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APOSTILA DE HISTÓRIA DA ARTE – TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO PROFESSOR MS. CARLO ALESSANDRO GALDINO CRUZ E MELO UNIDADE 15 - PÓS-IMPRESSIONISMO ”Mulher com Uma Flor”- Gauguin, 1891.
Os Pós-Impressionistas desenvolveram suas carreiras de 1880 a 1905 e seus estilos derivaram das rupturas com os impressionistas, pois se sentiam insatisfeitos em relação aos impressionistas, eles desejavam que a arte fosse mais substancial, não somente dedicada a captar um momento passageiro. O Pós- Impressionismo foi um fenômeno francês, incluindo os artistas franceses Gauguin, Cézanne, Toulouse-Lautrec e o holandês Van Gogh, que criou a maior parte de sua obra na França. Cézanne se concentrou no desenho formal, quase científico, como na geometrização dos objetos e seus os planos de cor. Gauguin, van Gogh e Lautrec, como os românticos da última hora, enfatizaram a expressão de suas emoções e sensações através de cor e luz lu z e m suas obras. Paul Gauguin (1848-1903)- Descontente e perturbado pela sociedade européia moderna e seus valores materialistas, Gauguin deixa a Europa para buscar renovação e inspiração na natureza e simplicidade da Martinica e Taiti. Embora a pose seja tradicional, o artista evitou as regras usuais da arte ocidental. As formas são simples, as cores são chocantes, e não há profundidade de perspectiva. No Taiti, empenhou-se em captar a espontaneidade impulsiva e intuitiva da arte primitiva. Gauguin foi totalmente arbitrário na utilização das cores, dando a elas propósitos puramente decorativos e emocionais, tornando-se um dos pintores cuja contribuição foi essencial para a arte moderna. Obras destacadas: “Mulher com uma Flor” e “Jacó e o Anjo”. Paul Cézanne (1839-1906)- Para Cézanne sus quadros eram “construções da natureza” e não representação dela. Desta forma ele estudava e aplicava formas geométricas a todos os objetos retratados. Um de seus temas preferidos as naturezas-mortas são simplificados, tornando-se formas e planos geométricos de cor. O resultado é um quadro que pode não reproduzir fielmente a cena, mas que evoca suas tonalidades e volumes através da interação de luz e sombra. Conseguiu isso combinando estudos diretos de paisagem com um sentido clássico da forma. Sua redução da natureza a simples formas geométricas e seu uso de cores fortes prenunciam as obras posteriores do Cubismo. Obras destacadas: “Natureza-Morta com Maçãs e Laranjas” e “Caminho de Tholenet”. Henry de Toulouse-Lautrec (1864-1901)- Buscava inspiração nas figuras humanas excluídas e anônimas, principalmente na realidade dos bares e cabarés de Paris do final do século XIX, com frequência passava noites inteiras bebendo e desenhando estrelas do music-hall e membros da realeza que vagueavam pelos salões dançantes. O estilo rápido e as pinceladas visíveis de suas obras mostram que Toulouse-Lautrec pintava sentado no cabaré e no teatro de variedades. Aristocrata de nascimento e seriamente aleijado desde a infância, sempre se sentiu afastado da sociedade por sua deformidade. Preferia a companhia dos marginalizados e cercava-se de atrizes, comediantes, dançarinas e prostitutas, que se tornaram temas de suas pinturas. Obras destacadas: “Ivete Guibert saudando o Público”, “Moulin Rouge” e “Chliperic”. Toulouse-Lautrec- “La Toilette”, 1889
Introdução a Filosofia e a História da Arte
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Vincent van Gogh (1853-1890)- Suas telas se apresentam em movimento, com linhas agitadas e circulares expressando uma certa turbulência. Se utilizando de pinceladas feitas com tinta espessa, aplicado-as como um escultor aplica a argila para fazer um relevo e cores puras que vibram van Gogh cria uma técnica que expressa um mundo de esperança e caos. Dono de uma personalidade intrigante e instável, ele oscilava entre a alegria e a tristeza, esperança e desespero em um processo de produção artística ligado diretamente a catarse. Talvez a superfície do quadro - agitada, quase maníaca - reflita o estado de espírito do artista, que se aproximava do final trágico de sua vida breve. Pintor que adorava a natureza e era capaz de enxergar pura beleza nas coisas simples, van Gogh afirmava que preferia pintar árvores vista através de uma janela a pintar visões imaginárias. Holandês de nascimento, van Gogh terminou sua vida em 20 de Julho de 1890 se suicidando. Obras destacadas: “Os Girassóis”, “Corvos sobre o Campo” e “Os Comedores de Batatas”. “Corvos sobre o Campo”- Van Gogh, 1890.
Albert Eckhout- “Dança Tapuia”, 1641.
UNIDADE 16 - ARTE COLONIAL
Com a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, iniciou-se a influência européia na arte brasileira, até então dominada pela cultura indígena como expressão artística. Os jesuítas ensinaram aos índios e posteriormente aos negros como trabalhar com o barro, a madeira e a pedra. Os indígenas denotavam habilidades bem rústicas na execução dos trabalhos, já os negros tinham muita facilidade para o desenho e o talhe. Na arquitetura, as construções de taipa eram feitas de varas, galhos, cipós entrelaçados e cobertos com barro. Para tornar o barro mais consistente e resistente à chuva, ele era misturado com sangue de boi e óleo de peixe. A riqueza da arte brasileira vem da colonização. Podemos dizer que índios e negros, sob orientação dos jesuítas, foram determinantes na base da arte barroca
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ARTE HOLANDESA Os portugueses defenderam o Brasil das invasões inglesa, francesa e holandesa. Porém, no início de 1624, os holandeses resistiram e permaneceram por volta de 25 anos no nordeste. Nesse período diversos artistas acompanhavam as expedições de Maurício de Nassau com o firme propósito de registrar nas telas as realizações e conquistas de seu governo. Foram os primeiros pintores no Brasil e na América pintando paisagens, tipos étnicos, fauna e flora, denunciando sem preconceitos a realidade vivida na época e mais uma vez trazendo as influências da cultura européia para a arte brasileira e a nossa cultura em geral. Como não eram católicos, dedicavam-se também às pinturas profanas. Destacamos Frans Post E Albert Eckhout. Frans Post- “Casa de Fazenda”, 1651.
Frans Post (1612-1680)- Pintor, desenhista e gravador, nascido em Haalen, Holanda, em 1612. Aos 24 anos acompanhou as expedições de Mauricio de Nassau ao Brasil com a incumbência de registrar em suas telas os feitos e a realidade brasileira. É considerado o primeiro paisagista a trabalhar no continente americano. Suas obras são encontradas em vários museus do mundo e aqui no Brasil podemos apreciá-las no MASP, em São Paulo, e no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
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Albert Eckhout (1610-1666)- Pintor e botânico, nascido em Groninger, Holanda, em 1610. Desembarcou no Brasil com a expedição de Mauricio de Nassau e permaneceu aqui até 1644. Foi contratado para documentar em suas telas os tipos étnicos, os costumes e a paisagem local. Ficou fascinado pelo que encontrou aqui e grande parte de sua obra retrata o seu encantamento com o Brasil.
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Manuel da Costa Ataíde- Anjos músicos (detalhe do forro da nave), 1814.
BARROCO BRASILEIRO
O barroco se desenvolveu no Brasil durante o século XVIII se estendendo até o início do século XIX. O barroco brasileiro está intimamente vinculado à religião. A procura pelo ouro transformou a sociedade brasileira e provocou a vinda de pintores, escultores e comerciantes europeus interessados nas nossas riquezas minerais, pois o estilo barroco europeu convivia com obras de arte ricas e exuberantes, construções muito decoradas e enfeitadas com ouro. BARROCO PERNABUCANO- No Brasil, o grande expoente da arte barroca resplandeceu na arquitetura das igrejas e seus adornos, os entalhes de madeira recobertos de finas camadas de ouro, tetos pintados com representações bíblicas, esculturas de santos e anjos detalhados em ouro. Porém, contrastando com a riqueza interna das igrejas, as fachadas foram construídas com muita simplicidade.
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Aleijadinho- “Profeta Baruc” (Adro da Basílica de Congonhas), 1800.
ALEIJADINHO- Antônio Francisco Lisboa nasceu na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto, Minas Gerais, em 29 de agosto de 1730 ou 1738. Era filho natural do português Manuel Francisco Lisboa, considerado um dos melhores arquitetos de sua época, e de sua escrava Isabel. Aleijadinho sabia ler e escrever iniciou o aprendizado de desenho, arquitetura e escultura com o pai. Foi nas cidades próximas às minas, especialmente em Ouro Preto, que surgiu e se desenvolveu o barroquismo mineiro. A obra do Aleijadinho acha-se distribuída pelas igrejas de onze cidades mineiras. A maior parte de suas obras de talha e escultura está em Ouro Preto. Dois de seus mais importantes trabalhos, no entanto, acham-se em Congonhas do Campo: “Os Doze Profetas” , um conjunto de doze estátuas em tamanho natural, esculpidas em pedra sabão e “Os Passos da Paixão” , com suas figuras pintadas por Manuel da Costa Ataíde e Francisco Xavier Carneiro, auxiliados por vários entalhadores. Antônio Francisco Lisboa passou a ser conhecido como Aleijadinho, aproximadamente aos cinquenta anos, quando foi acometido por uma doença que aos poucos deformou e inutilizou o artista, que não se dava por vencido: arrastava-se, usando uma espécie de joelheira de couro e mandava que lhe amarrassem o martelo e o cinzel às mãos para continuar a esculpir. As deformações transplantadas para suas figuras assumem extraordinária força expressionista. Manteve-se ativo até 1812, quando ficou quase cego. Morreu em novembro de 1814, isolado e completamente esquecido por seus contemporâneos. Foi lembrado quase meio século depois por Rodrigo José Ferreira Bretas, seu primeiro biógrafo. O reconhecimento definitivo só chegou após o movimento modernista de 1922, que se preocupou com a afirmação dos valores nacionais. MESTRE ATAÍDE- Manoel da Costa Athaide nasceu em Mariana, Minas Gerais em 1762 onde também faleceu em 1830. Foi pintor, dourador, encarnador, entalhador. É considerado importante pintor do barroco mineiro. Suas obras mais destacadas são as pinturas na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Ouro Preto, realizadas entre 1801 e 1812; o painel “A Última Ceia”, no Colégio do Caraça, executado em 1828, e a do forro da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Mariana, de 1823. No período de 1781 a 1818, encarna e doura as imagens de Aleijadinho (1730- 1814) para o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo. Segundo a crítica Lélia Coelho Frota, o artista teria utilizado seus quatro filhos como modelos para a confecção dos anjos que adornam os diversos forros e painéis por ele executados e sua esposa para a execução da madona mulata, retratada no forro da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Ouro Preto. •
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MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
No início do século XIX, o Brasil recebeu uma forte influência da cultura européia com a chegada de um grupo de artistas franceses (1816) incluindo pintores famosos como Debret e Taunay. Esse movimento cultural ficou conhecido como Missão Artística Francesa e fundou a Academia de Belas Artes em 1826, oferecendo o aprendizado das artes e ofícios. Esses artistas pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam obedecendo o estilo neoclássico, ou seja, a volta aos padrões da arte clássica da Antigüidade. Como resultado da influência da Missão Francesa e dos artistas que estudaram na Academia de Belas Artes, podemos encontrar até os dias de hoje o estilo neoclássico espalhado pelo Brasil. Destacamos alguns artistas brasileiros que despontaram nesse período: Vitor Meireles e Pedro Américo. Almeida Junior- “O Violeiro”, 1899.
Pedro Américo (1843-1905)- Pedro Américo de Figueiredo e Melo, pintor, desenhista e escritor brasileiro, nascido na cidade de Areia, Paraíba. Começou sua vida artística aos 09 anos, como desenhista, acompanhando um ambientalista francês numa expedição pelo sertão brasileiro para documentar a flora e a fauna da região. Recebeu de Dom Pedro II, em 1859, uma bolsa de estudos para se aperfeiçoar em desenho e pintura na Escola de Belas Artes de Paris, na Sorbonne e no Instituto de Física Ganot. Quando retornou ao Brasil, em 1864, se tornou catedrático de desenho da Academia Imperial das Belas Artes. Pedro Américo pintava temas bíblicos, quadros históricos e retratos. Faleceu em Florença, na Itália, em 1905. Vitor Meireles (1832-1903)- Pintor brasileiro, nascido em Florianópolis, Santa Catarina. Estudou desenho quando criança em sua cidade natal e em 1845, já no Rio de Janeiro, matriculou-se na Academia Imperial de Belas Artes. Em 1853 partiu para Europa, estudando em Paris e Roma. Foi o primeiro pintor brasileiro a participar do Salão de Paris. Na ocasião, 1861, apresentou sua mais célebre obra de arte, “Primeira Missa no Brasil” . Nesse mesmo ano retornou ao Brasil e se tornou professor do Liceu de Artes e Ofícios e professor honorário da Academia Imperial de Belas Artes, onde ensinou pintura histórica. Faleceu em 1903, no Rio de Janeiro. Sua obra pode ser admirada no Museu Nacional de Belas Artes. Vitor Meireles, “Primeira Missa no Brasil”, 1860.
Almeida Júnior (1850-1899)- José Ferraz de Almeida Júnior nasceu na comarca de Itu, província de São Paulo, a 8 de maio de 1850. Aos dezenove anos ingressou na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde foi aluno de Jules Le Chevrel, Victor Meirelles e Pedro Américo. Em 1876 recebeu bolsa de estudo do Imperador Dom Pedro II e seguiu para a capital artística da Europa. Em Paris aprimorou-se no atelier de Alexandre Cabanel. Após dois de preparação matriculou-se na Ecole Nationale et Speciale des Beaux-Arts, onde foi aluno do próprio Cabanel e de Lequien Fils. Na Ecole estudou por 03 anos, aperfeiçoou-se tecnicamente e obteve prêmios nos concursos de anatomia e de desenho de ornamentos. Participou da mais valorizada exposição oficial de arte do
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UNIDADE 17- VANGUARDAS EUROPEIAS "Formas únicas na continuidade do espaço"- Umberto Boccioni, 1913
VANGUARDAS EUROPEIAS- FUTURISMO O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em 22/02/1909, e nele, o poeta italiano Marinetti, dizendo que "o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia". O segundo manifesto, de 1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carra, Umberto Boccioni e Giacomo Balla. Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. Para Balla, "é mais belo um ferro elétrico que uma escultura". Para os futuristas, os objetos não se esgotam no contorno aparente e seus aspectos se interpenetram continuamente a um só tempo, ou vários tempos num só espaço. O grupo pretendia fortalecer a sociedade italiana através de uma pregação patriótica que incluía a aceitação e exaltação da tecnologia. O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço bidimensional. Procura-se neste estilo expressar o movimento real, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço. Principal artista: UMBERTO BOCCIONI (1882-1916), sua obra se manteve sob a influência do cubismo, mas incorporando os conceitos de dinamismo e simultaneidade: formas e espaços que se movem ao mesmo tempo e em direções contrárias. Nascido em Reggio di Calábria, Boccioni mudou-se ainda muito jovem para Roma, onde estudou em diferentes academias. Logo fez amizade com os pintores Balla e Severini. No início, mostrou-se interessado na pintura impressionista, principalmente na obra de Cézanne. Fez então algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Ao voltar, entrou em contato com Carrà e Marinetti e um ano depois se encontrava entre os autores do Manifesto Futurista de Pintura, do qual foi um dos principais teóricos. Foi com a intenção de procurar as bases dessa nova estética que ele viajou a Paris, onde se encontrou com Picasso e Braque. Ao retornar, publicou o Manifesto Técnico da Pintura Futurista, no qual foram registrados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dos conceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura. Em 1912, participou da primeira exposição futurista. Suas obras ainda deixavam transparecer a preocupação do artista com os conceitos propostos pelo cubismo. Os retratos deformados pelas superposições de planos ainda não conseguiam expressar com clareza sua concepção teórica. Um ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos desordenados, como num pseudofotograma. Durante a Primeira Guerra Mundial, o pintor se alistou como voluntário e ao voltar publicou o livro Pittura, Scultura Futurista, Dinâmico Plástico (Pintura, Escultura Futurista, Dinamismo Plástico). Morreu dois anos depois, em 1916, na cidade de Ve rona. VANGUAR DAS EUR OPEIAS- EXPR ESSIONISMO O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores patéticas, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Principais características: * pesquisa no domínio psicológico; * cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas; * dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; * pasta grossa, martelada, áspera;
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“O Grito”- Edvard Munch, 1893
Principal artista:
Edvard Munch - foi um dos primeiros artistas doséculo XX que
conseguiu conceder às cores um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus quadros exerceram grande influência nos artistas do grupo Die Brücke, que conheciam e admiravam sua obra. Nascido em Loten, Noruega, em 1863, Munch iniciou sua formação na cidade de Oslo, no ateliê do pintor Krogh. A partir de 1907, morou na Alemanha, onde, além de exposições, realizou cenários. Passou seus últimos anos em Oslo, na Noruega. Uma de suas obras mais importantes é O Grito (1889). O Grito é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura humana não apresenta suas linhas reais, mas contorce-se sob o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito perturbador. Perseguido pela tragédia familiar, Munch foi um artista determinado a criar "pessoas vivas, que respiram e sentem, sofrem e amam". Recusou o banal, as cenas interiores pacíficas, comuns na sua época. A dor e o trágico permeiam seus quadros. qua dros. “Les Demoiselles D‘avignon”- Pablo Picasso, 1907
VANGUARDAS EUROPEIAS- CUBISMO Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes. Principais características: * geometrização das formas e volumes; * renúncia à perspectiva; * o claro-escuro perde sua função;
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VANGUARDA EUROPEIAS- DADAÍSMO
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra. Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra. Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra. O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921. Principal artista: MARCEL DUCHAMP (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas. O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos. "Fontana”- Marcel Duchamp, 1917
VANGUARDAS EUROPEIAS- SURREALISMO Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.
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O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais. "A Persistência da Memória”- Salvador Dalí, 1931
Principal artista: SALVADOR DALI- é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época teve oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o pintor foi expulso da Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme O Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de 1929. Ele criou o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas .Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando. Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de jóias e móveis. PRÉ-MODERNISMO PANORAMA MUNDIAL Pré-guerra; Partilha da África; Freud e a psicanálise; Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918); Revolução Russa (1917);
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Anita Malfatti- ”A Estudante Russa”, 1915
UNIDADE 18- PRECURSORES DA SEMANA DE ARTE MODERNA: ANITA MALFATTI Anita Catarina Malfatti (São Paulo Brasil 1889 – São Paulo 1964) foi pintora, gravadora, desenhista. Inicia seu aprendizado artístico com a mãe, Bety Malfatti (1866-1952). Devido a uma atrofia congênita no braço e na mão direita, utiliza a esquerda para pintar. No ano de 1909, pinta algumas obras, entre elas a chamada Primeira tela de Anita Malfatti. Reside na Alemanha entre 1910 e 1914, onde tem contato com a arte dos museus, freqüenta por um ano a Academia Imperial de Belas Artes, e posteriormente estuda com artistas como Fritz Burger-Mühlfeld (1867-1927) Lovis Corinth (1858-1925) e Ernst Bischoff-Culm. Sua primeira individual acontece em São Paulo, em 1914, no Mappin Stores, mas é a partir de 1917 que se torna conhecida, quando em uma exposição protagonizada pela artista - em que também expunham artistas norte-americanos - recebe críticas ferrenhas de Monteiro Lobato (1882-1948) no artigo “ A Propósito da Exposição Malfatti" , conhecido como “ Paranóia ou Mistificação”. Em sua defesa Oswald de Andrade publica em 1918 artigo no Jornal do Comércio. Estuda pintura com Pedro Alexandrino (1856-1942) e com Georg Elpons (1865-1939) exercita-se no modelo nu. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna expondo 20 trabalhos, entre eles O “Torso e Ritmo” e “Homem Amarelo” e integra, ao lado de Tarsila do Amaral (18861973), Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954) e Menotti Del Pichia (1892-1988), o Grupo dos Cinco. Retorna ao Brasil em 1928 e leciona desenho e pintura pintura no Mackenzie College, na Escola Escola Normal Americana, na Associação Cívica Feminina e em seu ateliê. Na década de 30, em São Paulo, integra a Sociedade Pró-Arte Moderna - SPAM, a Família Artística Paulista e participa do Salão Revolucionário. A primeira retrospectiva acontece em 1949, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp. Em 1951, participa do 1º Salão Paulista de Arte Arte Moderna e da 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Emiliano Di Cavalcanti- “Capa do Catálogo”,1922.
UNIDADE 18- SEMANA DE ARTE MODERNA DE 22 A Semana, que, segundo Oswald de Andrade, não foi idealizada por ninguém, oficialmente, teve início no dia 11 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Na verdade o teatro abrigou uma exposição modernista do dia 11 até o dia 18 do mesmo mês. Nas noites dos dias 13, 15 e 17 foram realizadas conferências, leituras de poesia e prosa, espetáculos de música e de dança. Essas noites não foram programadas intercaladas sem um propósito: os modernistas queriam ler a reação da imprensa nos Jornais dos dias que se seguiam, o que foi conseguido, pois os jornais dos dias 14, 16 e 18 publicavam escandalizados os acontecimentos das noites
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Vitor Brecheret- “Diana Guerreira”, 1921
Se a Semana foi realizada por jovens inexperientes, sob o domínio de doutrinas europeias mal-assimiladas, conforme acentuam alguns críticos, ela significou também o atestado de óbito da arte dominante. O academicismo plástico, o romantismo musical e o parnasianismo literário esboroamse por inteiro. Houve dentro dela, e no período que a sucedeu imediatamente (1922-1930), certa destrutividade gratuita, certo cabotismo, certa ironia superficial e enorme confusão ideológica. É possível que a Semana não tenha se convertido no fato mais importante da cultura brasileira, como queriam muitos de seus integrantes. Mário de Andrade diria mais tarde que faltou aos modernistas um maior empenho social, uma maior impregnação "com a angústia do tempo". De qualquer maneira, o espírito modernista destruiu um mobilismo cultural que entravava as criações mais revolucionárias e complexas, possibilitando um caminho livre à geração posterior. Apesar de todos os limites, a Semana de Arte Moderna deixou-nos vários legados. Caberia a Mário de Andrade verdadeiro líder e principal teórico do movimento sintetizar a herança de 22: *A estabilização de uma consciência criadora nacional, preocupada em expressar a realidade brasileira; *A atualização intelectual com as vanguardas europeias; *O direito permanente de pesquisa e criação estética. Tarsila do Amaral- “Abaporu”, 1928
UNIDADE 18- TARSILA DO AMARAL
Pintora e desenhista brasileira nascida no município de Capivari, interior de São Paulo em 1890, falecendo na cidade de São Paulo em 1973. Estudou pintura com Pedro Alexandrino e Georg Elpons, em São Paulo; em 1920 seguiu para Paris, onde estudou na Académie Julien com Émile Renard, e freqüentou os ateliês dos pintores cubistas, André Lothe e Fernand Léger. Durante uma visita ao Brasil, em 1922, juntou-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Oswald e Mário de Andrade, formando o "Grupo dos Cinco", que defendia o ideário modernista lançado pela Semana de Arte Moderna em 1922. Em 1924 viajou a Minas Gerais com o grupo paulistano e o poeta francês Blaise Cendrars. Essa viagem,
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Alfredo Volpi- “Bandeirinhas”, 1968
UNIDADE 19- GERAÇÃO DE 1930-1945
Após a semana de arte moderna de 22 os modernistas deixam o radicalismo do do lado se livram do ufanismo e dos modismos a arte brasileira começa a dar importância aos problemas do Brasil real, os temas sociais começam a ser explorados mostrando trabalhadores, retirantes e cenas do brasileiras são teamtizadas por uma óptica mais triste e real. São desse período as telas e murais de Cândido Portinari, que lança mão de sintaxe ligeiramente cubista em obras de forte cunho social. O nacionalismo está presente na obra de Tomás Santa Rosa, que também foi grande cenógrafo do teatro brasileiro, e de Orlando Teruz. Núcleo Bernardelli - Com Edson Motta a frente, forma-se em 1931 no Rio
de Janeiro, Um grupo preocupado e que luta para a democratização das Belas artes, tirando o foco voltado para as elites. Os trabalhos retratam os subúrbios do Rio, com destaque para as marinhas suaves de José Pancetti e o cubismo lírico de Milton Dacosta. Grupo Santa Helena - Formado também em torno do atelier de Francisco
Rebolo, volta-se a uma pintura mais tradicional, retratando paisagens simples, casario proletário, festas e quermesses. Inclui Clóvis Graciano, Aldo Bonadei, Bruno Giorgi, Fúlvio Pennachi, Mário Zanini, Carlos Scliar e Alfredo Alfred o Volpi. Alfredo Volpi (1898-1988) Natural de Luca na Itália. Chega com 2 anos de idade junto com a familia ao Brasil ,
onde se instalam em São Paulo. Tem início como pintor figurativo, participante do Grupo de Santa Helena. Depois é influenciado pelo muralismo mexicano. Enfim, atinge a maturidade de sua arte nos anos 50, com o abstracionismo geométrico de mastros e bandeirinhas de festas juninas, pretexto para delicadas composições de cores e linhas. Ismael Nery ou Néri (1900-1934) Natural do Brasil da cidade de Belem em 1900, pintor e desenhista é
considerado o precursor do Surrealismo no Brasil,e aos 20 anos viaja para a França, onde passou dois anos, quando retorna em 1927, conhece Marc Chagall, que teve grande influência em sua arte, voltando-se então para o Surrealismo. Sua obra pode ser divida em três fases: Expressionismo, quando sua pintura tinha como referência
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Aldemir Martins- “Pau de Arara”, 1958
Grupo dos 19: Em abril de 1947, na sede da
União Cultural Brasil-Estados Unidos em São Paulo, era realizada a exposição 19 Pintores, idealizada por Maria Eugênia Franco, coordenada por Rosa Rosenthal Zuccolotto e prefaciada por Geraldo Ferraz, com a participação de Aldemir Martins, Antonio Augusto Marx, Cláudio Abramo, Enrico Camerini, Eva Lieblich, Lena (Maria Helena Milliet F. Rodrigues), Lothar Charoux, Flavio Shiró, Huguette Israel, Jorge Mori, Luís Andreatini, Marcelo Grassmann, Maria Leontina, Mário Gruber, Otávio Araújo, Luís Sacilotto, Raul Müller Pereira da Costa, Vanda Godoi Moreira e Odetto Guersoni. O Grupo dos 19 não chegou a constituir um movimento: seus integrantes (cuja única característica em comum, além da mocidade, era o tipo de arte que praticavam, um típico Expressionismo de pós-guerra) nada propunham e nem pretendiam, e logo depois da mostra se dispersaram, cada qual tomando rumo particular. Foi, porém, através dessa exposição que diversos desses jovens artistas, alguns já conhecidos das coletivas anteriormente organizadas pelo Sindicato dos Artistas Plásticos, fizeram sua definitiva aparição no cenário artístico de São Paulo. Aldemir Martins (1922- 2004): Vindo de uma região muito carento do Brasil, envoca em seus primeiros
trabalhos testemunhos de sua produção pictórica, temas e motivos pungentes, que revelavam as condições subumanas nos quais viviam - e ainda vivem . E embora muito jovem e inexperiente, sem dispor sequer dos recursos técnicos de que mais tarde se apossaria, com uma força dramática em seus quadros desse periodo no qual estão no foco principal a seca, a fome, as doenças e principalmente a miséria. Já na década de 1940 convencionalismo começa a sair de cena. O arquiteto Oscar Niemeyer projeta o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, onde se encotram murais e telas de Portinari. Roberto Burle Marx faz o projeto paisagístico ao redor da igreja. Artistas como Mário Cravo e Carybé (Bahia), Aldemir Martins
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UNIDADE 20- TENDÊNCIAS ABSTRACIONISTAS & CONCRETISTAS ARTES VISUAIS- A ARTE ABSTRATA A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata. O Abstracionismo apresenta várias fases, desde a mais sensível até a intelectualidade máxima. INFORMALISMO: Entre esses grupo predomina os sentimentos e emoções. As cores e as formas são criadas livremente. Ele acontece na Alemanha e surge do movimento denominado "Der Blaue Reiter" (O Cavaleiro Azul) cujos fundadores são os Wassily Kandinsky, Auguste Macke, Franz Marc entre outros. Uma arte abstrata, que coloca na cor e forma a sua expressividade maior. Estes artistas se aprofundam em pesquisas cromáticas, conseguindo variações espaciais e formais na pintura, através das tonalidades e matizes obtidos. Eles querem um expressionismo abstrato, sensível e emotivo. Com a forma, a cor e alinha, o artista é livre para expressar seus sentimentos interiores, sem relacionálos a lembrança do mundo exterior. Estes elementos da composição devem Ter uma unidade e harmonia, tal qual uma obra musical. Piet Mondrian, “Composição em Vermelho, Amarelo e Azul” - 1928
Wassily Kandinsky (1866-1944), pintor russo, antes do abstracionismo participou de vários movimentos artísticos como impressionismo, atravessou uma curta fase fauve e expressionismo. Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em que procurou apontar correspondências simbólicas entre os impulsos interiores e a linguagem das formas e cores, e em 1926, Do ponto e da linha até a superfície, explicação mais técnica da construção e inventividade da sua arte. Dezenas de suas obras foram confiscadas pelos nazistas e várias delas expostas na mostra de "Arte Degenerada". SUPREMATISMO: é uma pintura com base nas formas geométricas planas, sem qualquer preocupação de representação. Os elementos principais são: retângulo, círculo, triângulo e a cruz. O manifesto do
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Jackson Pollock, “Alquimia”, 1928
Jackson Pollock (1912-1956), pintor americano, introduziu nova modalidade na técnica, gotejando (dripping) as tintas que escorrem de recipientes furados intencionalmente, numa execução veloz, com gestos bruscos e impetuosos, borrifando, manchando, pintando a superfície escolhida com resultados extraordinários e fantásticos, algumas vezes realizada diante do público. Desenvolveu pesquisas sobre pintura aromática. Nos últimos trabalhos nessa linha, o artista usou materiais como pregos, conchas e pedaços de tela, misturavam-se às camadas de tinta para dar relevo à textura. Usou freqüentemente tintas industriais, muitas delas usadas na pintura de automóveis. Tomie Ohtake– “Composição nº 07” - 1943
UNIDADE 21- ABSTRACIONISMO NO BRASIL
Tendência das artes plásticas desenvolvida no início do século XX na Alemanha. Surge a partir das experiências das vanguardas européias, que recusam a herança renascentista das academias de arte. As obras abandonam o compromisso de representar a realidade aparente e não reproduzem figuras nem retratam temas. O que importa são as formas e cores da composição. Na escultura, os artistas trabalham principalmente o volume e a textura, explorando todas as possibilidades da tridimensionalidade do objeto. Há dois tipos de abstração: a informal, que busca o lirismo privilegiando as formas livres, e a geométrica, que segue uma técnica mais rigorosa e não tem a intenção
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Manabu Mabe– “Tempo” - 1958
Manabu Mabe (1924-1997) nasceu em
Kumamoto, Japão 1924 e faleceu em São Paulo. Foi pintor, gravador e ilustrador. Partindo de Kobe, Japão, emigra com a família para o Brasil em 1934, dedicando-se ao trabalho na lavoura de café no interior do Estado de São Paulo. Interessado em pintura, começa a pesquisar, como autodidata, em revistas japonesas e coleções de livros sobre arte. Em 1945, na cidade de Lins, aprende a preparar a tela e a diluir tintas com o pintor e fotógrafo Teisuke Kumasaka. No fim da década de 1940, em São Paulo, conhece o pintor Tomoo Handa (1906-1996) a quem apresenta seus trabalhos. Integra-se ao Grupo Seibi e participa das reuniões de estudos do Grupo 15. No ano seguinte adquire conhecimentos técnicos e teóricos com o pintor Yoshiya Takaoka (1909-1978). Nos anos 1950 toma parte nas exposições organizadas pelo Grupo Guanabara. Em 1957 vende seu cafezal em Lins e muda-se para São Paulo para dedicar-se exclusivamente à pintura. No ano seguinte, recebe o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea e, em 1959, é homenageado com o artigo intitulado “The year of Manabu Mabe” [O ano de Manabu Mabe], publicado na revista Time, em Nova York. Recebe prêmio de melhor pintor nacional na 5ª Bienal Internacional de São Paulo e prêmio de pintura na 1ª Bienal de Paris. Nos anos 1980 pinta um painel para a Pan American Union em Washington, Estados Unidos, ilustra “O Livro de Hai-Kais”, tradução de Olga Salvary e edição de Massao Ohno e Roswitha Kempf e, em e m Kumamoto, no Japão, elabora a cortina de fundo fu ndo do Teatro Provincial. UNIDADE 22- TENDÊNCIAS ABSTRACIONISTAS & CONCRETISTAS
OPTICAL ART A expressão “op-art” vem do inglês (optical art) e significa “arte óptica”. Defendia para arte "menos expressão e mais visualização". Apesar do rigor com que é construída, simboliza um mundo precário e instável, que se modifica a cada instante. Apesar de ter ganho força na metade da década de 1950, a Op Art passou por um
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quando alguns artistas, após estudar os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a transformá-los em tema de suas obras. Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade. Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designam, usando como materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs, usando como materiais, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar, em refinado, e aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos.
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Waldemar Cordeiro– “Movimento” - 1951
Ivan Ferreira Serpa (Rio de Janeiro RJ 1923 - idem 1973): Este
Pintor, gravador e desenhista tem grande importância na arte moderna brasileira. Em 1949, ministra suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Em 1954, ao lado de Ferreira Gullar (1931) e Mário Pedrosa, cria o Grupo Frente e permanece na liderança do grupo até sua dissolução em 1956. Apesar da liberdade de pontos de vista estéticos no Grupo, há o predomínio de artistas concretistas.
Waldemar Cordeiro (Roma, Itália 1925 - São Paulo SP 1973):
Waldemar Cordeiro foi pintor, escultor, gravador, desenhista e ilustrador. Tem sua formação artística em Roma e vem para o Brasil em 1946, instalando-se em São Paulo. Integra, em 1956, o Movimento Concreto paulista e conhece os poetas Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos. Em meados da década de 1960, influenciado pela Arte Pop, cria seus popcretos, como os denomina Augusto de Campos. Trabalha com objetos mecânicos, como na obra Beijo, e, em 1970, introduz no Brasil o uso do computador nas artes visuais. Lygia Clark– “Bicho -Flor” – 1960-1963
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Hélio Oiticica (Rio de Janeiro RJ 1937 - idem 1980). Inicia, junto com o irmão César Oiticica (1939), estudos de
pintura e desenho com Ivan Serpa (1923-1973) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1954. Neste ano, escreve seu primeiro texto sobre artes plásticas; a partir daí o registro escrito de reflexões sobre arte e sua produção torna-se um hábito. Participa do Grupo Frente em 1955 e 1956 e, a partir de 1959, integra o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e se interessa por outras formas de expressão, procurando retirar a pintura do quadro e levá-la para o espaço; cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. Em 1964, começa a criar as chamadas manifestações ambientais (performances e happinings). Na abertura da mostra Opinião 65, no MAM/RJ, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, sendo expulso do museu. Realiza, então, uma manifestação coletiva em frente do museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistasVive em Nova York durante a maior parte da década de 70, período no qual é bolsista da Fundação Guggenheim, participa da mostra Information, no MoMa, e retorna ao Brasil em 1978. UNIDADE 24- NOVA FIGURAÇÃO
Vivia-se no país um período de tensão e contestação ao regime militar, instalado em 1964. Esta experiência teve, em alguns casos, repercussões diretas sobre a nova relação que a arte buscava com a realidade e o público. Foi rico o processo da nova dinâmica: começou com projetos como o de Lígia Clark, (os "casulos", os "bichos"), e o de Hélio Oiticica, (bólides, objetos, parangolés), chegando-se à Declaração de Princípios da Vanguarda, em janeiro de 1967, e à mostra Nova Objetividade, em abril do mesmo ano, no MAM do Rio de Janeiro. Uma grande parte das novas experiências apoiava-se