vias: Via Úmida, Via longa, Via Curta; Via do Pobre; Via do Rico, Via Metalística, Via do Chumbo, Via do Vitríolo, Via do Soprador, Via do Antimônio, Via do Ouro e Via Mãe.
Essas vias são os métodos utilizados no processo alquímico, como que as fórmulas utilizáveis no processo. Para se ter uma de como são redigidos os textos alquímicos vamos descrever um pequeno trecho visando mostrar para aqueles que ainda não tiveram contacto com a Alquimia, o tipo de linguagem usado, como forma de proteger o processo contra a sanha dos simples curiosos e simplesmente ávidos de riquezas.
Vejamos como Johann Valentin Adreae, em seu livro “As Bodas Químicas de Christian Rosenkreutz” descreve o processo alquímico: Segundo dia: … o Noivo te oferece a escolha de quatro caminhos pelos quais podes chegar ao Palácio do Rei, a condição de não desviares de tua rota. O primeiro é o curto porém perigoso…; o outro, mais longo, os rodeia, é plano e fácil se com a ajuda do imã não te desviares nem para a direita e nem para a esquerda. O terceiro é na verdade a via real… mas apenas um em cada mil chegam à sua meta por aqui. Ninguém pode chegar ao Palácio do Rei pelo quarto caminho, que é totalmente impraticável, já que consome o caminhante e só convém aos corpos incorruptíveis.
Vacilava ainda sobre o partido a dotar, quando meu corpo, esgotado pela fadiga reclamou seu alimento. Colhi e pão e o cortei. Naquele instante, uma pomba branca como a neve… se aproximou docemente, e eu lhe ofereci compartilhar com ela minha comida. … Porém um corvo negro, seu grande inimigo, nos divisou, se abateu sobre a pomba… ambos voaram para o meio dia. Senti-me tão irritado e aflito que persegui o insolente corvo e assim recorri, sem cuidado algum, quase toda a extensão de um campo nessa direção, até ao corvo e libertei a pomba.Só naquele instante me dei conta de que havia agido sem reflexão, havia penetrado em dois dos caminhos… Trata-se, evidentemente, de uma linguagem muito difícil, a sua decifração é muito lenta, segue-se passo a passo, por tentativas sucessivas. Isto requer enorme tempo, paciência, abnegação. O buscador deve perceber todas as nuanças e estar preparado para enfrentar todas as dificuldades, agir com prudência, para não vir a cometer erros, ter uma enorme paciência afim de não agir mal o que estragaria todo o trabalho empreendido; e além disso ter também bastante persistência, do contrário desistirá já nos primeiros passos. Deve ter a fé de que o processo é exeqüível, ter a esperança de que pelo merecimento, abnegação e esforço, chegará a atingir a meta alquímica, portanto ter confiança no
trabalho, no egrégora alquímico, e em si mesmo, sem o que fracassará. Deve ter o necessário discernimento para saber destinguir os passos corretos, entender, separar e usar devidamente o corvo negro e a pomba branca, além de outros elementos figurativos; ter temperança, firmeza em cada ato, e finalmente se não tiver a certeza de que conseguirá atingir a meta por certo desfalecerá, para isto é preciso ter domínio sobre suas emoções, controle sobre si mesmo. Isto tudo é ter a sabedoria a fim de chegar à verdade, ter atingido o amor pois só assim, mesmo diante da riqueza e do poder, agirá com justiça, com bondade; em outras palavras, só então ele atingirá a perfeição sem que seja atingido e conseqüentemente terá diante de si a Grande Obra plenamente realizada. Agir de outro modo é como que construir um Golem ou na literatura construir um Frankstein. Este texto, parcialmente reproduzido de uma obra do alquimista Johann Andreae Valentin, cita: Ninguém pode chegar ao Palácio do Rei pelo quarto caminho, que é totalmente impraticável, já que consome o caminhante e só convém aos corpos incorruptíveis. Isso indica que se trata de uma via reservado apenas àqueles que já não dispõem de corpo físico. Na consecução da Grande Obra o alquimista tem que dispor de um elevado manancial disponível de energia sutil necessário ao processo alquímico. A Quarta Via requer tanto desta energia que normalmente depaupera as reservas normais de uma pessoa, por isto é que somente em corpo sutil - condição em o nível de energia sutil é sensivelmente maior - a busca pode ser tentada através desta via. As vias citadas não dizem somente à Alquimia Operativa, não são caminhos apenas da riqueza material e da perfeição. Os ensinamentos das Confrarias Alquímicas mostram que a perfeição via Grande Obra não apenas é factível, mas até mesmo de fácil consecução, mas também mostram que a perfeição, a purificação, podem dispensar o possuir a Pedra Filosofal. A transformação alquimia pode ocorrer não apenas quanto aos valores pessoais, mas chegar até mesmo, como já dissemos antes, ao nível de uma transformação física. Existe uma antiqüíssima crença de que certas pessoas adquirem o poder mágico e a habilidade não apenas de mudarem de aspecto físico, mas até mesmo de transformarem-se em outros ser não de formas não humanas como, animais, pássaros e insetos. O Druidismo falava que as pessoas podem se transformar, mas no sentido de que o espírito muda de forma e que a reencarnação era um desses processos, evidentemente. Na prática do chamanismo contém metamorfoses. Dizem que os xamãs vivem uma dupla realidade compartilhando de dois mundos; o mundo desperto e o mundo dos sonhos ou da inconsciência. Para penetrar neste derradeiro, a pessoa entra em transe. Pensava-se que os Celtas, e especialmente os Druídas praticavam algo de Xamanismo através de alguma forma de magia sexual. Entre as transformações filológicas mais mencionadas através do tempo podemos citar a licantropia, que seria a transformação dos seres humanos em lobos. Esta crença existe desde as mais antigas civilizações, isto já era mencionado por Platão na Antiga Grécia. A Alquimia Contemplativa basicamente baseia-se nestes meios, ou seja, nas vias alquímicas que conduzem à purificação podem . Os ensinamentos das fraternidades
alquímicas autênticas ensinam passo a passo, grau após grau, o como entender e dominar os mecanismo de transformação interior. Na realidade o buscador da Alquimia Contemplativa, mesmo quando chega a ter conhecimentos das vias da Pedra Filosofal, mesmo assim ele nem ao menos a busca mais pois logo compreende que se trata de algo muito material, até mesmo capaz de destruir aquele que a possui em conseqüência da aquisição do poder material, da fortuna ilimitada; desde que percebe que existe algo bem mais valioso que o ouro, que é a purificação espiritual, a libertação do jugo da matéria, e que conduz a pessoa à uma condição de LUZ, PAZ e AMOR.
Na realidade o número e os respectivos nomes podem ir muito além desses, para alguns as vias são incomensuráveis, podendo a chegar a ser própria de cada um. Em outras palestras vamos estudar esse assunto, mas no momento vale a citação de que algo existe realmente quanto às possibildades de uma transformação de estrutura biológica. A ALQUIMIA CONTEMPLATIVA “ É SEMPRE LEVE A CARGA QUE LEVAMOS COM PRAZER”. OVÍDIO
Mediante as considerações que fizemos na palestra anterior, poderemos agora entender um pouco melhor o que ocorre na Transmutação Alquímica do Ser, ou, como também pode ser chamada, Alquimia Mental. Quando palestramos sobre o Zen dissemos que esse sistema preconiza um trabalho prático capaz de purificar ou mesmo transformar a pessoa espiritualmente. Trata-se de conseguir a perfeição em alguma coisa, por mais singela que seja a coisa. Quando a pessoa chegar à perfeição naquilo, por certo está puro em todos os sentidos. Tomemos como exemplo a prática de um esporte qualquer. Para o jogador se tornar perfeito no exercício de um determinado esporte, por certo ele terá que dominar com maestria todas as técnicas inerentes, terá que perceber plenamente muitos aspectos do exercício; estar pronto para a peleja ( saber ), conhecer, ser prudente em seus movimentos; ter pleno domínio de si sentindo não apenas os seus movimentos, como também os do concorrente. Estar consciente da sua própria capacidade, mas sem menosprezar a do concorrente. Não poderá se deixar dominar por medo, rancor, de raiva, agressividades, e quaisquer sentimentos negativos, nem também situar-se no polo oposto, portanto deve manter um perfeito equilíbrio em todos os seus atos, pois qualquer que seja o deslize terá a devida concentração perturbada. A pessoa terá que atrair para si uma aura de tranqüilidade, de simpatia, etc. Terá de estar em paz consigo mesmo e com o mundo, e para isto deve ser um perfeito cidadão, respeitador de todas as leis civis e naturais; ser altamente disciplinado, organizado, metódico, etc. Estas são apenas algumas referencias para se ter uma idéia do que é preciso para se ser uma pessoa ser perfeita num esporte. Assim vemos o quanto é necessário para a pessoa
chegar à perfeição apenas em um esporte qualquer. Ela antes que consiga a perfeição no esporte terá que ser perfeito em todas as outras coisas; portanto, para chegar à perfeição ela terá que se revestir de todas as qualidades positivas de um ser. A meta da Alquimia Contemplativa é a mesma, apenas que no Zen a pessoa pode escolher entre um elevadíssimo número de coisas para numa delas chegar à perfeição, enquanto que na Alquimia a escolha do objetivo é predeterminada, é a consecução da Grande Obra, ou seja, a transmutação do metal vil em metal nobre. Na alquimia o alvo escolhido é a próprio processo alquímico. Na busca de conseguir o ouro a pessoa demora anos seguidos, sozinho em seu laboratório, pelejando com paciência extrema, exercitando a perseverança no mais alto grau, percebendo os mínimos detalhes do processo, sempre procurando conhecer mais sobre a natureza da matéria para estar ponto a atender a qualquer momento que se fizer preciso todas as necessidade que estejam sujeitas a ocorrer. O trabalho paciente e abnegado em busca de um objetivo leva o alquimista a entender que ele não pode agir somente a nível matéria, que ele tem que corrigir também a sua própria maneira de ser e de agir. Isto o leva à natureza elevada da vida, trazendo o verdadeiro sentido da existência. Neste ponto o alquimista está a um passo do sentir que o seu local de trabalho é mais que um simples laboratório onde lida com substancias materiais, mas especialmente um local de transformações espirituais, portanto sente que o laboratório é também um instrumento sagrado, local que, antes do mais é também um santuário no seu mais puro sentido. Por esta razão os verdadeiros laboratórios alquímicos eram autênticos santuários onde em muitas gravuras vêem-se o alquimista ajoelhado orando. Para chegar à Grande Obra o alquimista tem que se aperfeiçoar em inúmeras coisas, não basta o trabalho operativo é preciso ser perfeito no como age no laboratório, e para isto ele ao mesmo tempo tem que ser perfeito também em todos os seus atos e sentimentos. Por certo uma mente rancorosa, magoada, viciada, e eivada de com coisas assim, não tem um nível vibratório suficiente para efetivar o processo alquímico. A transformação tem que ser plena, e haver pleno domínio sobre suas próprias emoções usando-as no sentido mais puro possível. Somente quando o alquimista atinge um estado de pureza é que consegue simultaneamente a transmutação. Trata-se, portanto de uma dupla transmutação, a da matéria vil em ouro alquímico e da natureza espiritual, a transformação da pedra bruta tem pedra polida, no dizer do Mestre Salomão. Dissemos antes que um espírito puro pode viver na terra, mas neste caso ele pode ou não ter corpo biológico. Muitas vezes basta-lhe um corpo aparente. Alguns espíritos puros tiveram corpo físico por uma necessidade inerente à sua missão, mas muitos deles não o tiveram. Na literatura mística há várias citações a respeito. Houve casos de Grandes Iniciados, de Mestres, que em dado momento, quando concluíram suas missões, eles simplesmente desapareceram sem que hajam fisicamente morrido. Outras vezes, alguns foram sepultados, mas seus despojos não foram sequer encontrados na sepultura. Quando um espírito fica puro durante uma encarnação nem sempre o seu corpo permanece em matéria densa, ele é transmutado, dependendo isto
não do seu grau de pureza e sim do grau de cientificação. No caso do adepto Zen, e de pessoas ligadas a algumas outras doutrinas especiais, normalmente ocorre a purificação sem, contudo ocorrer uma substituição do corpo físico por um corpo fluídico. São espíritos que estão puros, mas ainda não cientificados o bastante para perceberem que o corpo pode ser manipulado pela vontade pessoal e assim sendo eles libertarem-se dos limites da matéria densa. Estamos agora diante do por que da Alquimia Contemplativa que é a purificação espiritual. Neste sentido ela oferece vantagens sobre outros sistemas, desde que o alquimista facilmente percebe que a transmutação dos corpos densos é possível e que até mesmo o seu corpo físico não é exceção. Entende as imensas vantagens inerentes ao não ter um corpo biológico e sabe como fazê-lo, pois no seu desenvolvimento na Alquimia ele acaba por conseguir um meio de efetivar essa grande transmutação. Isso que estamos dizendo parece uma aberração, mas não é, podemos até dizer não ser um acontecimento muito raro. A própria literatura cristã cita casos de pessoas que foram “arrebatadas”, levadas ao céu em corpo físico. Os profetas Elias, Isaías e também Enoch podem ser mencionados. Na realidade sabemos que no “céu” não é lugar onde possa existir matéria densa, por isto certamente eles já dispunham de um corpo aparente, constituído de matéria sutil. Também se cita na literatura religioso que alguns “santos” foram sepultados, mas cujos corpos não se decompuseram. Alguns desses corpos existem expostos em igrejas onde continuam ainda intactos. Nos casos antes mencionados a purificação não chegou a determinar a substituição do corpo denso por um corpo sutil, mas mesmo assim foi suficiente para determinar uma modificação profunda em nível da matéria orgânica tornando-a livre de ser atingida pelo processo de decomposição biológica. O não ter um corpo físico muitas vezes acontece espontaneamente quando o espírito estando puro não necessita de resgatar coisas que dependam da existência de um corpo biológicamente constituído. Se ele precisar sofrer fisicamente, por certo, mesmo havendo se tornado puro ainda assim ele continua a ter que suportar o corpo físico. Por outro lado, quando o resgate disser respeito apenas ao nível emocional, isto é dívidas que não necessitem para serem resgatadas de reparações em nível de matéria densa, neste caso, então, ele pode ter o corpo transubstanciado. Pela razão exposta existiram Adeptos que não tiveram os seus corpos transmutados, mas também aqueles que o tiveram. Diversos alquimistas citados em várias obras, mesmo sendo idosos tomaram a aparência da juventude, apresentaram-se com saúde perfeita. Em tais casos não ocorreu exatamente um rejuvenescimento, mas sim uma transmutação biológica, eles tiveram os corpos transmutados de matéria comum para um estado de material sutil. Os autênticos alquimistas que chegaram à Grande Obra e que não conseguiram isto - o Elixir da Longa Vida – por certo era porque eles ainda tinham necessidade do corpo físico para resgate de débitos cármicos, mesmo havendo se tornado puros. Emocionalmente atingiram a pureza, mas contas para serem saldadas a nível físico.
A ALQUIMIA BIOLÓGICA
“SOB A LEI DO PROGRESSO NÃO HÁ NASCIMENTO E NÃO HÁ MORTE; O QUE HÁ É TRANSFORMAÇÃO”. LEIBNIZ
1997-3350 T E M A 0. 6 4 1
Em palestra bem anterior falamos que a transmutação alquímica não diz respeito somente à matéria “inanimada”, mas também à matéria orgânica. Mencionamos várias experiências que provam isto, especialmente levadas a efeito pelo pesquisador Kevren. Vamos lembrar uma experiência que mostra que a transmutação a nível biológico é um processo natural. Alguns animais que trocam de carapaça, de pele, o faz bruscamente. ( Vide temas mencionados na palestra anterior). Certos crustáceos trocam de concha (carapaça de cálcio) de um momento para outro sem que tenha acumulado aquele volume de cálcio no organismo. Então, a pergunta que se impõe: De onde veio aquele cálcio? Experiências feitas com galinhas privadas de cálcio na alimentação, ou seja, em que foi substituído o cálcio da alimentação pelo potássio. Verificou-se que elas continuam naturalmente a produzir ovos com casca de Cálcio, indicando que o potássio ingerido transmuta-se em cálcio por um processo frio. O que preceitua a Alquimia é que isto é plenamente possível, mas que tem uma bem maior extensão, pois pode efetivar a transmutação não só em nível de substâncias químicas densas, mas também em outros níveis. Tudo existe em sete níveis, portanto qualquer substância tem seus correspondentes nos demais planos (Lei da Correspondência de Hermes ). Assim sendo a matéria densa comum pode ser, através de um processo alquímico, transformada em um corpo que podemos chamar de energético. Muitos alquimistas chegaram a este nível e muitos iniciados, mestres, e avatares já “nasceram” sem corpo físico. Diz-se isto de Zaratrusta, de Apolônio de Tiana, de Jesus , e de outros. Sem um corpo físico comum é possível a permanência no seio da população por um tempo inconcebivelmente prolongado. Isto faz crer que aquela pessoa alcançou a imortalidade, mas na realidade não se trata de imortalidade física e sim da disponibilidade de um corpo energético, incorruptível no nível da material comum. A história da Alquimia está repleta de citações de casos assim. Citam-se vários alquimistas que “beberam” o Elixir da Longa Vida e remoçaram, nasceram novos dentes, desapareceram os cabelos grisalhos, as rugas da pele, etc. Na realidade em tais casos não houve substituição dos dentes materiais comuns por outros, simplesmente o que se originou foi um corpo aparente constituído de matéria sutil.
Esse processo de transmutação deve-se a uma modificação da vibração do indivíduo, um processo inerente à purificação. Via de regra a imortalidade é apanágio de todos os seres, mas isto só vem a acontecer após uma sucessão de encarnações, através de um aperfeiçoamento, de um desenvolvimento, que é levado a efeito encarnação após encarnação até não mais ter a necessidade de encarnar, tornando-se assim um imortal. Portanto, o sentido de imortalidade diz respeito apenas ao corpo físico, que é o que morre de uma encarnação para outra, mas não no sentido espiritual desde que o espírito por natureza já é imortal. Tornar-se imortal, portanto, é não mais ter que revestir-se de uma estrutura física perecível. Falamos da via mais comum da imortalidade que é a transmigração do espírito através de vidas biológicas sucessivas, mas existe outra forma, aquela proposta pela Alquimia. Trata-se de uma via capaz de fazer isto tudo muito rapidamente, que pode ocorrer numa determinada encarnação, sem ter que permanecer muitos anos na terra. A transmutação alquímica não infringe a lei do carma, a lei do merecimento, pois um espírito que a consegue por certo já está bem próximo da purificação, já vivenciou périplos e mais périplos de encarnações purificadoras. Somente quando ele está quase puro é que tem condições de conscientizar-se do processo alquímico evitando assim mais algumas encarnações complementares. A purificação das encarnações restantes é cumprida numa só pela maneira pura de viver, própria de um verdadeiro Adepto Alquímico. Na história do pobre Ko, citada na palestra anterior, nós vemos que as pessoas acreditavam que ele havia fracassado, pois somente conseguira a condição de “Imortal cujo corpo desaparece” em vez da obtenção da Pedra Filosofal, que lhe daria o poder de transformar os metais vis em ouro puro. Na realidade ele conseguiu a obra maior, a transmutação, a sua purificação ainda em corpo físico. A obtenção da Pedra Filosofal não implica obrigatoriamente na consecução da Imortalidade, mas, via de regra, podem ocorrer simultaneamente, pois para a obtenção da pedra o alquimista passava sempre por uma imensa transformação interior, estando, portanto, a um passo da purificação. Todos os alquimistas que conseguiram chegar à Grande Obra tornaram-se pessoas diferentes, desapegadas, beneméritas, altruístas, afastadas das fantasias do mundo. Quando chegaram ao nível de fabricar ouro já as riquezas do mundo não mais lhes interessavam. No processo alquímico espiritual o alquimista em seu trabalho, na medida em que o processo avança, tem o próprio organismo submetido a uma transmutação, ocorrendolhe uma substituição orgânica que, por certo, é acelerada quando ele obtém e faz uso de uma substância especial denominada de Elixir da Longa Vida, ou Água da Vida. Para se apresentar no plano terreno não é necessariamente obrigatória a presença de um corpo físico. Isto pode ser visto até mesmo me sessões mediúnicas quando se formam corpos de ectoplasma. Sem um exame detalhado não é p, à simples vista. Até agora falamos de três meios de prolongamento da vida orgânica, mas queremos dizer que existe mais uma forma, aquela que envolve a energia sutil. A vida orgânica é tanto mais longa quanto maior for a reserva de energia sutil ( Vide temas relacionados com a energia sutil). Por esse meio é possível se aumentar a reserva dessa energia e assim efetivar o prolongamento da vida no organismo. Neste sistema baseiam-se algumas doutrinas, especialmente o lado negativo do Tantrismo. Embora o processo em si não possa ser sempre taxado degenerativo, mesmo assim, pergunta-se, do porque de se prolongar a vida por um tempo muito longo desde que a verdadeira imortalidade não é a nível físico e sim em nível de pureza espiritual. É possível que em determinadas situações seja necessário um prolongamento da vida física, mas isto constitui uma mino um mínimo.
Por outro lado é fácil se entender que aquele que trilha o caminho da negatividade tenha desejo de permanecer no plano físico e sendo assim procure encontrar meios de prolongar ao máximo a vida na matéria. Também porque teme o que o espera do outro lado não lhe será muito agradável. Assim sendo, o prolongamento da vida através da energia sutil, na maioria das vezes recai completamente no domínio da magia negra, que usa meios de se apropriar, através de uma espécie de vampirismo, da apropriação indébita da força vital de outras pessoas, do mesmo modo que lembra as plantas parasitas que vivem a expensas do vegetal que estão parasitando. Existem vários métodos mediante os quais esse processo é efetivado, mas, na maioria das vezes, ele prende-se à energia sexual. No mundo existem muitos bruxos negros que têm conseguido viver centenas de ano por meio do vampirismo energético. Comumente eles captam a energia por via sexual que consiste em absorver a energia do parceiro no momento do orgasmo. Naturalmente este processo não tem nada a ver com o método alquímico. Enquanto o processo verdadeiro da Alquimia torna a pessoa pura, sem carma, aquele processo dos magos negros a torna cada vez mais impura, determinando aumento do débito cármico, evidentemente; enquanto isto o processo alquímico liberta a pessoa do carma. ___________________________________________________ 1 Na realidade esse foi uma das razoes da separação dos cristãos Coptas do seio do Cristianismo Ortodoxo 2 Esta forma difere das duas outras formas de imortalidade mencionadas na palestra 639, apenas que, no Imortal Celeste, até as próprias vestes desaparecem por até mesmos elas serem aparentes. Foi o que aconteceu com Apolônio de Tiana, ao ser colocado numa arena para ser devorado por cães bravios, ele simplesmente desapareceu diante das vistas de milhares de espectadores, não deixando vestígio algum. A IMORTALIDADE ALQUÍMICA “ NÃO MORRE AQUELE QUE MORRE PARA VIVER DE NOVO”. SÃO JERÔNIMO
Na palestra anterior vimos alguns aspectos da Alquimia na China e a história um alquimista conhecido vulgarmente pelo nome de “o pobre Ko”. Vimos como ele encontrou-se com a imortalidade. Dissemos que Ko acreditava que a imortalidade dizia respeito ao corpo físico no que ele estava enganado, evidentemente. Ko pretendia conseguir o cinábrio a fim de chegar à Pedra Filosofal, ou o também chamado “Pó de Projeção” e para isto necessitava daquela substância. Este “pó” trata-se de uma substância obtida por processos alquímicos e capaz de provocar a transformação de metais vis em ouro puro. Quando Ko viu-se impedido de chegar até a província onde encontraria o necessário cinábrio ele retirou-se para uma montanha e, desde que lhe era impossível obter a Pedra Filosofal sem o cinábrio, ele teve que se contentar com a tentativa de conseguir Elixir da Longa Vida, uma substancia capaz de prolongar a vida por tempo indeterminado.
Na realidade aquele alquimista, tanto quanto muitos outros que viveram depois dele, querem na China, quer em muitos outros países, não sabia que o mais importante do que a Pedra Filosofal é o Elixir da Imortalidade. A pedra, evidentemente, dá a fortuna, riquezas incalculáveis, mas também muito facilmente leva à condenação pelos poder material conquistado. Sabemos que uma das coisas mais difíceis que existe na caminhada de uma pessoa é o saber administrar poderes. A Alquimia Operativa visa basicamente à consecução da Pedra Filosofal, enquanto que a Alquimia Contemplativa (espiritual) visa o Elixir da Longa Vida. Na China o século XIII ficaram as marcas do apogeu das escolas Zen, foi então quando a Alquimia Contemplativa alcançou seu esplendor. A filosofia taoísta esteve presente em todo o movimento da Alquimia chinesa, e os grandes mestres chineses praticavamna tão somente a nível espiritual e não a nível operativo. O Tao Te Ching é um dos livros mais profundos que já foi escrito, se bem que o seu estilo possa resultar um tanto enigmático, por ser se apresentar numa linguagem um tanto velada para que os que o lêem fora de contexto do Taoísmo. Podemos dizer se tratar de um livro que expressa ensinamentos que durante milênios foram censurados por uns e velados por outros, sendo assim é necessário para entendê-lo a pessoa acercarse de uma especial disposição de espírito, de total abertura mental e de isenção de toda carga de pré-julgamentos intelectuais. Lao Tsé não chegou a praticar a Alquimia pelo que se sabe seus ensinamentos, contudo, veiculam conceitos metafísicos a suportes materiais, com o propósito de prolongar a vida, um dos objetivos que no plano físico detinham certos alquimistas. O Taoísmo de Lao-Tsé, por ser um tanto difícil de ser apreendido e praticado pelas pessoas comuns, se deteriorou com o passar dos séculos, incorporando-lhe então uma série de elementos mágicos, e mesmo supersticiosos, que desvirtuaram sua essência. Assim foi que surgiu uma série de feitiços ligados ao Taoísmo em geral e à Alquimia em particular. Então houve a ocorrência de falsos alquimistas que procuravam incorporar na Arte Sagrada ensinamentos negativos de antigos pseudo-sábios. Assim muitas superstições foram incorporadas à Alquimia chinesa. Houve uma série de feiticeiros e de falsos alquimistas que se ligaram ao Taoísmo desvirtuando-o, como, por exemplo, o mago Li-Chao-Kium, que recomendava ao imperador Wu Ti, uma das grandes figuras da dinastia Han, a prática de uma série de feitiçarias. Disse Wu: “Faz sacrifícios ao forno e lograreis a materialização de seres sobrenaturais; e quando os tiveres ante vós aquelas presenças, o cinábrio poderá ser transmudado em ouro amarelo. Uma vez que disponhais do ouro amarelo podereis ver os bem-aventurados da ilha que está no meio dos mares e quando os houveres visto e efetuado os sacrifícios prescritos, então não morreis”. Pelo texto acima, vê-se o quanto de magia negra havia penetrado na Alquimia chinesa. Vê-se que o lado negativo da natureza já então havia penetrado no seio da Alquimia desvirtuando-a quanto ao seu verdadeiro sentido. O que o processo descrito evidentemente visa, por meio de um logro, é basicamente a captação da energia sutil. Por isto impunham-se sacrifícios, pois, como já estudamos em temas bem anteriores, todos os cultos que cobram sacrifícios de seres vivos, especialmente dos animais de sangue, evidentemente são negativos. Todo ritual que envolve sangue é magia negra, afastem-se dele. Geralmente a pessoa procura a Alquimia Operativa, de início visando à busca do ouro, mas se for sincero logo muda de idéia, mesmo que chegue ao sucesso e à riqueza, mesmo assim ele a disporá sem a ostentação do poder, o que faz com que o processo seja conduzido com certa humildade, amor e respeito às leis da Natureza, por certo isto
o
conduz a plena valorização da Alquimia Contemplativa. Também existiram na China alquimistas que procuraram diretamente a Alquimia Contemplativa, aquela linha mais filosófica e especulativa, que se direciona às vias da mística espiritual. Pode-se dizer que se situa no século VI d.C a data aproximada em que teve lugar uma grande modificação de interesses, tendendo, então a Alquimia chinesa, mais ao lado não operativo. Foi certamente o alquimista chinês Hui-Su, que viveu entre os anos 515 e 577 de nossa era, quem estabeleceu uma clara distinção entre o que significava a manipulação das substancias químicas concretas e o manejo da “alma” dessas substancias. Diz Franz Hartmann: “Não existe nenhuma dúvida em nossa mente de que o ouro pode ser fabricado e aumentado por meios alquímicos, porém para que o dito experimento tenha êxito é necessária a participação de um alquimista, mas que ele não seja atraído pelo poder do ouro, pois se assim for ele jamais alcançará posse do poder espiritual necessário na pratica da Arte Sagrada”. Um dos maiores equívocos cometidos por quase todos os alquimistas no início de suas experiências foi acreditarem ser possível a consecução da imortalidade física, isto porque, de início, eles ainda não conheciam a natureza inferior da matéria densa. Levados exatamente pela vivência alquímica, desempenhada com muita dedicação, noite após noite, anos após anos, solvendo e coagulando e assim entendendo o comportamento da matéria ante o fogo transformador, levava-o à compreensão de que a matéria é de natureza inferior e que por isto a imortalidade era algo totalmente diferente, não dizia respeito à conservação de um corpo físico, denso, e de natureza inferior. Chegavam à conclusão de que a imortalidade faz parte da própria vida, e o que a pessoa tem que fazer para vivenciá-la é libertar-se do pesado jugo da matéria densa e não por meio de suicídio ou coisa semelhante pois isto implicaria em prolongar ainda mais o curso da roda das encarnações. A imortalidade não é uma coisa a ser conseguida, ela já é algo inerente ao espírito, sendo assim o que tem a ser feito é a abreviação do tempo de aprisionamento na matéria, a libertação da pessoa do ciclo de encarnações. O Alquimista sincero chegava logo a entender que a matéria densa não tem como se tornar imortal, imortalidade pertence ao espírito. Todas as doutrinas diziam isto, mas o passo à frente dado pela Alquimia foi o de afirmar que a pessoa pode conseguir isto mesmo antes do desencarne, por meio da Alquimia interior. Nem ao menos o corpo físico precisa morrer, diz a Tradição, ele é passível se ser transmutado, passando do estado de matéria densa para o de energia sutil. À primeira vista parece que estamos falando de algo desconhecido, mas queremos lembrar que isto muito mencionado na vida de pessoas tanto dentro quanto fora da Alquimia. Os livros sagrados, livros religiosos, fala de santos, de patriarcas, de mestres que foram arrebatados, levados ao céu, em corpo físico. Afirmamos que alguns deles por certo vivenciam uma transmutação pela perfeita maneira de ser, ou por já serem espíritos puros em missão, e outros porque nunca tiveram corpo de matéria densa desde o nascimento, como Apolônio de Tiana, Zaratrusta e vários outros. Foram adeptos que em dado momento da vida simplesmente sumiam, passavam deste plano físico para um plano. Pelo que dissemos, o alquimista com o seu paciente trabalho operativo concluía que o Elixir da Longa Vida constituía-se numa transmutação da matéria corporal, uma modificação da vibração da matéria. Tal como a Pedra Filosofal capaz de transformar metal vil em ouro puro, o Elixir da Longa Vida transforma a matéria orgânica vil em “matéria astral”, ou seja, efetiva a transubstanciação do corpo físico. Para que se possa entender bem isto vamos de início definir o que significa a palavra
elixir. No Glossário Teosófico consta: “O elixir não é mais nada do que a redução do corpo à água mercurial, e desta água extrai-se o elixir, isto é um espirito animado. O termo elixir vem etimologicamente de E LEXIS, ou seja, “de água”. Parece uma linguagem velada, mas não é. Para se entender o sentido é preciso ter em mente que a água, como tudo quando há dentro da criação, existe em sete níveis. A água mais densa é o gelo e a mais sutil a luz primordial. Reduzir o corpo à água trata-se de transformar o corpo denso em “essência espiritual”, imponderável”. O problema de se prolongar a vida humana além dos limites comuns é uma questão que sempre foi considerada como um dos mistérios mais obscuros e mais cuidadosamente reservados da Iniciação no Ocultismo. É preciso observar que isto não deve ser tomado ao pé da letra e nem crer cegamente nas maravilhosas virtudes, Ab-éHyal, ou Água da Vida, que não passa de simples alegoria. Segundo os preceitos ciência esotérica, é possível se prolongar a vida humana por um tempo tal que chegue a ser incrível a todos quantos pensam que a duração da existência física humana limita-se a um máximo de uma centena de anos. Todo o segredo da longevidade consiste em fazer com que o corpo etéreo atraia para si o principio vital (prana) e o assimile devidamente. Um dos fatores que em primeiro lugar contribui para o prolongamento da vida é a força de vontade de viver robustecida por um esforço decidido, persistente e o mais concentrado possível. Como regra geral, morremos apenas quando nossa vontade, mesmo que a nível subconsciente, deixa de ser bastante forte para nos fazer viver. O conceito exposto aplica-se a quaisquer dos sistemas de longevidade. Um dos sistemas, o mais material deles, diz respeito àquilo que preceitua a medicina, a geriatria. Boa higiene, alimentação sadia, ambiente sadio, tratamentos médicos adequados, etc. Além das condições propostas pelas ciências comuns existe um segundo grupo de condições. É preciso purificar a mente, evitar pensamentos impuros, devido ao fato do pensamento ter uma potência dinâmica que afeta as relações moleculares do homem físico. A meditação, é fundamental no processo de manutenção da vida no organismo, pois fortalece as partes mais etéreas e espirituais do homem. O terceiro processo diz respeito à transmutação alquímica. O corpo denso embora continue a se apresentar como antes, na realidade ele sofre um processo de transubstanciação em que a matéria orgânica é substituída por matéria “fluídrica” quintesssenciada. A ALQUIMIA CHINESA “ AQUELE QUE SE INTERPÕE NA LUZ NÃO PODE RELUZIR…” TAO TE CHING – Verso 24
Via de regra, acredita-se que a Alquimia seja um sistema praticado apenas no Ocidente, mas na realidade ele está também diretamente ligado às doutrinas orientais, especialmente na China e no Japão. Em temas bem anteriores ( 158 - 159 - 160 ) fizemos um estudo preliminar da Alquimia, a partir desta palestra se faz necessário ampliar um pouco mais os conceitos a respeito da Arte Sagrada.
Iniciaremos dizendo que no Ocidente somente existem informações sobre a Alquimia praticada no Egito, na Babilônia, e na Pérsia e, em tempos mais recentes, em outros países da do Oriente Médio, além da Europa, evidentemente. Mas, na realidade, ela é antiqüíssima no Extremo Oriente, em especial na China, onde dizem ser bem anterior ao Taoísmo, desde que remonta às antiqüíssimas confrarias dos ferreiros, dos trabalhadores metalúrgicos. Não esqueçamos que existem afirmações, mesmo que consideradas míticas por muitos, de que Alquimia remonta ao período da Gênesis, conforme descrevemos nos temas antes mencionados. Etimologicamente a palavra al-kimiya, provém da palavra egípcia kême, que significa “terra negra”, pelo que muitos historiadores vêm neste termo o significado da tão buscada matéria prima dos alquimistas. Muitas vezes tenta-se associar o nome Alquimia com a raiz grega chymia, que significa fundir ou derreter. A Alquimia tem sido mencionada como a proto-ciência que deu origem à química e à física dos nossos dias e isto não pode ser negado, evidentemente. J ung, fascinado pela simbologia alquímica, procurou encontrar nela um esquema que permitisse descobrir os processos psicológicos do próprio pensamento. Enquanto no Ocidente a maioria dos adeptos da Alquimia foi movida pela ganância do ouro, o mesmo não se pode ser dito a respeito dos alquimistas chineses. Existem dois aspectos na Alquimia a serem considerados: o operativo e o espiritual (contemplativo). O operativo visa à consecução da transmutação de metais comuns ( mercúrio, etc.) em metais nobres, prata e ouro; enquanto que o espiritual visa à transformação da pessoa, a condição de transformar a pedra bruta individual em pedra polida, ou, em outras palavras, busca conduzir a pessoa à purificação. A Alquimia chinesa, em sua origem, era de caráter mais espiritual que operativo, pois na China o ouro então não tinha realmente um valor econômico, em contraste com o interesse que lhe era atribuído no ocidente. Os místicos chineses não visavam conseguir o ouro alquímico e sim a imortalidade. O objetivo da Alquimia chinesa, portanto, centrava-se mais na sacralidade do que na riqueza. Como define o Dr. Franz Hartmann: “A Alquimia é uma ciência que resulta do conhecimento de Deus, da Natureza, e do homem. O perfeito conhecimento de qualquer deles pode ser alcançado com exclusão dos outros dois porém os TRÊS são UM e inseparáveis. A Alquimia não é uma mera ciência intelectual, mas sim espiritual, já que, o que pertence ao espírito, só pode ser espiritualmente conhecido”. À primeira vista, pessoas pouco afeitas aos conhecimentos elevados vêm a Alquimia sob dois pontos de vista: Busca de riqueza ou ilusão. Ou a pessoa estaria buscando um método de enriquecimento fácil, ou simplesmente o atendimento às fantasias da mente, neste caso podendo ser considerada uma buscadora de ilusões, uma pessoa de mente muito fértil vivenciando um mundo encantado dos mitos irreais. Na realidade a maioria das pessoas desconhece qual seja o objetivo primordial da Alquimia, que é a auto transformação e a elevação da pessoa ao nível da clareza de
consciência, ao estado de pureza, à libertação do espírito do jugo dos ciclos de reencarnações. Na história da Alquimia temos muitos exemplos de pessoas que começaram na busca do ouro alquímico, movidas por interesses puramente pecuniários, mas que depois de um longo período concluíram não ser este o verdadeiro objetivo da Grande Obra, mas que, bem antes de conseguiram atingirem-la, o almejado ouro perdera para ele todo o seu valor, conforme já mencionamos no tema 159. Evidentemente a Alquimia em seu aspecto mais material ensina que não apenas alguns metais, mas sim, todos eles e também as plantas e os animais podem ser gerados e desenvolvidos desde suas “sementes”. Expressando de outra forma, normalmente as regenerações, as transformações, ocorrem através de longos períodos de tempo e no transcurso da ação das leis naturais; mas o que a ciência oficial não fala é que elas também podem ser cumpridas em um tempo comparativamente muito curto desde que essas leis naturais sejam guiadas pelo conhecimento espiritual do homem. Não existe dúvida de que o ouro pode ser criado por meios alquímicos; porém para que este tipo de experimento tenha êxito é necessário o comando de um alquimista, por uma pessoa que conheça as regras e que fundamentalmente não seja mais atraída pela cobiça, pela ganância e pelo poder do ouro, nem o desejo de possessão de poderes através da “Divina Arte”. A história da Alquimia chinesa tem muito a ver com o Zen, pois ambos buscam a perfeição como meio de purificação espiritual. O alquimista chinês mais famoso da Antigüidade foi Ko Hung que viveu entre os anos 254 e 334 de nossa era. Ko Hung nasceu na localidade de Chum Jung no tempo da dinastia Chin, e escreveu um tratado que leva o nome de Pao Pu Tsu. Neste livro ele nos conta de como se tornou alquimista, onde diz ter sido graças a um livro sagrado cujo conteúdo era a transcrição de ensinamentos tradicionais transmitidos oralmente através dos séculos. Diz Ko: “Meu mestre era discípulo de um grande sábio que lhe transmitiu o mencionado livro. Porém, por ser pobre, ele não teve condições de conseguir os materiais necessários à efetivação do processo”. Diz o mestre de Ko: - “… Fazia muito tempo que eu estava o seu lado como discípulo e servidor quando recebi os textos sagrados, depois de haver prestado juramento. Assim mesmo me foram transmitidos vários segredos oralmente. Tem transcorrido já vinte anos desde que estão em meu poder, porém devido à minha grande pobreza não tenho feito outra coisa a não ser lastimar. Há pessoas muito ricas que têm acumulado montanhas de riquezas e que, sem dúvida, ignora que eu possuo o segredo da imortalidade; e que, mesmo que fosse revelado, se negariam a aceitar”. Não há dúvidas de que para Ko Hung a meta suprema consistia em conseguir a imortalidade. Sobre isto o livro traz um capítulo em que se pode constatar a presença marcante da filosofia taoísta: “A oposição entre a via e a morte, ou entre começo e fim, é só a expressão geral de um fenômeno natural, se o examinamos com maiores detalhes, veremos que não existem somente semelhanças e aposições”. Fala que a diversidade das coisas desse mundo é aparente embora pareçam quase que infinitas, e que algumas delas são da mesma natureza, por mais que pareçam diferentes. “Não deveria formular-se nunca uma lei geral, pois se bem que seja dito que as coisas que têm um princípio
também têm um final, ainda assim isto não é verdade desde que o céu foge à regra. Afirma-se que tudo o que tem um principio deve ter um fim, porém o céu não o tem”. Ko, ao descrever isto, passa a idéia de que naquela fase ele achava que a vida tinha inicio, no nascimento, portanto que ela tinha um princípio e como tal deveria ter um fim, mas que esta regra não era geral por julgar viável ser conseguida a imortalidade, mostrando assim que a regra de que, tudo que tem origem tem fim, em determinadas condições não era exata; ou seja, que a lei de causa e efeito não devia ser. Vê-se que Ko, naquela fase em que escreveu isto, não diferenciava a natureza do universo e o Tao. O Tao não tem princípio e por isto não terá fim e que a vida é apenas um aspecto desses Tao eterno e imortal. Ele encarava a imortalidade do ser físico, achava que por processo alquímico poder-se-ia continuar estruturalmente vivo eternamente. A vida de Ko Hung reflete o que representa a verdadeira Alquimia. “Ko, inteirado da possibilidade de transformar o cinábrio em ouro procurava saber onde encontrá-lo, até que chegou ao seu conhecimento que na região de Chiao Chih existia uma areia que continha cinábrio, elemento muito necessário para o trabalho alquímico que pretendia realizar. Desejoso de conseguir o cinábrio, Ko tentou chegar àquela região, porém para chegar lá ele teve que atravessar uma província onde foi impedido de seguir adiante, pelo governador invejoso que ficara sabendo da intenção de Ko. Assim sendo, ao pobre Ko, não restou alternativa a não ser se retirar para uma montanha onde permaneceu por muitos anos. Em seu retiro ele se dedicou à tentativa de fabricar o elixir da longevidade, coisa que parece ele haver conseguido, pois quando chegou sua hora, ele foi encontrado no seu leito mortuário apenas suas vestes, havendo o seu corpo desaparecido inteiramente”. Este “fenômeno” sempre tem sido mencionado em se tratado de diversos alquimistas. Muitos desaparecem do leito de morte e outros desaparecem de um minuto para outro sem deixarem vestígios. Não obstante tal desaparecimento físico não constitui a suprema meta do alquimista. Segundo se pode ler no Hsien Ching: “Um homem de máxima habilidade sobe ao céu com todo seu corpo terreal, e por eles recebe o nome de “Imortal celeste”. Há três formas básicas de transmutação em nível de corpo biológico. Na realidade um corpo de matéria perecível não pode ser levado como tal ao Astral Superior. Na realidade o que ocorre é que, assim como o processo alquímico é capaz de transmutar metais comuns em ouro ele também possibilita a transmutação da matéria orgânica, a transmutação de um corpo denso em um corpo fluídico constituído de “matéria sutil”, consistindo esta a primeira das formas, o Imortal Celeste. Em segundo lugar, diz a Tradição, e que está explícita no livro Hsien Ching, está o homem ( alquimista) medianamente experto, hábil, aquele que penetra na montanha sagrada, e que é denominado de “imortal terrestre”. Por último, o indivíduo de medíocre habilidade, o qual morre primeiro e logo desaparece deixando como vestígio as suas vestes, este é chamado de “imortal cujo corpo desaparece”. Este foi o caso do pobre Ko Hung, cujo destino serviu de mofa para seus contemporâneos que dizia que o pobre Ko, após haver dedicado toda sua vida às
artes sagradas, só havia logrado a mais humilde da imortalidade. O MISTICISMO ALQUÍMICO “OS GRANDES CONHECIMENTOS GERAM AS GRANDES DÚVIDAS." ARISTÓTELES
Poucos foram os alquimistas que conseguiram atingir o nível da "Grande Obra", como é chamada a fase final do processo alquímico. A razão disto se prende às tremendas dificuldades encontradas na interpretação dos textos dos manuscritos, além daqueles inerentes ao processo em si que é extremamente moroso. A interpretação dos textos é muito difícil porque os manuscritos foram todos escritos em lin-guagem velada, grande parte criptografada cabalisticamente. Como em toda "ciência oculta" também na Alquimia os verdadeiros "adeptos" usaram uma forma de linguagem cifrada. Muitas vezes foi empregada a linguagem dos símbolos tornando assim ininteligíveis os manuscritos para os profanos por não disporem das "chaves" interpretativas. Por serem escritos em linguagem velada os manuscritos alquímicos somente foram interpretados corretamente por poucos. Certos trechos das "vias alquímicas" somente um autêntico "adepto" tem condições de penetrá-los. Para um "adepto" é crime grave revelar claramente o grande segredo, exceto para uma pessoa que haja conquistado esse direito. O candidato a "adepto", primeiro tem que decifrar os símbolos e a linguagem empregada para depois se lançar no trabalho propriamente, o qual exige uma paciência tremenda. Muitos manuscritos foram redigidos em formas de linguagem cabalística, como disse¬mos, especialmente na forma Guimetria. Na língua Hebraica as letras têm valores numéricos que somados dão valores, também assim são as palavras. A Guimetria consiste da substituição de uma palavra por outra de igual valor numérico. Exemplo: A palavra U.R.S.S. tem o mesmo valor numérico da palavra SIRIA em hebraico. Desta maneira num escrito onde haja a palavras U.R.S.S. esta pode ser substituída por SIRIA. Utilizando-se este processo uma frase se torna um autêntico criptograma indecifrável para os não iniciados, ou peritos qualificados. Outro processo, outra forma de registro utilizada pelos alquimistas foi o Notaricon. Este processo também é cabalístico e consiste em formar palavras com as primeiras letras de um nome e as últimas de outro, de um modo tal que somente para quem conheça a "chave" do processo é que o texto se torna claro. Outras vezes os segredos são velados através de uma estória simples com duplo sentido, um dos quais somente pode ser interpretado por uns poucos elementos
altamente dedicados. So¬mente esses laboriosos neófitos acabam por descobrir as "chaves" da interpretação. Este é o caso de um manuscrito de Philaléthe que tantos curiosos tentam compreender "A ENTRADA ABERTA AO PALÁCIO FECHADO DO REI". Envolvendo coisas como a fabricação barata de ouro é natural que a Alquimia fosse uma arte muito cobiçada, combatida, e posta em dúvidas, mesmo pelos "adeptos" neste caso com a finalidade de afastar curiosos indesejáveis. A cobiça desenfreada e as consequências funestas que poderiam advir do domínio da Arte Sagrada se caísse mãos de inescrupulosos, fez com que os adeptos ao escreverem os métodos das deferentes vias o fizessem de uma forma que somente uns poucos indivíduos de grande perseverança e dedicação conseguissem dar continuidade indispensável àquela ciência. Foram exatamente as tremendas dificuldades que fez com que outra face da Alquimia fosse revelada, é o que veremos nesta palestra. A maioria dos alquimistas indubitavelmente procurou a riqueza fácil graças à possibilidade da transformação do mercúrio em ouro, porém podemos afirmar que nenhum dos que assim pensou chegou à Grande Obra. Nenhum mero "curioso" se tornou "adepto". Quando muito che¬garam à uma condição denominada de "soprador", como eram denominados muitos daquelas que se lançavam na pes¬quisa alquímica. A luta encetada por um alquimista era, sem dúvidas, tremenda. Noites após noites na solidão de seus elementares laboratórios tentando com uma paciência de Jó atingir a Grande Obra. Repetiam seguidamente o mesmo processo meses e anos a fio. Naquela solidão o alquimista co¬meçava a evidenciar em si uma transformação lenta, porém progressiva, não só material, mas especialmente no mais íntimo do seu ser. Passo a passo, sem perceber ele ia conseguindo certa clareza mental. Nele ia despertando a Consciência Divina que reside em cada ser, objetivo máximo de todas as criaturas. A Grande Obra surgia somente depois de muitos anos de tentativas, de concentração e de vi-sualização. Aquele trabalho solitário acabava desenvolvendo as percepções superiores do al¬quimista. Depois de certo tempo de concentração e de dedicação iam-se abrindo as portas da percepção. Não apenas ao alquimista descobria os princípios básicos da transmutação dos metais, mas o que era mais fabuloso, conseguia transmutar a sua própria natureza. É possível que o alquimista não descobrisse em princípio como transformar um metal comum em ouro por alteração da matéria provocada pelos sucessivos processos alquímicos. Não seria a transmutação provocada pelas passagens da substância por processos físicos. É possível que a mistura apenas funcionasse como um "suporte mágico" para a mente de o alquimista operar. Neste caso a mente sofreria uma abertura com a possibilidade de ação diretamente na vi¬bração dos campos de energia constitutivo das partículas. A mente do alquimista era discipli¬nada a um ponto tal que se tornava capaz de provocar interferências vibratórias a um nível mais profundo do que o das partí¬culas atômicas, e assim dirigidas pela Consciência Cósmica presente nela promoveria a transmutação. O que acontecia de fabuloso era que abertas as portas das percepções do alquimista, an¬tes mesmo da matéria sobre a qual operava sobre qualquer processo transmutatório, ele despertasse para uma condição mística profunda em que uma nova
escala de valores surgia dian¬te de si. Naquela luta incessante e dedicada, quando certo alquimista atingia a consecução da Grande Obra ele já não tinha a cobiça do valor pecuniário quanto no início, porque para ele a maior riqueza não era mais a do ouro, ele compreendia que a transmutação operada em seu âmago era muito mais va¬liosa do que aquela operada no metal. Para ele a maior riqueza passava a ser não aquela que o ouro era capaz de proporcio¬nar mas aquela que se manifestava ao nível da sua natureza intrínseca. Quando surge a grande transformação alquímica da alma, tudo o mais se torna em importância. Assim operava-se no alquimista a morte mística. A morte do ser preso às coisas materiais para um renascer de esplendor místico. Então é fácil compreender porque o laboratório alquímico se tornava um "sanctum", uma espécie de templo pessoal. Eis porque Thomaz de Aquino disse na sua obra “Aurora Consurgens": “A ALQUIMIA É O CAMINHO VERDADEIRO DA GLÓRIA DE DEUS". Por tudo isto os "adeptos" autênticos jamais revelaram publicamente os segredos de sua obra. Demonstravam-na algumas vezes, como aquele que visitou Van Helmont e Helvecius, mas nunca hes ensinaram direta e claramente como conseguir a Grande Obra. Igualmente em decorrência da transmutação alquímica operada no ser nenhum adepto ja¬mais fez uso indevido dos frutos de seu trabalho. Muitos alquimistas deixaram escrito o processo porém sob a forma de linguagem cifrada, de criptogramas, afim de que somente atingisse o alvo aqueles que tivessem a necessária perseverança durante tempo necessário para que antes ocorresse neles a transmutação interior; que primeiramente houvesse o despertar da Consciência em seu ser. Outro ponto que ainda não nos referimos diz respeito ao "ELIXIR DA LONGA VIDA". Seria um dos frutos finais da Grande Obra, um produto capaz de prolongar de forma marcante, além de sanar todas as enfermidades. Mais uma vez a alquimia mística; este nível quando era atingido o adepto já che-gara à fase final do trabalho alquímico quando para ele a vida física já não tinha aquele mesmo sentido de antes, ela era importante apenas como um meio para o des¬envolvimento espiritual. Como se pode ver, havia por trás da Alquimia coisas que a levaram a ser utilizada como um processo místico para o despertar da Consciência maior. A Alquimia funcionava como um dos sistemas capaz de alterar a vibração da mente e conseqüentemente para penetrar em outras realidades, em outros universos relativos, tal como nos demais sistemas místicos e mágico-religiosos. Há por detrás da Alquimia uma profunda possibilidade de um despertar para as verdades maiores, razão pela qual ela logo foi utilizada como filosofia capaz de despertar condições me¬tafísicas maravilhosas. Estribado nesta filosofia foram criadas as “Sociedades Secretas Alquímicas" na Europa. Durante muito tempo aquelas
sociedades fraternas foram independentes, porém depois do Século XIV os alquimistas seriam geralmente ligados a outros sistemas místicos, muitos deles foram dirigentes de ordens Iniciáticas. No século XII quase todos os alquimistas eram Hermetistas especialmente Rosacruzes. Na atualidade ainda existem alquimistas autênticos como Fulcanelli e Consoliet, bem como Sociedades Alquímicas de respeito, como a Ordem Alquimia Francesa. Dentro da Antiga e Mística Ordem Rosa-cruz há subdivisões dedicadas às experiências alquímicas. Também eram alquimistas os membros das associações dos construtores medievais, es-pecialmente aqueles que construíram os templos góticos da Europa (precursores da Maçonaria atual). Analisando-se as construções góticas, como por exemplo a Catedral de Notre Dame de Paris, nota-se que todos os processos da via alquímica estão exportas nos elementos arquitetônicos daquele templo. Ainda mais claro e marcante são as representações alquímicas expressas na arquitetura da Catedral de Chartres na França. (Vide: O tema "Ações em Níveis Superiores de Consciência."
A ALQUIMIA NA NATUREZA " NUNCA DESEJES MAIS DO QUE AQUILO QUE PODES ATINGIR ". DESCARTES.
Uma indagação comum que as pessoas fazem é porque, sendo o processo alquímico uma realidade, os "adeptos" afirmam, normalmente na natureza não se vê indícios de que a matéria apresente-se com um comportamento capaz de evidenciar indícios de transmutações. Há muito desinformações a respeito das transmutações na Natureza. Evidentemente ela ocorre mui freqüentemente como veremos, contudo a ciência, por não poder explicá-las, usa o seu mé¬todo clássico de silenciar sobre informações capazes de gerarem indagações sobre as quais ela não tem respostas. A experiência com vegetais revela processos aparentemente absurdos. Tem sido evidenciadas autênticas transmutações efetuadas pelo metabolismo das plantas, e de certos animais. Os trabalhos de Kevran, feitos inicialmente com ovos, mostraram resultados deveras intrigantes, mas ele foi mais adiante estendendo suas observações para o comportamento metabólico de certos vegetais. Kevran e outros pesquisadores demonstraram coisas incríveis, tais como a existência de formas extremamente simplificadas para a transmutação dos elementos químicos. Mostraram processos
biológicos que dispensam toda aquela fantástica aparelhagem, os monumentais aceleradores de partículas, e tan¬tos outros instrumentos gigantescos, "orgulhos" da física moderna. Vamos citar alguns casos de transmutações biológicas e por incrível que pareça a coisa não data de nosso tempo, mas a sempre presente e ativa "conjura do silêncio" estendeu os seus tentáculos e deixou tudo no esquecimento. Já por volta de 1600 desta era, Jan Baptista Helmont, após haver confirmado as experiências alquímicas, iniciou outras experiências deveras interessantes. Ele plantou uma muda de salgueiro em um vaso o qual era regada somente com água destilada, portanto, isenta de sais minerais. Além da água nada mais era oferecido à planta, exceto luz. Após 5 anos Helmont retirou a planta, secou a terra e o salgueiro e verificou que havia ocorrido um au¬mento de 164 libras no peso total. De onde, então viera aquele acréscimo de matéria sólida? So¬mente po¬deria ha¬ver ocorrido uma conversão de água, luz e gazes atmosféricas em lenho. Keavran observou que certo gênero de Tillandsia (espécie de Bromeiliacea conhe¬cida pelo nome vulgar de "gravatá”) é capaz de crescer nos fios de eletricidade e de telefone sem qualquer contacto com a terra. Queimando a planta Kevran não encontrou nenhum traço de co¬bre em suas cin¬zas; encontrou apenas óxidos de ferro e outros elementos. Ele repetiu a experiên¬cia com planta de lugar isento de poeira para afastar a hipótese de uma possível alimentação da planta a partir da poeira, mas o resultado foi o mesmo. Indagava-o: Será que os sais das plan¬tas são obtidos por transmutações a partir do cobre dos fios? Um pesquisador alemão, de há muito falecido, Vogal plantou sementes de agrião em um recipiente hermeticamente fechado e com dosagem prévia dos elementos contidos nas sementes. Plantou em água destilada e nenhum outro elemento foi oferecido às plantas. No final da experiência verificou que elas continham tinham o dobro da quantidade de enxofre daquele contido nas semente originais. No famoso Instituto de Pesquisas Agrícola de Tothamsted foi mantido durante um determinado número de anos uma plantação de trevos sem utilização de fertilizantes, e com a concentração de sais da terra devidamente doseados. Depois de dosados, todos os sais produzidos nas plantas durante o período experimental contatouse que seria preciso que fosse adicionado ao solo os seguintes valores de elementos para que pudesse ser obtido aquele resultado:
05.700 libras de Cálcio. 27.000 libras de Magnésio 04.700 libras de Potássio 02.700 libras de Ácido Fosphórico. 05.700 libras de Nitrogênio.
A grande indagação é sobre a origem daqueles sais pois estas cifras deveriam haver sido acrescidas àquelas já existentes no solo no início do cultivo. Qual a origem,
pois, desse substan¬cias químicas? Agora vejamos uma experiência mais recente / Baranger em 1963 demonstrou que fazendo germinar certas leguminosas em uma solução com sais de manganês, havia um desaparecimento daquele elemento e o aparecimento de ferro. Verificando o processo, ele chegou a algumas conclusões intrigantes pois haviam ligações entre coisas aparentemente sem relação alguma com os processos químicos conhecidos, como a fase da lua, o tipo de luz envolvida, etc. Por estas e outras experiências somos levados a aceitar a possibilidade da transmutação dos elementos químicos pelo menos ao nível dos vegetais. No passado a Alquimia foi constatada e aceita; no presente é tida como um verdadeiro absurdo. Nenhum cientista oficial é capaz de aceita-la como coisa que mereça atenção, muito embora ne¬nhum deles seja capaz de responder às observações curiosas no que tange às possíveis transmutações Biológicas, como as que se seguem. No esqueleto do pinto ao nascer à quantidade de Cálcio é um pouco maior do que aquela quantidade existente na gema do ovo que lhe da origem. Os ovos de galinha têm elevada concentração do elemento Cálcio. Acontece que foram feitas experiências em que não foi dado qualquer quantidade de cálcio às aves e sim de Potássio. O surpreendente nessa experiência foram as galinhas continuarem botando ovos com casca de cálcio. Somente uma explicação lógica existe para isto: No organismo da ave o potássio se converteu em cálcio. Mesmo fora da Alquimia existem coisas em certas reações químicas que os cientistas não sabem explicar, senão vejamos: Como age um catalisador? Catalisador é uma substância que é posta junto com alguns elementos químicos em certas reações para que estas possam ocor¬rer. Duas substân¬cias que às vezes não reagem entre si passam a fazê-lo quando uma terceira substância se faz presente na re¬ação diretamente, isto é, sem que o catalisador forneça ou receba eletrons em sua órbita externa como acontece numa reação normal. O catalisador age unicamente por um "efeito de presença", não participando da combinação química, mas mesmo assim ele é indispensável para que as reações possam reagir. O efeito catalisador é paradoxal ante a teoria das partículas em órbitas em torno de um núcleo. Numa combinação química, segundo a teoria clássica, há um acoplamento dos átomos regentes por meio dos elementos da última órbita. “Se é assim, para que o catalisador”? Na prática ele é indispensá¬vel, logo se em vez da teoria das passagens de elétron entre órbitas, ou do acoplamento de órbitas por meio de partículas, se pensasse em função de ressonância vibratória entre os elementos possivelmente já se teria conhecimento bem maiores da respeito dos "mistérios" das intimidade dos átomos e conseqüen¬temente das reações alquímicas. Em outra palestra (Alguns Planos de Consciência) analisamos o processo essencial da creação das coisas mostrando que qualquer processo de criação em sua essência mais íntima decorre fundamentalmente da modificação de frequências vibratórias do meio básico, mediante a ação de um fa-tor ativo integrante da Mente
Universal. Um átomo nada mais é do que uma delimitação de energia em forma de campo onde se processam manifestações vibratórias puras. A ciência afirma que a diferenciação de um para outro elemento químico reside somente no número de eletrons. Ora, por pensar assim é que ela somente tem obtido transmutações agre¬gando ou subtraindo partículas aos núcleos por meio de bombardeios com partículas altamente aceleradas, o que requer altíssimos índices de energia. A transmutação, em verdade, pode ser realizada de uma maneira muito mais simples utilizando-se, em lugar do bombardeio com partículas, uma precisa interferência vibratória no átomo, desde que se alterando a sua frequência característica, o átomo se transforma automati¬camente em outro. Mesmo com o grande progresso cientifico dos últimos anos o homem ainda não se deu conta de que a matéria nada mais é do que vibração, como era ensinado nas ciências antigas; e que a matéria é UNA, ela em aparentes múltiplas formas é sempre uma só coisa em diferentes níveis vibratórios, por isto o átomo deveria ser estudado à luz da mecânica ondulatória. Quando ciência "esquecer o lado corpuscular da matéria, isto é se preocupar menos com as tais partículas e passar a pensar em termos de campos vibratórios, então, os segredos da ma¬téria virão à tona. A ciência atual só conhece uma das maneiras possíveis para a transmutação, enquanto na antigüidade duas outras maneiras eram conhecidas e muito mais simples. Este era um dos grandes conhecimentos das civilizações desaparecidas, e contra as quais se interpôs a "conjura do silêncio" A ciência oficial erra quando admite o bombardeio dos núcleos atômicos por partículas de alta energia, como meio de se chegar à transmutação. Erra a tal ponto que uma simples galinha, e outros animais simples põem a baixo todas as teorias que se opõem à transmutação natural através de meios simples. Uma simples ave põe por terra todo o orgulho dos donos das ciências mostrando que a transmutação existe através de outros ca¬minhos ainda não estudados. Há incontestavelmente uma forma de transmutação dos elementos químicos levada a efeito pe¬los vegetais e pelos animais. Isto é terrível para a ciência ortodoxa aceitar, mas mesmo assim a transmutação dos elementos se faz naturalmente, silenciosamente, num simples grupo de células, enquanto que o processo clássico realizado pela ciência é caríssimo e que exige laboratórios equipados com fabulosos aceleradores de partículas. Podemos afirmar que na natureza não são apenas as transmutações que ocorrem constantemen¬te, ocorre também a síntese dos elementos por processo totalmente ignorados pela ciência oficial. Como exemplo citaremos o próprio globo terrestre que está permanentemente crescendo de volume. Para os que duvidarem, perguntamos porque todas as camadas superficiais da terra de eras passadas estão hoje encobertas ? Quanto mais antigo o tipo de rocha, ou ca¬mada geológica, mais profundamente ela está situada. De onde veio o material dessas camadas superiores. Apenas de meteoritos
e poeira Cósmica? - Por certo que não. É um dos enigmas o porquê ano após ano na superfícies do globo tudo vai ficando sepultado. Seria bem mais fácil de entender se ocorresse o inverso, se as camadas antigas permane¬cessem na superfície ou mesmo se desgastasse. O aumento de volume pode levar a se pensar que isso decorre da deposição dos detritos levados pela água, pelo vento, pelos vulcões que acabam cobrindo a superfície. Mas, neste caso deveria cobrir um local e descobrir outro, exatamente isto não acontece como um todo. Somente alguns poucos pontos sujeitos a erosões extremamente rigoroso é que ocorrem afloramento. O material procedente do espaço que cai como matéria sobre a superfície não o faz em quantidade suficiente para secular tão profundamente a superfície do globo. A ciência não tem conseguido compreender e esclarecer o verdadeiro processo dessas transformações por aceitar como absoluta a teoria corpuscular da matéria. Evidentemente a matéria num certo nível está organizada em forma de partículas subatômicas, mas em um nível mais profundo as pró-prias partículas são "campos" vibratórios daquela essência que os místicos denominam de várias maneiras e que nesta série de palestras temos usado o nome MA. A ciência em muitos momentos quer negar, quer se afastar da teoria corpuscular da matéria, mas sempre acaba acabando-a de uma maneira ou de outra e assim muitos enigmas permitem. A matéria pode ser transmitida pela alteração do número de partículas dos núcleos dos átomos como faz a ciência atual. Este é o processo usado pela ciência. Outro meio é interferir na vibração da essência fundamental. Este processo é "silencioso", é lento, é natural, não violento exatamente este o caminho mais ligado à natureza biológica dos erros, é o processo que ocorre quando a vida está en-volvida na transmutação. O processo através das partículas é o que a ciência tem utilizado até hoje. Na natureza também é extremamente comum, pois é aquele que ocorre na interação entre os minerais, é o que ocorre nas fan-tásticas reações que se processam no âmago das estrelas, no espaço sideral em que inconcebíveis reações nucleares estão constantemente a ocorrendo em todos os sistemas estalares. Na realidade uma estrela, em sua natureza mais íntima é LUZ é um afloramento de energia do nível vibratório mais alto da energia para o nível de um sistema material. É um ponto de materialização da energia, um ponto de manifestação onde a união RA\MA se faz presente para o atendimento de tudo aquilo que se faz necessário à vida e à existência material das coisas. OS ALQUIMISTAS " ENGANAR E SER ENGANADO: EIS AS DUAS COISAS MAIS COMUNS NESTE MUNDO". J. G. SEUME.
Diante do que vimos na palestra anterior é válido se indagar se evidentemente existiram autên-ticos adeptos que hajam dominado a arte das transmutações. Evidentemente a Europa Medieval vivia inundada de pseudo-alqumistas, porém isto não invalida a afirmativa de que alguns adeptos hajam atingido o objectivo visado, a “Grande Obra”. Também é necessário afirmar que houve para com a Alquimia uma ação muito eficiente por parte da "Central de contra informações", ou seja da "Conjura do Silêncio" (oportunamente falaremos bastante sobre aquela conjura), que visavam então esconder as verdades alquímicas. Denegriram a “Arte Divina” por meio de disseminação de dúvidas e até mesmo negando a existência de al¬guns adeptos conhecidos, os de charlatães e impostores. Mesmo as¬sim escaparam alguns nomes contra os quais a "conjura" não conseguiu estabelecer dúvidas por¬que ninguém em sã consciência negaria a existência deles assim como os valores de cientistas e de pessoas honestas. Podemos citar nomes como os de Helvecius, e Von Helmont que foram os maiores cientistas de sua época. Se, por um lado, existiram impostores, por outro se tem conhecimento de grandes "adeptos" que conseguiram chegar à "Grande Obra", como Roger Bacon, Alberto o Grande, Arnaldo de Vi¬lleneuve, Raimundo Lulle, Philaléthe, e outros mais. É certo que o grande teólogo católico Thomás de Aquino foi discípulo de Alberto o Grande, pois em sua "Suma Teológica" ele indaga se é legítima ou não a utilização de ouro alquímico, e diz que não vê nenhuma razão para que sejam estabelecidas diferenças no que tange à legitimidade dos dois tipos de ouro. Isto faz crer que Tomás de Aquino aceitava plenamente a existência da transmutação. Em 1966 foi publicado na Alemanha uma obra inédita daquele teólogo intitulada Aurora Consurgens em que ele aborda o problema alquímico insinuando": A ALQUIMIA É O CAMI¬NHO VERDADEIRO DA GLÓRIA DE DEUS. Alberto o Grande foi canonizado pelo Papa Pio XI e hoje é o padroeiro dos cientistas ca¬tólicos. Os ilustres adeptos citados não foram pessoas destituídas de capacidade intelectual ou de espírito científico, haja visto que Alberto o Grande descobriu a maneira de fabricar a potassa cáustica e a composição química do cinábrio e do alvaiade. Raimundo Lule descobriu o carbonato de potássio, Basílio Valentin, o éter sulfúrico e o ácido clorídrico, Glauber, o sulfato de sódio que ainda hoje é conhecido como "Sal de Glauber". Nenhum testemunho da autenticidade da Alquimia é mais digno de fé do que aquele dado pelo conhecidíssimo Helvecius. Aquele grande médico foi durante muito tempo o maior detrator e inimigo declarado da Alquimia até que, conforme ele mesmo conta em seus escritos, certo dia foi visitado por um estranho que se dizia ser capaz de
transmutar o chumbo em ouro. Helvecius duvidou, porém aceitou a idéia de fazer uma experiência desde que ele mesmo a procedesse. En¬tão, o visitante, entregou-lhe uma pequena porção de um material de cor avermelhada, dizendo que ele envolvesse aquilo numa camada de cera, colocasse chumbo em um cadinho, aquecesse-o e quando estivesse plenamente fundido jogasse no chumbo a bolinha de cera. Helvecius, em l666, em seu laboratório procedeu àquela experiência e qual foi a sua surpresa ao ver no cadinho um metal amarelo que veio a ser confirmado como sendo o mais puro ouro. Coisa idêntica ocorreu com Van Helmont que também duvidava da alquimia mas que a partir de um acontecimento idêntico ao de Helvecius mudou totalmente de opinião. Os detratores da Alquimia sentem-se impossibilitados de acusar o ilustre cientista Van Helmont, e de afirmar ser ele um indivíduo pouco afeito às experiências cientificas, e como tal facilmente enganável. Van Helmont teve a coragem de afirmar que era cético quanto às transmutações até que ele mesmo praticara uma a partir de alguns grãos de uma substância avermelhada e pesada ( Pe¬dra Filosofal ) que lhe fora dada por um desconhecido. Ele próprio foi quem realizou a grande ex¬periência e obteve ouro puro. Realizada a transmutação aquele lustre cientista passou a acreditar nas artes Alquímicas, a tal ponto que deu o nome de Mercurius a um dos seus filhos. Para aqueles que chamam os alquimistas de dementes, indaga-se se o grande Isaac Newton comportava-se como tal quando afirmava: "Existem outros grandes mistérios, além da transmuta¬ção dos metais, que os Grandes Mestres não se gabam. Só eles conhecem esses segredos". Vale salientar que Newton foi um iniciado Rosacruz, como a maioria dos grandes cientistas e pensadores da história da humanidade, e como tal estava bem familiarizado com os Grandes Mestres da Senda. Poderíamos continuar descrevendo fatos idênticos, bem documentados como aqueles procedidos por Martini, Zwinger, Denhein, e alguns outros; porém isto tornaria esta palestra cansativa. Se evidentemente existiram adeptos autênticos, quais as dificuldades que levaram e levam a quase totalidade dos interessados ao fracasso? - Por qual razão foram poucos os que atingiram a perfeição da “Arte Divina” ? Por que nem todos aqueles que se dedicaram por muitos anos a esse tipo de pesquisa não chegaram à consecução de algo válido? Por que mesmo iniciados fracassaram? Os grandes segredos da humanidade sempre ficaram ocultos da vista dos curiosos e em nenhuma sociedade secreta a iniciação legou o direito de saber facilmente os grandes mistérios. Isto fica para uns poucos que conquistaram palmo a palmo aqueles mistérios e têm a perseve¬rança necessária para retirar o "véu de Isis". A iniciação simbólica não confere o direito de receber o conhecimento gratuitamente, no máxi¬mo ela oferece os meios de saber o por onde começar. O restante, cabe a cada um conquistar com esforços.
Resta-nos afirmar que a Química é filha da Alquimia e que muitos dos elementos químicos fo¬ram descobertos por alquimistas. Outro grande enigma da humanidade diz respeito ao ouro dos Incas. A quantidade de ouro que os espanhóis encontraram no Império Inca foi assustador, desde que as estatuetas e ou¬tros objetos de ouro puro atingiram a cada de milhões. De onde os Incas tiraram todo aquele ouro e onde estavam loca¬lizadas as suas minas? Seria o Peru um lugar tão rico em ouro? Por que de¬pois da descoberta do Império Inca não mais foi encontrado ouro em abundância naquele país e nem na Bolívia, nem mesmo por meio das técnicas modernas de prospecção? Por que os Incas foram mais eficientes na descoberta das minas do que as grandes companhias internacionais de mineração? Onde ficavam as minas dos Incas, desde que as existentes no Peru e na Bolívia são pouquíssimas. Nunca foram descobertos os locais de mineração. Seria ouro de garimpo? Neste caso porque ele desapareceu dos rios de um momento para ou¬tro? Além de todas estas indagações o que nos parece mais significativo e enigmático é sem dúvida a natureza do ouro Inca. Ele tem uma densidade um pouco diferente do ouro comum. Ele é mais maleável do que o ouro de todas as partes do mundo. Ninguém sabe responder o porquê. O ouro do Império Inca era conhecido como "metal celeste". Por que este termo? Qual o seu si-gnificado? Por fim queremos dizer que o número de impostores, ou mesmo de indivíduos que por não te¬rem as qualificações devidas foi tão grande que acabou o fracasso ofuscando o sucesso. Poucos alquimistas conseguiram atingir o sucesso na realização da Grande Obra. Os fracassos foram devido à falta de habilidade de perseverança em muitos, a dificuldade de in-terpretação dos textos em outros, a cobiça desvairada mente outros. Por detrás da Alquimia existe um profundo misticismo, princípios metafísicos muito elevados, e isto se contrapõe ao sucesso dos gananciosos e despreparados.
A ALQUIMIA " A ALQUIMIA É MAIS EVOLUÍDAS DO QUE AS TÉCNICAS VULGARES. ELA CONSTITUI UMA INVESTIGAÇÃO DOS SEGREDOS DA NATUREZA". J. CHARLES e M,GRANGER
Mais do que um sistema de normas aplicadas para a transmutação de metais vulgares em metais nobres, a Alquimia tem um lado místico - espiritual muito avançado, por isto ela pode ser considerada entre as "Ciências Ocultas Místicas" É erro se julgar que a Alquimia é originária da Europa Medieval, pois
certamente ela já existia no Egito nos tempos faraónicos, e mesmo muito antes da existência da Civilização Egípcia. Para ser exa¬to, ela existe desde a criação do Universo pois que, na sua essência, foi um processo alquímico cósmico. China. Ali vamos encontrar referências de que o Imperador Fu Hi, que reinou em 2.953 AC, tinha profundos conhecimentos da "Arte Divina" (como também é chamado a Ciência Alquímica). Posteriormente vamos encontrar Wei Po Vang que viveu no segundo século de nossa era e escreveu um famoso livro, o Tsang Tung Chi, em que é mencio-nado um equivalente do "Elixir da Longa Vida" dos alquimistas medianias. Fora da China ela também já existia em tempos remotos, conforme atestam muitos escritos guardados nos mosteiros do Tibete e da Índia. No mundo ocidental o primeiro parece ter sido Zósimo, citado numa obra que data do século IV e escrito por um indivíduo denominado Chemas. Naquele livro há a afirmativa de que a Alquimia já era uma ciência muito antiga naquela época, datando dos tempos bíblicos. Pode-se ler no Gênesis que no passado "... os filhos dos deuses casaram-se com as filhas dos homens"... e segundo Zósimo, que teria vivido no início da Era Cristã, foram exatamente aqueles "filhos dos deuses" que desejando agradar as suas companheiras humanas, ensinou-lhes como fabricar ouro a partir dos metais comuns, a fim de que elas pudessem fabricar jóias para o adorno pessoal. Coisa idêntica foi dito por Tertuliano: "Quando os anjos da estória bíblica se revoltaram e foram expulsos pelo Criador" eles eram conhecedores de muitos segredos divinos. Revoltados, eles en-sinaram aos homens certos conhecimentos sagrados, entre eles a Alquimia, a Magia , e a Cabala.Por tal razão é que o estudo dessas ciências deveria ser interditada aos humanos por ser fruto de uma traição ao Criador. Deveria ser, portanto, catalogado como pecado o estudo daquelas ciências por haverem sido ensinados pelos "anjos caídos" que a Igreja Católica havia transformado em demônios por haverem sido seres expulsos do céu. O que disse Tertuliano aproxima-se um tanto da verdade. O espírito quando se envolveu, quan-do "desobedeceu a Deus" ele tinha conhecimentos imensos. Na memória deles estava o registro de tudo quanto há no Cosmos. Com a queda, as coisas ficaram "esquecidas" mas não apagadas da memória de-les e sendo assim , com o despertar progressivo da memória, as coisas foram sendo recordadas e usadas. O que é pior é que o envolvimento fez com que o homem use mais os a polaridade negativa da¬quilo que recorda. Há também informações de que o primeiro alquimista viveu há muitos milênios e se chama Dlemes. De quem ele aprendeu aquela ciência? O certo é que ele escreveu uma obra denominada Cheba. Nela é referido que a Alquimia foi ensinado aos homens pelos "anjos caídos". Foi do nome chena que derivou a palavra Chena e que muito posteriormente foi complementado pelo prefixo árabe AL, formado assim a palavra AL CHEMIA.
Existe um antigo manuscrito em que é citado o pseudônimo de uma sacerdotisa ISIS que era uma exímia alquimista, afirmava ela que havia aprendido aquela arte com o "anjo Amnael" como prêmio por haver com ele mantido relações sexuais.Diante dessas origens fantásticas a "Arte Sagrada" foi juntamente com a Magia e outras ciências, condenadas por haver sido fruto de uma traição praticada pelos anjos malditos. Mais uma vez aqueles "anjos" traíram os segredos de Deus ensinando aos homens coisas que estes não deveriam saber.Em decorrência desses "mitos" referentes à origem da Alquimia a Igreja Católica perseguiu du-rante muito tempo os adeptos e considerou pagão todo aquele que se dedicava ao seu estudo. Isto só veio a mudar no Período Medieval. É muito difícil precisar o que foram os anjos caídos. Seres angelicais, membros da Hierarquia Celestial, ou simplesmente seres oriundos de outros sistemas? - Por certo sabemos o que são aqueles "anjos caídos",. Para quem tem acompanhado essas palestras apresentadas em diferentes temas pode por si concluir o que são os "anjos caídos" e entender que não somente o conhecimento de certas ciências ocultas, mas de todas as ciências sempre vieram através deles. Se para muitos é um tanto difícil saber a exata história da Alquimia em seus primórdios não o é acompanhar a partir do período histórico da humanidade atual. Segundo um famoso papiro existente em Estocolmo, conhecido pelo nome de "Papiro de Leida", a Alquimia no Egito era ensinado nas Escolas Iniciáticas. Foi em Alexandria onde ela mais flo-resceu, especialmente no Templo de Serapis que dispunha de uma riquíssima biblioteca, a qual foi completamente destruída por ordem do Bispo Teófilo, como o beneplácito do Imperador Teodósio. Isso mostra que a Alquemia fazia parte dos ensinamentos de Thoth, portanto podemos considera-la como um ramo do Hermetismo. Aquela biblioteca á havia sido incendiada antes, no templo de Júlio César, e parcialmente recuperada depois, para finalmente ser liquidada por ordem do arcebispo de Alexandria. Quando da destruição daquela biblioteca no tempo de César a maior parte dos conhecimentos antigos, não só de Alquimia como também de várias outras ciências, ainda em parte foi recuperada, mas, da segunda vez só sobraram os conhecimentos contidos em manuscritos que alguns grupos secretos haviam copiado e guardado sob o maior sigilo. A perseguição aos conhecimento antigos em geral, e à Alquimia em particular, continuou ate que uma pensadora, filosofa e, talvez, sacerdotisa chamada Hipácia, foi trucidada lá pelo ano 415 da nossa era. Após a morte de Hipácia os conhecimentos antigos, especialmente os de Alquimia, chegaram ao fim dos seus dias de glória[ no Egito quando os cultores daqueles conhecimentos procuraram abrigo na Grécia onde tiveram certa liberdade por algum tempo, até que no ano de 529 todo o ensino as ciências ocultas antigas foi totalmente banido por determinação do Imperador Justiniano. A partir de então as ciências herméticas passaram apenas a ser cultivadas por grupos secretos e, como o caso da Alquimia, unicamente por indivíduos isoladamente. Se no mundo não houvesse sido empreendido tantas restrições ao Conhecimento Antigo, se tan-tos manuscritos não houvessem sido destruídos irremediavelmente, hoje teríamos noções mais exatas da Alquimia, e especialmente de sua verdadeira história. Se
não fossem aqueles grupos isolados e a própria Igreja Católica através dos monges bizantinos que copiavam e arquivavam todos os manuscritos antigos a que tinham acesso, mesmo con¬trariando as normas estabelecidas por inúmeros dirigentes religiosos da época. Graças, portanto, àqueles monges uma grande quantidade de manuscritos referentes à antiga Alquimia, como sejam, os livros de Zósimo, foram em parte preservados e posteriormente forneceram informações sobre os antigos alquimistas, como também sobre aqueles que se assinavam por pseudóni-mos de Cleópatra, Hermes, Isis, e outros. Todo aquele trabalho dos monges foi interrompido quanto o Papa Alexandre III no Concílio de Trento proibiu definitivamente utilizar, e mesmo pesquisar, as ciências físicas e naturais. Segui-se a proibição imposta por Honório III que declarava textualmente : "O estudo da Física, da Medicina e das Ciências Naturais é banido e isso sob pena de excomunhão. Toda pessoa que violar esta regra seria afastada da Igreja e excomungada." Os que pensavam assim, achavam que as ciências eram sacrílegas porque tendiam a fazer cm que o homem viesse a competir com Deus, como quiseram fazê-lo os anjos caídos. Motivado por aquela repressão a Alquimia deixou de ser estudada abertamente e passou a sê-lo pelos adeptos isoladamente, ou através de Sociedades Iniciáticas Secretas. Foi possivelmente naquele período que surgiram as Sociedades Alquímicas Secretas da Europa. Dentre as ciências proibidas, certamente a Alquimia foi a menos punida, possivelmente pelo fato de lidar com a confecção de ouro que a cobiça humana, e mesmo a dos dignatários católicos fez es-quecer as proibições. Assim muitos alquimistas foram protegidos dos Senhores feudais e altos prelados da hierarquia católlica ambiciosos de riquezas fáceis. Muitos praticamente da Arte Divina viveram assim acobertados pelos senhores feudais, por reis, príncipes e dignatários da Igreja. Isto foi levado a um tão alto grau que em plena Idade Média a Alquimia já havia voltado a ser tolerada e mesmo praticada publicamente sem nenhuma restrição, tornando-se assim uma atividade em moda. Isto levou à uma verdadeira inflação de alquimistas que vi-veram anos e anos trabalhando sob a tutela de algum protetor na tentativa de descobrir uma maneira fácil de fabricar o ouro alquímico. Na sombra de alguns verdadeiro e autênticos iniciados, viveram também milhares de enganado-res, de embusteiros, mentirosos e aproveitadores e , então, todas as formas de aburdos foram cometidos. Certamente a maioria das pessoas pensa atualmente como se pensou no passado, que o objetivo primordial da Alquimia era a transmutação de metais comuns como chumbo e o mercúrio em metais ra-ros e preciosos como a para e o outro. Também que eles visavam encontrar um preparado capaz de ga-rantir a longevidade, o Elixir da Longa Vida. Porém, a verdade por detrás da Alquimia é que há muito mais do que isto; há coisas bem mais valiosas do que riquezas de natureza material. Há condições ligadas à Arte Divina que envolvem profundas condições metrafísico-espirituais. Seria infantil julgar, mesmo considerando-se somente o período ocidental da
Alquimia, que tudo aquilo foi somente um "sonho", uma ilusão, uma quimera. Seria infantil acreditar-se que sobre uma simples ilusão houvessem sido escrito por centenas de anos mais de cem mil manuscritos especializados.
A ORIGEM DA MATÉRIA COMUM " ÀS VEZES UM PENSAMENTO É ORIGINAL, APESAR DE TU O HAVERES PROFERIDO CEM VEZES" C.W.HOLMES
Nesta palestra vamos estudar alguns aspectos da origem da matéria comum em escala universal. Em palestra anterior vimos que somente a consciência pura é capaz de crear a partir dos elementos primordiais. A ciência oficial afirma que as estruturas siderais se formaram a partir de uma incomensurável explosão de uma concentração tremenda de energia. Segundo a teoria do Big Bang, ainda aceita atualmente por grande parte dos astrofísicos, tudo quanto há no universo estava concentrado num espaço mínimo – Ovo Cósmico “– e que em dado momento houve uma explosão daquele núcleo – ponto adimensional - cuja conseqüência foi a liberação e expansão daquela colossal quantidade de energia que passou a formar todas as estruturas siderais. Desde então o Universo vem se estruturando, a energia vem se distribuída e a matéria estruturada sob as mais diversas formas. Isso que a ciência diz é praticamente o mesmo que algumas doutrinas afirmam também, apenas, que, com algumas variações quanto à detalhes particulares. Segundo estas, houve um momento em que o Universo foi creado a partir da Existência Negativa numa imensa eclosão de Luz, que a Cabala dá o nome de “Emanação”. Segundo as doutrinas autênticas, em especial como é mostrado pela Cabala, antes que isto que chamamos de universo existisse já existia um "lado" do Cosmos chamado "Existência Negativa". Afirmamos que aquele lado referido pela cabala é constituído apenas por três condições (Primeira Trindade): CONSCIÊNCIA + RA + MA •. Chamamos essa Trindade pelo nome de Imanifesto. A Cabala chama de "Existência Negativa", mas isso não quer dizer que ela seja ruim. A palavra "negativa" é usada no sentido de oposto ao positivo, do reverso daquele outro lado chamado de Existência Positiva, onde tudo é passível de se manifestar. Na Existência Negativa não há manifestação alguma, nada se apresenta, coisa alguma pode ser detectado porque tudo só se manifesta pela vibração e “lá” não existe vibração alguma, apenas os princípios cósmicos RA e MA estão presentes. Eles ao entrarem em interação recíproca começam a vibrar e algo, então, se manifesta. Podemos considerar como sendo apenas um “potencial”. Na Gênese da Creação houve um momento em que essa interação se fez sentir, um momento em que a Consciência se manifesta a partir de duas condições intdrínsecas
RA e Mãe que então se efetua a ação de um sobre o outro provocando a primeira manifestação da Existência Positiva – o FIAT LUX – citado pelas religiões. Assim a luz se fez, surgiu o GRANDE EON, surgiu então a GRANDE LUZ como se fosse do nada numa eclosão inimaginável, como algo fantástico e incomensurável, e desta luz emanou e emana tudo quanto há, toda a creação se faz presente. Então se tornou possível à detecção do tempo e do espaço. É importante que anotemos que não foi apenas a energia que se apresentou no "Fiat Lux”, mas também a própria consciência no mundo imanente, e tudo o que dela deriva. Assim, as coisas abstratas também eclodiram, até mesmo as coisas abstratas como sentimentos, emoções e tudo o mais. Alguém poderá dizer assim: Como um sentimento, uma emoção qualquer pode ter surgido de uma emanação física de energia? É um absurdo surgirem os sentimentos e a consciência com a Expansão de Luz. Mas como essas condições existem é claro que elas devem ter nascido de alguma coisa! Mas se elas existem, então de onde saíram? Se não foi da Existência Negativa, do "Fiat Luz" então necessariamente tem que ter saído de algum outro lugar. No mínimo tem que ter surgido do nada. Mas sabemos que do nada absoluto algo não pode surgir. Se for um absurdo haverem surgido com a própria Luz, mais absurdo ainda é haverem posteriormente saído do nada. Sabe-se que os sentimentos surgiram com os seres, mas estes por certo saíram da Luz. Se a consciência e os sentimentos só hajam se apresentado com a vida superior no universo, mesmo assim ela deve ter saído de algum lugar, ou dos seres, ou do nada, ou da Luz. Saiu-se dos seres e estes saíram da Luz, indiretamente a consciência e seus atributos tiveram origem na luz também. Resta haver saído do nada, mas no nada também não foi porque é impossível alguma coisa nascer do nada. Então a única possibilidade é que a consciência e seus atributos já existiam de forma imanifesta, mesmo antes da creação. Se a consciência e os sentimentos surgiram num determinado momento eles por certo não foram gerados do nada para se manifestarem na matéria. Eles não são gerados na existência em si, se manifestam na matéria, mas com certeza vieram de fora. Na verdade nada se cria no Cosmos, tudo já existem nele sob algum aspecto, todas as coisas em essência são apenas transformações. Assim sendo, os sentimentos também são aspectos da Consciência que sempre existiu, são parte da eternidade, elementos integrantes do Infinito, atributos do PODER SUPERIOR, elementos da Eternidade. Os sentimentos são manifestações da consciência e esta não nasceu com a Creação, a antecedeu por certo. Antecedeu-se, ela veio do Imanifesto, da Existência Negativa, portanto é eterna. Se ela é eterna necessariamente é infinita e como tal Onipresente, Onisciente e Onipotente. Tudo aquilo que se apresentar com esses três atributos por certo é infinito e por isto é parte do próprio Poder Superior. Não existem dois infinitos, só existe um que é o Poder Superior. Tudo o que dissemos com referência a Gênese visto pelas escolas de pensamento religioso também é válido para a creação como é proposta pela astrofísica. Os sentimentos e a Consciência têm que ter existido no "Ovo Cósmico". Não pode ter surgido do nada evidentemente. Para a ciência, algo surgir do nada é um absurdo ainda maior do que para as religiões. Tudo o que existe, quer seja no campo das coisas
concretas quer no das abstratas, por certo surgiu em algum momento e de algum lugar. Pergunta-se então, de onde surgiu, gerou-se do nada? Todas as condições sejam quais forem, necessariamente têm que ter surgido de algo, e se, como afirma a ciência tudo surgiu a partir do Big Bang, logo tudo veio de lá também. Agora passemos a estudar com mais detalhes a formação da matéria ao nível de átomos. No primeiro impacto dos dois princípios Cósmicos ocorreu de imediato um máximo de intensidade vibratória. Certa porção da Essência começou a vibrar num nível impressionantemente elevado e se manifestou como energia pura. A vibração desta energia pura começou a diminuir em freqüência e assim sucessivamente as estruturas universais foram se sucedendo na creação e assim foram se estruturando as coisas existentes. No nível mais alto a energia á algo inexplicável, só num nível um pouco mais baixo é que ela já pode ser entendida, especialmente quando está estruturada como partícula. A energia pura quando atinge os limites das freqüências constitutivas da matéria passa a se manifestar como tal, se transformando numa daquelas partículas capaz de interagir com outra e formar estruturas físicas. Em linguagem da física, na realidade o que ocorre é o surgimento de um pequenino campo modificado integrando com outro campo também modificado. Dessa interação surge um terceiro campo comum um tanto maior, e assim sucessivamente até a formação de átomos e moléculas. Dissemos na palestra "MANIFESTAÇÕES VIBRATÓRIAS" que um campo pode intervir em outro. Portanto, sabendo-se aplicar uma vibração certa é possível se alterar ou se modificar um determinado campo, e nisto é que residem todas as conquistas das ciências humanas. As leis físico-químicas nada mais são do que leis que regulam as interações entre campos vibratórios. Em vez de se encarar uma combinação química que dá origem a uma substância qualquer como uma interação entre partículas é mais correto encará-la como uma interação entre campos vibratórios. Numa combinação química consideramse as "valências" (Valência em química é a complementação de órbitas entre dois elementos químicos condicionando a combinação entre eles). Seria mais correto se admitir que a "Valência" química simplesmente um efeito de sintonia entre partículas. Dois elementos químicos reagem quando as suas freqüências são harmônicas, portanto, quando são suscetíveis de entrarem em sintonia recíproca. Em princípio, uma substância química nada mais é do que um bloco, uma fração da “Essência Cósmica” com certo nível vibratório. Basicamente uma substância difere de outra somente pelo padrão de suas freqüências, por isto podemos admitir uma substância como sendo um campo vibratório. Assim, quando duas ou mais substâncias entram em contato, basicamente são os seus campos vibratórios que interagem segundo as leis da mecânica ondulatória. Falamos de substância, mas a mesma idéia é válida também para o átomo ou para as suas partículas constitutivas. Em vez de partículas são na realidade campos vibratórios que reagem entre si. As partículas subatômicas são manifestações primárias da energia pura, que, por sua vez, é a Essência Cósmica em vibração, graças ao que ela se torna detectável sob
alguma forma. Até chegar ao nível da matéria comum a energia passa por uma série de estados vibratórios intermediários, a freqüência vibratória sofre inúmeras alterações antes de alguma coisa poder ser detectada como matéria ,ou como outra coisa qualquer, a partir delas. Antes de ser matéria a “essência” em vibração é energia pura. Esta, partindo do seu padrão inicial, pode chegar ao nível da matéria comum estacionando ou não em muitos níveis intermediários; níveis esses que podem ser "realidades" outras, que desconhecemos por falta absoluta de detectores adequados para muitos comprimentos de ondas. Por tudo o que temos revelado, podemos concluir que o nosso Universo detectável é formado pelos pontos de afloramento da Essência Cósmica. As "partículas" atômicas nada mais são do que os pontos por onde a Essência Cósmica vai se tornando perceptível para nós, mas isto não quer dizer que até chegar àquele nível de vibração, aquela porção de Essência Cósmica não haja se transformado diretamente em outros estados intermediários. Se pudéssemos acelerar ou frear as vibrações das coisas imateriais, elas ao atingirem determinadas faixas vibratórias transformar-se-iam em matéria comum. (Temos usado o termo "matéria comum" para não confundir com Matéria Astral). Disto tudo tiramos a seguinte conclusão: Uma coisa qualquer está sempre se transformando em outra e para estas transformações são necessárias alterações da freqüência. Isto pode ser determinado por vários fatores, entre eles a interação de um campo vibratório sobre outro. Assim, todas as transformações energéticas conhecidas, tais como as transformações energéticas conhecidas, como a termodinâmica, as forças de integração atômicas, eletroquímicas, gravitacionais, etc., é o resultado de uma mesma coisa: Transformações de padrões vibratórios. Isto acontece naturalmente, ou pode ser provocado premeditadamente pela mente. Quando a mente promove as transformações premeditadamente ela apenas está submetendo um campo a outro, propiciando condições para que ocorram interações entre as ondas e aquilo que obtém é sempre resultado da interação dos campos interreagentes. Em qualquer porção do Universo onde a Essência Cósmica não haja se transformado em algum tipo de campo vibratório diferente, ela ali estará inundando tudo; é como o grande oceano cósmico em que tudo o que existe está contido espaçadamente em seu meio. Tudo aquilo que for capaz de modificar aquele estado de repouso da Essência Cósmica poderá crear, quer seja matéria quer seja energia, a partir aparentemente do nada. Não é de um nada no sentido absoluto, pois do nada não podem surgir coisas, mas de algo que parece o "nada" por não ser detectável por quaisquer meios. Quando um campo vibratório é posto em presença de outro, ou eles interagem, neste caso há detecção de algo, ou não interagem e então não haverá detecção (como acontece com as ondas de rádio que atingem o nosso organismo, mas que não determinam nada).
Quando houver alguma detecção estará havendo alguma alteração nos dois campos, evidentemente estará havendo uma modificação qualquer no meio e então já não se estará detectando a Essência Cósmica e sim aquilo em que ela se transformou. Qualquer forma de energia que sai da Essência Cósmica (Ein Sof , ou da existência negativa) já não é a Essência Cósmica propriamente, mas alguma forma modificada. A ciência ficou estarrecida quando há poucos anos passados detectou uma série de estruturas cósmicas desconhecidas que vieram a ser denominada de “quasar". Ficou estarrecida quando quis comparar os valores de energia de um daqueles “quasar” com o de outras estruturas materiais conhecidas. Ficou estarrecida porque um ponto luminoso de dimensões astronômicas modestas tinha um poder de irradiar um tão fantástico volume de energia, mais do que a que irradia uma galáxia comum inteira. A ciência ficou estarrecida exatamente porque é levada a querer atribuir a energia de um quasar à matéria lá existente, a reações nucleares. Na realidade aquilo que se detecta como um quasar não é matéria comum em transformações e sim o eclodir de energia a partir da Essência Cósmica, é a Existência Negativa se transformando em Existência Positiva. A ciência diz que a maior expressão de energia possível seria aquela resultante da anulação da matéria, isto é, um encontro entre a matéria e a anti-matéria, mas queremos dizer que incomensuravelmente maior é quando ocorre uma transformação do “nada” em algo, ou seja, quando RA age sobre MA. ____________________________________________ Na verdade RA e MA são potenciais da própria Consciência.