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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ José Wellington Barroso de Araújo Dias REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielschowsky COORDENADOR GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso José da Costa DIRETOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes DIRETO DIRETO R DO CENT CENT RO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA Helder Nunes da Cunha COORDENADOR DO CURSO DE QUÍMICA NA MODALIDADE EaD Rosa Lina Gomes Pereira do Nascimento da Silva COORDENADORA DA PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPI/UAPI Cleidinalva Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira DIAGRAMAÇÃO Giselle da Silva Castro REVISÃO REVISÃO ORTOGRÁFICO-GRAMATICAL ORTOGRÁFICO-GRAMATICAL Maria da Penha Feitosa
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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ José Wellington Barroso de Araújo Dias REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielschowsky COORDENADOR GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso José da Costa DIRETOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes DIRETO DIRETO R DO CENT CENT RO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA Helder Nunes da Cunha COORDENADOR DO CURSO DE QUÍMICA NA MODALIDADE EaD Rosa Lina Gomes Pereira do Nascimento da Silva COORDENADORA DA PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPI/UAPI Cleidinalva Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira DIAGRAMAÇÃO Giselle da Silva Castro REVISÃO REVISÃO ORTOGRÁFICO-GRAMATICAL ORTOGRÁFICO-GRAMATICAL Maria da Penha Feitosa
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Apresentação Apresentação
Este texto tem o objetivo de preparar os alunos da disciplina de Metodologia de Estudos Autônomos, Autônomos , do Curso de Licenciatura em Química, para serem os agentes principais de sua formação. Com este fim serão orientados para aprender a aprender, tarefa das mais necessárias, necessárias, nos dias de hoje hoje , a estudantes, a p rofissionais das mais diversas áreas e, princ p rincipal ipalmente, mente, a professores. Por simplicidade, o conteúdo apresentado está distribuído em cinco unidades que correspondem às unidades do plano de ensino da disciplina. Em cada uma delas, além dos textos que exploram os conteúdos e das atividades de aprendizagem, sempre que necessário, foram inseridas seções co mpleme mpleme ntares. A Unidade 1 trata do que é estudar, do que é aprender e da necessidade
de
estudar
para
realizar
uma
aprendizagem
significativa. Em seguida, na Unidade 2, abordamos o estudo e a Educação a Distância enfatizando a importância dos estudos autônomos nesta modalidade de educação. Na Unidade 3, partindo do ato de estudar, discorremos sobre o ambiente de estudo, os fatores que favorecem a aprendizagem, o uso de recursos mnemônicos, mnemônicos, o planeja planeja mento de estu es tudos dos e como estudar com novas novas tecno tecno logias de informação e comun com unicação. icação. A leitu leit ura como método de estu es tudo do é o assunt ass unto o da Unidade 4. Nela discutimos o ato de ler, níveis e tipos de leitura, técnicas de análise e interpretação de texto e como fazer anotações, fichamentos, resumos e resenhas. Por último, na Unidade 5, apresentamos a pesquisa científica como um modo de construir conhecimento, incluindo definição, finalidade, planejamento e tipos de pesquisa e detalhamos as etapas da pesquisa bibliográfica e a elaboração do relatório relatório de pesq uisa.
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Sumário Apresentação UNIDADE 1 – ESTUDAR E APRENDER .................................................. 07
Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro 1.1 O que é Estudar? .................................................................................. 09 1.1.1 Estudo e método ................................................................................. 10 1.1.2 Por que Estudar? ............................................................................... 11 1.2 O que é Aprender? ................................................................................ 12 1.3 A Importância de Estudar e Aprender na Atualidade............................ 14 1.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 16 1.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 19 1.6 Web-Bibliografia .....................................................................................20 UNIDADE 2 – O ESTUDO E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..................... 21
Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira e Maria Rita de Morais Chaves Santos 2.1 O que é Educação a Distância .............................................................. 23 2.2 O Estudo e a Educação a Distância...................................................... 26 2.3 A importância dos Estudos Autônomos................................................. 28 2.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 29 2.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 29 2.6 Web-Bibliografia .....................................................................................30 UNIDADE 3 – COMO ESTUDAR ............................................................... 32
Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro 3.1 O Ato de Estudar.................................................................................... 34 3.1.1 Etapas para um Estudo Produtivo ...................................................... 35 3.2 O Ambiente de Estudo ........................................................................... 36 3.2.1 Condições para um bom Ambiente de Estudo................................... 37 3.3 Fatores que favorecem a Aprendizagem .............................................. 39 3.3.1 Motivação ............................................................................................ 39 3.3.2 Atenção ............................................................................................... 40 3.3.3 Hábito de estudo ................................................................................. 42 3.3.4 Associação de ideias .......................................................................... 43 3.3.5 Intercâmbio..........................................................................................43 3.3.6 Aceitação de críticas ........................................................................... 44 4
3.3.7 Estado de Saúde Física e Mental ...................................................... 44 3.4 Memória e Aprendizagem...................................................................... 45 3.4 1 Leis da Memória ................................................................................. 46 3.4.2 Problemas de Memória e Aprendizagem ........................................... 46 3.4.3 Recursos mnemônicos na Aprendizagem ......................................... 47 3.4.4 Cuidados com a memória................................................................... 44 3.5 Planejamento, Cronograma e Rotina de Estudo .................................. 49 3.5.1 Planejamento de Estudo .................................................................... 50 3.5.2 Cronograma de Atividades ................................................................. 52 3.6 Estudar com Novas Tecnologias de Informação e Comunicação........ 54 3.7 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 56 3.8 Referências Bibliográficas ..................................................................... 58 3.9 Web-Bibliografia..................................................................................... 58 UNIDADE 4 – A LEITURA COMO MÉTODO DE ESTUDO ...................... 60
Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira, Maria Rita de Morais Chaves Santos e Mônica Maria Machado Ribeiro N. de Castro 4.1 O Ato de Ler........................................................................................... 62 4.1.1 A leitura como habilidade básica........................................................ 62 4.1.2 O processo de Leitura ........................................................................ 63 4.1.3 O bom leitor ........................................................................................ 65 4.2 Níveis e Tipos de Leitura ....................................................................... 67 4.2.1 Como ler livros didáticos? ................................................................. 68 4.3 Análise e Interpretação de Texto .......................................................... 73 4.3.1 Análise textual..................................................................................... 74 4.3.1.1 Como fazer um esquema? ............................................................. 75 4.3.2 Análise temática.................................................................................. 77 4.3.3 Análise interpretativa .......................................................................... 78 4.3.4 Problematização ................................................................................. 80 4.3.5 S íntese pessoal .................................................................................. 80 4.4 Anotações, Fichamentos, Resumos e Resenhas ................................. 81 4.4.1 A Documentação Pessoal .................................................................. 81 4.4.2 Anotações ........................................................................................... 83 4.4.3 Fichamentos ....................................................................................... 84 4.4.3.1 Fichamento para Documentação Temática .................................... 85 4.4.4 Resumos ............................................................................................. 87
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4.4.4.1 Como fazer um Resumo Informativo? ............................................ 89 4.4.5 Resenhas ............................................................................................ 90 4.5 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 92 4.6 Referências Bibliográficas ..................................................................... 93 4.7 Web-Bibliografia .....................................................................................95 UNIDADE 5 – COMPREENDENDO A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ...... 96
Maria da Conceição Sousa de Carvalho 5.1 O que é Pesquisa Científica? ................................................................ 98 5.2 Por que Pesquisar?................................................................................ 99 5.3 Como acontece o Processo de Pesquisa? ......................................... 101 5.4 Como Classificar Pesquisas? .............................................................. 103 5.4.1 Tipos de Pesquisa segundo os Objetivos ........................................ 104 5.4.2 Tipos de Pesquisa segundo as Fontes de Dados............................ 104 5.5 A Pesquisa Bibliográfica ...................................................................... 105 5.5.1 Passos da Pesquisa Bibliográfica .................................................... 105 5.5.2 Apresentação do Relatório ............................................................... 111 5.6 Atividades de Aprendizagem ............................................................... 114 5.7 Referências Bibliográficas ................................................................... 115 5.8 Web-Bibliografia ...................................................................................116 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 117 WEB-BIBLIOGRAFIA................................................................................ 122 SOBRE OS AUTORES.............................................................................. 127
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Sumário da Unidade Apresentação
UNIDADE 1 – ESTUDAR E APRENDER .................................................. 07
Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro 1.1 O que é Estudar? .................................................................................. 09 1.1.1 Estudo e método ................................................................................. 10 1.1.2 Por que Estudar? ............................................................................... 11 1.2 O que é Aprender? ................................................................................ 12 1.3 A Importância de Estudar e Aprender na Atualidade............................ 14 1.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 16 1.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 19 1.6 Web-Bibliografia .....................................................................................20
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1.1 O que é Estudar? Você já se perguntou por que estuda? A resposta mais óbvia é: “para aprender”. Foi o que você respondeu? Vamos primeiramente tentar responder a uma questão anterior a esta: o que é estudar? Uma ida ao Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa nos mostra que o verbete estudar tem vários significados. Vamos citar alguns: 1. Aplicar a inteligência, para aprender. 2. Dedicar-se à apreciação, a nálise ou compreensão de;
Verbete quando relativo a um dicionário, glossário ou enciclopédia, conjunto de acepções de uma palavra.
examinar, analisar. 3. Observar atentamente. 4. Procurar fixar na memória; esforçar-se para saber de cor. 5. Frequentar o curso de; cursar. 6. Examinar ou observar atentamente. 7. Exercitar-se ou adestrar-se em. 8. Ensaiar previamente (uma atitude, um gesto, um acessório, a posição de um objeto, etc.), para ter ideia do efeito. 9. Aplicar o espírito, a memória, a inteligência, para saber, ou adquirir instrução ou conhecimentos. 10. Meditar; pensar; assuntar.
Reflita!
Se você prestar atenção a todas essas acepções do verbete estudar pode até pensar que tudo o que fazemos é estudar! Na verdade, não é muito diferente disso, é? Estamos sempre est udando alguma coisa; não necessariamente na vida escolar, mas na vida em geral, no cotidiano de nossa e xistência. Porém, muitos estudantes se queixam de estudar, estudar e estudar e, ao final, não aprenderem nada. Realmente, isso aco ntece. Acontece com quem não aprendeu a estudar. E é por isso que iniciamos nossa disciplina fazendo esta reflexão sobre estudar. Estudar é um processo que só se realiza quando se aprende algo ou alguma coisa. Envolve a intenção, o querer, a necessidade; envolve o preparo, o treino, a disponibilidade; e, como toda atividade
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Para você, o que é estudar?
humana, requer o uso de métodos e técnicas adequadas. Até a atividade mais corriqueira como lavar um copo, por exemplo, pode ser bem ou mal realizada. Ou seja, levar mais ou menos tempo, ser desempenhada com desleixo, atenção, indiferença ou prazer. Também é assim com o ato de estudar.
1.1.1 Estudo e Método Estudar está para o jovem, o estudante, assim como trabalhar está para o adulto, o trabalhador. Estudar é um dever do estudante, mas a esse dever corresponde o direito de ser orientado. Muitos são os estudantes que “queimam pestanas” às vésperas de provas; outros que sacrificam lazer, amizades, o convívio em família, dedicando horas e horas ao estudo, mas têm pouco êxito nos exames e trabalhos escolares. Não sabem tirar proveito das exposições dos professores, nem da leitura de livros, artigos de periódicos ou outras fontes de consulta; não sabem fazer anotações, fichamentos, resumos ou mesmo fazer uso destes. Para estes muitos alunos o estudo sistemático é uma “tortura”, pois, como em toda profissão, a falta de domínio das “ferramentas de trabalho” leva ao insucesso. Para dominar as ferramentas necessárias ao estudo ou à busca do conhecimento, fazemos uso da metodologia científica. Ela ensina a manejar os instrumentos adequados ao “trabalho de estudar” de modo a torná-lo mais significativo, eficiente e prazeroso. Matos (1994, p. 16) ensina que “O vocábulo metodologia vem do grego „methodos‟ (meta + hodos = caminho), em latim „methodus‟, e indica um caminho para chegar a um fim, ou a um determinado resultado.” Assim, em sentido amplo, metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer; em sentido mais estrito, é o “conjunto de definições, procedimentos, rotinas, métodos e técnicas utilizados para obtenção e apresentação das informações desejadas” (MOURA, 2006).
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Desse modo, a metodologia aplicada aos estudos visa a encaminhar o estudante na busca do saber, no aprender a aprender, através
da
orientação
para
a
aquisição
de
capacidades,
desenvolvimento de estratégias e uso de métodos e técnicas que lhe permitam se responsabilizar por seus próprios estudos, decidindo com autonomia sobre suas prioridades e metas.
1.1.2 Por que estudar? Assim, voltamos à questão inicial: por que estudar? Para responder a esta questão olhe à sua volta. O mundo em que vivemos é bem complexo e pode até ser bem hostil. Necessitamos de conhecimentos sobre ele para que possamos viver. É assim desde tempos imemoriais. De lá para cá, o conhecimento acumulado pela humanidade sobre a natureza e o domínio e desenvolvimento das técnicas nos proporcionou o tipo de vida que temos hoje. Esse conhecimento é de tal monta e abrangência que o seu estudo ocupa grande parte de nossas vidas, mesmo que só o estudemos de forma superficial e o que nos é imprescindível para a vida em sociedade. Hoje, seria impossível alguém reter todo o conhecimento produzido em todas as áreas. Mesmo de uma só área, é uma tarefa homérica! Agora, reflita um pouco. Desde quando você estuda? Provavelmente há vários anos, décadas... Pois bem, tudo o que você estudou até aqui é muito, mas muito importante mesmo para sua vida e para a vida das pessoas que o cercam. Mas, ainda é pouco e você tem co nsciência disso. Tanto que você quer mais e por isso está aqui, agora, fazendo esse novo curso.
Então, é por isso que você estuda. Você ainda tem muito que aprender!
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Autonomia – faculdade de se governar por si mesmo. Liberdade ou independência moral ou intelectual.
1.2 O que é Aprender? Vamos então investigar o que é aprender. Novamente uma consulta ao Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa nos auxilia. Está ali q ue aprender é: 1. Tomar conhecimento de. 2. Reter na memória, mediante o estudo, a observação ou a experiência. 3. Tornar-se apto ou capaz de alguma coisa, em conseqüência de estudo, observação, experiência, advertência, etc. 4. Tomar conhecimento de algo, retê-lo na memória, em consequência de estudo, observação, experiência, advertência, etc. Você estuda para aprender algo que você só aprende se estuda. Ou seja, estudar não é um fim; estudar é um meio pelo qual passamos a ter conhecimento de algo. Esse algo quase sempre diz respeito às relações existentes entre os homens e entre os homens e a natureza. Aprender é compreender, assimilar, memorizar e transpor o conhecimento adquirido para outras situações. Assim, uma primeira constatação que pode ser feita, frente a Capacidade –
qualidade que uma pessoa ou coisa tem que possuir para um determinado fim. Habilidade; aptidão. Poder de receber, aceitar, apossar.
estas acepções para o que é aprender, é que o estudo nem sempre leva à aprendizagem. Embora todos nós tenhamos capacidade para aprender, existem diversos fatores que intervêm no aprendizado. Estes fatores podem estar relacionados tanto com a pessoa que quer aprender (interesse, estrutura cognitiva etc.) quanto com o objeto de estudo (por exemplo, seu potencial significativo para o estudante). É sabido que todo “ser humano nasce com certos comportamentos programados, inatos: são os reflexos e certas tendências que se incorporam ao que ele vai aprendendo” (OLIVEIRA; CHADWICK, 2001, p. 75). A cada dia, naturalmente, incorporamos novos conhecimentos; tão naturalmente que não nos damos conta do processo em si. A aprendizagem ocorre por observação, ensaio e erro, com a ajuda de o utras pessoas.
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Também é sabido que aprendemos mesmo fora do contexto de utilização do conhecimento, devido às capacidades de abstração e generalização. Isso permite aplicar um conhecimento aprendido em um contexto em outros contextos totalmente diversos. O ensino formal e a instrução, promovidos em nossa sociedade pelas escolas em geral, são os responsáveis por este tipo de aprendizagem que se
“Nenhum professor pode „ensinar‟ um aluno a ser capaz, mas pode ajudá-lo a se descobrir capaz” (ANTUNES, 2002).
quer mais eficiente, diferente das formas naturais anteriormente referidas. Este tipo de aprendizagem é intencional, mais formal, mais dirigida e menos lúdica. De qualquer modo, para que a aprendizagem ocorra é necessário que as novas informações e conhecimentos sejam organizados,
assimilados,
confrontados
e
integrados
aos
conhecimentos já existentes, de forma a serem, quando necessário, utilizados em outras situações. O que é aprendido contribui para a formação integral da pessoa e proporciona o seu amadurecimento. Quando se aprende algo na verdade se aprende várias coisas. Nas palavras de Bordenave e Pereira (2002, p. 25): A aprendizagem é um processo qualitativo, pelo qual a pessoa fica mais bem preparada para novas aprendizagens. Não se trata, pois, de um aumento quantitativo de conhecimentos, mas de uma transformação estrutural da inteligência da pessoa.
Desta forma, pode-se dizer que “os saberes não se acumulam, não constituem estoques q ue vão sendo agregados um a um à mente; há sim a transformação da integração, da modificação, do estabelecimento de relações e da coordenação entre esquemas de conhecimento que já possuíamos em novos vínculos e relações a cada nova aprendizagem conquistada ” (ANTUNES, 2002, p. 29 e 31). Convém, por último, ressaltar que na aprendizagem promovida pela escola, onde o objeto de estudo são conteúdos curriculares já elaborados que fazem parte da cultura e do conhecimento, também há a construção de uma representação
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Reflita!
Como você faz para aprender algo novo?
pessoal por parte do aprendiz quando se tem uma aprendizagem significativa. Neste caso, então, a construção de significados realizada não deve ser individual, mas sim compartilhada entre professores e a lunos. PARA SABER MAIS... Vários cientistas formularam teorias sobre a aprendizagem. Estas teorias fundamentam a criação e o desenvolvimento dos métodos e técnicas utilizadas no processo de ensino-aprendizagem. Mesmo sem maiores detalhes, já que as teorias de aprendizagem serão assunto de uma disciplina específica do Curso, será interessante conhecer algo sobre o tema neste momento, pois sabendo como se aprende fica mais fácil entender como se estuda. Recomendamos, também, a busca de informações sobre as contribuições de Piaget, Skinner, Bruner, Gagné, Ausubel, Rogers, Paulo Freire, Vygotsky e Gardner.
1.3 A Importância de Estudar e Aprender na Atualidade Tendo agora mais clareza sobre o que é estudar, o que é aprender e, ainda, sabendo que tanto um como outro exigem empenho e dedicação, é hora de refletir sobre a importância que têm esses processos que, além de satisfação e crescimento pessoal, às vezes trazem cansaços e decepções. É
bom
lembrar,
neste
momento,
dos
objetivos
da
aprendizagem. A pessoa que estuda e aprende torna-se capaz de libertar-se da ignorância (no seu sentido estrito de ignorar, não saber, desconhecer, ser incapaz de), de expressar-se por suas próprias palavras e de pensar com sua própria cabeça. Isto significa ter espírito crítico, saber ponderar as coisas e pessoas e avaliá-las segundo seus próprios princípios e valores. Significa tornar-se uma pessoa ciente de suas próprias opiniões – fundamentadas, sempre que possível, em fatos e evidências –, mas que respeita as opiniões de outras pessoas.
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Desta forma, e por tudo isso, a sociedade hoje valoriza mais do que nunca a formação de seus cidadãos, de modo que o mercado profissional, em geral, remunera pela qualificação. Pesquisas recentes do Banco Mundial e da Fundação Getúlio Vargas demonstram que quanto maior o nível de escolaridade, maiores são as chances de obter vaga no mercado de trabalho e maior o salário obtido; e, ainda, que enquanto cai o número de contratações de pessoal com menor escolaridade, aumentam as chances de quem tem maior escolaridade. Ou seja, nossa sociedade, por isso mesmo denominada de “sociedade do conhecimento”, está cada vez mais seletiva mais exigente e atribuindo maior importância às competências e ao saber de cada um. Não ao saber pronto, acabado; mas ao saber que confere prontidão para novos saberes. Como consequência, e diante da rapidez com que ocorrem as transformações que nela se operam , para esta sociedade, o melhor não é aquele que aprendeu ou pode aprender no sentido de poder ser ensinado, mas aquele no qual tem a autonomia de se planejar, se orga nizar, sabe estudar e aprendeu a aprender. O perfil do profissional exigido na atualidade é aquele das pessoas capazes de refletir e agir criticamente sobre sua realidade, buscando soluções e propondo mudanças inovadoras, capazes até mesmo de se automodificarem. Esse quadro não deve ser visto por você como desmotivador. Tome-o como desafiador. Ver o estudo e a aprendizagem como importante é um elemento automotivador; deve partir do próprio aluno. Comece refletindo sobre a importância que você dá a seus estudos, ao que você aprende. Você está iniciando este Curso para aprender a ser professor de Química. Isso significa aprender muitas coisas; significa apropriar-se de um conhecimento construído ao longo de milênios e fazer sua transposição para outras pessoas. Isso é importante para você? Para a sociedade?
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Química – “ a ciência que estuda as substâncias, sua estrutura, propriedades e as reações que as transformam em outras substâncias” (CHAGAS,1992).
Por ser um curso na modalidade de Educação a Distância, um dos princípios que o fundamentam é o da auto-aprendizagem, que será trabalhado sempre como um processo interativo e colaborativo. Isso exigirá de você um grande investimento de tempo de estudo, leitura e escrita. Esperamos que participe, se envolva, se comprometa, se entusiasme e aprenda como se estuda e se aprende a distância. Nesta disciplina temos o firme propósito de ajudá-lo, i nstruindo-o para que se torne cada vez mais pró-ativo com respeito aos seus objetivos e sua autonomia, tanto com respeito à sua aprendizagem quanto com seu projeto de vida como um todo!
1.4 Atividades de Aprendizagem 1. Faça um breve resumo de sua pesquisa sobre as teorias da aprendizagem. 2. Elabore
um
pequeno
texto
sobre
a
epistemologia
construtivista de Piaget ou Epistemologia Genética. 3. Visite os sites do Banco Mundial < www.obancomundial.org > e da Fundação Getúlio Vargas
e pesquise o que são e quais os objetivos destas instituições. 4. Para se conhecer melhor como estudante, responda na forma solicitada, às questões apresentadas abaixo. A seguir, reflita sobre seu modo de ser em cada aspecto questionado.
Parte I - Assinale com um X as alternativas que correspondem à sua maneira de ser e/ou traduzam seu pensamento. 1. Em sala de aula sou: ( ) inquieto ( ) curioso ( ) sempre presente ( ) brincalhão ( ) participativo
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( ) sempre ausente ( ) questionador ( ) calmo e calado 2. Na hora das explicações: ( ) fico atento ( ) não presto atenção ( ) fico em silêncio ( ) logo me desinteresso ( ) sempre tomo notas ( ) converso com colegas ( ) absorvo bem tudo o que é dito ( ) acompanho a explicação pelo livro de texto 3. Na realização de tarefas prefiro: ( ) trabalhos individuais ( ) trabalhos em grupo ( ) atividades desafiadoras ( ) atividades de reforço iguais às mostradas em sala ( ) atividades que envolvam apenas leitura; nada de escrever ( ) atividades que levem a fazer algo prático 4. Na realização de tarefas costumo: ( ) ser lento ( ) ser rápido para terminar logo ( ) ser rápido e eficiente ( ) ser lento mas cuidadoso ( ) consultar apenas livros ( ) consultar apenas colegas ( ) consultar apenas as anotações feitas em sala de aula ( ) pesquisar em livros, revistas, enciclopédias, internet etc. ( ) pedir ajuda ao professor
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5. Estudo ( ) mas não sei o porquê. ( ) mas detesto estudar ( ) porque sou obrigado ( ) para atingir meus objetivos ( ) porque gosto ( ) para ter uma profissão digna ( ) porque preciso ajudar minha família 6. Às vezes não estudo quando devia porque ( ) preocupo-me demais com problemas pessoais ( ) sou tentado a fazer coisas mais interessantes ( ) distraio-me com coisas ao meu redor ( ) me envolvo demais com atividades extracurriculares ( ) tenho saúde precária ( ) não me interesso por todos os assuntos ( ) tenho tendência para adiar minhas tarefas
Parte II – Leia atentamente as perguntas abaixo e responda, honestamente, sim ou não na margem esquerda. 1. Você sabe, de manhã, exatamente o que vai fazer durante o dia? 2. Você estuda sistematicamente? 3. Costuma estudar sempre no mesmo lugar? 4. Há na sua mesa de estudo algo que possa distrair sua atenção? 5. Quando estuda, pula os gráficos e tabelas que aparecem nos livros? 6. Quando estuda, faz mapas simples ou diagramas que representem pontos importantes da leitura? 7. Quando encontra, em suas leituras, palavras que não conhece procura o dicionário?
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8. Costuma ler “por alto” um capítulo antes de lê -lo minuciosamente? 9. Costuma ler o resumo ao final do capítulo, antes de ler o capítulo propriamente dito? 10. Conserva reunidos os apontamentos sobre determinada matéria? 11. Toma nota, durante as aulas, de forma esquemática? 12. Toma nota, sobre as leituras que faz, de forma esquemática? 13. Costuma fazer resumo de suas leituras? 14. Fica estudando até tarde da noite antes das provas? 15. Ao se preparar para uma prova, tenta memorizar o texto? 16. Tenta analisar se us trabalhos para descobrir os pontos fracos? 17. Tenta utilizar as noções que aprende em uma matéria para aprender outra?
1.5 Referências Bibliográficas ANTUNES, C. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender . Porto Alegre: Artmed, 2002. BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensinoaprendizagem. 23. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. CHAGAS, A. P. Como se faz Química, 2ª ed. Editora da UNICAMP, Campinas, SP, 1992. FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário básico da língua portuguesa: Folha / Aurélio. São Paulo: Nova Fronteira / Folha de São Paulo, 1988. MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar : orientações metodológicas para o estudo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. OLIVEIRA, J. B. A.; CHADWICK, C. Aprender a ensinar . São Paulo: Global, 2001.
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1.6 Web-Bibliografia MOURA, Gercinaldo. Metodologia científica em conceito e método. Gestão Universitária (periódico on-line), edição 118, 16/08/2006. Disponível em: Acesso em: 17/08/2007. SANTOS, José Carlos Ary dos. Aprender e estudar . Disponível em:
Acesso
em:
01/06/2007. Introdução às Teorias da Aprendizagem. Disponível em: Acesso em: 17/08/2007. Curso de Química. Disponível em:
(perfil
do
profissional
licenciado em Química). QUÍMICA NOVA NA ESCOLA (publicação da Sociedade Brasileira de Química). Disponível em: http://sbqensino.foco.fae.ufmg.br/qnesc?secao=qnesc www.sbq.org.br (site da Sociedade Brasileira de Química) www.arscientia.com.br (site de divulgação de Ciência, Arte e Tecnologia).
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Sumário da Unidade Apresentação
UNIDADE 2 – O ESTUDO E A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..................... 21
Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira e Maria Rita de Morais Chaves Santos 2.1 O que é Educação a Distância .............................................................. 23 2.2 O Estudo e a Educação a Distância...................................................... 26 2.3 A importância dos Estudos Autônomos................................................. 28 2.4 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 29 2.5 Referências Bibliográficas ..................................................................... 29 2.6 Web-Bibliografia .....................................................................................30
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2.1 O que é Educação a Distância? Podemos iniciar esta unidade fazendo um paralelo entre os conceitos de Educação a Distância e Ensino a Distância. Segundo Aretio (citado por LOPES; NEWMAN; SALVAGO, 2003), a Educação a Distância tem como característica a inexistência de distâncias e fronteiras para o acesso à informação e à cultura, com aprendizagem independente, tornando o aluno capaz de aprender e aprender a fazer, de forma flexível e autônoma, em relação ao tempo, estilo, ritmo e método de aprendizagem, tornandoo consciente de suas capacidades e possibilidades para a autoformação. A Educação a Distância é o processo de ensinoaprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. Na expressão
A Educação a Distância é um desafio para alcançarmos os mais longínquos lugares, e você faz parte dele!
“Ensino a Distância” é dado ênfase ao papel do professor, que se apresenta como alguém que ensina à distância (MORAN, 2002). Por outro lado, a “Educação a Distância” é uma expressão que define um processo mais amplo, mais abrangente, onde as tecnologias de comunicação virtual são as ferramentas utilizadas. As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem. Cenário educacional em que instrutor e alunos estão separados pelo tempo, posição, ou ambos os fatores. Os cursos de educação a distância são levados a lugares remotos de forma
síncrona ou assíncrona, incluindo correspondência escrita, textos, gráficos, áudio, fita de vídeo, CD-ROM, formação na linha de áudio e videoconferência, rádio, televisão interativa e fax. A educação a distancia não exclui a aula tradicional. A definição de educação a distancia é mais ampla que a definição de e-Learning (modalidade de educação a distância com suporte na internet, desenvolvida a
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Síncrona permite a comunicação em tempo real. Assíncrona permite a comunicação em tempos diferentes.
partir das necessidades de treinamentos de recursos humanos em empresas com focos em recursos didáticos hipermediáticos). A Educação a Distância é um processo educativo sistemático e organizado que exige não somente a dupla via de comunicação, mas também a instauração de um processo continuado, onde os meios devem estar presentes na estratégia de comunicação. Assim, a escolha do meio deve satisfazer o público alvo, nesse caso estudantes de graduação, e deve ser eficaz na transmissão, recepção, transformação e criação do processo educativo. A Educação a Distância tem características próprias que pressupõe uma grande ê nfase no autoaprendizado. O aprendiz deve ser incentivado a estudar e pesquisar de modo independente, porém, um aprendizado colaborativo, dinamizado pela comunicação e a troca de informação e ntre os alunos e professores, intensificados de modo a consolidar a aprendizagem através de atividades individuais ou em grupos virtuais. As atividades em grupos virtuais podem ser feitas em espaços de reuniões on-line (chats) ou off-line (e-mail ) disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem. A educação presencial é a dos cursos regulares, em qualquer nível, onde professores e alunos se encontram sempre num local físico, chamado sala de aula. É o ensino convencional. A semipresencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através do uso de tecnologias de informações. A Educação a Distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação. A Educação a Distância é mais adequada para a educação de adultos, principalmente para aqueles que já têm experiência consolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece no ensino de graduação e também no de pós-graduação.
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Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual (que conectam pessoas distantes fisicamente como a Internet, telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade), o conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando", com sua imagem e voz, na aula de outro professor. Haverá assim um intercâmbio maior de saberes, possibilitando
que
cada
professor
colabore,
com
seus
conhecimentos específicos, no processo de construção do conhecimento, muitas vezes a distância. Este é um processo colaborativo. Com a Internet em nossas vidas temos possibilidades de ter um processo de ensino-aprendizagem diferenciado do sistema tradicional, presencial, com tempo e espaço cada vez mais flexíveis. Temos possibilidades cada vez mais acentuadas de estarmos presentes em muitos tempos e espaços diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estarão motivados, entendendo "aula" como pesquisa e intercâmbio. Nesse processo, o papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. A Internet está caminhando para ser audiovisual, com transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias streaming , que permitem ver o professor numa tela, acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou comentários). Assim, as possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o alargamento da banda de transmissão, como acontece na TV a cabo, torna-se mais fácil poder ver-nos e ouvir-nos a distância. Nosso objetivo é oferecer um curso de Licenciatura em Química de qualidade, integrando tecnologias de informação e comunicação (TIC) e uma proposta pedagógica inovadora, ora com momentos presenciais, ora de ensino on-line.
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As Tecnologias de Informação e Comunicação contribuem para uma formação acadêmica atualizada, privilegiando a construção autônoma e crítica do conhecimento, por intermédio de variados meios de aprendizagem: impressos, áudios, vídeos, multimídia, Internet, correio eletrônico, chats, fóruns e videoconferência.
2.2 O Estudo e a Educação a Distância Estudar na modalidade de Educação a Distância se apresenta hoje como uma modalidade que possibilita a inovação dos procedimentos de ensino, o desenvolvimento de uma educação que se utiliza de diversos meios de comunicação, principalmente a internet, que possibilita o acesso de públicos em locais geográfico e temporalmente distantes (ZAMUDIO, 1997 citado por LEITE; SILVA, 2000). O estudo através de um programa de Educação a Distância exige que o aluno esteja consciente da necessidade de utilizar uma metodologia individualizada e fundamentada em técnicas de estudo, que o a judará a desenvolver com mais racionalidade, sistematização e aproveitamento os conteúdos que levam à construção do conhecimento. Neste contexto, um cronograma de estudo predeterminado com rigor no tempo e espaço, contribuirá de forma efetiva para os resultados positivos. Assim, antes de iniciar seus estudos questione sobre as possibilidades com as quais pode contar, desde o tempo disponível às ferramentas de seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), para que seu processo de ensinoaprendizado não seja interrompido. Você, aluno de EaD, deverá ser capaz de desenvolver seus estudos consciente de uma nova postura; valorizando a interatividade
com
o
professor-tutor,
adquirindo
sua
hábitos
sistematizados, técnicas adequadas de estudos e com metodologia individualizada,
as quais são imprescindíveis ao sucesso deste
programa de Educação a Distância. As ações devem ser correlatas, pontuais e estar direcionadas para a produção do conhecimento, respeitando um guia de orientações e cronograma de trabalho. Assim, tanto os alunos quanto os tutores devem planejar suas ações de maneira criativa e intuitiva, sabendo que as ferramentas de interação podem favorecer as formas de conduzir o aprendizado. Assim também devem estar
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conscientes de que a capacidade de síntese durante o processo de trabalho a distância define muito do que se pretende quando se es tá inserido num ambiente de aprendizagem de uso coletivo. O aprendiz de um programa de Educação a Distância deverá estar pronto para mudar paradigmas. Mesmo em cursos que ofereçam sistema de tutoria, ele necessitará de uma nova postura, diferente daquela adotada na maioria dos cursos ministrados em sala de aula tradicional. Estará diante de uma nova possibilidade de aprendizagem, onde será o ator principal, e isso exige o desenvolvimento de atitudes imprescindíveis ao seu sucesso, como adquirir hábitos de estudo sistemático e eficiente através da utilização de métodos e técnicas adequadas. É preciso estar consciente da necessidade de se utilizar uma metodologia de trabalho especialmente voltada para o ensino individualizado e fundamentada em técnicas de estudo. Essa atitude ajudará
a
desenvolver
estudos
com
mais
racionalidade,
sistematização e aproveitamento. Em programas de Educação a Distância, onde o seu processo de aprendizagem ocorre, na maioria das vezes, de maneira solitária, esta postura torna-se mais do que recomendável, é imprescindível, no seu processo de construção de conhecimento. De acordo com Matos (1994, p. 14), Estudar é ir à procura da verdade. Trata-se de um processo dinâmico de saber, buscar, saber de novo e recomeçar para buscar ainda mais. A meta é chegar a aprender, a ver com os próprios olhos, a expressar-se com as próprias palavras.
As
características
comportamentais
necessárias
ao
desenvolvimento do aprendiz na Educação a Distância são: estar motivado
para
aprender;
ter
constância,
perseverança
e
responsabilidade; ter hábito de planejamento; ter visão de futuro; ser pró-ativo; ser comprometido e a utodisciplinado.
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2.3 A Importância dos Estudos Autônomos A palavra “ autonomia ”, etimologicamente, é formada por dois Autonomia – Capacidade/ liberdade de construir e reconstruir o saber ensinado (PAULO FREIRE, 1997).
vocábulos gregos: autos (próprio, a si mesmo) e nomos (lei, norma, regra). Para os gregos, significa a capacidade de se autogovernar, de elaborar seus próprios preceitos e leis, dos cidadãos decidirem o que fazer. Isto é, autonomia significa o pleno direito à liberdade política e econômica, uma qualidade inerente à cidadania. Na relação pedagógica significa reconhecer no outro sua capacidade de ser, de participar, de ter o que oferecer, de decidir, uma vez que a educação é um ato de liberdade e de participação. No contexto educacional, autonomia pressupõe formação contínua em busca do desenvolvimento pessoal e profissional, que exige a capacidade de governar a si mesmo. O processo
de “aprender a aprender” no contexto
educacional presencial ou virtual requer do professor o conhecimento de estratégias de ensino e o desenvolvimento de suas competências de pensar. Assim, poderá ajudar os alunos na construção de sua autoformação. Na Educação a Distância, a autonomia deve ser compreendida como um processo orientado para a autoaprendizagem. Os processos de ensino e de autoaprendizagem devem basear-se na participação ativa dos sujeitos e estar coerentes com seus objetivos e metas. Tanto a autonomia como as experiências de êxito contribuem para aumentar a autoestima e o incentivo no prosseguimento dos estudos das tarefas a serem executadas no processo de ensino a distância.
Em princípio, o aluno trabalha sozinho, porém, não
significa que esteja isolado, e sim que tem domínio do seu tempo e espaço construindo uma autoaprendizagem com toda estrutura de suporte e procedimentos do sistema Educação a Distância, para que aconteça o ato educativo.
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No campo da psicologia, Cerdeira (citado por PRETI, 2000) enfatiza a relação da autonomia e o sucesso da aprendizagem afirmando que: Quando um estudante recebe informações que o levem a pensar que o seu sucesso se justifica pela conjugação das suas capacidades com o dispêndio de esforço, desenvolve a sua percepção de autoeficácia, melhora a qualidade de sua execução e, de acordo ainda com a teoria cognitivo-social, eleva o seu estado de motivação.
Assim, você pode concluir conosco que a autonomia na EaD é de extrema importância para o desenvolvimento do aprendiz, devendo ser exercitada e praticada a cada dia, mesmo diante das limitações deste processo de aprendizagem.
2.4 Atividades de Aprendizagem 1. Quais os fatores que diferenciam a Educação a Distância da educação tradicional presencial? 2. Descreva os aspectos positivos e negativos do processo ensino-aprendizagem a distância. 3. Como um aluno da modalidade de Ensino a Distância deve proceder para aprender e consolidar todas as informações, de maneira dinâmica e aproveitando todas as ferramentas do seu Ambiente Virtual de Aprendizagem? 4. Por que é importante a autonomia de um aluno na Educação a Distância? 5. Como o processo de Ensino a Distância favorece ao desenvolvimento da a utonomia do aluno?
2.5 Referências Bibliográficas FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
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Autonomia – Capacidade de autodireção no planejamento, monitoramento e avaliação de atividades de aprendizagem. (LITTLE citado por PAIVA; VIEIRA, 2005)
MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar : orientações metodológicas para o estudo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vo zes, 1994.
2.6 Web-Bibliografia BRASIL. Ministério da Educação . Referênciais de Qualidade para Cursos a Distância. Brasília, DF, 2003. Disponível em: . Acesso em: 10/11/2006. CHAVES, E. Ensino a Distância: conceitos básicos. Disponível em: Acesso em: 30/08/07. FERNANDES, C. M. B.; VIOLA, S. E. Autonomia e conhecimento algumas aproximações possíveis entre Antônio Gramsci e Paulo Freire a partir da análise de práticas pedagógicas emancipatórias. In.: Educação: Revista do Centro de Educação , Santa Maria. v. 29, n. 2, p. 99 -108, 2004. Disponível em: Acesso em: 30/08/07. LEITE, L. S.; SILVA, C. M. T. da.
A educação a distância
capacitando professores: em busca de novos espaços para a aprendizagem. Revista Conecta, n. 2, set., 2000. Disponível em: Acesso em: 13/08/2007. LOPES, M. C. L. P.; NEWMAN, B. A.; SALVAGO, B. M. Autonomia em contextos educacionais diferenciados: presencial e virtual . Ciências Humanas (Revista da Universidade de Taubaté), Universidade de Taubaté, v. 9, p. 55-59, 2003. Disponível em:
30
Acesso em: 29/08/07. MORAN, J. M. O que é educação a distância. Disponível em: Acesso em: 29/08/07. NUNES, I. B. Noções de Educação a Distância. Disponível em: Acesso em: 30/08/07. PAIVA, V. L. M. O. e; VIEIRA, L. I. C. A formação do professor e a autonomia na aprendizagem de língua inglesa no ensino básico . Disponível
em:
Acesso em: 30/08/07. PRETI, O. Autonomia do aprendiz na EAD: significados e dimensões. In: PRETTI, Orestes. Educação a distância: construindo significados. Cuiabá: NEAD/IE; UFMT, 2000. Disponível em: Acesso em: 30/08/07. http://www2.abed.org.br/eadfaq.asp http://www.eca.usp.br/prof/moran/textosead.htm
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Sumário da Unidade Apresentação
UNIDADE 3 – COMO ESTUDAR ............................................................... 32
Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro 3.1 O Ato de Estudar ................................................................................... 34 3.1.1 Etapas para um Estudo Produtivo...................................................... 35 3.2 O Ambiente de Estudo........................................................................... 36 3.2.1 Condições para um bom Ambiente de Estudo .................................. 37 3.3 Fatores que favorecem a Aprendizagem .............................................. 39 3.3.1 Motivação............................................................................................ 39 3.3.2 Atenção ............................................................................................... 40 3.3.3 Hábito de estudo................................................................................. 42 3.3.4 Associação de ideias .......................................................................... 43 3.3.5 Intercâmbio ......................................................................................... 43 3.3.6 Aceitação de críticas........................................................................... 44 3.3.7 Estado de Saúde Física e Mental ...................................................... 44 3.4 Memória e Aprendizagem...................................................................... 45 3.4 1 Leis da Memória ................................................................................. 46 3.4.2 Problemas de Memória e Aprendizagem ........................................... 46 3.4.3 Recursos mnemônicos na Aprendizagem ......................................... 47 3.4.4 Cuidados com a memória................................................................... 44 3.5 Planejamento, Cronograma e Rotina de Estudo .................................. 49 3.5.1 Planejamento de Estudo .................................................................... 50 3.5.2 Cronograma de Atividades ................................................................. 52 3.6 Estudar com Novas Tecnologias de Informação e Comunicação........ 54 3.7 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 56 3.8 Referências Bibliográficas ..................................................................... 58 3.9 Web-Bibliografia..................................................................................... 58
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3.1 O Ato de Estudar Estudar não é uma tarefa fácil, mas também não é necessariamente uma obrigação desagradável. Nesta unidade procuramos orientar você para que possa realizá-la de forma eficaz e prazerosa. Apresentamos sugestões práticas advindas de situações reais vivenciadas em nossa vida acadêmica ao longo de
Desenvolvimento cognitivo – desenvolvimento associado à aquisição de conhecimento; isto inclui o desenvolvimento da memória, percepção e julgamento.
muitos anos. Acreditamos que o – aprender – favorece a maturação integral da pessoa, principalmente quanto ao seu desenvolvimento
cognitivo
e
buscamos,
na
metodologia,
os
instrumentos
necessários para garantir a ob tenção de nossos objetivos. Veja bem, as orientações aqui expostas pretendem não só encaminhá-lo para o sucesso nos estudos relativos às disciplinas desse Curso. Elas objetivam também e, sobretudo, ajudá-lo a ser, se já não o é, um aprendiz autônomo, responsável por sua própria aprendizagem. Comecemos refletindo sobre a enorme variedade de pessoas que existem no mundo. Podemos mesmo dizer que cada pessoa é “um mundo”, não é mesmo? Pessoas diferentes têm vivências diferentes, não só em função de seus contextos biológico, social, político, religioso e cultural, mas também porque desenvolvem estratégias distintas para percepção de si, do mundo e da vida.
Estilos de aprendizagem – métodos que as pessoas usam para aprender alguma coisa durante a vida. Por exemplo: físico, interpessoal, linguístico, visual, musical etc.
Essas diferenças se refletem na educação formal, onde se nota a presença de diversos estilos de aprendizagem. No entanto, mesmo reconhecendo as diferenças, podemos fazer, de forma simplificada, alguns encaminhamentos de ordem geral que certamente irão contribuir para um melhor aproveitamento em seus estudos acadêmicos. Os ajustes necessários ao seu estilo, preferências e ritmo de aprendizagem podem ser feitos por você.
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3.1.1 Etapas para um estudo produtivo Tomando como referência o ato de estudar intencional e voluntário, identificamos em um estudo produtivo três etapas distintas que, quando articuladas, podem levar o estudante a aprender com mais eficiência (RIBEIRO, 2002). São as etapas descritas em seguida.
1ª etapa (síncrese) Nesta etapa o estudante deve buscar uma “visão de conjunto” sincrética do conteúdo a ser estudado. Para isso deve: Traçar objetivos, de modo a saber onde quer chegar; Ler toda a matéria do estudo sem, no entanto, se prender a detalhes; Consultar o dicionário, para garantir o entendimento do significado das palavras do texto ou do problema estudado; Com base nas novas informações, separar o que sabia do que não sabia; Relembrar fatos que confirmem ou contradigam as novas informações; Compor uma estrutura lógica ou “quadro mental” do que foi estudado.
2ª etapa (fase analítica) Sem perder a noção do todo adquirida na primeira etapa, o estudante deve procurar, em uma nova leitura, compreender todo o conteúdo estudado fazendo um esquema analítico onde constem todos os detalhes do assunto. Para isto pode utilizar-se de: Diagramas e esboços, para facilitar a compreensão e fixação através da visualização;
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Desenhos esquemáticos com flechas, círculos e outras figuras geométricas, onde sejam mostradas as relações entre as idéias principais; Transformação do texto em itens numerados e ordenados numa sequência lógica.
3ª etapa (fase da síntese) Após estudar o conteúdo e compreendê-lo em seus mínimos detalhes, a aprendizagem precisa ser completada pela síntese. Nesta etapa é eliminado, por abstração, tudo o que é acessório, secundário. Aqui deve ser feita uma síntese, expressa por conclusões, regras, princípios, esquemas, diagramas etc., onde só é conservado o q ue é fundamental. Saber ler bem e resumir bem um texto são habilidades básicas que quando adquiridas podem ajudá- lo a atingir a fase de s íntese. Para saber se houve ou não aprendizagem, após estudar – ir do sincrético, pelo analítico, para o sintético –, convém sempre fazer um controle aplicando o que se pensa que foi aprendido em novas situações. Isto pode ser feito ou por generalização, aplicando em um caso mais difícil, ou por transferência, aplicando em um caso diferente. Aquele que não é capaz de aplicar o que pensa que aprendeu a situações novas, mais difíceis ou diferentes, realmente não aprendeu.
3.2 O Ambiente de Estudo Uma primeira decisão que o estudante precisa tomar quando vai estudar é onde estudar. Se tiver disponível em casa um quarto só para ele, pode fazer ali o seu “cantinho de estudo”. Se não tiver, estudar em um quarto que divide com irmãos, no escritório de uso comum ou na sala, pode ser algo complicado! Neste último caso deve ser considerada a possibilidade do estudo regular em uma
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biblioteca pública. Especificamente no seu caso, aluno de Educação a Distância, talvez seja viável ir diariamente à sala de estudo de seu Polo de Apoio Presencial.
3.2.1 Condições para um bom ambiente de estudo Qualquer que seja o ambiente escolhido para estudo é importante que o local atenda às seguintes condições: Ser limpo e arejado – o que provoca uma sensação de bem estar;
Ser sossegado – livre de interferências externas como o trânsito de pessoas e animais, toque de telefones, campainhas etc.,
Silêncio relativo – significa livre de barulhos que possam atrair a atenção do estudante; o som das músicas preferidas ou de música clássica como som ambiente, quando providenciado pelo próprio estudante, para alguns favorece a concentração.
pois o silêncio relativo é essencial para a concentração;
Ser organizado – livre de objetos que possam causar dispersão da atenção como, por exemplo, fotos, revistas e troféus; Ter boa iluminação – ambientes mal iluminados tornam o estudo mais cansativo, além de prejudicar a visão. Para destros, a luz deve vir, de preferência, por trás e pela esquerda. À noite, convém utilizar, além da luz no teto (lâmpada fluorescente, se
Reflita!
possível), uma luz mais suave na mesa de trabalho, posta de modo
Qual o seu local de estudo? Ele atende a estas condições?
a não fazer sombra nos textos;
Ter mobília adequada (uma mesa ou escrivaninha com cadeira) – embora alguns se sintam confortáveis lendo na cama, estudar numa posição reclinada propicia devaneios e até eventuais cochilos. A mesa, se possível, deve ter tamanho suficiente para acomodar o material de estudo. Para o estudante da modalidade de Educação a Distância o ideal é ter também, no local de estudo, um computador com acesso à Internet e uma impressora. Neste caso, alguns cuidados adicionais são necessários. Por e xemplo, manter sempre o computador livre de vírus e ter sempre cópias, em disquetes, CD‟s ou pen drives, de seus arquivos. Na falta desses itens você deve montar um
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“esquema” para poder acessar diaria mente o seu ambiente virtual de aprendizagem e imprimir o material das aulas. Independentemente de onde possa estudar, você deve providenciar também um local para guardar apropriadamente o seu material de estudo. Os livros, dicionários de línguas e técnicos, pastas para arquivo de textos e artigos de periódicos, cadernos, disquetes, CD‟s ou pen drives com os arquivos digitais, papel para trabalhos e borrões, canetas, lápis, marcadores de texto, grampeador etc., devem ter um lugar específico onde possam ser colocados/encontrados facilmente quando não estiverem em uso. Seria bom poder utilizar uma estante fechada para acondicionar adequadamente todo o material. Além disso, um quadro (de cortiça, isopor ou madeira) para colocar avisos e lembretes importantes seria de grande valia. De todo modo, se as condições citadas anteriormente forem satisfeitas, qualquer lugar é um bom lugar para estudar. Supondo Lembrete! que seja possível para você escolher como ambiente de estudo o É mais produtivo estudar sempre no mesmo local.
seu próprio quarto, a escrivaninha, a estante e o computador devem compor o seu “cantinho de estudo”. Se a escolha recair em uma biblioteca pública ou na sede do Polo de Apoio Presencial, ótimo! Estabeleça um horário de estudo de acordo com o horário de funcionamento do local e procure se familiarizar com o ambiente o mais rapidamente possível. Afinal, não adianta ter o local adequado se você não freqüentá-lo.
ATENÇÃO! Estes alertas valem também para seus estudos no computador. Esse Curso é ambientado numa plataforma on-line, a plataforma Moodle. Você já a conhece; ela foi estudada na primeira disciplina cursada. Sendo assim, você sabe que sempre que estiver estudando na plataforma deve atender às condições colocadas para um bom rendimento na aprendizagem. E não esqueça de manterem salvos e atualizados os seus arquivos digitais com o material do Curso (registro das aulas, cronograma de
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atividades, participações em chats, fóruns, lista de discussão, trabalhos escritos individuais e em grupo etc.) por disciplina.
3.3 Fatores que Favorecem a Aprendizagem O modo como se estuda pode determinar o quanto se aprende. Devido à importância da aprendizagem para nossa sociedade, médicos, psicólogos e sociólogos, além de outros profissionais, têm se dedicado ao seu estudo tentando desvendar os mecanismos envolvidos no processo de aprender, com o fim de torná-lo mais eficiente. Sabemos hoje que existem vários fatores que interferem de forma positiva ou negativa na aprendizagem. Conhecê-los pode ser muito útil, para aumentar o rendimento.
3.3.1 Motivação Embora nem sempre a aprendizagem seja intencional, estudar sempre é. Ou seja, para estudar a pessoa tem que ter vontade, tem que querer. E, para querer, a pessoa precisa estar motivada. A motivação – disposição interior que leva o indivíduo a agir com dinamismo e empenho com respeito a algo – é um fator essencial ao estudo, pois por estar vinculada aos diversos aspectos da cognição humana, possibilita ao indivíduo motivado ficar mais atento e perceptivo ao meio. Isto lhe permite armazenar/memorizar uma maior quantidade de fatos e informações, quando relativas ao estímulo que deu origem ao processo motivacional (RIBEIRO, 2002).
Isto é, a motivação possibilita uma melhor aprendizagem. Podendo originar-se de estímulos internos ou externos, a motivação para o estudo pode ser de curto prazo, como estudar para aprender ou estudar para tirar uma boa nota, ou de longo prazo, como estudar para se formar e ter uma profissão desejada. De qualquer forma, quanto mais motivado estiver o aluno, mais chances
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Reflita! Qual sua motivação para estudar Química?
ele tem de ser bem sucedido em seus estudos. Manter-se motivado para aprender é, por assim dizer, o segredo do sucesso de muitos estudantes e também de muitos profissionais. Sem motivação o estudo parece uma coisa sem graça. Diante das primeiras dificuldades vem o desânimo e a vontade de parar! Por isso, é importante que o estudante sempre tenha em mente os seus objetivos para o estudo, pois assim ele pode buscar a motivação que necessita.
3.3.2 Atenção Em nosso cotidiano estamos sempre usando a capacidade de abstrair , de nos “desligarmos” de coisas que não nos interessam no momento, para focar ou concentrar esforços em um determinado objeto. O que permite esta seleção em meio a um ambiente onde ininterruptamente ocorrem fenômenos que causam dispersão é o denominado “mecanismo de inibição”, através do qual deixamos de lado algumas coisas que não são de nosso interesse imediato, enquanto consideramos outras para nós mais importantes naquele Mente – intelecto, entendimento, pensamento; alma, espírito. Eficiência – ação, força, virtude de produzir um efeito. Eficácia – qualidade daquele que produz o efeito desejado; que dá bom resultado.
momento. Quando estudamos é fundamental para a aprendizagem a atenção – capacidade de concentração da mente em um só objeto. Este mecanismo, no entanto, exige bastante energia. Isto significa que quanto maior a desordem no ambiente, vale dizer, quanto mais motivos para dispersão existem ao nosso redor, mais energia gastamos para manter a atenção. Para o desenvolvimento da atenção precisamos de:
Concentração – quanto mais dividida está nossa atenção menor é nossa eficiência. Concentrar a atenção no objeto de estudo aumenta o rendimento do aprender, a compreensão.
Intermitência – a atenção não se mantém fixa por longos períodos de tempo. Há perda de eficácia. Um período de atenção requer outro de relaxamento. Ou seja, entre um período e outro de estudo você deve programar um passeio, por exemplo.
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Interesse – quanto maior o interesse em um determinado objeto de estudo, mais fácil será manter a ate nção. Cabe ao estudante, de modo particular, cuidar para que haja a intermitência e criar e desenvolver seus interesses pessoais. Quanto à atenção, no geral, podemos exercitá-la treinando a capacidade de concentração. Isto pode ser feito através de jogos, como o xadrez, e de testes como os exemplificados abaixo.
Exemplos de testes para treinar a concentração (Adaptados de BASTOS; KELLER, 1993). 1. Teste das letras Riscar, no conjunto abaixo, todas as letras i e letras p. uomdnsdsfirsnslipalqpeurqprueijrdmalfadffjeraijdjfasjfasdfjasdkfndsdncmkj uhgvkmvxmnaçasfbnxccvxzxzsopaermwrychglsieqmsurpyodjdçamvntreea snsfcxwqpfoutyuekdukgtenguisvsyfimupemjgytdrmnbesaoiumnbvtrgjhpolk iuwsaqzçkiugfrdsecxzmnblikjyopgrdwibgfihypgfresamkjxesokmjgytfdewqx zhgfrpkmjiutdserxzahbinfrdswqpmkjhdcxtrkihsfrpnbgptvfpedsaoimnvfdesw qaoinhyfdsapmbxmbvfcjhytomptvipmhtsysawqzjnbcfrdsomjnbhyftrecxkinjh yfdslmkjnhygvfdpmjnhpbgkmjnhbvxdpimnhfqaardeszyvgfrdjuhgbvfconmkp trfcdsljkimnhyasombcfreeingcboumikminhgpbczaiuytrpmjuhgvfdokmjupnv dygtdesavcxiunhgqauompoimny
OBSERVAÇ O: Para este tipo de teste, pode ser usado um texto de jornal ou livro e variações como: circular todas as letras a e riscar as letras d. 2. Escrever um número de cinco algarismos. Inverter, mentalmente, a posição dos algarismos retendo o número resultante. A partir deste número, repetir a operação i ndefinidamente. Exemplo Número pensado: 34567 Inversão mental para 43567 43567 Inversão mental para 45367 45367 Inversão mental para 53674 e assim por diante.
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3.3.3 Hábito de estudo Você certamente já reparou que existem coisas que só se aprende fazendo, não é? Andar, nadar, dançar... só se aprende andando, nadando, dançando... Assim é estudar. Estudar se aprende estudando. Isto significa que a prática é essencial para esta atividade até a formação do hábito . Quanto mais estudamos mais Hábito – qualidade estável, permanente, boa ou má e adquirida pela frequente repetição dos mesmos atos, que torna a ação mais fácil.
nos tornamos eficientes e eficazes na tarefa de estudar; mais aprendemos a aprender. Formar hábitos de estudo é algo que requer disposição, determinação e autodisciplina e que traz muitos benefícios ao estudante. Em geral, poupam tempo e esforços desnecessários. Caso não tenha, adquira o hábito de estudar diariamente; este Curso requer leitura e estudo sistemáticos. São hábitos que podem melhorar a eficiência nos estudos: Estudar sempre em um mesmo local; Estudar diariamente e sempre nos mesmos horários; Antes de iniciar o estudo ou pesquisa, providenciar todo o material didático a se r utilizado; Antes de iniciar o estudo ou pesquisa, escrever seus objetivos; Fazer leitura antecipada do próximo assunto a ser abordado; Ler fazendo anotações e res umos; Terminar uma tarefa antes de começar o utra; Fazer, periodicamente, revisões integradoras do conteúdo estudado; Arrumar/guardar o material didático após o término dos estudos; Ser pontual na entrega de trabalhos. São hábitos que devem ser evitados : Adiar a realização de tarefas;
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Deixar as dúvidas se acumularem; Estudar somente em véspera de prova.
3.3.4 Associação de ideias Também é relevante para a aprendizagem a capacidade de relacionar e evocar fatos e ideias – a associação de ideias. Esta capacidade é muito subjetiva e tem suas bases em experiências individuais. Podendo acontecer de modo independente de nossa vontade, a associação de ideias pode ser controlada e, por isso, é usada para favorecer a aprendizagem, uma vez que raciocinar é associar conceitos e juízos de forma i ntencional. Devemos, então, atentar para o fato da associação de ideias fazer uso da afetividade, envolvendo também sentimentos e emoções, e de relações, como por exemplo, de causa e efeito (fumaça – fogo); semelhança (pessoa – apelido); contraste (alto – baixo); substância e atributo (água – insípida) etc. Uma vez que é mais fácil associar fatos e ideias com experiências pessoais e que não há limite para o processo de associação, consideramos que é uma vantagem, para quem estuda, obter controle sobre esse processo. Em função de sua subjetividade, recomendamos o desenvolvimento de técnicas pessoais.
3.3.5 Intercâmbio Reunir-se com colegas, a intervalos regulares, para trocar experiências de estudo, confrontar resultados de pesquisas, preparar-se para exames, seminários etc., muito contribui para a aprendizagem. Nestas ocasiões surgem sempre novas idéias, dúvidas são esclarecidas, pontos de vista diferentes são discutidos. É também uma oportunidade para situar-se no grupo. Para que a reunião não se esvazie em bate-papo ou num simples passatempo
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Melhor receber críticas construtivas que elogios feitos com o receio de ferir sua sensibilidade; estes só conduzem ao comodismo e à falta de empenho pessoal (MATOS, 1994).
entre amigos, convém planejar o encontro estabelecendo uma pauta que deve ser obedecida na íntegra.
3.3.6 Aceitação de críticas A crítica desempenha um papel importante na construção de uma mente intelectual, e, em si, não tem nada de negativo. O estudante autêntico que aspira a ser um verdadeiro intelectual deve impor-se uma honesta autocrítica e acolher com atenção as críticas de outros, principalmente dos mediadores de s ua aprendizagem – os tutores e professores. A crítica que parte da preocupação em fazer o outro crescer contribui para o progresso nos estudos e para a aprendizagem, pois incentiva o aprendiz a dar o melhor de si.
3.3.7 Estado de saúde física e mental Problemas psicossomáticos afetam diretamente o ato de Psicossomáticos – pertencentes ou relativos, simultaneamente, aos domínios orgânico e psíquico.
estudar. Você não de ve “deixar para amanhã o que pode fazer hoje”, principalmente no que diz respeito à saúde. Às vezes são casos relativamente simples, por exemplo, sonolência constante devido a um defeito de visão; às vezes são casos mais sérios, como uma depressão devido à perda de um ente querido. Em todos os casos a ajuda profissional é o melhor caminho; somente sanando o problema volta-se a ter as condições adequadas para o trabalho intelectual. Cuidados indispensáveis: Alimente-se bem e durma pelo menos 7 horas por dia. Descanse quando necessário, algumas pessoas precisam de um “soninho” (10 a 20 minutos) durante o dia. Evite tomar pílulas, chás e bebidas semelhantes para vencer o sono. Cuide rapidamente quando surgirem problemas de visão, audição, respiração, dor de dente etc. e muita atenção para tristezas e mudanças de humor sem motivos explícitos. Reserve tempo para exercícios físicos e recreação (namorar, passear, estar com a família).
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3.4 Memória e aprendizagem A memória – capacidade de reter, conservar e lembrar ideias, impressões e conhecimentos adquiridos – é uma faculdade indispensável para nossa vida social e cultural, que está sempre relacionada com o ser e sua circunstância. Sem ela a pessoa teria, repetidas vezes, de reaprender coisas como falar, comer, andar, ler etc., que são, no indivíduo normal, atividades automatizadas da memória. É através dela q ue, segundo Bergson, o indivíduo mantém sua própria identidade (citado por BASTOS; KELLER, 1993). No processo ensino-aprendizagem a memória nem sempre foi bem utilizada. Houve um tempo em que decorar era sinônimo de aprender e, por isso, muitas vezes se fala pejorativamente dela nos dias atuais. Na realidade a confusão acontece quando se ignora a distinção entre decorar e memorizar . Enquanto a memorização possibilita refrasear e reestruturar algo conhecido a partir de dados da memória, o decorar possibilita apenas, e por tempo limitado, a repetição do que foi decorado.
Ao estudar, tão importante quanto compreender o novo conhecimento é reter na memória a interpretação particular que se faz dele. Ou seja, a sua apropriação. E, ainda, ser capaz de conservá-lo e recuperá-lo (lembrá-lo) quando necessário. A memória varia, de indivíduo para indivíduo, tanto na eficiência como no tipo. Há pessoas que lembram mais rapidamente lugares do que nomes, perfumes do que fisionomias, números do que palavras, e assim por diante (veja o Quadro 1). Este fato decorre naturalmente das diferenças pessoais de cada um.
Quadro 1 – Tipos de memória MEMÓRIA
FACILIDADE EM EVOCAR
Visual
Imagens
Auditiva
Sons
Motora
O que fez
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Decorar – reter a „forma material‟ e não o conteúdo inteligível de determinado conhecimento. Memorizar – reter a „forma significativa‟ de um conteúdo inteligível, ou seja, reter sua compreensão (BASTOS; KELLER, 1993).
Afetiva
Relações emotivas
Locativa
Localização geográfica de objetos ou fatos
Nominativa
Nomes ou palavras relacionadas
3.4.1 Leis da memória Segundo Bastos e Keller (1993), todos os tipos de memória podem ser desenvolvidos a partir da prática, pois observa-se o que “Ouço e esqueço. Vejo e recordo. Faço e compreendo.” (CONFÚCIO)
se denomina de leis da memória : 1. Repetição – quanto mais um fato ou impressão se repete melhor é s ua retenção na memória. 2. Atenção – a velocidade de retenção é diretamente proporcional à atenção com que o fato é estudado. 3. Emoção – a facilidade de retenção de um fato ou impressão depende da intensidade da emoção ca usada. 4. Interesse – a velocidade e a qualidade de retenção de um fato ou impressão é diretamente proporcional ao nível de interesse do indivíduo. 5. Estrutura – o relacionamento de fatos, impressões, situações e números com outros conteúdos já retidos, facilitam sua retenção na memória.
3.4.2 Problemas de memória e aprendizagem É comum a ocorrência eventual de problemas de memória em estudantes que apresentam distúrbios do sono, depressão, crise de ansiedade ou fazem uso de drogas como, por exemplo, o álcool. Estes problemas devem ter tratamento profissional específico. Se os problemas de memória são persistentes e, seguramente, nada têm com os fatores citados, podem estar relacionados com o excesso de estímulos ou com dificuldades de concentração. No primeiro caso, quando há excesso de estímulos, ou seja, a quantidade de coisas a memorizar ultrapassa a capacidade da
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memória, para sanar o problema o estudante deve estabelecer prioridades entre os temas a serem aprendidos, selecionando conteúdos indispensáveis à s ua formação. Para dificuldades de concentração que causem problemas de memória e, por consequência, de aprendizagem, o psicopedagogo Celso Antunes (2005) propõe o emprego de uma série de ações. Entre elas citamos: Buscar significação no que se quer aprender, pois o ser humano tem dificuldade em guardar na memória informações sem significado; Fazer anotações de qualidade criando, por exemplo, mapas
conceituais; Empregar habilidades operatórias diversas, induzindo o cérebro a proceder de diferentes maneiras com respeito ao objeto de estudo. Por exemplo, quando se conceitua, classifica e aplica, há uma retenção maior do que quando simplesmente se conceitua; Ministrar uma “aula” sobre o tema que se quer aprender diante do espelho, guardando assim o conteúdo por repetição e
Mapas conceituais – diagramas de significado indicando relações entre conceitos, ou entre palavras que usamos para representar conceitos.
associação das linguagens visual, auditiva e ci nestésica.
3.4.3 Recursos mnemônicos na aprendizagem O emprego de estratégias que associam a memória à emoção, a contextualização do tema estudado, o uso alternado das linguagens visual, auditiva e cinestésica e o uso de recursos mnemônicos, também são eficientes na superação de problemas de concentração que prejudicam a aprendizagem. Quanto a esta última estratégia de ação, ressaltamos que existem controvérsias, pois enquanto as outras alternativas estão associadas à significação, os recursos mnemônicos são utilizados de forma puramente mecânica. Assim, enquanto alguns professores os indicam apenas para uso eventual, outros não fazem nenhuma restrição e até os utilizam como método auxiliar de e nsino.
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Recursos mnemônicos – técnicas que auxiliam a memória, tipicamente verbais e utilizadas, principalmente, para memorizar listas ou fórmulas.
São recursos mnemônicos palavras (mnemônicas) ou frases construídas com as primeiras letras de palavras que se quer memorizar. Por exemplo: SPA para significar Sócrates, Platão e Aristóteles. Uma mnemônica utilizada para a Lei de Ohm é a palavra RUI, onde R significa resistência elétrica, U significa a queda de potencial e I significa corrente elétrica, expressa como na ilustração a seguir.
U R
I
3.4.4 Cuidados com a memória Para conservar e estimular sua memória, além dos cuidados básicos com a saúde já referidos no item anterior desta Unidade, você deve: Exercitar sua mente jogando xadrez, fazendo palavras cruzadas, aprendendo novas habilidades (pintura, música etc.) ou mesmo praticando exercícios simples como recordar fatos do dia-adia (o que comeu no almoço, o número de telefone de alguns amigos, o que vestiu no último domingo, por exemplo); Cultivar a atenção através de práticas como listar todas as características de um objeto após observá-lo atentamente por poucos minutos ou tentar identificar os ingredientes dos alimentos pelo gosto e pelo cheiro; Associar fatos a imagens o u a sons e procurar guardá-los na memória; Beber muita água, a hidratação favorece as funções cerebrais; Praticar técnicas de relaxamento como, por exemplo, inspirar, prender a respiração por cinco segundos e soltar o ar bem lentamente.
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Além disso, recomendamos tentar identificar o seu tipo de memória mais presente e usar isso a seu favor. Você deve, também, tentar desenvolver os vários outros tipos de memória, para tornar sua aprendizagem mais eficiente.
3.5 Planejamento, Cronograma e Rotina de Estudo Por tudo que foi exposto até aqui, você já deve estar convencido de que estudar é coisa séria; de que sua aprendizagem depende, em grande parte, do seu envolvimento com o objeto de estudo e com seu projeto de vida. No entanto, ninguém mais do que você sabe que este Curso e tudo que dele demanda é apenas uma parte de sua vida. Uma parte bastante significativa, mas uma parte! Sendo assim, tratamos agora de orientá-lo para o planejamento de seus
estudos
de
modo
que
você
possa
desenvolvê-los,
satisfatoriamente, sem prejuízo de suas demais atividades. Antes, porém, você deve entender e aceitar que o planejamento e a organização são indispensáveis para se estabelecer uma rotina de estudos que satisfaça, simultaneamente, às suas necessidades e as do Curso. Em seguida você deve atentar para:
Seu perfil de aluno – para isso, volte até a Unidade I e leia suas respostas para as questões levantadas no item 4, partes I e II, da Avaliação de Aprendizagem. Uma reflexão realista vai lhe indicar se você precisará de muito ou de pouco tempo para dedicar aos estudos requeridos pelas disciplinas deste Curso. Lembre-se de considerar o seu estilo de aprendizagem, suas habilidades de leitura e escrita, sua desenvoltura na resolução de problemas, na consulta a fontes bibliográficas em bibliotecas e na Internet etc.
A forma como o Curso é organizado – veja como o Curso está estruturado e procure conhecer o conteúdo de cada disciplina que compõe o semestre letivo, para poder avaliar o grau de
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Um curso na modalidade de Educação a Distância é tão ou mais exigente que um curso presencial. É preciso dispor de tempo para leituras, estudos e reflexões.
familiaridade que tem com os assuntos a serem abordados. Informese sobre o calendário proposto, a dinâmica de funcionamento e a duração de cada disciplina, e, ainda, qual a interatividade esperada (por exemplo, frequência de acessos e número de atividades e provas), com vistas a ter uma ideia do tempo e energia que lhe serão exigidos. Quanto menos conhecido é o assunto, mais tempo você deve dedicar ao seu estudo.
A forma como sua vida está organizada – reflita sobre cada uma de suas ocupações, sejam elas advindas da família, do trabalho, de suas obrigações sociais, religiosas etc. Se necessário, reveja suas prioridades, afinal, o Curso tem férias e um tempo limitado.
3.5.1 Planejamento de estudos Após estas reflexões você já pode planejar seus estudos. Comece por fazer um Quadro de Horários (ver modelo a seguir). Primeiramente, preencha este Quadro com todas as atividades que você faz habitualmente, aí incluídas as refeições, descanso e lazer. Considere tudo, da hora em que você acorda à que vai dormir, todos os dias da semana, hora por hora.
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Modelo 1 QUADRO DE HORÁRIOS HORA Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
Sábado Domingo
07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 Em seguida, de acordo com o que você necessita, considerando a análise feita anteriormente (baseada no seu perfil, na estruturação do Curso e na organização de seu cotidiano), preencha os horários de estudo por disciplina. Neste momento, atente para o fato de q ue o Curso é na modalidade de Educação a Distância e que você tem liberdade na escolha de horários para estudar. No entanto, lembre que estes horários devem ser organizados da melhor forma possível, para evitar gastos desnecessários de tempo e energia. Para isso, fazemos as sugestões que seguem.
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1. Se você tiver um computador com acesso à Internet, faça acessos diários aos ambientes virtuais de aprendizagem das disciplinas que estiver cursando. 2. Se for acessar os ambientes virtuais de aprendizagem no Polo de Apoio Presencial, você pode programar estudos on-line três vezes por semana. 3. Para disciplinas ofertadas em 15 semanas (semestre letivo), disponibilize para estudo pelo menos 6 horas por semana para cada disciplina de 60 horas e 9 horas por semana para cada disciplina de 90 horas, aí incluídas as horas de acesso à plataforma do Curso. 4. Para disciplinas ofertadas em um número difere nte de semanas, calcule o número de horas de estudo por semana usando a proporcionalidade inversa. 5. Inclua em seu horário pelo menos uma hora por semana, para tirar dúvidas com o tutor no Polo de Apoio Presencial. 6. Faça previsão de pelo menos uma visita por semana à biblioteca. Depois de colocar todas as atividades de estudo previstas no seu Quadro de Horários, você pode fazer um quadro que contenha somente os horários de estudo por disciplina. Neste, quando possível, indique o tipo de atividade que vai ser realizada. Observe que isto é apenas um “plano” e como tal deve ser tomado. Sempre que necessário (por exemplo, quando houver introdução de novas atividades), reveja e/ou reorganize o Quadro.
3.5.2 Cronograma de atividades Cronograma – projeção ou plano que estabelece as diversas etapas e prazos de um trabalho a ser executado.
Uma outra sugestão que apresentamos a você é a confecção de um Cronograma de Atividades para cada disciplina que estiver em andamento. Neste cronograma você deve colocar as atividades relativas à disciplina, q ue têm prazo especificado para entrega e/ou data de realização/participação, como participação em chats e
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fóruns, entrega de trabalhos, videoconferência, avaliação presencial, entre outros. Veja o modelo abaixo.
Modelo 2 Disciplina: ________________________ Período: __/__ a __/__
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES D ATA / PERÍODO E LOCAL
ATIVIDADES
Claro que você pode criar Quadro de Horários e Cronograma próprios; os modelos apresentados podem ser usados no formato em que estão ou apenas serem utilizados como fonte de inspiração. O importante é que você estabeleça uma rotina de estudos e a siga. Não adianta ter tudo organizado se não cumprir com o previsto. Lembre-se: o grande responsável por seu aprendizado é você mesmo! Dicas importantes: Ponha seu Quadro de Horários em um local bem visível. Siga seu plano pelo Quadro até formar o hábito de estudo. Não espere a vontade de estudar chegar; comece na hora marcada. Use todo o tempo marcado para estudo, mesmo que, aparentemente, já tenha compreendido tudo. Em períodos mais longos de estudo, a cada hora faça um intervalo de 10 minutos. Aproveite para relaxar fazendo exercícios de alongamento ou de respiração. Estude alternadamente matérias com maior e menor dificuldade. Utilize o dia de Domingo para descanso. Eventualmente, se necessário, use-o para pôr as leituras em dia.
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3.6 Estudar com novas Tecnologias de Informação e Comunicação Telemática - conjunto de tecnologias da informação e comunicação resultante da junção entre os recursos das telecomunicações (telefonia, satélite, cabo, fibras ópticas etc.) e da informática (computadores, periféricos, softwares e sistemas de redes), que possibilitou o processamento, a compressão, o armazenamento e a comunicação de grandes quantidades de dados (nos formatos texto, imagem e som), em curto prazo de tempo, entre usuários localizados em qualquer ponto do Planeta. (Wikipédia)
No
processo
ensino-aprendizagem
estão
comumente
envolvidos três componentes básicos: o aluno, o professor e o conteúdo. Isso você sabe por e xperiência própria, não é mesmo? Na Educação a Distância, dois outros componentes são indispensáveis: o recurso tecnológico, que possibilita a interação entre alunoprofessor-conteúdo, e a infraestrutura, que dá condições para que essa interação aconteça. Tratando especificamente dos recursos tecnológicos, a pergunta agora é: o que muda no ato de estudar quando nele estão envolvidas as novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC‟s)? Por novas tecnologias de informação e comunicação entendemos, hoje, o conjunto de tecnologias e métodos para comunicação desenvolvidos a partir de meados da década de 1970, propiciados pelo rápido desenvolvimento da eletrônica e surgidos no contexto da chamada Revolução Informacional ou “Revolução Telemática ”. São exemplos os computadores pessoais, os telefones celulares, a Internet, as tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons e as tecnologias de acesso remoto sem fio. A convergência dessas tecnologias no processamento de dados e textos e na comunicação de dados e de voz (correio eletrônico, Internet, videoconferência etc.), tem contribuído para a comunicação a distância, quebrando as barreiras de tempo e espaço e possibilitando a formação de redes entre grupos de pessoas, empresas e organizações, que interagem compartilhando e produzindo informações. Na Educação, o uso das NTIC‟s vem crescendo e evoluindo, principalmente em razão destas, de modo geral, estarem associadas à interatividade e à superação do modelo de comunicação unidirecional “um para todos”, ligado aos métodos tradicionais de ensino.
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Em nosso Curso é usada uma abordagem de Educação a Distância baseada na comunicação mediada por computador (CMC) , que utiliza o modelo de comunicação multidirecional, no qual os integrantes da rede de aprendizagem participam tanto do envio quanto do recebimento de informações, através do ambiente virtual de aprendizagem Moodle. Esse tipo de ambiente, segundo Almeida (2003, p. 335). Permite romper com as distâncias espaçotemporais e viabiliza a recursividade, múltiplas interferências, conexões e trajetórias, não se restringindo à disseminação de informações e tarefas inteiramente definidas a priori .
Vemos então que neste modelo os papéis do professor e do aluno foram redefinidos em relação ao processo de ensinoaprendizagem. O professor não mais é visto como „o especialista‟ em sua área de saber, o detentor da verdade, mas como um mediador do processo ensino-aprendizagem que objetiva dar condições para que os alunos construam seu próprio saber.
O
aluno, por sua vez, deixa de ser um simples receptor de i nformações e passa a ter um papel ativo em seu processo de aprendizagem, buscando identidade e autonomia enquanto pessoa e membro da sociedade em que está inserido. Nessa perspectiva, “aprender é planejar;
desenvolver
ações;
receber,
selecionar
e
enviar
informações; estabelecer conexões; refletir sobre o processo em desenvolvimento em conjunto com os pares; desenvolver a interaprendizagem, a competência de resolver problemas em grupo e a autonomia em relação à busca, ao fazer e compreender ” (ALMEIDA, 2003, p. 335). Por isso, é importante que você, além de saber como estudar, saiba adequar o seu estudo a esse novo contexto. Isto significa que, além de poder acessar regularmente um computador que tenha conexão com a Internet, ter familiaridade com o uso deste equipamento para saber editar um texto, enviar e receber e-mails,
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Rede de aprendizagem – grupo de pessoas que utiliza redes de comunicação mediadas por computadores para aprender juntas, no horário, no local e no ritmo mais adequados para elas mesmas e para a tarefa em questão (HARASIM et al , 2005).
Hipertexto - é um texto suporte que acopla outros textos em sua superfície cujo acesso se dá através dos links que têm a função de conectar a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal. (Wikipédia)
inclusive com anexos, e navegar na Internet e em hipertextos, você precisa:
Ser automotivado – ter disposição pessoal para aprender, mesmo sem a cobrança regular do professor/tutor;
Ser autodisciplinado – ter a capacidade de administrar seu tempo, estabelecer prioridades e cumprir os objetivos do curso e os que estabeleceram para si próprio;
Assumir a própria aprendizagem – buscar informações em diferentes fontes, para complementação e aprofundamento, sem se restringir ao material fornecido no Curso; transformar as informações obtidas em conhecimento; organizar seu material de estudo; estudar de forma independente e autô noma;
Assumir uma postura participativa – ter iniciativa própria para apresentar ideias, questionamentos e sugestões; trabalhar em grupo de forma colaborativa e responsável; estar aberto a novas ideias e perspectivas;
Ser capaz de compreender um texto escrito e se comunicar escrevendo um – entender livros didáticos usados no ensino superior e artigos científicos de comunicação e divulgação; expressar de forma clara e concisa, por escrito, o que aprendeu; identificar e comunicar, por escrito, qualquer questão que tiver. Parece muito? Não esqueça que você não estará sozinho. Para tanto você vai poder contar sempre com a equipe de profissionais envolvidos neste Curso (coordenadores, professores, tutores, técnicos etc.) de nossa Instituição de Ensino e com a infra estrutura montada na sede de se u Polo de Apoio Presencial. De início você vai precisar mesmo é ter disposição, gostar de estudar, de pesquisar, de aprender cada vez mais. O que falta pode ser construído com boa vontade, dedicação e perseverança.
3.7 Atividades de Aprendizagem 1. Pesquise sobre os estilos de aprendizagem. Identifique o seu estilo e descreva-o.
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2. Faça um diagrama que represente o ato de estudar e discutao com seus colegas. 3. Como podemos saber se um determinado conteúdo estudado foi aprendido? 4. Relacione, em ordem decrescente de importância para você, as condições que devem ser satisfeitas para que um determinado ambiente seja apropriado para estudar. Justifique a escolha para as duas primeiras posições. 5. Descreva seu local de estudo. Avalie se ele atende às condições relacionadas na resposta anterior. Você diria que ele é regular, bom ou ótimo? Justifique. 6. a) Relacione todos os fatores que favorecem a aprendizagem citados no texto. b) Marque com um X aquele(s) que é(são) problema(s) para você. c) Crie estratégias para s uperação dos problemas detectados. 7. Você tem bons hábitos de estudo? Quais? 8. Você tem maus hábitos de estudo? Quais? 9. Se for o caso, o que você pretende fazer para superar os maus hábitos de estudo? 10. Você tem problema de aprendizagem que possa atribuir à memória? Qual(is)? 11. Dentre os tipos de memória apresentados no Quadro 1, com qual deles você mais se ide ntifica? 12. Enuncie as leis da memória. 13. Você usa alguma estratégia para manter ou estimular sua memória? Dentre as sugestões apresentadas no texto, qual você achou mais i nteressante? Comente. 14. Crie um Quadro de Horário Semanal e preencha-o com todas as suas atividades. Calcule o percentual destinado para: a) Acesso ao ambiente virtual de aprendizagem; b) Estudo de cada disciplina que está cursando.
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15. Se for o caso, relacione os problemas que você está enfrentando como aluno da Educação a Distância, tomando como referência as condições citadas no item “Estudar com novas tecnologias de informação e comunicação ”. Reflita e apresente alternativas de solução para superar esses problemas.
3.8 Referências Bibliográficas BASTOS, C. L.; KELLER, V. Aprendendo a aprender : introdução à metodologia científica. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993. FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário básico da língua portuguesa: Folha / Aurélio. São Paulo: Nova Fronteira / Folha de São Paulo, 1988. HARASIM, L. et al. Redes de aprendizagem: um guia para ensino e aprendizagem on-line. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar : orientações metodológicas para o estudo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. RIBEIRO, M. A. de P. Como estudar e aprender : guia para pais, educadores e estudantes. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
3.9 Web-Bibliografia ALMEIDA, M. E. B. de. Educação a distância na internet: abordagens
e
contribuições
dos
ambientes
digitais
de
aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 327340, jul./dez. 2003. Disponível em: Acesso em: 26/06/2007.
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ANTUNES, C. Xiiii, professora, deu um “branco” II . Publicado em 06/05/2005. Disponível em: Acesso em: 19/06/2007. CARDOSO, S. H. Memória: o que é e como melhorá-la. Disponível em: Acesso em: 19/06/2007. CAVELLUCCI, L. C. B. Estilos de aprendizagem: em busca das diferenças individuais. Disponível em: Acesso em: 20/08/2007. www.eca.usp.br/prof/moran/textos.htm (site com textos interessantes do professor Moran). WIKIPÉDIA. Disponível em:
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Sumário da Unidade Apresentação
UNIDADE 4 – A LEITURA COMO MÉTODO DE ESTUDO ...................... 60
Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira, Maria Rita de Morais Chaves Santos e Mônica Maria Machado Ribeiro N. de Castro 4.1 O Ato de Ler........................................................................................... 62 4.1.1 A leitura como habilidade básica........................................................ 62 4.1.2 O processo de Leitura ........................................................................ 63 4.1.3 O bom leitor ........................................................................................ 65 4.2 Níveis e Tipos de Leitura ....................................................................... 67 4.2.1 Como ler livros didáticos? ................................................................. 68 4.3 Análise e Interpretação de Texto .......................................................... 73 4.3.1 Análise textual..................................................................................... 74 4.3.1.1 Como fazer um esquema? ............................................................. 75 4.3.2 Análise temática.................................................................................. 77 4.3.3 Análise interpretativa .......................................................................... 78 4.3.4 Problematização ................................................................................. 80 4.3.5 S íntese pessoal .................................................................................. 80 4.4 Anotações, Fichamentos, Resumos e Resenhas ................................. 81 4.4.1 A Documentação Pessoal .................................................................. 81 4.4.2 Anotações ........................................................................................... 83 4.4.3 Fichamentos ....................................................................................... 84 4.4.3.1 Fichamento para Documentação Temática .................................... 85 4.4.4 Resumos ............................................................................................. 87 4.4.4.1 Como fazer um Resumo Informativo? ........................................... 89 4.4.5 Resenhas ............................................................................................ 90 4.5 Atividades de Aprendizagem ................................................................. 92 4.6 Referências Bibliográficas ..................................................................... 93 4.7 Web-Bibliografia..................................................................................... 95
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4.1 O Ato de Ler O curso superior exige uma postura diferenciada quanto ao Uma das coisas que a educação superior deve fazer por você é alargar os limites das coisas que você lê (MORGAN; DEESE, 1983)
processo de ensino-aprendizagem. Aqui o aluno se quer, e em geral é tomado, como um adulto em sua plenitude. Por seu lado, o professor não mais se sente responsável por lembrá-lo, a todo instante, de cada passo a ser dado ou de suas responsabilidades para com o estudo, a aprendizagem, seu crescimento intelectual, suas escolhas e questões pessoais. A ênfase do ensino superior recai na formação profissional; o aluno é considerado uma pessoa independente e autônoma, seja isso um fato ou não. Um outro diferencial a ser considerado neste Curso é que, enquanto na educação presencial os contatos entre professores e alunos têm por base a oralidade, na Educação a Distância a linguagem básica é a escrita, o texto. Isso faz com que a leitura tenha mais destaque nesta modalidade de ensino. O ato de ler está presente em tudo o que você faz, quando entendido como o ato ou capacidade de reconhecer, perceber, decifrar. Nesta perspectiva, mesmo em atividades como andar pelas ruas, ver televisão ou fazer compras em um supermercado, você
Reflita! O bom estudante deve saber: ler bem resumir pesquisar documentar comunicar
está praticando a leitura. Neste momento do Curso o que nos interessa, no entanto, é o ato de ler entendido como a “ arte de decifrar e fixar um texto”. Ele está presente no estudo deste material impresso, no uso do ambiente virtual de aprendizagem, quer nas aulas on-line, quer nos fóruns, chats etc., e em todos os outros materiais de estudo comumente utilizados por você, como livros e artigos de revistas e periódicos.
4.1.1 A leitura como habilidade básica Ler bem é uma habilidade indispensável para o estudante autônomo. Ler é algo que todo estudante está convencido de que sabe fazer. Mas, ler bem... Ler bem é uma habilidade indispensável
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para o estudante autônomo. Por isso, é importante que você se pergunte: “Será que sei realmente ler bem?” Para lhe ajudar em sua reflexão colocamos as seguintes questões: Você lê rápido? Lembra do que lê? Quantas vezes precisa ler para compreender? Sabe decidir o que é importante num texto? Sabe interpretar mapas, tabelas, gráficos, legendas etc.? Que faz quando começa a ler um texto pela primeira vez? Que faz quando acaba de lê- lo? Lê livro didático da mesma forma que lê um romance? Lê um texto de química como lê um de história? Se não, qual a diferença? Enquanto lê, toma notas? Tem a sensação de que o professor lhe cobra nas avaliações coisas que não estavam nos textos que leu? Procura no dicionário as palavras novas que encontra? Sabe a diferença entre termos gerais e termos técnicos? Essas
e
outras
questões,
quando
não
respondidas
satisfatoriamente, precisam ser trabalhadas. Bons hábitos de leitura favorecem o processo de aprendizagem e facilitam a execução de trabalhos acadêmicos.
4.1.2 O processo de leitura O processo de leitura inicia com o reconhecimento das palavras impressas, que pode ocorrer sílaba por sílaba, palavra por palavra, por conjunto de palavras ou pela percepção de frases completas; continua com a interpretação do pensamento do autor e a sua compreensão; segue com a retenção das ideias e, por último,
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As pessoas que leem bem gostam de ler. As pessoas que não leem direito detestam a leitura.
a reprodução destas ideias de modo pessoal, o que confirma sua compreensão e apropriação. O estudo desse processo permite as seg uintes observações: 1. O reconhecimento do texto impresso não se dá pelo deslizar dos olhos pelas letras que o compõem; quando lemos, os olhos se movimentam por saltos e fixações, captando com clareza apenas quando se fixam em algum ponto. A boa leitura depende do número de fixações efetuadas. 2. Captar um grupo de palavras, ao invés de uma sílaba ou uma única palavra a cada fixação, aumenta a velocidade da leitura e também a sua compreensão. 3. As pessoas que leem movimentando a cabeça e se posicionam muito próximas ou muito distantes do objeto que contém o texto, em geral são maus leitores. 4. Os olhos, durante a leitura, também apresentam movimentos regressivos ou regressões, que são movimentos efetuados em sentido inverso ao da sequência do texto e que fazem com que voltemos atrás na linha que estamos lendo. Esse tipo de movimento é mais freqüente em pessoas que não estão habituadas a ler. 5. O movimento de retorno, ou seja, a passagem de uma linha de texto para a próxima (abaixo), também determina deficiências na leitura. Enquanto os bons leitores fazem um único movimento de retorno, os maus leitores leem acima ou abaixo, tendo sempre que fazer correções para encontrar o início da pró xima linha de leitura. 6. O uso inconsciente da fala durante a leitura silenciosa, ou seja, tentar acompanhar os olhos com movimentos labiai s ou mesmo articular a língua com a boca fechada “age como um freio sobre o cérebro dificultando-lhe a leitura por unidade de pensamento” (BASTOS; KELLER, 1993, p. 42).
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4.1.3 O bom leitor Para superar deficiências de leitura e tornar-se um bom leitor o estudante primeiramente deve adquirir bons hábitos de estudo, já que algumas dessas deficiências são provenientes da falta de atenção, de motivação, de espírito crítico, ou mesmo da falta de prérequisitos para compreensão e consequente transformação do que se lê em conhecimento. Além disso, qualquer pessoa pode melhorar sua capacidade de leitura se: Preparar-se para ler – escolhendo um ambiente favorável e criando uma expectativa positiva sobre o que vai ler e aprender na leitura;
Construir um vocabulário abrangente que permita a compreensão dos textos a serem lidos – prestando atenção tanto às palavras novas quanto às palavras antigas aplicadas a um novo contexto e fazendo uso de um bom dicionário;
Aumentar
sua
velocidade
de
leitura
através
de
autotreinamento – lembrando, porém, que diferentes tipos de textos (livros didáticos, livros técnicos e científicos, revistas de divulgação, jornais, romances etc.) são lidos a diferentes velocidades pelo bom leitor;
Evitar a subvocalização ou uso inconsciente do aparelho fonador enquanto lê – praticando exercícios de atenção ao sentido das palavras e não à pronúncia; Aumentar a área de fixação dos olhos – praticando exercícios específicos, de forma a aumentar a velocidade da leitura e, consequentemente, a compreensão do texto. Veja o quadro a seguir e compare as habilidades e hábitos de bons e maus leitores.
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Quadro 2 – Habilidades e hábitos de bons e maus leitores BOM LEITOR
MAU LEITOR
(Lê rapidamente e entende o (Lê lentamente e entende mal o que lê) 1.
que lê)
Lê
com
objetivo 1. Lê sem finalidade.
determinado. 2. Lê unidades de pensamento. 2. Lê palavra por palavra. 3. Lê unidades de pensamento. 3. Só tem um ritmo de leitura. 4. Avalia o que lê.
4. Acredita em tudo o que lê.
5. Possui bom vocabulário.
5. Possui vocabulário limitado.
6.
Tem
habilidades
para 6. Não possui nenhum critério
conhecer o valor do livro.
técnico para conhecer o valor do livro.
7. Sabe quando deve ler um 7. livro
até
o
interromper
fim, a
Não
sabe
decidir
se
é
quando conveniente ou não interromper leitura uma leitura.
definitivamente
ou
periodicamente. 8. Discute frequentemente o 8. que lê com colegas. 9.
Adquire
Raramente
discute
com
colegas o que lê.
livros
com 9. Não possui biblioteca particular.
frequência e cuida de ter sua biblioteca particular. 10. Lê vários assuntos.
10. Lê sempre a mesma espécie de assunto.
11. Lê muito e gosta de ler. 12.
É
bom
leitor
11. Lê pouco e não gosta de ler.
porque 12. É constantemente mau leitor,
desenvolve uma atitude de porque
tem
uma
atitude
vida: é constantemente bom resistência ao hábito de ler. leitor. Adaptado de: Décio Vieira Salomon (1999).
66
de
4.2 Níveis e tipos de leitura O conjunto de experiências vividas e acumuladas pela espécie humana ao longo de sua evolução cultural, de modo geral, encontra-se armazenado nos livros e demais repositórios das diversas áreas do conhecimento: filosofia, matemática, história, física, antropologia, cosmologia, química etc. A apreensão deste conhecimento se faz através da leitura, donde se depreende que as leituras têm origens e objetivos diversos, podendo ser extremamente complexas e variadas. Segundo Marconi e Lakatos (2001), existem três espécies de leitura:
De entretenimento – feita objetivando a diversão, o lazer; De cultura geral – feita sem aprofundamento, apenas para saber o que ocorre no mundo; De aproveitamento – feita com o fim de aprender algo ou aprofundar um conhecimento anterior. Para esta última espécie, quando se lê para aprender, diferentes autores apresentam diferentes classificações que, em geral, estão associadas aos objetivos da leitura. Além dos já citados, destacamos: descobrir do que trata um texto; extrair a idéia principal ou detalhes importantes de um determinado texto; fazer avaliação de algum conceito o u teoria; selecionar posicionamentos diversos sobre um determinado assunto e ampliar conhecimentos. Adler e Van Doren, em sua obra “Como ler um livro”, segundo Medeiros (2004), propuseram os seguintes níveis de leitura:
Leitura elementar – básica ou inicial, feita rapidamente com o fim de obter uma visão geral do texto; Leitura inspecional – corresponde a um folhear sistemático com o fim de captar a idéia geral da obra; Leitura analítica – feita de forma minuciosa e completa tendo por objetivo o melhor entendimento;
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Há leituras de fundo que requerem docilidade; leituras de ocasião, que requerem maestria; leituras de estímulo ou de edificação, que requerem ardor; leituras de repouso, que requerem liberdade. (SERTILLANGES citado por MATOS; 1994)
Leitura sintópica – feita por especialistas ou críticos, com o fim de comparar diferentes li vros. Por outro lado, vários autores, entre eles Medeiros (2004) e Harlow (citado por MARCONI; LAKATOS, 2001), classificam as Scan – esquadrinhar, perscrutar, examinar ponto por ponto; passar os olhos por (toda a área).
leituras nos seguintes tipos:
Scanning – aquela em que se procura um certo tópico da obra e é feita no sumário, nos índices,
algumas linhas ou
parágrafos; Do significado – busca uma visão ampla do conteúdo da obra, principalmente dos seus aspectos principais, e é feita rapidamente, de uma única vez, sem parar ou voltar atrás para reflexões;
Skim – roçar, passar ou deslizar suave ou rapidamente (por sobre uma superfície); passar os olhos sobre.
Skimming – feita para captação da essência ou tendência geral da obra, usando títulos e subtítulos, ilustrações e alguns parágrafos; De estudo ou informativa – objetiva a absorção mais completa possível do conteúdo e de todos os seus significados e engloba o ler, o reler, fazer anotações, usar o dicionário, marcar ou sublinhar palavras ou frases-chave, esquematizar e resumir;
Crítica – objetiva a formação de um juízo de valor sobre o conteúdo e do texto como um todo; envolve reflexão, comparação com outras obras, avaliação dos dados e informações apresentadas no que se refere à correção, fidedignidade, completeza, atualização etc. Com
base
na
comparação
dessas
duas
últimas
classificações, você pode notar facilmente as equivalências entre algumas delas. Assim também aconteceria se continuássemos a apresentar as outras classificações existentes. Preferimos nos guiar, a partir daqui, pelos objetivos das leituras e apresentar orientações para aquelas que serão mais necessárias neste curso: a leitura de livros didáticos, discutida a seguir, e a leitura para a pesquisa bibliográfica, apresentada no próximo tópico desta Unidade.
68
4.2.1 Como ler livros didáticos? Para a leitura de livros didáticos uma técnica bastante utilizada é a denominada SQ3R (Survey, Question, Read, Recite,
Review). Esta técnica foi criada por Francis P. Robinson, segundo Morgan e Deese (1983), e compreende várias etapas.
1ª etapa – Survey (examinar) Nesta etapa o leitor procura obter a melhor visão possível do que vai estudar. Examinar o que vai ler permite tomar decisões sobre o tempo a destinar para a leitura, o que vai precisar como material de apoio etc. O exame de um livro-texto deve ser feito por partes, do geral para o particular, aplicando os seg uintes procedimentos: Observe/leia título e subtítulo, autor(es), orelhas (extremidade da capa do livro dobrada para dentro) e capa de trás; veja se tem e onde se localizam o prefácio, o sumário, o índice remissivo, o glossário, as referências e os anexos – normalmente após este passo você terá elementos básicos sobre a obra e seu autor o u autores; Leia o prefácio – este elemento deve informar o objetivo do autor ao escrever o livro, para quem esse é dirigido e até mesmo que embasamento teórico é preciso ter para lê-lo; Se houver, leia as mensagens do autor dirigidas ao professor e ao estudante; Observe pelo sumário a estrutura do livro, seus capítulos e seções e o conteúdo abordado; Folheie o livro para obter noções gerais sobre a estrutura dos capítulos e a disposição e apresentação visual das seções (fontes, cores, ilustrações, arranjos e tipos das atividades etc.).
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O exame de um capítulo de livro também deve ser feito do todo para as partes. Aqui, os procedimentos citados anteriormente devem se repetir, com as devidas adaptações. Partindo do título do capítulo e seus objetivos, examine toda a estrutura, lendo os títulos das seções que o compõem. Somente após a visão global do capítulo você deve dar início à leitura de cada seção. Ao final desta etapa você deve ter uma boa idéia do grau de dificuldade que terá para estudar o livro ou capítulo.
2ª etapa – Question (perguntar) Esta etapa traz um único procedimento: fazer perguntas. Sua importância, no entanto, se demonstra pelas seguintes observações: Em geral as coisas mais lembradas são respostas a algum tipo de pergunta; As pessoas lembram mais daquilo que aprendem em resposta A habilidade de interrogar a si próprio e aos outros alimenta o espírito crítico.
a uma pergunta do que das coisas que apenas leram ou ouviram; As perguntas nos fazem pensar e formular possíveis respostas, isso ajuda a criar expectativas quanto ao conteúdo a ser lido; As perguntas nos fazem pensar e formular objetivos para a leitura, o q ue facilita a aprendizagem. Mas, que perguntas fazer? Algumas perguntas são básicas. Tomando para exemplo o estudo desta Unidade, ao ver o título “A leitura como método de estudo” você pode se perguntar: “O que é leitura?”; “O que é método de estudo?” e “O que já sei sobre isso?”. Outras são bastante específicas e vão depender do seu próprio modo de ser. Importam aqui a curiosidade, a criatividade, o vocabulário, a experiência de vida etc.
70
É importante notar que a capacidade de interrogar vai se fortalecer com a prática. Essa vai fazer com que perguntar se torne um hábito tão automático que você não terá nem mesmo que parar para formular as questões cabíveis. Mas lembre sempre que o objetivo das perguntas é direcioná-lo para a idéia principal da seção, do capítulo, do livro, ou seja, da unidade textual que você estiver estudando.
3ª etapa – Read (ler) Embora seja a primeira e única etapa a ser cumprida por aqueles alunos que pensam que estudar é correr os olhos pelo texto, esta, como você já sabe, não é a primeira nem a última, e, talvez, nem mesmo a mais importante das etapas dessa técnica. Ela tem o objetivo de fornecer detalhes e completar o delineamento do texto iniciado nas etapas anteriores. Aqui você deve: 1. Ler toda a unidade de leitura que estabeleceu para a sessão de estudo; 2. Ler ativamente - o que significa explorar o conteúdo do texto prestando atenção a cada passo, tendo em mente o objetivo da leitura anteriormente estabelecido. Para manter a leitura ativa convém questionar sempre se está acompanhando o que lê, qual a idéia principal do último parágrafo lido e coisas assim; 3. Dar atenção às palavras e termos importantes - palavras desconhecidas, palavras conhecidas usadas em um novo contexto (por exemplo, em um livro de química, palavras como átomo, ácido, base e solução têm significado específico) ou, ainda, termos técnicos, precisam ser bem entendidas. As palavras e expressões não entendidas deverão ser anotadas para consulta ao dicionário da língua portuguesa ou ao dicionário técnico; 4. Dar atenção à leitura das ilustrações (gráficos, tabelas, quadros, fotografias, desenhos, fórmulas, modelos etc.). Esses elementos estão ali porque, possivelmente, as informações
71
Lembrete É importante saber a grafia correta das palavras em geral e também dos nomes próprios dos químicos e outros personagens ilustres da História da Química.
apresentadas são mais fáceis de compreender usando estas representações. Além disso, as ilustrações ajudam a tornar o texto mais interessante e fazem com que você lembre dele mais facilmente. Lembra do que estudou sobre a memória visual?
4ª etapa – Recite (repetir) Esta etapa não constitui um passo isolado; na realidade a repetição, segundo Morgan e Deese (1983), deve ser aplicada tanto à leitura da etapa anterior quanto à da etapa de revisão (a próxima). Aqui, repetir significa parar de vez em quando a leitura que está sendo feita para, com suas próprias palavras, dizer o que leu. Esta repetição visa à compreensão e ao controle do que foi apreendido realmente e do que pode ser lembrado. Quantas vezes parar para repetir ou q ual o número de repetições a fazer, vai depender, e ntre outras coisas, do grau de atenção na leitura, do conteúdo que se está lendo e da organização do texto. Adicionalmente... Numa interpretação particular para esta etapa da técnica SQ3R, propomos a modificação que segue. Após conseguir uma visão do texto em toda a sua extensão e detalhes (terceira etapa), é hora de você aprofundar sua compreensão fazendo uma primeira repetição da leitura do texto. Primeira porque você poderá fazer quantas repetições quiser ou precisar para a compreensão integral do conteúdo abordado. Ao repetir a leitura você já deve ter consultado o dicionário para entendimento das palavras ou termos anotados. Essa nova leitura, feita por parágrafos, deve permitir a construção de um esquema detalhado do capítulo estudado.
5ª etapa – Review (rever) A etapa de revisão nesta técnica também se repete. A primeira revisão deve ser feita logo após completado o estudo de aprofundamento do capítulo. Pode ser bem rápida e constar, principalmente, de repetições. Repetir antes de reler a seção lhe orientará para a leitura; repetir depois lhe dirá o que aprendeu. Dependendo do intervalo de tempo entre esta primeira revisão e a avaliação da matéria pelo professor, você pode efetuar novas
72
revisões. A revisão feita logo antes da prova, chamada de revisão final , deve constar de repetições feitas de memória e englobar todos os capítulos estudados. Convém notar que, de modo geral, os livros didáticos da área de química apresentam um texto de leitura bastante agradável, com distribuição na forma de tópicos relativamente pequenos, bem estruturados e encadeados, e um número razoável de ilustrações (gráficos, figuras etc.), que facilitam o entendimento dos fenômenos abordados.
4.3 Análise e Interpretação de Texto Na academia os estudantes são levados a fazer muitas leituras, com variados objetivos e nos mais diversos tipos de fontes. No tópico anterior vimos uma técnica para leitura de livros didáticos, talvez a fonte bibliográfica mais utilizada no início do Curso de Química, onde o livro-texto é imprescindível. Apresentamos a seguir uma outra técnica de leitura que lhe será muito útil, pois em nosso curso, no processo ensino-aprendizagem, também são usados muitos textos complementares como, entre outros, capítulos de livros não didáticos, artigos de periódicos científicos, artigos de revistas e jornais de divulgação científica e monografias, para subsidiar o conteúdo de uma disciplina, a apresentação de seminários, relatórios ou aulas demonstrativas, e realizar pesquisas bibliográficas. Os textos para as leituras acadêmicas são fundamentalmente informativos e/ou técnicos e escritos na linguagem científica, que se caracteriza pela clareza, precisão e objetividade. No entanto, por apresentarem conceitos e teorias quase que inteiramente novos para os estudantes e uma ordem de raciocínio com a qual ainda não estão acostumados, tornam essa linguagem mais complexa do que é realmente.
73
A princípio, no curso superior, esses textos são, em sua grande parte, indicados pelos professores das disciplinas; à medida que o aluno avança no curso, sua familiaridade com a área de conhecimento trabalhada vai aumentando e sua habilidade em selecionar bons autores/textos para estudo também aumenta. Até o final do Curso é esperado que o estudante adquira competência para fazer uma pesquisa bibliográfica que dê suporte ao seu Trabalho de Conclusão de Curso. Assim, sem pretensão de um aprofundamento maior, que fugiria ao escopo deste material, vamos apresentar a técnica de leitura de nominada análise de texto. Segundo Salomon (1999, p. 74), pela análise podemos detectar o que há de mais relevante no texto: Sua estrutura e organização; as ideias principais e os detalhes importantes; o relacionamento entre as ideias existentes no corpo do discurso do autor; seu método de inferir, deduzir, generalizar, abs trair, demonstrar e comprovar; e se avaliam as conclusões com sua fundamentação.
Existem vários tipos de análise, mas vamos nos reportar apenas às que consideramos ser mais úteis e aplicáveis no contexto de nosso Curso. São elas: a análise textual, a análise temática, a análise interpretativa, a problematização e a síntese. Estas podem ser pensadas, inclusive, como parte de uma análise única.
4.3.1 Análise textual Esta análise corresponde ao levantamento sistemático de todos os elementos importantes para a compreensão do texto, feito em busca de uma visão de conjunto do raciocínio do autor. Os procedimentos básicos para sua execução são: 1. Leitura inicial atenta, corrida e completa do texto; 2. Levantamento e anotação de pontos que merecem maiores esclarecimentos como: palavras e termos não compreendidos,
74
dúvidas quanto a ideias, argumentos, fatos históricos, referências a outros autores, doutrinas etc. 3. Busca das informações adicionais sobre vida, obra e pensamento do autor (ou autores), vocabulário e demais elementos anotados. Esta busca deve ser feita em dicionários especializados, manuais e outras obras de referência; 4. Esquematização do texto com o fim de apresentar uma visão global da unidade estudada através do inter-relacionamento de ideias e fatos.
4.3.1.1 Como fazer um esquema? O esquema ajuda o aluno a organizar o conteúdo contido no texto, estabelecendo um plano lógico que explicita as relações e subordinações das ideias ali contidas e classifica os fatos dentro de critérios de caracterização. Um bom esquema se caracteriza, segundo Salomon (1999), por ser: fiel ao texto original , mostrando sua estrutura lógica; adequado ao assunto estudado, seguindo sua profundidade ou superficialidade; funcional , atentando para o fato de que um esquema para revisar um assunto estudado é diferente de um esquema para dar uma aula sobre esse assunto; útil e pessoal , pois o esquema feito para uma pessoa raramente é útil para outra. Deste modo, para fazer um bom esquema você pode observar os passos que seguem: 1. Utilize a própria estrutura do autor do texto, quer se trate de livro, capítulo de livro, artigo científico etc. Para isso, tome os títulos e subtítulos como indicadores e faça frases completas com eles. 2. Coloque os títulos mais gerais à esquerda e a partir daí, deslocando-se para a direita, os subtítulos e as divisões possíveis. 3. Adote um sistema que seja adequado à estrutura do texto para separar e indicar as divisões e subdivisões sucessivas. Por exemplo:
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Obras de referência – são obras de uso pontual e recorrente, para consulta de pequenas parcelas de informação dentro do grande conjunto que normalmente esse tipo de obra contém. Exemplos: enciclopédias, dicionários temáticos, glossários, tabelas, tesauros etc.
Chaves, colchetes, colunas etc.; Numeração progressiva: 1, 1.1, 1.2, 1.2 .1, 1.2.2, 2, 2.1 etc.; Letras maiúsculas, letras minúsculas, símbolos gráficos etc. 4. Use símbolos convencionais e abreviaturas para poupar tempo e facilitar a compreensão das relações entre ideias. Por exemplo: ,
, , , , ♀ (feminino) e ♂ (masculino);
5. Use caixas de texto para indicar estruturas, ideias derivadas, relações etc. Veja os exemplos a seguir:
Exemplo 1
Classificação de Bunge para Ciência (LAKATOS; MARCONI, 1992, p. 23 )
Lógica
FORMAL
Matemática
CIÊNCIA
NATURAL
Física Química Biologia Psicologia Individual
CULTURAL
Psicologia Social Sociologia Economia Ciência Política História Material História das Idéias
FACTUAL
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Exemplo 2 Etapas da concepção atual do método científico, segundo Bunge(LAKATOS; MARCONI, 1992, p . 47) Problema ou lacuna Não explicação
Explicação
Colocação precisa do problema Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes Tentativa de solução Satisfatória
Inútil
Invenção de novas ideias ou produção de novos dados empíricos Obtenção de uma solução Prova da s olução Satisfatória
Não satisfatória
Conclusão
Início de novo ciclo
4.3.2 Análise temática O objetivo da análise temática é a máxima compreensão do conteúdo ou mensagem do autor. Ou seja, a identificação e apreensão da ideia central e das ideias secundárias e suas correlações. É a busca e reconstituição da lógica do pensamento do autor quanto à ideia trabalhada no texto. O procedimento usual para esta análise consiste em fazer uma nova leitura para responder a algumas questões: 1. De que trata o texto? A resposta a esta pergunta nos dá o tema ou assunto da unidade textual, porém, nem sempre é simples de encontrar. Acontece que na maioria das vezes o tema tem uma
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estrutura, pois são mais comuns textos onde o autor fala das relações entre vários elementos e não de um único objeto de estudo. Além disso, é necessário captar qual a perspectiva do autor e o âmbito ou limite de s ua abordagem. 2. Qual o problema a ser solucionado? Aqui a busca é por apreender a problemática que envolve o tema e preocupa o autor; sua formulação, nos bons textos científicos, é quase sempre explícita. Proposição – aquilo que se propõe; proposta. Expressão verbal de um juízo; asserção, asseveração. Enunciado verbal suscetível de ser dito verdadeiro ou falso.
3. O que o autor sugere para solucionar o problema exposto? Que ideia defende? O que quer demonstrar? As respostas a essas indagações revelam a ideia central do texto ou a tese defendida pelo autor na unidade textual. Em geral ela é explicitada através de uma
proposição, considerada inicialmente como hipótese geral. 4. Qual o raciocínio do autor e quais seus argumentos para demonstrar sua tese? O raciocínio e os argumentos do autor são o conjunto de ideias que, encadeadas, dão a estrutura lógica do texto e demonstram s ua tese. 5. O autor levanta outras ideias ou assuntos que não estão associados à ideia central? A resposta a essa questão deve explicitar as ideias secundárias. Estas são relativas a temas paralelos e têm conteúdo próprio e independente; apenas complementam o pensamento do autor. Convém ressaltar que este é o tipo de análise que dá suporte à elaboração do resumo ou síntese do texto. Ela também fornece a
ATENÇ O!
base para a construção de um roteiro de leitura usado na orientação
Quando se pede o resumo de um texto, o que se tem em vista é a síntese das ideias do raciocínio (do autor) e não a mera redução dos parágrafos (SEVERINO, 1996).
de seminários e na construção do organograma lógico ou representação geometrizada do racioc ínio do autor.
4.3.3 Análise interpretativa Nesta abordagem do texto o que se tem em vista é a tomada de uma posição própria perante as ideias do autor. Aqui, além de tentar ler nas entrelinhas e explorar todas as repercussões das
78
ideias expostas você deve compará-las com as ideias de outros autores com o fim de criticar o texto com respeito à sua coerência, profundidade, validade, alcance e originalidade. São passos para esta análise: 1. Situar o pensamento exposto no texto no contexto da vida e obra do autor e de outros autores. 2. Destacar os pontos comuns e originais do pensamento do autor, situando-o no contexto mais amplo da sua área de conhecimento (teorias, paradigmas e correntes de pensamento). 3. Buscar uma compreensão interpretativa do pensamento do autor através da explicitação de seus pressupostos. 4. Estabelecer aproximações e/ou associações das ideias expostas no texto com ideias semelhantes que tenham recebido outras abordagens. 5. Formular um juízo crítico sobre o texto. Isto pode ser feito tomando por base tanto sua coerência interna, quando se determina até que ponto seus objetivos foram alcançados, a eficácia do seu raciocínio na demonstração da tese formulada e a pertinência de suas conclusões com respeito à fundamentação apresentada, quanto sua relevância e contribuição para o estudo do tema, avaliando seu grau de originalidade e de profundidade, e ainda, sua validade e alcance. É oportuno chamar a atenção para um fato que, possivelmente, você já notou. Existe um nível crescente de dificuldade para a execução dessas análises. Por exemplo, para fazer este último tipo, a análise interpretativa, você vai precisar ter feito várias leituras anteriores sobre o mesmo tema, não é? Assim, como aluno iniciante, provavelmente suas primeiras leituras só comportarão as análises textual e temática. Com o tempo, as exigências das disciplinas e o fortalecimento do hábito de leitura, você vai adquirir condições para efetuar a análise interpretativa e os próximos dois tipos a serem apresentados.
79
4.3.4 Problematização Após efetuar as a nálises já desc ritas e co nhecer bem o texto, agora o objetivo é sua problematização em sentido amplo. Assim, são levantadas as questões explícitas e implícitas no texto, tanto para reflexão quanto para discussão. Podem, também, ser discutidas questões afins ao tema abordado, com base em outras leituras do mesmo autor ou em obras de o utros autores.
4.3.5 Síntese pessoal Esta etapa da leitura analítica se apoia em todas as anteriores. É a “leitura pessoal” que se faz do pensamento do autor contido no texto. Na realidade, a síntese está mais ligada à redação de um novo resumo, agora enriquecido pelas reflexões pessoais e discussões efetuadas na problematização. Cumpre ainda chamar atenção para o fato de que o trabalho de síntese pessoal é muito exigido como atividade didática no curso superior, não só como parte da análise e interpretação de textos, exercício de raciocínio que propicia o amadurecimento intelectual, mas também como parte de relatórios e outros tipos de trabalhos científicos. Os procedimentos para análise e interpretação de texto apresentados podem e devem ser acompanhados dos registros competentes: anotações, fichamentos, resumos e resenhas (ver próximo tópico). Trabalhar suas leituras metodicamente, de início, pode levar muito tempo, pois talvez você não esteja acostumado a esses procedimentos. No entanto, ao estabelecer o hábito você perde o medo, os passos tornam-se automáticos e você ganha em segurança, autoconfiança, satisfação e eficiência. Sua organização será recompensada quando tiver que trabalhar com um grande volume de textos, como por ocasião do seu Trabalho de Conclusão de Curso.
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4.4 Anotações, Fichamentos, Resumos e Resenhas Ciente do volume de leituras que serão necessárias no decorrer do Curso, você pode estar pensando que vai ficar perdido num “mar de informações”. Isto pode até acontecer, mas vai depender de você. Para que isto não aconteça, você deve ser capaz de organizar todas as informações obtidas à medida que elas forem trabalhadas, fazendo isto de modo que possa relacioná-las e recuperá-las facilmente sempre que necessário. Para orientá-lo nesta tarefa, mais uma vez vamos nos valer da metodologia científica, embora sem nos aprofundarmos nas técnicas mais rigorosas de documentação pessoal.
4.4.1 A documentação pessoal A documentação pessoal é uma consequência natural das atividades intelectuais inerentes à vida do estudante universitário e, também, do profissional que precisa estar sempre em dia com as produções do pensamento humano. Tendo isso em vista, s ugerimos fortemente a você que reflita sobre sua utilidade e necessidade e que a realize como etapa de seu método de estudo e hábitos de leitura. Tendo tomado esta decisão, você poderá adotar um método de organização que seja prod utivo para sua documentação. Na prática, sugerimos: Considerar material de documentação o que for importante e útil para sua vida acadêmica e também para sua futura vida profissional; Tomar para documentação leituras em diversos meios e fontes bibliográficas, aulas, seminários, grupos de discussão, fóruns e videoconferências; Quando da efetivação de registros (tomada de anotações e confecção de fichas), evitar longas transcrições, não transcrever
81
anotações de livros e outros materiais impressos próprios e guardar as anotações em fichas ou pastas apropriadas; Quando possível, fazer os registros em arquivos eletrônicos, em diretórios específicos e de acordo com seus interesses. É interessante notar que, assim como existem diferentes tipos de leitura, também existem diferentes formas de documentação, enquanto método pessoal de estudo. São elas: a documentação temática, a documentação bibliográfica e a documentação geral. A documentação temática tem como objetivo a reunião de elementos para o estudo geral ou realização de um trabalho específico dentro de uma determinada área de conhecimento. Esses elementos são encontrados não apenas em leituras específicas, mas também em aulas, seminários e conferências. No fichário, as fichas relativas à documentação temática vêm em primeiro lugar, já que os Recortes de jornais e revistas devem ser colados em folhas de papel tamanho ofício, deixando-se margens suficientes para anotar a referência completa da fonte.
temas estruturam as diferentes áreas do saber. Severino (1996) sugere que o estudante organize seu fichário de documentação temática a partir da estrutura curricular do Curso; neste caso, cada disciplina corresponderia a um setor documental. A documentação bibliográfica, por sua vez, corresponde ao registro de informações sobre livros, artigos e demais trabalhos existentes da área de interesse do estudante, aos quais tenha acesso diretamente ou dos quais tome conhecimento através de publicações específicas. Deve ser feita sistematicamente, de modo a se constituir em uma rica fonte de informação. Sua organização, em geral, se dá de acordo com um critério de natureza temática. A documentação geral é uma forma bem específica de organização e guarda de documentos úteis, provenientes de fontes perecíveis, cuja conservação seja importante. São, por exemplo, recortes ou fotocópias de jornais e revistas e cópias impressas de apresentações feitas em eventos (transparências ou slides), cujas fontes nem sempre estão disponíveis. Também sob essa forma de documentação é recomendado guardar as apostilas de cursos, trabalhos didáticos, textos de seminários e conferências etc. Todos
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os documentos são arquivados em pastas classificadas segundo o conteúdo e a área de interesse do estudante. O registro para efetivação da documentação pode ser feito de diversas formas. A seguir oferecemos algumas orientações para a realização de anotações, fichamentos, resumos e resenhas.
4.4.2 Anotações A leitura para estudo de um texto, na sua forma ativa, sempre requer alguma forma de anotação. Se é feita em um livro ou qualquer outro tipo de material impresso que seja do estudante, este pode ser usado também para as pequenas anotações, marcações ou destaques. Estas anotações poderão ser feitas nas primeiras leituras contemplando palavras desconhecidas, dúvidas e/ou questionamentos, indicação de informações relevantes etc., com vistas à confecção de um esquema, e servirão para tornar as próximas leituras mais fáceis e eficientes. Neste caso alguns autores (SALOMON, 1999; AZEVEDO, 2001) sugerem a adoção de pequenos sinais ou marcas, colocados à margem do texto, como por exemplo: Asterisco (*) para indicar ideias importantes; Ponto de interrogação (?) para o que achar duvidoso; Ponto de exclamação ( !) para o que achar curioso ou interessante; Barra vertical ( | ) na extensão de um trecho relevante; Duas barras verticais ( ||) na extensão de um trecho ainda mais relevante. O uso de marca-texto de tinta colorida e do sublinhado deve ser feito com muito critério e economia. Nunca na primeira leitura! Esse tipo de marcação é conveniente para assinalar a ideia principal, definições e detalhes realmente importantes, quando já perfeitamente identificados. As anotações de textos que não são do
83
estudante devem ser feitas em separado, usando uma folha de papel ou um Caderno de Anotações apropriado.
4.4.3 Fichamentos O fichamento é um procedimento básico da documentação pessoal e deve ser feito em função do tipo de documentação que se quer realizar: temática, bibliográfica ou geral. De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, fichamento é o “conjunto de dados relevantes de alguma coisa, geralmente anotados, arrolados em fichas, folhas avulsas, etc.” Assim, ele tem como objetivos: a identificação das obras consultadas, o registro do conteúdo dessas obras e das reflexões delas originadas e a ATENÇ O! As referências devem ser elaboradas seguindo as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (ver NBR 6023:2002).
organização das informações colhidas. O tipo de fichamento mais simples é o de indicação
bibliográfica . Feito, em geral, para compor a documentação bibliográfica, registra informações sobre livros e outras obras relativas a uma disciplina, a um curso, ou mesmo a um assunto específico de interesse. A ficha de indicação bibliográfica de um livro, por exemplo, traz, simplesmente, sua referência bibliográfica. Nesta constam nome do autor, título da obra e imprenta (local, editora e data de publicação). Algumas informações adicionais, como o nome do tradutor, se a obra é estrangeira, e o número de páginas são muito úteis. Além disso, neste tipo de ficha deve -se colocar onde encontrar a obra. Veja o exemplo a seguir.
Exemplo 3 FICHA DE INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA INÁCIO F ILHO, Geraldo. A monografia na universidade . 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2004. 200 p. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). (Biblioteca particular)
84
4.4.3.1 Fichamento para documentação temática Aqui vamos enfatizar o fichamento para a documentação temática. Este tipo de fichamento é muito útil e deve ser realizado por você para registro dos conteúdos dos textos estudados nas diversas disciplinas. Também será de grande valia quando da realização do seu Trabalho de Conclusão de Curso. O fichamento para documentação temática pode ser feito em fichas no computador, em fichas de papel com ou sem pautas adquiridas em papelarias ou confeccionadas manualmente, ou mesmo em papel ofício, e deve ser precedido de uma leitura criteriosa. Essa leitura deve levar o estudante ou pesquisador a compreender o texto, separar as ideias principais e examinar as ideias que se inter-relacionam, para que possa, com propriedade, fazer um comentário, escolher um trecho a ser transcrito ou produzir um resumo para constar na ficha de documentação. As fichas de leitura são compostas basicamente de três elementos: o cabeçalho, as referências bibliográficas e o corpo da ficha. No cabeçalho tem-se o título genérico, o título específico e o número de classificação da ficha. Para estas anotações deve ser levado em conta o plano de trabalho que motivou o fichamento. As
referências bibliográficas, segundo elemento da ficha, devem ser redigidas de acordo com as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NBR 6023:2002). O corpo
da ficha é o elemento que, na realidade, determina o tipo da ficha. Assim, segundo o texto exposto no corpo da ficha, podemos ter:
Ficha de comentário – quando traz um comentário pessoal que pode apresentar um parecer, uma crítica sobre o conteúdo lido ou, ainda, a indicação de novas ideias derivadas das ideias do autor. Ficha de citação literal ou direta – quando traz a transcrição fiel de partes do texto lido. Esta transcrição deve ser feita entre aspas e ter, logo ao lado, a página do texto de onde foi retirada.
85
Ficha de citação indireta – quando traz a ideia do autor
Paráfrase – Paráfrase – ação de dizer o mesmo em outras palavras; tradução livre ou desenvolvida.
expressa expressa com ou o utras palavras, ou seja, por meio de uma paráfrase.
Ficha de resumo – quando traz uma síntese das principais ideias do autor. autor. Não se trat t rata a de ap resentar resentar o sumário da obra o u um esquema esquema de suas partes. Também Também não se faz fa z uso uso de citações. ci tações. Em geral, as fichas têm o format fo rmato o apresentado a seguir.
E xemplo xemplo 4 ELEMENTOS ESTRUTURAIS ESTRUTURAIS DE UMA FICHA (MEDEIROS, 2004, p. 116 )
Título específico
Título genérico Cabeçalho
Redação Forma For ma de desenvolvimento do parágraf parágrafo o
Referência bibliográfica
1.1
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 8.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1980. 214p.
Reservado para o caso de as fichas serem várias. Use letras maiúsculas A B.C... B .C...
Texto
Local onde se encontra a obra
Biblioteca Mário de Andrade
Refere-se ao plano de ideias (esquema, projeto) do texto que o autor vai escrever.
A organi organi zação das fichas fichas depen depe nderá da capacidade de organização de cada um. O fichário precisa ser funcional e prático; se possível, deve ser digital, pois esta forma, além de não ter limite de páginas é bem mais fácil de armazen ar mazenar ar e recuperar. O trabalho para elaboração e utilização de fichas de leitura como método de estudo ou análise de uma obra encontra muita resistência dos estudantes devido ao tempo gasto inicialmente,
86
como referido anteriormente. Enfatizamos, no entanto, que este tempo é compensado compensado pelo pe lo resultado (SALOMON, 1999).
4.4.4 Resumos O que vem a ser um resumo escolar ou acadêmico? O resumo é um instrumento que favorece a leitura e a escrita sendo, por isso, bastante utili utilizzado no processo processo ensino ensino -aprendi -aprendizzagem. O leitor que é capaz de fazer um resumo de um texto com suas próprias palavras demonstra compreensão das ideias nele expostas (CARVALHO, 2002). A Associação Brasileira de Normas Técnicas, em sua no rma NBR 6028:2003, define o resumo como a “Apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento”. Nesta mesma norma, os diferentes diferentes tipos de resumo são definidos como seg segu ue : • Resumo crítico: Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias, denomina-se denomina-se recensão. • Resumo indicativo: Indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a co nsulta ao original. • Resumo informativo: Informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal forma que que este es te possa, inclusive, dispen dis pensar sar a co nsulta nsulta ao original. o riginal. Por estas definições você pode ver que a elaboração de um resumo atende a objetivos bem definidos. Observe que, enquanto o resumo resumo crítico c rítico (resenha (resenha ou recensão) recensão),, por conter conter um j ulgamen ulgamento, to, em em geral só é pedido a estudantes experientes e em casos bem específicos, o resumo indicativo ou descritivo pode ser feito para documentar o estudo de textos ou obras que pertencem ao
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estudante. Veja, na seqüência, um exemplo de ficha de resumo indicativo.
E xempl xemplo o5 FICHA DE RESUMO RE SUMO INDICATIVO (BASTOS; KELLER, 1993, p. 60) Metodologia Metodologia científica Eficiência nos estudos
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1
RUIZ, João A. Metodologia Científica. Científica. Guia para eficiência nos estudos. São Paulo, Atlas, At las, 1977, 168 p. Destaca a importância do estudo e apresenta um método método para a eficiência. eficiência. Apres A presenta enta i ndicações dicações para o bom bo m aproveitamento da leitura trabalhada. Indica o modo como elaborar trabalhos de pesquisa, destacando a pesquisa bibliográfica em todas as suas etapas e apresenta normas técnicas técnicas para a datilografia do t rabalho. Na parte teórica, aborda a natureza do conhecimento, diferenciando conhecimento científico, filosófico, teológico, comum. Discute questões relacionadas à verdade e certeza, espírito científico, método científico, concluindo com um estudo sobre a i nd ução. Finaliza com um apêndice referente referente às normas da ABNT. AB NT. Indicado Indicado para estudantes iniciantes do terceiro te rceiro grau. (Biblioteca particular) particular) Em geral, os resumos pedidos por professores para aferir o estudo de um determinado texto ou obra é do tipo informativo. Também deve ser deste tipo o resumo de textos ou obras que não pertencem pertencem ao a o estudante (pois (poi s dispensa consultas poste poste riores) e que q ue sejam importantes para seus estudos ou parte integrante de um 88
trabalho trabalho específico como, por e xemplo, a rev re visão bibliográfica do se u trabalho trabalho de pesquisa. Es tes últimos últimos dev de vem produzir produzir fichas e int i ntegrar egrar a docume docume ntação temá temá tica do estudante.
4.4.4.1 4.4.4.1 Como fazer um resumo informativo? Tratando, então, do resumo informativo, também chamado de analítico, com base em vários autores (MEDEIROS, 2004; SALOMON, 1999; MARCONI; LAKATOS, 2003), apresentamos a seguir algumas orientações para sua elaboração com finalidade de estudo. Não tente fazer o resumo de um texto antes de compreendêlo; para isto, siga os passos da análise de texto apresentada anteriormente. Tome para guia suas anotações e o esquema elaborado durante durante a leitura, selecionando somente as ideias id eias principais. Ainda antes antes de começar a escrev escre ver, verifique verifiq ue o tipo tip o de relação relação que existe entre as partes essenciais do texto e procure formar formar um p lano geral de seu se u resumo. O texto do resumo deve ser precedido da referência completa do docume docume nto e apresentar, na sequên seq uência, cia, as palavraspa lavras-chave. chave. O texto do resumo deve ser escrito em linguagem clara e objetiva, sendo composto por uma sequência corrente de frases concisas e afirmativas do próprio autor do resumo, usando o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular, formando formando um parágrafo único. O texto do resumo deve ser seletivo, ressaltando as principais ideias do autor na mesma ordem em que se encontram no texto original, sem fazer juízos de valor ou comentários pessoais, e trazer o assunto e o objetivo do texto, a articulação das ideias idei as e as conclusões conclusões do a utor. utor.
89
A elaboração de resumos, seja para fichamento de leitura ou para apresentação de determinado conteúdo como atividade do processo ensino-aprendizagem, é uma prática eficiente de estudo que deve ser construída ao longo do tempo. Acostume-se a ler resumos de livros em revistas e p ublicações especializadas. Além de proporcionar bons exemplos de resumos, é uma forma de manter-se em dia com a produção científica e os avanços da área de conhecimento que lhe interessa. PARA SABER MAIS...
A elaboração de resumos é parte integrante do cotidiano do pesquisador. As comunicações científicas em congressos, encontros, simpósios etc., os trabalhos monográficos na forma de dissertação ou tese, os relatórios técnicocientíficos e os artigos de periódicos exigem sempre a apresentação de resumos informativos. Estes devem iniciar com uma frase que explicite o tema principal do documento e, na sequência, indicar sua categoria (pesquisa experimental, estudo de caso, revisão etc.). Devem, ainda, constar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões contidas no documento de publicação do trabalho. A NBR 6028:2003 da ABNT traz, também, como regra geral de apresentação, que o resumo deve ter de 50 a 100 palavras, quando s e destinar a indicações breves; de 100 a 250 palavras se for de artigo de periódico; e de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações etc.) e relatórios técnico-científicos.
4.4.5 Resenhas De maneira geral, podem ser feitas resenhas de todos os tipos de trabalho: CD‟s de música, peças teatrais, filmes, livros didáticos, livros técnico-científicos, livros literários etc., com o objetivo de fornecer informações a respeito do seu valor e de sua utilidade para um dado fim. Neste sentido, a resenha é um relato minucioso das propriedades de um objeto, ou de suas partes constituintes; é um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos, como narração, descrição e dissertação, que descreve as propriedades da obra, as credenciais do autor, resume a obra, apresenta-se com interpretação e crítica (ECO, 2003).
90
No entanto, o tipo de resenha que convém ressaltar aqui é a resenha científica. Como visto no item anterior, segundo a Norma 6028:2003 da ABNT, a resenha é um resumo crítico a ser escrito por especialistas. Na academia, entretanto, a leitura e a redação de resenhas fazem parte da formação desejada. O aluno deve iniciar-se na prática da resenha com o objetivo de dominar sua estrutura, desenvolver sua capacidade de síntese, interpretação e crítica, adquirir habilidade para argumentar e saber fundamentar suas críticas, ter bom-senso em seus posicionamentos e respeito para com o trabalho de outras pessoas. De forma bem simplificada são apresentadas, a seguir, as partes constituintes de uma resenha científica:
Referência bibliográfica – indicação de autor(es), título da obra, elementos da imprenta, número de páginas e formato. Por exemplo: CHAGAS, Aécio Pereira. Termodinâmica Química: fundamentos, métodos e aplicações. Campinas, SP. ed. Unicamp, 1999. 409 p. 22 x 28 cm.
Recomendamos a leitura de resenhas publicadas em jornais de grande circulação como a Folha de S. Paulo, em revistas de divulgação científica como Ciência Hoje e, também, em periódicos específicos da área de Ensino de Química, como a Revista Brasileira de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química.
Credenciais do autor ou autores – informações sobre o autor ou autores, tais como: nacionalidade, qualificação acadêmica, títulos, livros publicados, áreas de i nteresse e ocupação atual.
Resumo – resumo das principais ideias do texto. Traz informações sobre o tema, a característica principal do texto, a necessidade de conhecimentos prévios para o seu entendimento, a descrição do conteúdo. Conclusões da autoria – exposição das conclusões explicitadas no texto.
Metodologia da autoria – indicação dos métodos e técnicas utilizadas.
Quadro de referência da autoria – apresentação da teoria ou modelo que fundamenta o estudo realizado.
Crítica do resenhista – julgamento do texto quanto à validade e importância da contribuição para a área de conhecimento, a
91
A resenha é um trabalho crítico, exigente e criativo (MEDEIROS, 2004).
originalidade das ideias apresentadas, o estilo do autor ou autores etc. Os juízos de valor devem sempre ser fundamentados em fatos, provas, argumentos consistentes e expostos de maneira clara, sem ambiguidades.
Indicações do resenhista – para quem a obra é dirigida, a que disciplina contempla, qual curso pode adotá- la etc.
4.5 Atividades de Aprendizagem 1. Após o estudo das observações feitas sobre o ato de ler, de refletir sobre as habilidades e hábitos de bons e maus leitores e de responder às questões propostas no primeiro tópico dessa Unidade, você diria que sabe “ler bem”? 2. Mesmo que já saiba ler bem, tem algum ponto em que você pode melhorar? Qual? O que você pretende fazer a respeito? 3. Ao ler livros, você costuma fazer: ATENÇ O! Faça as atividades pedidas considerando as normas técnicas da ABNT para referências e citações.
Sim
Não
Às vezes
Leitura elementar
(
)
(
)
(
)
Leitura inspecional
(
)
(
)
(
)
Leitura analítica
(
)
(
)
(
)
Leitura sintópica
(
)
(
)
(
)
4. Faça uma breve exposição de como você costuma estudar nos livros didáticos. Identifique e relacione os pontos de sua técnica de leitura que se aproximam da técnica SQ3R. 5. Você pode citar alguma etapa da técnica SQ3R que possa ser incorporada à sua técnica de leitura para livros didáticos? Qual? 6. Escolha um capítulo de um livro didático que você esteja usando neste período letivo e aplique integralmente a técnica SQ3R. Faça uma avaliação do resultado de sua aprendizagem.
92
7. Acesse o site e faça uma cópia do artigo “A árvore da ciência” de Simon Schwartzman. Seguindo as orientações contidas nesta Unidade, faça, para esse artigo, o que se pede abaixo. a) Análise textual, inclusive elaborando um esquema. b) Análise temática. c) Resumo do tipo informativo. d) Fichamento (fichas bibliográficas e de citação). e) Resenha. 8. Escolha ci nco livros na biblioteca do seu Polo de Apoio Presencial e faça uma ficha bibliográfica para cada um deles. 9. Procure diferentes tipos de resumos em jornais e revistas e identifique: a) As diferentes formas de se mencionar os autores; b) As partes que compõem o resumo; c) Os verbos usados no resumo; d) Os tipos de resumo encontrados. 10. Faça uma visita à página eletrônica da Sociedade Brasileira de Química e veja os periódicos que ela publica. Escolha um artigo publicado no ano de 2007 na revista Química na Escola e, para esse artigo, elabore uma ficha: a) Bibliográfica; b) De citação; c) De resumo indicativo; d) De resumo informativo.
4.6 Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação
e
documentação:
citações
apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
93
em
documentos:
______ . NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6028: informação e documentação: resumos: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. AZEVEDO, I. B. de. O prazer da produção científica: diretrizes para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Hagnos, 2001. BASTOS, C. L.; KELLER, V. Aprendendo a aprender : introdução à metodologia científica. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993. CARVALHO, M. C. M. (Org.). Construindo o saber : metodologia científica; fundamentos técnicos. 13. ed. Campinas, SP: Papirus, 2002. ECO, U. Como se faz uma tese. 18. ed.
São Paulo: Editora
Perspectiva, 2003. HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S.; FRANCO, F. M. de M. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1992. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. ______. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MATOS, H. C. J. Aprenda a estudar : orientações metodológicas para o estudo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vo zes, 1994.
94
MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MORGAN, C. T.; DEESE, J. Como estudar . 11. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1983. SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 9. ed. rev. São Paulo: Martins Fontes, 1999. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 20. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 1996.
4.7 Web-Bibliografia www.ceteb.com.br/escolaberta/texto1.htm www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=vestibular/dicas/doc s/comoler www.sbq.org.br www.schwartzman.org.br/simon/arvore.htm www.studygs.net/portuges/txtred2.htm www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/normas_leitura.htm
95
96
Sumário da Unidade Apresentação
UNIDADE 5 – COMPREENDENDO A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA...... 96
Maria da Conceição Sousa de Carvalho 5.1 O que é Pesquisa Científica? ................................................................ 98 5.2 Por que Pesquisar? ............................................................................... 99 5.3 Como acontece o Processo de Pesquisa? ......................................... 101 5.4 Como Classificar Pesquisas?.............................................................. 103 5.4.1 Tipos de Pesquisa segundo os Objetivos ........................................ 104 5.4.2 Tipos de Pesquisa segundo as Fontes de Dados ........................... 104 5.5 A Pesquisa Bibliográfica ...................................................................... 105 5.5.1 Passos da Pesquisa Bibliográfica .................................................... 105 5.5.2 Apresentação do Relatório ............................................................... 111 5.6 Atividades de Aprendizagem ............................................................... 114 5.7 Referências Bibliográficas ................................................................... 115 5.8 Web-Bibliografia................................................................................... 116
97
5.1 O que é Pesquisa Bibliográfica? A palavra pesquisa é bastante conhecida e utilizada em diversas situações. Por exemplo, quando vamos comprar algum objeto relativamente caro, em geral fazemos primeiro uma pesquisa de preços, ou seja, procuramos saber qual é o preço cobrado pelo produto nos diferentes locais onde ele é vendido. Em época de eleições, os meios de comunicação divulgam resultados de pesquisas sobre a preferência do eleitorado em relação aos candidatos. Na escola, os alunos fazem pesquisas sobre um tema ou assunto indicado pelo professor, como por exemplo, a questão da poluição ambiental. Em todas estas situações, o termo pesquisa nos remete para a ideia de indagação (Onde comprar tal produto mais barato? Qual dos candidatos tem maiores chances de ganhar as eleições? Quais as consequências da poluição ambiental para a saúde da população?). O termo pesquisa também está ligado à ideia de busca de informações: precisamos saber qual o preço cobrado pelo produto que procuramos em diversos estabelecimentos comerciais; é necessário saber quais as intenções de voto dos eleitores, entrevistando uma amostra da população; para saber quais as consequências da poluição para a saúde precisamos ler sobre o assunto, ouvir profissionais ligados à área de saúde e outros estudiosos dos problemas ambientais, etc. De fato, tomada em sentido amplo, pesquisa “é um conjunto de atividades
orientadas
para
a
busca
de
um
determinado
conhecimento” (RUDIO, 2000, p. 9). Mas será que em todos os casos estamos falando de pesquisa científica? Certamente que não. Embora possamos empregar este termo para diferentes tipos de atividades, a pesquisa científica se diferencia das outras modalidades de pesquisa. De acordo com Rudio (2000, p. 9),
98
A pesquisa científica se distingue de outra modalidade qualquer de pesquisa pelo método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar o conhecimento obtido.
A rigor, só podemos empregar a denominação de pesquisa científica ao trabalho de produção de um conhecimento original, que acrescente algo de novo ao que já é conhecido em determinada área do saber. Este novo conhecimento, entretanto, não se refere apenas às grandes descobertas da ciência. Sendo uma atividade histórica e social, a ciência progride com os estudos de muitos cientistas, que publicam suas pesquisas, dialogam, avaliam os trabalhos uns dos outros, enfim, fazem um trabalho coletivo, mesmo estando em países diferentes. Assim compreendendo a pesquisa científica, parece que somos levados a pensar que um estudante, mesmo universitário, não poderia desenvolvê-la. Não é bem assim. Bastos e Keller (2000, p.55) observam que a finalidade das pesquisas nos cursos de graduação “é levar o estudante a refazer os caminhos já percorridos, repensando o mundo”. Estes mesmo s autores afirmam que a diferença entre a pesquisa de um cientista e a de um estudante é basicamente seu alcance e grau. Dizendo de outro modo: a atividade de pesquisa desenvolvida por um estudante não se equipara à do cientista, pois eles têm níveis diferentes de maturidade e experiência. No entanto, o estudante também pode e deve observar certos princípios e procedimentos para que sua pesquisa não seja uma simples repetição do conhecimento elaborado por outra pessoa.
5.2 Por que Pesquisar? Inicialmente, vamos lembrar o seguinte: são diversas as maneiras pelas quais buscamos explicar a realidade que nos cerca,
99
DNA
procurando com tais explicações dar conta da resolução de problemas tanto práticos quanto teóricos. Desta forma, todos nós convivemos e de algum modo participamos de diversos tipos de conhecimento. Ora nos valemos A pesquisa nos ajuda a conhecer a realidade.
dos ensinamentos repassados para nós pela geração anterior, ora nos valemos dos ensinamentos de uma dada religião para orientar nossa conduta, ora nos apoiamos em explicações apresentadas pela ciência. Entendemos que não há uma hierarquia de valor nestes diversos modos de compreender a realidade. O que distingue o conhecimento científico das outras formas de conhecimento é, basicamente, o modo de produção das explicações. Enquanto as demais formas de conhecimento se originam da tradição e se fundamentam na autoridade e/ou na experiência prática, a ciência tem origem na dúvida e se fundamenta na convicção de que suas explicações são sempre provisórias, de que suas conclusões só serão válidas até o momento em que novas descobertas apresentarem outras explicações para o mesmo fenômeno. Assim, para dar conta da tarefa de estar sempre buscando explicações sobre os fenômenos da realidade – seja do mundo físico ou social – a ciência adota um modo próprio de construir conhecimentos. Este modo é a pesquisa. Então, podemos dizer que a finalidade de uma pesquisa é elaborar um conhecimento metódico, sistemático, bem planejado, a respeito de uma dada questão presente na realidade. Alguns estudiosos de metodologia da ciência classificam a pesquisa, segundo sua finalidade, em pura e aplicada. Trujillo (apud MARCONI; LAKATOS, 1999, p. 19), apresenta a seguinte distinção: Pura. Quando melhora o conhecimento, pois permite o desenvolvimento da metodologia, na obtenção de diagnósticos e estudos cada vez mais aprimorados dos problemas ou fenômenos. Exemplo: teoria da relatividade. Aplicada. Quando realizada com determinado objetivo prático. Exemplo: aplicações da energia nuclear.
100
Cabe lembrar ainda que, enquanto trabalho acadêmico, a atividade de pesquisa tem uma importância didática muito significativa para o estudante. Empregando os procedimentos, entendendo os métodos e as técnicas de pesquisa, o estudante aprenderá a analisar de maneira crítica os resultados de pesquisas realizadas no seu campo de estudos. Será capaz também de se iniciar na atividade de pesquisa científica, sendo, ele mesmo, um produtor de conhecimentos, e não um mero receptor do conhecimento produzido por outros. O estudante ganha, portanto, autonomia intelectual, desenvolvendo competências importantes para sua vida como profissional e como cidadão.
5.3 Como Acontece o Processo de Pesquisa? Moroz e Gianfaldoni (2002, p.14) observam que “todo processo de pesquisa começa com um questionamento em relação a uma dada área do co nhecimento”. Vamos
compreender
melhor
o
que
significa
este
questionamento. Quando iniciamos um trabalho de pesquisa, temos apenas um tema geral, uma ideia ainda vaga daquilo que vamos procurar saber. Por exemplo: A teoria de Piaget. Este seria um tema. Mas somente o enunciado deste tema não é suficiente para definir um caminho de investigação que nos oriente sobre o que queremos, de fato, saber a respeito da teoria de Piaget. Então, é preciso que encontremos uma pergunta específica, um
questionamento.
Chamamos
a
este
processo
de
problematização. Para problematizar o tema precisamos ler, refletir, observar a realidade, conversar com outros estudiosos do tema, enfim, fazer todo um trabalho cuidadoso e meticuloso para definir com clareza qual é o nosso problema de pesquisa, ou seja, nosso questionamento central.
101
Toda pesquisa precisa ser cuidadosamente planejada!
Continuando o nosso exemplo: se partirmos do tema geral (a teoria de Piaget), diferentes problemas de pesquisa poderiam ser formulados. Vamos supor o seguinte questionamento: _ Os professores do ensino fundamental têm conhecimento da teoria de aprendizagem de Piaget? Podemos observar que esta pergunta é bem mais específica do que o tema geral. Por ser mais específica, a pergunta nos permitirá: 1) definir os objetivos da pesquisa e 2) decidir sobre a maneira como vamos buscar as informações necessárias para responder à pergunta formulada como ponto de partida. Tendo um problema de pesquisa claramente formulado, o estudante/pesquisador pode fazer o seu plano de pesquisa. Este inclui, basicamente, as etapas de coleta de dados, análise e interpretação dos dados e comunicação dos resultados. Chamamos de coleta de dados o processo de busca das informações pertinentes ao nosso problema de pesquisa, de forma metódica, utilizando os procedimentos de pesquisa apropriados. Existem diversos métodos de pesquisa, de que nos ocuparemos no tópico seguinte. Coletados os dados, ou seja, obtidas as informações necessárias, passamos a analisar e interpretar estes dados, à luz de uma teoria ou de um referencial teórico. Dito assim parece complicado, mas se você estiver realmente empenhado na solução de um problema de pesquisa, se tiver lido bastante e criticamente sobre o tema e se os dados tiverem sido corretamente coletados, você vai ver que a interpretação de seus achados será uma atividade trabalhosa sim, porém, gratificante. Por fim, é preciso comunicar os resultados da pesquisa. Há vários meios de comunicação de resultados, mas aqui vamos nos ocupar da forma mais usual como trabalho acadêmico: o relatório de pesquisa (será tratado no último tópico deste capítulo).
102
Do que foi exposto até aqui deve ficar claro que: Estamos tratando da pesquisa científica como um modo peculiar de construir um conhecimento sobre a realidade. A pesquisa acadêmica desenvolvida pelo estudante durante seu curso universitário também deve adotar os princípios e procedimentos de uma pesquisa científica, embora não possa ainda ter o mesmo alcance desta. O processo de pesq uisa parte de um questionamento, de uma pergunta formulada a respeito de um tema, requer um planejamento cuidadoso para coletar, analisar e interpretar dados (informações), e deve ter seus resultados comunicados.
5.4 Como Classificar Pesquisas? Conforme
comentamos
anteriormente,
o
conhecimento
científico se diferencia das outras formas de conhecimento pelo modo como são elaboradas suas explicações sobre a realidade. Por esta razão, a pesquisa científica constrói maneiras muito peculiares de conhecer o mundo, de entender seus fenômenos e significados. Este caminho próprio da pesquisa científica é o que costumamos chamar de metodologia. No processo da pesquisa, a metodologia é a parte que se ocupa dos procedimentos e instrumentos de pesquisa, ou seja, de como o pesquisador vai organizar sua investigação para obter os dados q ue procura. Em face da diversidade de áreas do conhecimento e da especificidade de cada objeto de estudo, há muitos tipos de pesquisa. Quando procuramos apresentar uma classificação desses tipos de pesquisa, observamos que diferentes autores adotam classificações até certo ponto semelhantes, mas também diferentes em alguns aspectos.
103
O método científico não é único.
Assim, a tipologia a seguir apresentada reorganiza algumas ideias encontradas em Fachin (2001), Gil (2002), Moreira e Caleffe (2006) e Santos (2004). Adotando uma organização mais geral que nos permita uma visão de conjunto, sem descer a detalhes, podemos classificar os tipos de pesquisa quanto aos objetivos e quanto às fontes de dados.
5.4.1 Tipos de pesquisa segundo os objetivos Segundo os objetivos, as pesquisas podem ser:
Exploratórias – constituem a primeira aproximação do pesquisador com o tema de sua pesquisa. Fase preliminar, quando são organizados os primeiros levantamentos bibliográficos e localizadas outras possíveis fontes de i nformação. Descritivas – objetivam descrever as características de determinado fato ou fenômeno, analisando seus significados e relações. Em geral adotam procedimentos de observação sistemática da realidade. São predominantemente utilizadas nas áreas de ciências humanas e sociais. Explicativas – procuram “identificar
os
fatores
que
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos” (MOREIRA; CALEFFE, 2006, p. 70). Buscam explicar as relações de causalidade, isto é, a razão, o porquê dos fatos. No campo das ciências A palavra bibliografia vem do grego biblio = livro; grafia = escrita, descrição.
naturais,
as
pesquisas
explicativas
recorrem
predominantemente ao método experimental.
5.4.2 Tipos de pesquisa segundo as fontes de dados Campo – quando os dados são coletados no contexto onde o fato pesquisado naturalmente ocorre, sem a interferência do pesquisador.
104
Laboratório – quando o fenômeno a ser estudado é reproduzido intencionalmente, em situação controlada, de modo a permitir sua observação pelo pesquisador. Bibliográfica – quando as fontes de informação são materiais já elaborados – livros, artigos científicos, anais de congressos, dentre dentre o utros. O tópico a seguir traz mais esclarecimentos sobre a pesquisa bibliográfica.
5.5 A Pesquisa Bibliográfica Quando vamos iniciar uma pesquisa científica a primeira providência providência a ser tomada con co nsiste na procura do q ue já foi publicado sobre sobre o tema. tema. Por esta razão razão dizemos dizemos qu q ue a pesquisa bibliográf bibliográfica ica é o passo inicial de qualquer tipo de pesquisa, quer seja de campo ou de laboratório. Mas podemos também realizar uma pesquisa exclusivament exclusivamente e bibliográfica. Este tipo de pesquisa, amplamente utilizado como trabalho acadêmico, procura estudar um determinado tema a partir do que já foi pub pub licado sobre ele ele . Segundo Martins e Pinto (2001, p.41), a pesquisa bibliográfica busca “conhecer “conhecer e analisar contribuições científicas sobre determinado tema”. Gonsalves (2001, p.34) considera que a pesquisa pesquisa bibliográfica bi bliográfica caracteriza-se caracteriza-se “pela “pela iden identificaçã tificação o e an análise álise dos dados escritos em livros, artigos de revistas, re vistas, dentre ou o utros.” Vamos nos ocupar a seguir da pesquisa bibliográfica como um tipo de pesquisa, ou seja, quando realizada de forma exclusiva, e não apen ape nas como apoio a outro tipo de pesqu pesq uisa.
5.5.1 Passos da pesquisa pesqu isa bibliográfica bibliográfica De início é preciso ficar claro o que devemos entender por “passos” de uma pesquisa (alguns autores usam o termo “fases” ou 105
“etapas”). Qualquer um destes termos vai nos remeter ao conceito de “modo de fazer fa zer”” a pesquisa. pesq uisa. Pois bem. Estes passos não representam um “modelo” a ser seguido por quem vai pesquisar um determinado tema. Não são receitas a serem copiadas. São apenas orientações organizadas a partir da experiência acumulada por pesquisadores e estudiosos de metodologia da pesquisa. Aqui, como em tudo o que diz respeito à construção construção do conh co nhecimento ecimento científico, cient ífico, é preciso ser c riativo. Feitas as observações acima, vamos analisar os passos da pesquisa bibliográfica, conforme conforme o esq uema a seg uir sugerido:
PASSOS PAS SOS DA PE PESQUISA SQUISA BI BIBL BLIOGR IOGR FICA
ESCOLHA DO TEMA
Localizaçã Locali zação o das fontes Selee ão das Sel das font fontes es
PROB PR OBLE LEMA MAT TIZ IZAÇ AÇ O
Leitura preliminar
Leitura Leitu ra e documentação
ORG RGAN ANIIZAÇ O DO DO ASSUNTO
Organização do mater material ial coletado
REDAÇ RE DAÇ O DO DO TEXT TEXTO O
Olhando o lado esquerdo do esquema, que tem as palavras escritas
em
maiúsculas,
106
vemos:
ESCOLHA
DO
TEMA,
PROBLEMATIZAÇÃO,
ORGANIZAÇÃO
DO
ASSUNTO
e
REDAÇÃO DO D O TEXTO. TEXTO. Do lado direito, com as palavras grafadas em letras minúsculas, estão relacionados os caminhos a serem percorridos para a realizaç realização ão desta desta modalidad modalidade e de pesquisa. pesquisa.
São eles: eles:
localização e seleção de fontes de consulta, leitura preliminar, leitura e docume docume ntação e organi zação do material ma terial coletado. Para melhor compreensão, vamos comentar a seguir cada um destes passos. ESCOLHA DO TEMA - O tema pode decorrer da livre escolha do estudante/pesquisador ou pode ter sido definido pelo professor de determinada disciplina de um curso. Em qualquer dos casos, o tema de uma pesquisa bibliográfica dev de verá sempre: Ser relevante relevante ; Corresponder Corresponder ao nível de ma turidade do estudante; estudante; Ter fontes de co nsulta nsulta disponíveis e – principalmente Despertar o interesse, a motivação de quem vai realizar a pesquisa. Escolhido o tema, é necessário localizar as fontes a serem consultadas – em bibliotecas convencionais, em bases de dados ou por sistemas de busca. busca.
Fontes são textos textos e ncontrados em
diferentes formatos e suportes. Podem estar em forma de livros, artigos de periódicos, monografias, dissertações, teses, anais de congressos, etc. Podem também estar disponibilizados em impressos conve conve ncionais ou o u via web. Além de localizar as fontes, e às ve zes ao mesmo tempo, é necessário selecionar estas fontes. Procurar selecionar aquelas que realmente estão relacionadas ao tema escolhido e que são confiáveis. Mas o que são fontes confiáveis? Não dispomos de um padrão objetivo para classificar uma fonte como confiável ou não. Existem apenas alguns critérios gerais que, aliados à experiência do pesquisador, pesquisador, vão facilitar este processo de seleção.
107
Uma resenha consiste no resumo crítico de uma obra publicada; o autor da resenha não é o mesmo autor do texto resenhado.
Assim, observe: A autoria - quem é o autor do texto? A que instituição de pesquisa está vinculado? Tem outros trabalhos? O suporte - se for um artigo, está publicado numa revista científica? Se for um livro, o que dizem as resenhas sobre ele? Este é um bom começo. À medida que você for lendo o material, o processo de seleção contínua, muitas coisas serão descartadas, outras serão reavaliadas. PROBLEMATIZAÇÃO - A partir de uma certa compreensão inicial do tema, resultante da
leitura preliminar do material
localizado, é possível começar a problematizá-lo. Pergunte-se: - “O que realmente quero saber sobre o tema escolhido?” O exercício da reflexão, a compreensão dos aspectos relevantes do tema, a curiosidade do aluno/pesquisador, vão contribuindo para a construção deste processo de problematização. Ao
mesmo tempo,
e
como parte do
processo de
problematização, é necessário definir com clareza quais são os objetivos da pesquisa. Decida quais aspectos do tema serão analisados e a perspectiva em que esta análise será feita. Neste momento, será necessário fazer uma leitura mais atenta Sobre documentação ou fichamento leia a Unidade IV deste livro.
do material, analisando cada texto, comparando idéias de diferentes autores, fazendo anotações. É o que chamamos de leitura e documentação ou fichamento. Observe no esquema apresentado que a problematização parte da leitura preliminar e leva a uma nova leitura do material, agora associada à documentação, ou seja, anotações cuidadosas do material lido. Neste movimento, que é na verdade um trabalho de descoberta, a problematização mesma pode ser, e geralmente é, revista. Dito de outro modo: o questionamento central e os objetivos da pesquisa vão ganhando mais definição e clareza.
108
ORGANIZAÇÃO DO ASSUNTO – De posse de todo o material coletado e com as anotações organizadas, é possível decidir sobre a estrutura do trabalho: quais os tópicos (ou capítulos) principais e sub-tópicos. É como se você estivesse montando o esqueleto do texto a ser redigido. Este é o sumário do trabalho.
A lógica desta organização depende dos objetivos da pesquisa, dos dados coletados e até mesmo do estilo de exposição do pesquisador. A primeira montagem deste plano ou organização de tópicos não é necessariamente definitiva. À medida que o texto vai sendo redigido, tomando forma, o pesquisador, sendo atento e cuidadoso, vai introduzindo as mudanças pertinentes, refazendo o sumário. Para Martins e Pinto (2001, p.45) A construção lógica dos capítulos corresponde ao desenvolvimento do trabalho. É o momento em que o aluno-autor, usando seu poder de raciocínio e criatividade, expõe sua leitura da realidade enfocada pela pesquisa. Mostra sua reconstrução do tema sob a perspectiva escolhida, por meio da explicação, discussão e demonstração.
Na lógica expositiva do texto, portanto, a maior parte do trabalho está no desenvolvimento. Por outro lado, quando nos referimos à organização lógica do assunto, isto é, ao modo como vamos expor os resultados de uma pesquisa bibliográfica, precisamos ao mesmo tempo pensar na redação do texto. REDAÇÃO DO TEXTO – Em geral, redigir um texto não é uma tarefa atraente para o estudante (às vezes também para os professores...). Mas se o estudante/pesquisador estiver realmente entusiasmado com sua pesquisa e se os dados tiverem sido
109
Adote um sistema de anotações que facilite a localização correta das fontes e das ideias necessárias à redação do texto.
corretamente coletados, então a escrita do texto final será uma tarefa mais leve do que parece. O Na pesquisa bibliográfica a coleta de dados requer um bom nível de leitura do material e anotações bem organizadas.
texto
resulta
de
um
trabalho
pessoal
do
estudante/pesquisador, apoiado, é claro, na bibliografia consultada. Assim, o texto deve expressar um trabalho de reflexão, de diálogo com os autores consultados, de análise e síntese. Deve ser conciso (usar apenas as palavras e expressões necessárias), objetivo e claro. A redação científica obedece a certas normas que são definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Estas normas visam estabelecer um padrão de comunicação entre pesquisadores. Nós não precisamos “decorá -las”. Com o tempo e a repetição de seu uso, nós as empregamos com naturalidade. Uma destas normas de redação científica diz respeito às citações. É importante tratarmos deste assunto logo aqui porque a pesquisa bibliográfica se apoia em textos elaborados por outros autores. Sendo assim, as ideias dos autores que você consultou serão em muitos momentos comentadas por você no seu texto.
Mas, Atenção!: o texto final de uma pesquisa bibliográfica não pode ser uma “colcha de retalhos”, aonde você vai
juntando as anotações sobre o que os outros autores disseram. Você vai se referir às ideias destes outros autores dentro do seu próprio texto, para fundamentar seus argumentos, para analisar, discutir, comparar, etc. Toda citação deve ter um sentido, uma necessidade. Desta forma, ao redigirmos nosso texto, nos reportamos a estudos publicados por outros autores, trazendo ideias, resultados de pesquisa ou outras informações disponíveis na literatura consultada. Esta menção a informações extraídas de outra fonte é o que chamamos de citação.
110
De acordo com a NBR 10520/2002, da ABNT, as citações podem ser diretas (transcrição textual de parte da obra do autor consultado) e indiretas (texto baseado na obra do autor consultado, mas sem transcrever as palavras do autor). Nas citações deve ser indicado o nome de entrada (sobrenome) do autor ou autores citados, o ano, e, no caso das citações diretas, o número da página de onde foi retirada a citação. Quando citamos um autor já citado por outro, fazemos uma citação de citação. Na citação de citação usamos o termo apud, uma expressão latina que significa “citado por”. Como neste exemplo: Segundo Barbosa (2002 apud LE AL, 2006, p.4), “o estudo da Didática é essencial para a formação do professor”.
Há alguns outros detalhes que não serão aqui comentados. Dúvidas futuras poderão ser esclarecidas com a consulta à norma indicada acima. No momento, o que precisa ser enfatizado é o cuidado em não nos apropriarmos indevidamente de ideias de outros autores. Sempre que as necessidades do trabalho que estamos elaborando exijam a citação de outras fontes, estas devem ser incorporadas, mas com a devida indicação da autoria e sua identificação.
5.5.2 Apresentação do relatório Os resultados de uma pesquisa científica podem ser apresentados
ao
público
por
diferentes
formas:
artigos,
comunicações em congressos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Podem também assumir formas não convencionais, como textos simplificados, vídeos, ou outro suporte mais adequado ao público-alvo. Nesta parte nos ocuparemos especificamente do relatório de
pesquisa. Um relatório de pesquisa pode ser menos ou mais
111
Observe que neste capítulo há citações diretas e indiretas.
complexo, menos ou mais extenso, dependendo da finalidade a que se destina. Embora requeira uma estrutura de apresentação básica, há variações no interior de cada relatório, ou seja, elementos presentes ou não, divisões internas variáveis, ou outras diferenças ditadas pela necessidade lógica da exposição das ideias contidas no relatório. O padrão geral de apresentação de um relatório de pesquisa contém partes pré-textuais, textuais e pós-textuais, conforme explicadas a seg uir: Partes pré-textuais Capa Epígrafe – citação de uma frase de outro autor, trazida para o nosso trabalho; destacada em uma folha.
Folha de rosto Opcionais: dedicatória, agradecimentos e epígrafe Lista de ilustrações (se necessário) Lista de siglas (se necessário) Sumário – exibe a estrutura geral do trabalho, com a indicação da página inicial de cada parte, seguindo a mesma apresentação do interior do trabalho, quanto a fontes e destaques. Partes textuais - Correspondem ao corpo do trabalho. Do ponto de vista da lógica expositiva, compreendem uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. A introdução é a parte do trabalho em que o tema é apresentado, oferecendo uma visão geral do que será tratado no texto. Informa sobre o que será tematizado, porque o tema foi escolhido, quais as contribuições esperadas da pesquisa e sobre como o texto foi organizado. Se a introdução estiver bem escrita, o leitor terá uma compreensão do conjunto do trabalho, saberá do que trata e o que pode esperar de sua leitura. O desenvolvimento será feito de acordo com o sumário elaborado (tópicos ou capítulos). Não é obrigatório utilizar no
112
texto o título desenvolvimento. Os títulos dos capítulos ou tópicos indicam o conteúdo tratado em cada um, e o conjunto destes tópicos constituem o desenvolvimento do trabalho. A conclusão decorre das ideias que foram apresentadas e analisadas no desenvolvimento. Segundo Severino (1998), esta parte é a síntese para a qual caminha o trabalho. Na conclusão
retomamos
sucintamente
os
resultados
encontrados, mostrando sua relação com os objetivos da pesquisa. Nesta parte podem ser incluídas também algumas sugestões e recomendações. O título conclusão também pode ser substituído por considerações finais. Partes pós-textuais Referências – relacionar todas as fontes consultadas para a elaboração do trabalho, quer tenham sido diretamente citadas ou não, encontradas em qualquer tipo de suporte: material impresso, fita, vídeo,
cd-rom; conferências assistidas,
material obtido via on-line. As fontes devem estar relacionadas em ordem alfabética, pelo nome de entrada do autor, contendo todos os elementos necessários a sua identificação, de acordo com a NBR 6023/2002, da ABNT. Apêndices (textos ou documentos elaborados pelo autor) e anexos (textos ou documentos não elaborados pelo autor) – se houver necessidade. Contra-capa: folha em branco que encerra fisicamente o trabalho. A seguir, estão relacionadas algumas orientações para a apresentação física do relatório: Usar papel A4, impresso de um só lado. Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho 12 para o texto, 10 para as citações longas, notas de rodapé, legendas e numeração
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de páginas; títulos gerais e de seções podem ser destacados em negrito (bold), tudo em maiúscula; pode-se usar uma fonte maior para os títulos de seções ou partes (14, por e xemplo). Margens: esquerda: 3 c m; direita: 2 c m; superior: 3 cm; inferior: 2 cm. (Na bibliografia a margem direita não é justificada). Espaços: 1,5 cm no interior do texto e entre uma referência e a seguinte; dois espaços entre o título de cada parte e o texto que o segue; espaços simples nas citações longas (destacadas), no interior das referências e legendas. Numeração das páginas: as páginas são contadas a partir da folha de rosto, mas o numeral só aparece a partir da primeira folha da parte textual; o numeral arábico indicativo da folha fica a 2 cm da borda superior direita em fonte 10, alinhado com a margem direita.
5.6 Atividades de Aprendizagem Como você sabe, para estudar bem é necessário que o estudante participe de modo ativo deste processo, sendo um construtor de sua aprendizagem. Neste sentido, as atividades a seguir propostas visam contribuir para que você interprete e fixe melhor o tema tratado neste capítulo. 1. Faça um esquema deste capítulo. 2. Localize no mínimo duas outras fontes que tratem sobre pesquisa bibliográfica (você pode localizar na biblioteca alguns dos livros indicados na lista de referências deste capítulo, ou procurar na Internet). 3. Faça uma comparação entre os três textos (este capítulo e os dois outros textos localizados por você): em que diferem, onde se complementam, em que coincidem. 4. Agora que você já compreendeu o que é a pesquisa bibliográfica, aplique seus conhecimentos fazendo uma breve pesquisa bibliográfica sobre um tema de sua escolha. Siga aqueles
114
passos indicados no item 5.1; redija um pequeno relatório de sua pesquisa seguindo as orientações do item 5.2. Bom trabalho!
5.7 Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2006. _______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. _______ . NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. BASTOS, C.; KELLER, V. Aprendendo a aprender : introdução à metodologia científica. 14. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. FACHIN, O. Fundamentos de metodologia.
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documentação:
citações
em
documentos:
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126
SOBRE OS AUTORES
Mônica Maria Machado Ribeiro Nunes de Castro É professora do Departamento de Física do Centro de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí. Graduada, por esta mesma Universidade, em Licenciatura Plena em Ciências – Habilitação em Física, fez Especialização em Física na Universidade Federal do Ceará e mestrado em Ciência da Informação na Universidade Federal de Minas Gerais (2001). Participou da organização do livro Desafiando os domínios da informação e é autora de um de seus capítulos. Tem se dedicado, nos últimos quinze anos, principalmente à área de Ensino de Física, ministrando disciplinas específicas da Licenciatura (Instrumentação para o Ensino de Física e Evolução Histórica da Física) e orientando Trabalhos de Conclusão de Curso. Atualmente é coordenadora do Curso de Graduação em Física – modalidade presencial – da UFPI.
Ana Lúcia Nunes Falcão de Oliveira Professora Adjunta III, do Departamento de Química da Universidade Federal do Piauí. Graduada em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Ceará (1988), mestrado em Química Inorgânica pela Universidade Federal do Ceará (1994) e doutorado em Química Inorgânica pela Universidade Federal do Ceará (2004). Atualmente é Coordenadora do Curso de Química da Universidade Federal do Piauí. Tem experiência na área de Química,
com
ênfase
em
Química
Inorgânica,
atuando
principalmente nos seguintes temas: síntese e caracterização de argilas pilarizadas, catalisadores e na área de Ensino em Química.
127