Noções gerais sobre células, imunidade, tecidos e órgãos sistemas osteo-articular e muscular Código IEFP:6565
ÍNDICE DESENVOLVIMENTO....................................................................................................... 3
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PORTO a. 2.
Célula, tecido, órgão, aparelho ou sistemas........................................................................3 NOÇÕES SOBRE O SISTEMA IMUNITÁRIO....................................................................5
a.
Barreiras naturais....................................................................................................... 5
b.
Fisiologia celular e humoral.......................................................................................... 6
c.
Imunidade natural....................................................................................................... 7
d.
Imunidade Adquirida................................................................................................. 10
3.
SISTEMAS OSTEOARTICULAR E MUSCULAR..............................................................12 a.
Noções gerais sobre estrutura e classificação dos ossos, articulações e músculos.......................12
b.
Biofísica da locomoção e dos principais movimentos dos membros.......................................16
c.
Função e estabilidade da coluna vertebral........................................................................17
d. Osteoporose, fracturas, luxações, principais doenças reumatismais, tumores ósseos - conceitos; noções básicas sobre manifestações clínicas; implicações para os cuidados de saúde.........................18 e. Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo de envelhecimento e da mobilidade - implicações para os cuidados ao utente............................................................................... 20 4. TAREFAS QUE EM RELAÇÃO A ESTA TEMÁTICA SE ENCONTRAM NO ÂMBITO DE INTERVENÇÃO DO/A TÉCNICO/A AUXILIAR DE SAÚDE.....................................................26 a. Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão directa.............................................................................................. 26 b.
Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a.....26
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 27
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DESENVOLVIMENTO
1.
OS PRINCIPAIS SISTEMAS DO CORPO HUMANO: CONCEITOS E FUNÇÕES
a. Célula, tecido, órgão, aparelho ou sistemas Célula A célula é a unidade estrutural e funcional comum a todos os seres vivos, sendo que estes podem ser constituídos por uma ou mais células. São elas que realizam todas as funções fundamentais dos seres vivos, como por exemplo, reprodução, crescimento, alimentação, movimentação, reacção a estímulos externos e respiração (consumo do oxigénio com produção de dióxido de carbono). Sendo assim, a célula é a menor parte de um ser vivo capaz de desenvolver-se e reproduzir, ou seja, a menor parte de um ser vivo onde reconhecemos as propriedades básicas da vida. Tecido Tecidos são conjuntos de células que actuam de maneira integrada, desempenhando determinadas funções. Alguns tecidos são formados por células que possuem a mesma estrutura; outros são formados por células que têm diferentes formas e funções, mas que juntas colaboram na realização de uma função geral maior. Os tecidos animais podem ser classificados em quatro tipos principais: o Tecidos epiteliais; o Tecidos conjuntivos; o Tecidos musculares; o Tecido nervoso;
Aparelho ou sistema 3
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Na biologia, um sistema ou sistema orgânico é um grupo de órgãos que juntos executam determinada tarefa. Alguns sistemas comuns, como aqueles presentes em mamíferos e outros animais, e vistos na anatomia humana, são aqueles como o sistema circulatório, o sistema respiratório, o sistema nervoso, sistema reprodutor. Um grupo de sistemas compõe um organismo, por exemplo o corpo humano.
2. NOÇÕES SOBRE O SISTEMA IMUNITÁRIO
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a. Barreiras naturais Existe uma série de barreiras protectoras no corpo humano que servem para impedir ou dificultar a entrada dos microorganismos patogénicos no mesmo. No entanto, se algum deles conseguir vencer essas barreiras, deparar-se-á com vários mecanismos de defesa desencadeados pelo sistema imunitário, com o objectivo de destruí-los ou desactivá-los. Em primeiro lugar, a própria pele que reveste todo o corpo constitui uma barreira inultrapassável para muitos agentes infecciosos. Para além disso, como se encontra revestida por uma camada Lipídica ligeiramente ácida, proveniente das secreções das glândulas cutâneas, com propriedades anti-sépticas, cria um meio desfavorável para o desenvolvimento de inúmeros microorganismos na superfície do corpo. Embora exista uma flora cutânea permanente, esta encontra-se formada por microorganismos saprófitas, ou seja, que vivem às custas do organismo, mas não o danificam. Por outro lado, como a sua presença dificulta o desenvolvimento de microorganismos patogénicos, ou seja, prejudiciais, podem ser considerados benéficos. As vias respiratórias são igualmente constituídas por um específico sistema protector, na medida em que se encontram revestidas interiormente por urna camada mucosa, na qual a maioria dos microorganismos que penetram com o ar inspirado fica presa. Para além de ser constituído por substâncias antimicrobianas, este muco é constantemente arrastado em direcção ao exterior pelo movimento de reduzidos cílios das células que revestem a superfície das vias respiratórias. Os microorganismos que penetram pela via digestiva também têm que enfrentar várias barreiras protectoras. O primeiro obstáculo corresponde à acidez do suco gástrico, que é capar de destruir inúmeros tipos de microorganismos que chegam ao estômago. As secreções de outras partes do tubo digestivo criam igualmente um meio hostil para muitos microorganismos. Por Ultimo, existe a flora bacteriana intestinal, composta por microorganismos saprófitas inofensivos, que travam a proliferação de outros considerados perigosos.
b. Fisiologia celular e humoral 5
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Quando um antigénio entra num organismo e chega a um órgão linfóide, vai estimular os linfócitos B que possuem na membrana receptores específicos para esse antigénio. Como resposta, os linfócitos B dividem-se e formam células que sofrem diferenciação, originando plasmócitos e células – memória. Os plasmócitos têm um retículo endoplasmático desenvolvido e produzem anticorpos específicos para cada antigénio. Os anticorpos são posteriormente lançados no sangue ou na linfa e vão circular até ao local de infecção (fig.10).
Fig.10 – Resposta imunitária humoral
As células-memória ficam inactivas, mas prontas a responder rapidamente, caso venha a acontecer um posterior contacto com o antigénio. Os anticorpos actuam de três formas distintas: 6
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Os anticorpos ligam-se a toxinas bacterianas e levam à sua posterior neutralização. As toxinas livres podem reagir com os receptores das células hospedeiras enquanto o mesmo não acontece com o complexo anticorpo-toxina.
Os anticorpos também neutralizam completamente partículas virais e células bacterianas através da sua ligação às mesmas. O complexo anticorpo-antigénio é ingerido e degradado por macrófagos.
A activação do sistema complemento no âmbito da defesa específica, é feita através do revestimento de uma célula bacteriana por anticorpos. Os anticorpos fixos formam receptores para a primeira proteína do sistema complemento o que leva ao desencadeamento de uma sequência de reacções que conduz à formação de poros e à destruição da célula.
c. Imunidade natural
Os agentes patogénicos são impedidos de entrar no organismo pelos mecanismos de defesa não específica, também designados por imunidade inata ou natural, ou são destruídos quando conseguem penetrar. Estes mecanismos desempenham uma acção geral contra corpos estranhos, independentemente da sua natureza, e exprimem-se sempre da mesma forma. Os mecanismos de defesa não específica que impedem a entrada dos agentes patogénicos são as barreiras anatómicas (pele, mucosas e pêlos das narinas), as secreções (produzidas pelas glândulas sebáceas, sudoríparas, salivares e lacrimais) e as enzimas (existentes no suco gástrico).Os mecanismos de defesa não específica que actuam sobre os agentes patogénicos que conseguiram transpor as barreiras externas são a reacção inflamatória, a fagocitose, o interferão e o sistema complemento. Reação inflamatória No local onde os agentes patogénicos conseguem penetrar no organismo vai produzir-se uma reacção inflamatória traduzida por uma sequência de acontecimentos que visam neutralizar ou destruir esses agentes.
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No tecido lesionado, alguns tipos de células como os mastócitos e os basófilos produzem histaminas e outras substâncias. Estes sinalizadores químicos, para além de funcionarem como atracção de neutrófilos e outros leucócitos para a área danificada - quimiotaxia, provocam a dilatação dos vasos sanguíneos e o aumento da permeabilidade dos mesmos. Como consequência, vai aumentar o fluxo sanguíneo, responsável pelo calor e rubor local, e a quantidade de fluido intersticial, originando um edema. A dor, normalmente associada, é devida à distensão dos tecidos e à acção de várias substâncias nas terminações nervosas. Cerca de meia hora a uma hora após o início da reacção inflamatória, os neutrófilos e os monócitos começam a atravessar as paredes dos capilares – diapedese e a passar para os tecidos infectados. Os monócitos transformam-se então em macrófagos.
Fagocitose Os macrófagos que já existiam nos tecidos que foram invadidos multiplicam-se e tornam-se móveis. Estas células, os macrófagos resultantes da diferenciação dos monócitos e os já existentes nos tecidos que são infectados, fagocitam os corpos estranhos e destroem-nos em vacúolos digestivos por acção de enzimas hidrolíticas – fagocitose.
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Interferão
Os
interferões
proteínas
são
produzidas por certas
células quando atacadas por vírus ou por parasitas intracelulares. Estas proteínas não apresentam especificidade pois podem inibir a replicação de diversos vírus. Os interferões difundem-se, entram na circulação e ligam-se à membrana citoplasmática de outras células, induzindo-as a produzir proteínas antivirais que inibem a replicação desses vírus. O interferão não é uma proteína antivírica mas induz a célula a produzir moléculas proteicas antivirais. Sistema complemento Este sistema é constituído por cerca de 25 proteínas no estado inactivo que se encontram em maior concentração no plasma sanguíneo e também nas membranas celulares.
No
âmbito
da
defesa
inespecífica, estas proteínas servem para facilitar a fagocitose de agentes estranhos ou para perfurar as paredes celulares das bactérias conduzindo à sua lise.O sistema complemento também actua como mecanismo de defesa específica para complementar a actividade dos anticorpos na destruição das bactérias.
d. Imunidade Adquirida
A resposta imunitária específica subdivide-se em três funções: o reconhecimento do agente invasor como corpo estranho, a reacção do sistema imunitário que prepara agentes específicos que intervêm no processo e a acção desses agentes que neutralizam e destroem os corpos estranhos. A imunidade específica refere-se então à protecção que existe num organismo hospedeiro quando este sofreu previamente exposição a determinados agentes patogénicos e pode ser mediada por anticorpos (imunidade humoral) ou mediada por células (imunidade celular). Imunidade mediada por células Os linfócitos T têm capacidade para reconhecer alguns antigénios que se ligam a marcadores da superfície de certas células imunitárias. Se uma bactéria for fagocitada por um macrófago, os 9
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fragmentos resultantes da fagocitose ligam-se a certos marcadores superficiais desse macrófago que os exibe e apresenta aos linfócitos T. A exposição e ligação de linfócitos T com o antigénio específico estimula a sua proliferação. Existem diferentes tipos de linfócitos "T" que desempenham funções específicas: o Linfócitos T auxiliares (TH de helper) – estes linfócitos reconhecem antigénios específicos ligados a marcadores e segregam mensageiros químicos que estimulam a actividade de células como os fagócitos, os linfócitos B e outros linfócitos T. o Linfócitos T citolíticos (citotóxicos – TC) - estes linfócitos reconhecem e destroem células infectadas ou células cancerosas (vigilância imunitária, neste caso). Quando estão activos, migram para o local de infecção ou para o timo e segregam substâncias tóxicas que matam as células anormais. o Linfócitos T supressores (TS) - estes linfócitos, através de mensageiros químicos, ajudam a moderar ou a suprimir a resposta imunitária quando a infecção já está controlada. o Linfócitos T memória (TM) - estes linfócitos vivem num estado inactivo durante muito tempo, mas respondem de imediato aquando de um posterior contacto com o mesmo antigénio.
3. SISTEMAS OSTEOARTICULAR E MUSCULAR a. Noções gerais sobre estrutura e classificação dos ossos, articulações e músculos Ossos 10
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O sistema esquelético é composto por ossos e cartilagens. Os ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unidos uns aos outros, por intermédio de articulações constituem o esqueleto. O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue. Quanto à irrigação do osso, existem vasos sanguíneos maiores e outros menores, no entanto, o tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática. Por outro lado, como falado anteriormente, existem umas partes do esqueleto denominadas de cartilagem que têm uma forma elástica de tecido conectivo semi-rígido que forma partes do esqueleto onde há movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio e obtêm oxigénio e nutrientes através de difusão. Relativamente à classificação dos ossos: Ossos longos: Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência. O osso um pouco encurvado absorve o stress mecânico do peso do corpo em vários pontos. Os ossos longos têm as diáfises formadas por tecido ósseo compacto e apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso nas epífises. Exemplo: Fémur.
Ossos curtos: são semelhantes a um cubo, tendo o comprimento praticamente iguais às suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, excepto na superfície, onde há uma fina camada de ósseo compacto. Exemplo: osso do carpo Ossos laminares: São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com uma camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos
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garantem proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos. Exemplo: osso parietal e frontal. Ossos alongados: são ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo: costelas. Ossos pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidos por mucosa, apresentando um pequeno peso em relação ao seu volume. Ossos irregulares: apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias já referidas. Têm quantidades variáveis de osso esponjoso e osso compacto. Exemplo: vértebras. Ossos sesamóides: estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e stress físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho, número, de pessoa para pessoa e não são sempre completamente ossificados. Ossos suturais: são pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do crânio. O seu número varia muito de pessoa para pessoa.
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o Estrutura dos ossos longos: o A disposição dos tecidos ósseos compactos e esponjoso num osso longo é responsável pela sua resistência. Os ossos longos contêm locais de crescimento e remodelação, e estruturas associadas às articulações. As partes de um osso longo são as seguintes:
Diáfise:
é
a
haste
longa
do
osso.
Ele
é
constituídoprincipalmente de tecido ósseo compacto, proporcionando resistência ao osso longo.
Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A Epífise de um osso articula ou une este com um segundo osso com uma articulação. Cada epífise consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso.
Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.
Músculos Os músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhe movimento. O movimento é efectuado por fibras, as fibras musculares, controladas pelo sistema nervoso. Um músculo vivo apresenta cor vermelha e representam cerca de 40-50% do peso corporal. Relativamente à classificação, estes podem ser classificados segundo a situação, a forma e à função.
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Quanto à situação o Superficiais ou cutâneos: estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma das inserções na camada profunda da derme. o Profundos: são músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme, na maioria das vezes inserem-se nos ossos.
Quanto à forma o Longos: são encontrados maioritariamente nos membros. Os mais superficiais são mais longos, passando por duas ou ais articulações. o Curtos: encontram-se nas articulações cujos movimentos têm mais amplitude. o Largos: caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes cavidades.
Quanto à função o Agonistas: são os músculos principais que activam um movimento específico do corpo. Contraem-se activamente para produzir um movimento desejado. o Antagonistas: músculos que se opõem à acção dos agonistas. Quando um agonista contrai, o antagonista descontrai. o Sinergistas: participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis. o Fixadores: estabilizam a origem do agonista de modo a que ele possa agir mais eficazmente.
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Quanto à estrutura os músculos classificam-se da seguinte forma: Músculos estriados esqueléticos: contraem-se por nossa vontade, isto é, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque ao microscópio verificam-se faixas estriadas alternadas, de cor clara e escura. Músculos lisos: Localizado nos vasos sanguíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdomino-pélvica. A acção involuntária é controlada pelo sistema nervoso autónomo. Músculo estriado cardíaco: representa a arquitectura cardíaca. É um músculo estriado, involuntário – com auto ritmicidade.
b. Biofísica da locomoção e dos principais movimentos dos membros Locomoção o Flexão: curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo o Extensão: endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do corpo
Movimentos o Adução: movimento na direção do plano mediano num plano coronal o Abdução: afastar-se do plano mediano no plano coronal o Rotação medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano o Rotação lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano
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o Pronação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio medialmente em torno do eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha posteriormente no ombro o Supinação: movimento do antebraço e mão que gira o rádio lateralmente em torno do seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha anteriormente no ombro
c. Função e estabilidade da coluna vertebral A coluna vertebral é responsável por dois quintos do peso corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras. A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras As funções da coluna vertebral são: Protege a medula espinhal e os nervos espinhais Suporta o peso do corpo Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo Exerce um papel importante na postura e locomoção Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo flectir-se para a frente, para trás, para os lados e ainda girar sobre o seu eixo
d. Osteoporose, fracturas, luxações, principais doenças reumatismais, tumores ósseos - conceitos; noções básicas sobre manifestações clínicas; implicações para os cuidados de saúde
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Osteoporose A osteoporose é uma doença óssea sistémica, (i.e. generalizada a todo o esqueleto), que por si só não causa sintomas, caracterizada por uma densidade mineral óssea (DMO) diminuída e alterações da microarquitectura e da resistência ósseas que causam aumento da fragilidade óssea e, consequentemente, aumento do risco de fracturas. Se não for prevenida precocemente, ou se não for tratada, a perda de massa óssea vai aumentando progressivamente, de forma assintomática, sem manifestações, até à ocorrência de uma fractura. O que caracteriza as fracturas osteoporóticas é ocorrerem com um traumatismo mínimo, que não provocaria fractura dum osso normal. Também se chamam, por isso, fracturas de fragilidade. Habitualmente não ocorrem sintomas clínicos de osteoporose antes da ocorrência de uma fractura.A osteoporose é considerada uma doença assintomática. De facto, durante a progressão da doença, os ossos tornam-se progressivamente mais frágeis sem que os indivíduos afectados o percebam.
Fracturas e luxações Ao nível osteoarticular, as fracturas são o principal problema e é fundamental que em caso de suspeita o membro deve ser imediatamente imobilizado. Os sinais e sintomas mais frequentes são: dor intensa no local, edema, diminuição da força no membro afectado, perda total ou parcial dos movimentos e encurtamento ou deformação do membro lesionado. As fracturas podem ser consideradas segundo o seu tipo em fracturas expostas e fracturas não expostas. Numa fractura exposta há fractura do osso sem que haja lesão (corte) da pele mas podem existir tecidos lesionados debaixo da pele, ao contrário na fractura não exposta há fractura do osso com lesão com corte da pele, sendo que o osso fracturado pode sair pela pele, provocando contaminação com possibilidade de infeção. Uma luxação é outra lesão considerada entre as lesões articulares, musculares e ósseas e que consiste na perda de contacto das superfícies articulares por deslocação dos ossos que formam a 17
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articulação. Os sinais e sintomas mais frequentes são a dor violenta, incapacidade funcional, deformação e edema.
Tumores ósseos Os tumores ósseos são produzidos pelo crescimento de células anormais nos ossos. Podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). Os tumores ósseos não cancerosos são relativamente frequentes, enquanto os cancerosos são pouco frequentes. Além disso, os tumores ósseos podem ser primários (tumores cancerosos ou não cancerosos que têm origem no próprio osso) ou metastáticos, quer dizer, cancros originados noutro ponto do organismo (por exemplo, nas mamas ou na próstata) e que depois se propagam ao osso. Nas crianças, a maior parte dos tumores ósseos cancerosos são primários; nos adultos, a maioria são metastáticos. A dor dos ossos é o sintoma mais frequente de tumores ósseos. Além disso, é possível notar uma massa ou tumefacção. Por vezes, o tumor (especialmente se for canceroso) enfraquece o osso, pelo que este se fractura com pouca ou nenhuma sobrecarga (fractura patológica). Devem-se fazer radiografias das articulações ou de qualquer membro que cause dor persistente. Contudo, os raios X só mostram uma zona anormal, mas não indicam de que tipo de tumor se trata. A tomografia axial computadorizada (TAC) e a ressonância magnética (RM) são úteis para determinar a localização exacta e o tamanho do tumor. Contudo, não costumam fornecer um diagnóstico específico. A extracção de uma amostra do tumor para exame microscópico (biopsia) é necessária para estabelecer o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns tumores, pode obter-se a amostra extraindo algumas células com uma agulha (biopsia por aspiração). Não obstante, pode ser necessário um procedimento cirúrgico (biopsia aberta) para obter uma amostra adequada para o diagnóstico. O tratamento imediato (que consiste numa combinação de medicamentos, cirurgia e radioterapia) é de grande importância no caso de tumores cancerosos.
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e. Alterações osteoarticulares e musculares decorrentes do processo de envelhecimento e da mobilidade - implicações para os cuidados ao utente Quando determinadas alterações osteoarticulares e musculares resultam do processo de envelhecimento e que levam a alterações da mobilidade é necessário um planeamento de cuidados adequado ao caso em questão. Na alteração da mobilidade, existem duas situações que implicam cuidados de saúde: transferências do utente e prevenção de úlceras de pressão.
Prevenção de úlceras de pressão “As Úlceras de Pressão são áreas da superfície corporal localizadas que sofreram exposição prolongada a pressões elevadas, fricção ou estiramento, de modo a impedir a circulação local, com consequente destruição e/ou necrose tecidular.” (DGS, 2007).
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a
Classificação das úlceras de pressão i
Grau I
Presença de eritema cutâneo que não desaparece ao fim de 15 min de alívio da pressão. Apesar da integridade cutânea, já não está presente resposta capilar.
ii
Grau II A derme, epiderme ou ambas estão destruídas. Podem observar-se flictenas e
escoriações.
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iii
Grau III Ausência da pele, com lesão ou necrose do tecido subcutâneo, sem atingir a fáscia
muscular.
iv
Grau IV Ausência total da pele com necrose do tecido
subcutâneo ou lesão do músculo, osso ou estruturas de suporte (tendão, cápsula articular, etc.). b
Fatores de Risco de úlceras de pressão i
Fatores intrínsecos 1 Vasculares: incluem alterações como arteriopatias obliterantes, insuficiência venosa periférica e microarteriopatia diabética.
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2 Neurológicos: alterações da sensibilidade, da motricidade e do estado de consciência, podem induzir situações de imobilidade ou agitação, que favorecem as forças de pressão e/ou de fricção. 3 Tópicos: a diminuição da elasticidade da pele, a perda de gordura sub-cutânea e a atrofia muscular, levam ao aparecimento de proeminências ósseas mais salientes, facilitadoras do aparecimento de úlceras de pressão, sobretudo em pessoas idosas 4 Gerais: neoplasias, febre, infecções, desnutrição, fármacos (córticosteroides, analgésicos e sedativos) que possam diminuir a sensibilidade.
ii
Fatores extrínsecos São as forças físicas que actuam a nível local, como compressão prolongada, fricção
e estiramento.
c
Medidas de Alívio de Pressão
Medidas de alívio de pressão Áreas de risco
O
Medidas
O O O O O O O O O O e
de
conforto,
higiene
A localização das úlceras está associada às proeminências ósseas São áreas preferenciais para o seu aparecimento região sacro coccígea região trocanteriana / crista ilíaca região isquiática região escapular região occipital cotovelos calcâneos região maleolar Observação da pele e cuidados específicos 22
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hidratação cutânea
Medidas de alívio de pressão
Técnicas de alívio de pressão
O Manter a pele seca (e limpa); O Lavar com água morna e sem esfregar/causar fricção; O Secar a pele, sem friccionar e utilizar toalhas ou outros tecidos suaves e lisos; O Não utilizar álcool; O Usar sabões não irritantes e hidratantes; O Massajar com cremes hidratantes; O Não massajar sobre as proeminências ósseas ou zonas ruborizadas (os capilares já estão afectados); O Quando presentes situações de incontinência, a zona afectada deve ser limpa e seca o mais rapidamente possível; O Usar meios de protecção que não danifiquem ou irritem a pele O Colchões: O Roupa: O lençóis moldáveis, sem bordas, lisos O roupa de tecidos naturais O têxteis de lã de carneiro (“meias”, resguardos) O Suportes O Almofadas O Almofadas e dispositivos especiais para suporte dos pés e cotovelos O Almofadas em “donut”(com uso limitado) O Técnicas de posicionamento dos doentes: O evitar arrastar o doente –levantar! O distribuir o peso do doente no colchão, evitando zonas de pressão. O colocar o doente em posições “naturais”. (respeitando o alinhamento corporal). Reposicionar doentes em intervalos de 3-4 horas!!! O O aporte dos nutrientes necessários deverá ser, tanto quanto possível, garantido através de produtos naturais e uma alimentação com confecção e apresentação “normais”, devendo o recurso a produtos farmacêuticos (suplementos alimentares) ser restrito aos casos em que existe indicação estrita para tal.
Alimentação
d Posicionamentos i
Decúbito Dorsal 23
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ii
Decúbito lateral
4. TAREFAS QUE EM RELAÇÃO A ESTA TEMÁTICA SE ENCONTRAM NO ÂMBITO DE INTERVENÇÃO DO/A TÉCNICO/A AUXILIAR DE SAÚDE a Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão directa O Técnico Auxiliar de Saúde, sob supervisão directa de uma profissional de saúde pode executar determinadas tarefas de transferências e posicionamentos de utentes em estado critico, auxiliando o enfermeiro.
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CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PORTO O técnico auxiliar de saúde tem com funções:
Auxiliar sob orientações do técnico auxiliar de saúde:
Na prestação de cuidados de saúde aos utentes,
Na recolha e transporte de amostras biológicas,
Na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e equipamentos Na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logístico e administrativo das diferentes unidades e serviços de saúde.
Executar
tarefas
que
exijam
uma
intervenção
imediata
e
simultânea ao alerta do técnico auxiliar de saúde;
b Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a O Técnico Auxiliar de Saúde, sob supervisão e orientação de um profissional de saúde pode executar tarefas como posicionamento e transferências de utentes com mobilidade reduzida, mas que não requerem cuidados especializados.
Auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo com orientações do enfermeiro:
Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e conforto de acordo, com as orientações do enfermeiro;
Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados de eliminação, nos cuidados de higiene e conforto ao utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras;
Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez, uma intervenção cirúrgica;
Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente, nomeadamente na preparação de refeições ligeiras ou suplementos alimentares e no acompanhamento durante as refeições;
Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, que necessita de ajuda total ou parcial, de acordo com orientações do técnico auxiliar de saúde. Por outro lado, ainda podem vigiar a pele do utente, alertando o enfermeiro sempre que haja
alterações da integridade ou aspecto da mesma. 25
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BIBLIOGRAFIA RAMÉ, ALAIN ; THÉROND, SYLVIE, CO-AUT - ANATOMIA E FISIOLOGIA. LISBOA : CLIMEPSI, 2012. SERRA, Luís M. Alvim ; OLIVEIRA, António Fonseca, co-aut ; CASTRO, José Costa e, coaut - Critérios fundamentais em fraturas e ortopedia. 3ª ed. atualizada e aumentada. Lisboa : Lidel, 2012 CALAIS-GERMAN, Blandine - Anatomia para o movimento : introdução à análise das técnicas corporais. São Paulo : Manole, 2002 26
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