As microexpressões A teoria de Paul Ekman sobre as microexpressões faciais
27 de novembro de 2014 PSICOLOGIA DA COMUNICAÇÃO E DINÂMICA DE GRUPOS 1º Ano/1º semestre Andreia Machado – nº51820; Fábio Gonçalves – nº51714; Pedro Batista – nº51864
ÍNDICE Introdução.........................................................................................................................2 Tipos de expressões faciais...............................................................................................3 O que são as microexpressões?.........................................................................................3 A origem das microexpressões..........................................................................................3 O trabalho de Paul Ekman................................................................................................4 Em que contextos é utilizado o reconhecimento de microexpressões faciais?..................5 A importância das microexpressões...............................................................................6,7 Conclusão..........................................................................................................................8 Referências bibliográficas...........................................................................................9,10 Anexos …………………………………………………………………………………….....…. 11
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INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
Este trabalho, realizado no âmbito da cadeira de Psicologia da Comunicação e Dinâmica de Grupos está relacionado com a Simulação Pedagógica Final, a qual tem como principal objetivo, desenvolver e construir competências e estratégias de comunicação mais adequadas, para que estas possam ser aplicadas corretamente em situações futuras.
Ao longo deste trabalho, iremos mencionar várias temáticas associadas à teoria de Paul Ekman sobre as microexpressões faciais, desde o que são estas “microexpressões”, qual a sua origem, a importância das mesmas e em que contextos é utilizado o seu reconhecimento. Iremos, também, identificar as sete microexpressões universais e explorar um pouco do trabalho desenvolvido por Ekman. Esta tarefa, realizada em grupo, irá ter como suporte um power point na apresentação oral da mesma, na qual os alunos poderão obter uma melhor e mais sintetizada informação sobre este tema e, também, participar num pequeno jogo lúdico de sistematização de conhecimentos (identificação de diferentes microexpressões). No final deste trabalho, faremos, ainda, uma pequena conclusão, onde iremos resumir os conhecimentos adquiridos durante esta tarefa e dar a nossa breve opinião acerca da pesquisa realizada.
Por último, poderemos dizer que a finalidade que esperamos alcançar com esta atividade, é cativar a atenção do público-alvo em relação à temática apresentada, a qual tem emergido cada vez mais nos meios de comunicação social, através de séries policiais televisivas (por exemplo), despertando, deste modo, um maior interesse por parte da sociedade para este assunto, especialmente os jovens. 11
Tipos de expressões faciais Primeiramente, é necessário distinguir os diferentes tipos de expressão facial. A macro expressão é uma expressão normal que costuma durar entre meio segundo e quatro segundos. É muitas vezes repetida e encaixa-se com o que é dito e o som da voz da pessoa. Depois, existe a microexpressão, conteúdo central deste trabalho. A microexpressão é muito mais breve que a anterior, com a duração de entre 1/15 a 1/25 de segundo. Costuma mostrar uma emoção escondida. É também preciso definir expressão facial falsa e masked. A primeira é uma simulação deliberada do sujeito que finge uma emoção que não está a sentir. A segunda é uma falsa expressão facial que é realizada para esconder uma macro expressão. Como por exemplo, quando alguém de quem gostamos nos conta que tem um novo parceiro e “mascaramos” a nossa tristeza com um sorriso falso.
O que são as microexpressões? Como referido anteriormente, a microexpressão é uma expressão facial bastante rápida a surgir e desaparecer. É involuntária e demonstra uma ou as várias emoções que o indivíduo está a sentir. Estas ocorrem normalmente quando a pessoa tenta ocultar ou reprimir determinadas emoções que está a sentir, por vontade própria ou inconscientemente. Quando se oculta deliberadamente a emoção, diz-se que o individuo está a suprimi-la (supressão) e quando tal acontece inconscientemente, a emoção está a ser reprimida (repressão).
A origem das microexpressões A dada altura da sua carreira como psicólogo, o doutor Paul Ekman realizava sessões com um grupo de jovens psiquiatras, quando lhe foi colocada uma questão que o deixaria muito ocupado a partir daí. O grupo queria saber o que fazer caso estivesse a trabalhar num hospital psiquiátrico, e um paciente que já se tentou suicidar no passado o abordasse e perguntasse: - “ Já me sinto muito bem, posso ir a casa este fim-desemana?” Como é óbvio, pacientes psiquiátricos fazem muitas vezes esta pergunta e tentam através dos mais variados meios “dar a volta” a quem tem o poder de lhes ceder 11
a possibilidade de uma saída provisória ou definitiva. Pode também estar a dizer a verdade. É possível então saber, com certeza absoluta, se o paciente está ou não a ser honesto? Foi esta a questão a que Ekman tentou dar resposta. Como parte da sua pesquisa, Ekman já tinha gravado entrevistas de 12 minutos com pacientes no hospital psiquiátrico. Numa conversa subsequente, um dos seus pacientes admitiu que lhe estava a mentir quando disse que se sentia bem e que devia portanto ir para casa. Portanto, Ekman analisou o vídeo desse paciente. Não observou nada de relevante e então colocou o vídeo cada vez mais lento. Subitamente, “escondida” entre dois frames, observou o que mais tarde viria a considerar uma microexpressão. Uma expressão de agonia que durava menos de 1/15 de segundo, no meio de toda aquela alegria falsa que tinha como objetivo ludibriar os médicos. Depois de encontrar esta primeira microexpressão, foi-lhe mais fácil detetar outras, na mesma entrevista e posteriormente noutros casos. Nas suas palavras: “Foi a descoberta das microexpressões, expressões muitíssimo rápidas e intensas de emoção escondida”.
O trabalho de Paul Ekman Por esta descoberta e posterior investigação e aplicação nos mais diversos contextos, alguns dos quais serão referidos mais á frente, é atribuído a Paul Ekman o papel de “pai das microexpressões”. A sua pesquisa na área da emoção, veio confirmar a teoria de Charles Darwin de que as emoções são biologicamente determinadas e universais, pois, ao comprovar que seres humanos de diferentes países, até alguns que nunca tiveram em contacto com a civilização (tribos Papua Nova Guiné), são capazes de demonstrar de igual forma na sua face e identificar algumas emoções, concluiu que a expressão facial de algumas emoções é universal, e se tal não é aprendido pelo contacto com o meio ambiente e com a sociedade, então já nasce com o ser humano (biologicamente determinado). São sete as emoções que têm sinais universais, ou seja que se apresentam de forma semelhante na face da pessoa quando esta está a sentir determinada emoção, independentemente do seu sexo, nacionalidade, religião, idade ou etnia: raiva, medo, tristeza, nojo, desprezo, surpresa e alegria. 11
É de notar que, por vezes, estamos a sentir várias emoções. Ao ver um acidente podemos demonstrar surpresa, nojo e medo simultaneamente ou quando observamos uma luta, não é raro observar raiva e alegria na face dos participantes. Assim, na respetiva microexpressão, pode haver uma “mistura”, mas há sempre uma que se salienta mais, denominando-se de emoção dominante. Existem mais microexpressões como as de dor, vergonha ou culpa mas estas não são universais e biologicamente determinadas, logo, não se demonstram da mesma maneira em todos os sujeitos. São “aprendidas” socialmente. O trabalho de Paul Ekman nas temáticas da emoção, linguagem corporal e expressão facial tem contribuído bastante para auxiliar as forças policiais e de segurança em interrogatórios, nomeadamente na deteção de mentiras. Ajuda, também, muitos empresários e gestores que, através de um treino formal na deteção de microexpressões, aumentam o seu desempenho na negociação de contratos, por exemplo. São diversas as áreas de aplicação e os contextos em que este conhecimento transmitido por Ekman é útil. De seguida referimos alguns dos mais importantes.
Em que contextos é utilizado o reconhecimento de microexpressões faciais? A capacidade de identificar microexpressões, ou seja, captar emoções escondidas, pode ser muito útil nos mais variados contextos. Na interrogação de suspeitos, essa capacidade é essencial para conseguir identificar incongruências entre o discurso e a expressão facial, ou seja, detetar mentiras que possam servir para acusações e condenações. Temos o caso que aparece muitas vezes na série “Lie to me” (baseada na vida e trabalho de Paul Ekman), em que o suspeito que demonstra uma microexpressão de surpresa quando vê uma foto do crime de que é acusado não pode ser culpado. Ou o suspeito que demonstra uma microexpressão de desprezo quando sente que estão a acreditar na sua mentira, pois desvaloriza quem o está a interrogar. As microexpressões, devido ao facto de serem involuntárias e dificilmente controláveis, são excelentes indicadores do estado de saúde da pessoa. Microexpressões de dor, variando no seu grau de intensidade, podem servir para avaliar o nível de dor do paciente e adequar o tratamento.
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Os psicopatas, por terem um processamento cerebral emocional diferente do da pessoa normal, consequentemente a manifestação dos seus movimentos faciais será diferente também, e a sua capacidade de identificar e discriminar expressões faciais noutras pessoas, é diminuída. O mesmo para as pessoas com algum nível de autismo. A sua inteligência emocional é por vezes muito reduzida o que resulta numa incapacidade de se relacionar saudavelmente com os outros, devido a incapacidade de detetar e demonstrar expressões faciais corretamente. Se não conseguimos transmitir o que estamos a sentir, nem entender os sentimentos e emoções do “outro”, os relacionamentos tornam-se muito complicados e difíceis de manter. No contexto empresarial, como já referido anteriormente, as microexpressões auxiliam bastante na discussão de um preço, a título exemplificativo. Através delas, é possível, por exemplo, averiguar se o nosso potencial comprador está disposto a gastar mais dinheiro numa determinada compra ou se atingiu ali o seu limite e devemos fechar negócio imediatamente, para não o perdermos como cliente. De novo, a microexpressão é involuntária e dificilmente controlada, logo, ao conseguirmos detetá-la sabemos exatamente o que vai na cabeça dos nossos colegas, chefes, clientes, etc. Finalmente, a microexpressão é de grande importância no contexto social e relacional. Ao conseguirmos entender os verdadeiros sentimentos e pensamentos dos nossos parceiros e amigos, podemos solidificar ou até reparar as nossas relações, ou então, sair de uma relação que nos seja prejudicial e baseada em mentiras. Há que notar aqui, a grande responsabilidade que advém deste conhecimento, pois é errado utilizá-lo para sermos autênticos “mentalistas”. Identificar microexpressões e alterar o nosso comportamento conforme, é muito útil para mantermos fortes os nossos laços e evitar mal-entendidos nas nossas relações.
A importância das microexpressões Referimos agora a grande importância das microexpressões na nossa vida. Ao nível da inteligência emocional, este conhecimento é muito útil pois assim podemos ser capazes de perceber o que o outro está a sentir e desenvolver empatia, o que nos será essencial como psicólogos no futuro. Somos capazes de, também, como já referido, detetar incongruências, emoções escondidas e mentiras, que nos irão revelar as verdadeiras intenções do nosso interlocutor. 11
Através da deteção de microexpressões noutras pessoas, torna-se mais fácil também detetar-mos em nós as mesmas, ou seja, podemos ter uma ideia melhor do que estamos a transmitir para os outros e alterá-lo para ser adequado e entender as nossas próprias emoções. Finalmente, com esta capacidade treinada e desenvolvida conseguiremos direcionar qualquer conversa para um melhor rumo pois podemos saber o efeito que o nosso discurso está a ter no recetor, ou seja a emoção que as nossas palavras estão a fazer surgir no mesmo e alterar o nosso discurso e comportamento, para não danificar a relação que temos com essa pessoa.
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CONCLUSÃO CONCLUSÃO Após a realização da Simulação Pedagógica Final, pudemos concluir que as
microexpressões são expressões faciais rápidas (entre 1/15 e 1/25 de segundo) e involuntárias, que demonstram a emoção que o indivíduo está a sentir e que ocorrem, normalmente, quando a pessoa tenta ocultar ou reprimir determinadas emoções. Nesta atividade, tivemos a possibilidade de aferir que existem 7 microexpressões universais. Ficámos a conhecer a origem e importância das mesmas, bem como os contextos em que o seu reconhecimento pode ser útil. Tivemos a oportunidade de explorar um pouco do trabalho de Paul Ekman, conhecido como o “pai das microexpressões”. Ao explorarmos este tema, ficámos a compreender melhor cada uma das microexpressões, estando já aptos para distinguir algumas delas em determinados contextos. Foi um tema interessante de abordar, visto que é bastante explorado em séries televisivas e filmes (como detetar as mentiras, por exemplo), que são vistas um pouco por todos nós. Tentar decifrar todo o “enigma” que envolve esta temática foi muito interessante, pois agora somos capazes de por em prática os conhecimentos adquiridos, no nosso dia-a-dia e na interação com o outro.
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Por último, pensamos que conseguimos cumprir o nosso objetivo (associado à compreensão da temática e ao despertar de algum interesse sobre a mesma) e esclarecer potenciais dúvidas sobre o trabalho realizado.
Referências Bibliográficas Leituras: Frazzetto, Giovanni (2014), Como sentimos. O que a Neurociência nos pode- ou nãodizer sobre as nossas emoções. Lisboa, Bertrand Editora. Havener, Thorsten (2013), Sei o que estás a pensar. Todos os segredos para ler a mente. Lisboa, A Esfera dos Livros. Hertenstein, Matthew (2014), Sinais. Pequenas pistas que revelam grandes verdades sobre nós… e os outros. Linguagem corporal e microexpressões. Lisboa, Gradiva Publicações. Sacavém, António; Wesowski, Kasia; Wesowsky, Patryk (2014), A linguagem corporal revela o que as palavras escondem. Manual prático de microexpressões faciais e de comunicação não-verbal. Barreiro, Top Books.
Páginas Web:
“Tente mentir-me!”. In Microexpressões Faciais. Retirado de: http://microexpressoes.pt/aposte-na-verdade/
“Micro expressions” .In Paul Ekman Group. Retirado de: http://www.paulekman.com/micro-expressions/
“Paul Ekman”. In Wikipedia. Retirado de: http://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Ekman
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“Microexpressions: A psychologist’s guide to uncovering lies”. In Taipei Times. Retirado de: http://www.taipeitimes.com/News/editorials/archives/2009/05/15/2003443630
“Emotions Revealed (Paul Ekman)”. In Resumos de Livros. Retirado de: http://e-literato.blogspot.pt/2011/02/emotions-revealed-paul-ekman.html
“Armindo Freitas-Magalhães”. In Wikipedia. Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Armindo_Freitas-Magalh%C3%A3es
“Guide to Reading Microexpressions”. In Science of People. Retirado de: http://www.scienceofpeople.com/2013/09/guide-reading-microexpressions/
“Emoções nos Famosos – Homens”. In IBRALC (Instituto Brasileiro de Linguagem Corporal). Retirado de: http://linguagemcorporal.net.br/emocoesnos-famosos-homens/
“The Importance of Recognizing Microexpressions in the Workplace”. In HR and Talent Management. Retirado de: http://www.hrtalentmanagement.com/2014/03/29/the-importance-ofrecognizing-microexpressions-in-the-workplace/
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ANEXOS A NE XOS
ANEXOS
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